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1 PSICOPEDAGOGIA- IDAAM ÂNGELA VIEIRA- Coordenadora de Educação IDAAM-POSGRADO Prof. Mestra em Educação e Psicóloga- CRP 0687- 20ª região. PSICOPEDAGOGIA TITULO: ORIENTADORA: ÂNGELA VIEIRA- Mestra em Educação e Psicóloga (CRP 0687). EQUIPE 1- Ângela Maria Macedo Vieira 2- Douglas Gonçalves Vilhena 3- Greice Jane da Silva Falcão 4- Janaína de Souza Menezes 2 PSICOPEDAGOGIA- IDAAM COORDENAÇAO DE EDUCAÇÃO. PROJETO BÁSICO PARA TCC/PBL LIDER: PARTICIPANTES DA EQUIPE: 1- Ângela Maria Macedo Vieira 2- Douglas Gonçalves Vilhena 3- Greice Jane da Silva Falcão 4- Janaína de Souza Menezes CADERNO 1. TEMA ESCOLHIDO ( x ) Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade –TDAH. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO TITULO: CARATERISTICA DO LOCAL DE PESQUISA: 1-QUADRO SINTESE Nome da Escola Endereço /bairro Nome do Diretor Número de alunos Número de professores Número de funcionários Escola Municipal Biólogo Adolpho Ducke Rua: São Marcos S/N, Cidade de Deus. José Nepomuceno da Silva 1050 alunos (Matutino e Vespertino) 25 professores no Ensino Fundamental I 10 funcionários. 2-O QUE REGISTRA O PROJETO POLITICO PEDAGOGICO DA ESCOLA: A Escola Municipal Biólogo Adolpho Ducke está localizada na Rua São Marcos S/N, no Bairro Cidade de Deus, situado na Zona Leste de Manaus. A escola iniciou suas atividades em março de 2003, onde funcionava como Anexo da Escola Municipal Raul de Queiroz Menezes Vargas, através de um prédio alugado em caráter de urgência pela SEMED para atender a demanda de alunos do Ensino Fundamental. 3 PSICOPEDAGOGIA- IDAAM No ano de 2008, a instituição deixou de ser anexo da EMEF Raul Veiga e passou a ser EMEF Biólogo Adolpho Ducke, conforme seu ato de criação LEI nº 1229 DF 02/04/2008 Manaus/AM. Pela conjunção dos esforços de todos os envolvidos, a escola tem o papel fundamental de fornecer conhecimentos e possibilidades de crescimento educacional, emocional e social, contribuindo para a formação de cidadãos que tenham condições plena e ativa participação no meio em que vivem, observando criticamente, relacionando-se, lendo e interpretando a grande quantidade de informações existentes, questionando e contribuindo para as transformações na sociedade. A escola, portanto, deve considerar as necessidades e habilidades do educando enquanto ser social em formação. O grande desafio amplamente discutido e hoje construído junto com os professores, dirigentes, pais e alunos é o do acesso a um ensino de qualidade para todos, pois, no decorrer do cotidiano escolar há inúmeros desafios, e é por meio do Projeto Político Pedagógico (PPP) que se tem a possibilidade de vivenciar plenamente a cidadania. Através da construção do Projeto Político Pedagógico, a escola torna-se um espaço autônomo de criação, recriação e continuidade de saberes compatíveis com suas metas traçadas, com sua visão de mundo, de sociedade, de educação, canalizando sua atenção para a formação da autonomia do sujeito, viabilizando possibilidades para o exercício pleno de sua cidadania, comprometida com a democracia e a formação do homem cidadão, a escola ainda necessita melhorar suas práticas ou organização, para assim, conseguir oferecer mais qualidade de ensino para os alunos que nela habitam. 3- OBSERVAÇÕES DA EQUIPE: As observações da equipe durante a visita à Escola Municipal Biólogo Adolpho Duche foram extremamente relevantes. Apesar de o prédio ter apenas 6 anos de uso, a pintura por dentro ainda é antiga e os corredores possuem pouca luminosidade. A escola nos mostrou que há uma limpeza frequente em suas dependências. Ao chegarmos na escola, fomos recepcionados pela secretária Socorro, que nos encaminhou até a sala do gestor José Nepomuceno. O mesmo nos acolheu e nos dirigiu até a sala da professora Amélia do 3º ano, onde segundo o próprio diretor, encontra-se o maior número de crianças com diferentes tipos de transtornos apontados pela gestão e professores, sendo alguns desses alunos prescritos com laudos e outros não. As salas de aulas são amplas, com capacidade de atender a quantidade de alunos. Os banheiros possuem portas largas para cadeirantes, porém necessitam de melhorias em sua 4 PSICOPEDAGOGIA- IDAAM tubulação. Durante o recreio, há um tempo de duração de 15 minutos para cada ano. Todos fazem filas na cantina para receber seu lanche que é servido pelas cozinheiras; ao lado, ficam as mesas do refeitório onde todos sentam para lanchar. Ao final do intervalo para recreio, todos fazem fila junto à professora para retornarem à sala de aula. A escola não possui quadra de esportes. A disciplina de Educação Física é realizada no pátio e, este apresenta um espaço amplo, porém não apresenta as condições necessárias para a prática esportiva. As atividades desenvolvidas durante a prática da modalidade geram conflito, pois alguns professores reclamam do barulho e que o mesmo atrapalha o bom andamento das aulas das demais séries naquele momento. A sua estrutura apresenta 16 (dezesseis) salas de aula, 1 (uma) sala de direção em conjunto ao setor pedagógico, 1 (uma) secretaria, 1 (uma) sala para professores, 1 (um) depósito de merenda e materiais, 4 (quatro) banheiros para alunos, sendo 2 (dois) no térreo e 2 (dois) no 1º andar, 2 (dois) banheiros para professores 1 (um) para deficiente, 1 (uma) Biblioteca, 1 (uma) cozinha. Pela nossa observação geral, a escola não disponibiliza de uma sala com multimídias e nem de Psicopedagogos para atenderem as crianças que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem e a utilização de materiais diferenciados para que assim, possa se desenvolver um trabalho consistente. Também foi observado que alguns professores não conseguem lidar com questões de inclusão, porém a professora Amélia (indicada para nossa pesquisa), demonstrava conhecimento dos fatos que ocorrem em sua sala de aula e a mesma busca alternativas para auxiliar esses alunos no processo de aprendizagem. A mesma tem as características para trabalhar com esses tipos de inclusão social. JUSTIFICATIVA DO TEMA ESCOLHIDO: O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma dificuldade de aprendizagem específica que é caracterizada pela disfunção neurológica do córtex pré-frontal dorsolateral que é responsável pela atenção, contudo, está pesquisa tem valor significativo para contribuir em ações diferenciadas do professor mediante o aluno, possibilitando estratégias para que a criança supere dificuldades sociais, educacionais e emocionais. Segundo Barkley (2008), em 1902, o pediatra inglês George Still, apresentou o TDAH, na qual observou alterações no comportamento de várias crianças que atendia, acreditando que tais comportamentos não estavam ligados a questões emocionais, mas sim a questões biológicas e que era praticamente impossível de detectar. Still observara que as crianças apresentavam em comum, grande inquietação, déficit de atenção e dificuldades de 5 PSICOPEDAGOGIA- IDAAM aprendizagem. É cada vez mais comum encontrar na escola, estudantes que apresentam o TDAH e muitos são confundidos com jovens que possuem mal comportamento, que resistem às orientações do professor, ficam inquietos, agitados e ansiosos mediante determinada situação. Esses estudantes não conseguem se concentrar, questionar, refletir sobre algum problema apresentado em sala de aula, o que os deixam “atrasados” em relação aos demais colegas. Em algumas situações apresentam os índices de repetência, baixo rendimento escolar, evasão e dificuldades emocionais e sociais (MAIA et al., 2015). A relevância por esta pesquisa sucedeu-se pelo cuidadoem conhecer as dificuldades de aprendizagem específicas, que ocorrem durante a aprendizagem de uma criança na escola. Esta percepção auxiliará o trabalho pedagógico de maneira direta e clara, buscando pleno êxito no desenvolvimento da criança, inserindo-a na sala de aula através de técnicas inclusivas, proporcionando desenvolvimento cognitivo nas instituições de ensino regular. DESCRIÇAO DO PROJETO: a) METODOLOGIA Será utilizada uma pesquisa descritiva exploratória de cunho qualitativo. Segundo GIL (2011) considera que há uma relação dinâmica particular, contextual e temporal entre o pesquisador e o objeto de estudo e é fundamental para dar significado às respostas. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com estudo preliminar realizado com a finalidade de melhor adequar o instrumento de medida à realidade que se pretende conhecer. A pesquisa a ser realizada neste trabalho será bibliográfica, isto porque fará uma revisão da literatura sobre o TDAH. Envereda-se também pelo método qualitativo, sendo a mesma praticada por meio de uma observação direta e indireta. A observação direta será realizada dentro da sala de aula do ensino regular com uma criança de 10 anos em uma escola municipal da cidade de Manaus, que atualmente cursa o 3º Ano do Ensino Fundamental I (criança com distorção de série) e que não possui laudo médico, porém apresenta todas as características do transtorno de aprendizagem: o TDAH. Já a observação indireta consistirá na entrevista com a professora e familiares, além da aplicação de uma ficha de anamnese e da Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem- EOCA. A pesquisa utilizará livros, artigos, publicações que fazem menção às dificuldades dos discentes que apresentam o TDAH, elencando metodologias e intervenções para o auxílio do docente no processo de ensino- aprendizagem, contribuindo para a uma melhor interação entre professor-aluno, aluno-aluno 6 PSICOPEDAGOGIA- IDAAM possibilitando um avanço na aprendizagem dos mesmos. b) CRONOGRAMA BASICO DO PROJETO ATIVIDADES 1º Encontro. 2º Encontro. 3º Encontro. 4º Encontro. 1º Encontro 1.1-Encontro com a tutora para a escolha dos temas e divisão das equipes e seus componentes. 1.2- Visita para o reconhecimento da escola e agendamento para elaboração do projeto. (Levar Oficio). 1.3-3-Visita a escola para aplicação da testagem (TDAH) (conversa com a professora .(Cad.1) 20/09/2018 2º Encontro 2.1-Encontro com a família. (Anamnese)(Cad.2) 2.2-Aplicação da EOCA á criança(CAD 3) 11/102018 3º Encontro 3- CADERNOS 4 3.1 Analise do Teste Aplicado 3.2-Identificação do tipo de TDAH- apresentado pelo testando. 3.3-Estatística contendo soma dos itens e gráficos alusivos aos transtornos. (NOTA E PERCENTIL) 25/10/2018 4º Encontro Cadernos 5 e 6. Relatório final e BANNER 14/11/2018 7 PSICOPEDAGOGIA- IDAAM RELATORIO DO PRIMEIRO ENCONTRO Objetivo: Visita à escola e conversa com a professora da criança. ASPECTOS À RELATAR: 1. ASPECTOS FISICOS DA ESCOLA (Localização, número de alunos, salas professores e auxiliares). 2. PROJETO POLITICO PEDAGOGICO: COPIA (ANEXO 1) 3. ANEXAR ENCAMINHAMENTO (ANEXO 2) 4. PROCEDER RELATORIO DO ENCONTRO COM A PROFESSORA (inclusive o porquê da escolha da criança). RELATORIO DO SEGUNDO ENCONTRO Objetivo: elaborar 2(dois relatórios) 1.- Preenchimento da Anamnese com a família e após proceder o Relatório de Observação. 2.-Aplicação da EOCA na criança após proceder o Relatório de Observação. RELATORIO DO TERCEIRO ENCONTRO Objetivo: Estatística e Analise da pesquisa contendo soma dos itens e gráficos alusivos aos transtornos. (CADERNO 4) RELATORIO DO QUARTO ENCONTRO RELATORIO FINAL (CADERNO 5). Fundamentação teórica (CADERNO 6 – ) PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA CADERNO 2 MODELO DE ANAMNESE PSICOMOTORA Orientação: A Anamnese, ou entrevista com o familiar mais próximo do aluno que se encontra sobre investigação PSICOMOTORA, é uma das ferramentas mais importantes, durante o processo de avaliação. Quase sempre, quando o informante, de preferência, a mãe do aluno, quando se mantém fiel às informações, sem omitir fatos importantes, assinala o caminho dos próximos passos que vão direcionar o fechamento de um diagnóstico ou AVALIAÇÃO PSICOMOTORA. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA Relatório de Anamnese Psicopedagógica 1-DADOS DE IDENTIFICAÇAO Nome do aluno: Andrey Gabriel Guedes da Silva Data de nascimento: 03 de Maio de 2010 Idade: 8 anos e 5 meses Naturalidade: Igarapé-Miri/PA Escola: Escola Municipal Adolfo Ducke Serie/ano: 3º ano do Ensino Fundamental Turno: Matutino Filiação: (mãe) – Maria Elizabeth Guedes da Silva (adotiva) (pai) – Anderson Moraes Gonçalves (falecido) Endereço: Rua São Bento, nº 718, bairro Cidade de Deus Telefone: (92) 99198-0602 2-MOTIVO DA AVALIAÇÃO O aluno foi indicado pelo Gestor escolar para investigar quanto à questão de leitura e interpretação, desorganização, dispersão e agressividade. Precisa de ajuda na conclusão de tarefas e avaliações escritas. Verificar o tempo de processamento cognitivo e a preocupação com o bom desempenho escolar. 3-FAMÍLIA Segundo o relato da mãe adotiva, na época da concepção da criança, a mãe biológica vivia com mais dois filhos, a avó biológica, uma tia materna, e atualmente a criança vive apenas com a mãe adotiva que tem 47 anos e exerce a profissão de costureira. A criança vive com a mãe adotiva desde os 11 meses de idade, período em que a mãe biológica deixou a criança para tratar uma doença pulmonar e desapareceu, quando voltou para busca-lo, desistiu e o abandonou novamente. A religião adotada pela família é o Candomblé e o Espiritismo, porém o aluno ainda não desenvolveu a vontade de seguir as mesmas. Apresenta uma vida social ativa, com muitos encontros para almoços sociais com amigos da mãe e demonstra um ótimo relacionamento com filhos dos demais amigos da mãe. A criança tem bom relacionamento com a mãe, a irmã e com seu antigo padrasto. No momento atual, a mãe ficou desempregada e voltou para casa da mãe, para ajudar nas despesas, faz serviços de costureira para ajudar a família a sobreviver. 4- GESTAÇÃO/NASCIMENTO A gravidez não foi planejada e por ser considerada pela mãe biológica uma experiência desagradável, pois a mesma gostava muito de estar em festas com amigos e também fazia uso de drogas lícita e ilícitas, de acordo com a mãe adotiva. Não fez acompanhamento gestacional e raramente buscava acompanhar sua saúde em unidades clínicas. O parto foi cesáreo e ao nascer, o bebê precisou de oxigênio e ficou na incubadora, pois o mesmo nasceu com 7 meses (prematuro), pesando 2 kg. Demorou para chorar e precisou ficar internado na UTI. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA 5-ALIMENTAÇAO Ao sair da unidade hospitalar pública, a criança foi amamentada até os 11 meses de idade e após a mãe o deixar com a atual mãe adotiva para fazer procedimentos clínicos, a criança passou a ingerir mingau. Apresentou muita dificuldade para ingerir alimentos sólidos, devido gostar de comer alimentos triturados no liquidificador. Atualmente, consome qualquer tipo de alimento, não fazendo seleção de determinados alimentos, contudo, apresenta muita lentidão para terminar o consumo dos alimentos. 6-SAÚDE De acordo com a mãe, a criança tem sua vacinação completa e atualizada nas unidades de saúde pública. Já teve catapora, bronquite, pneumonia, infecções e febre alta constante, mas nunca fez ou necessitoufazer tratamento hospitalar. Teve otites com quatro e seis anos. Não faz uso de medicamento e nunca fez cirurgias. 7-DESENVOLVIMENTO A criança engatinhou e começou a andar com um ano e seis meses com a ajuda de sua irmã biológica que o incentivava segurando suas mãos. Sempre seguro e corajoso, desenvolveu sua coordenação motora grossa naturalmente e com facilidade. Atualmente é agitado. Começou a falar com um ano, sendo incentivado por sua irmã através da repetição de palavras no início. Apresentava bom desenvolvimento na fala. Consegue contar histórias com detalhes e com fala clara. Sua fala é comum, como as demais crianças com dificuldades não aparente. Ainda segundo a mãe, a criança consegue fazer suas atividades diárias (banho, almoço, etc.) de forma independente, sem a necessidade de supervisão da mãe. Dorme sozinho em um quarto com mais três pessoas. Dorme 9 horas por noite, sendo difícil acordar durante o sono, mas mexe-se e às vezes faz ruídos pela boca. Mamou no peito até os 2 meses, quando começou a alimentar-se por mamadeira e depois começou a ingerir alimentos triturados no liquidificador. Começou a mastigar com um ano e seis meses, mas se engasgava muito no início. Teve muita dificuldade para ingerir alimentos sólidos. Precisou de ajuda para se alimentar até os dois anos de idade. Atualmente come bem, porém lento. Quanto ao controle esfincteriano, retirou as fraudas com dois anos e seis meses, não apresentando dificuldades para se acostumar. Já demonstra curiosidades sexuais pelo gênero feminino e faz perguntas sobre sexualidade, por isso, a mãe o orienta sobre temas relacionados. Às vezes genioso, bravo e desorganizado, em certos momentos com temperamento forte. Quando age de forma desrespeitosa, a mãe relata que primeiro faz uso de conversas como forma de orientação, mas quando reincidente, impõe castigos diferenciados para cada situação, contudo, a criança age de forma mais agressiva. Tem acesso a televisão, ao qual entreter-se durante 4 horas por dia em desenhos animados de ação, gosta de jogos e revistas em quadrinho, mas não tem nenhum brinquedo pedagógico. Sua atividade preferida é futebol, mas pratica apenas na escola, durante a aula de Educação Física. Durante a brincadeira gosta de liderar e age de forma um pouca agressiva com outros colegas. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA 8-SOCIALIZAÇOES E PREFERENCIAS A criança não sai sem a família e tem facilidade para fazer amigos, tanto na escola quanto nas demais áreas próximas a sua casa, devido ser muito comunicativo. Às vezes inventa mentiras e tem medo de alguns animais. Gosta que leiam história de aventura e ação. Quer sempre participar de festas e passeios. Gosta de praticar atividades esportivas com colegas, principalmente futebol. O mesmo é afetuoso, cooperador, mas também resistente a regras. 9-VIDA ESCOLAR Começou a frequentar unidades de ensino (creche) com um ano e seis meses, pois sua mãe precisava trabalhar. A escolha da creche foi por indicação de outros conhecidos. Se adaptou tranquilamente as unidades de ensino, mas a mãe foi alertada de que a criança apresentava muitas dificuldades para conseguir desenvolver as habilidades necessárias para aquela idade. Houve problemas de relacionamentos com o antigo professor, devido à falta de acompanhamento do aluno, o que dificultou o processo de leitura e escrita, segundo a mãe. Não fica receoso quando há troca de professores e frequenta a escola diariamente pela manhã. Família participativa da vida escolar e considera a atual unidade de ensino muito boa para as crianças, porque há diálogo com os pais. A professora reclama de seu comportamento agitado e da falta de concentração e que o desenvolvimento da criança não está adequado para sua idade. Apresenta bom relacionamento e respeito com docentes da escola. A mãe acredita que o trabalho psicopedagógico realizado com seu filho será muito bom, porque irá ajudar a tanto a mãe, quanto a escola a desenvolverem o seu filho. FINALIZANDO A mãe diz que gosta da responsabilidade que o filho apresenta na hora de ajudar nas tarefas em casa, o bom relacionamento do filho com outras crianças e a inteligência para se expressar quando fala, mas fica triste e com raiva quando ele age com desobediência. Assinaturas: Informante (grau de parentesco): Mãe adotiva. Entrevistador (função): Data: 22/10/2018 PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA RELATO DESCRITIVO DA ANAMNESE RESPONDIDA POR:....................................................................................................... GRAU DE PARENTESCO:.....................................................DATA:......./........./............. OBSERVAÇÃO DA EQUIPE: Durante o período de coleta das informações sobre o aluno, a mãe adotiva nos atendeu prontamente quando solicitada, não colocando nenhuma dificuldade ou má vontade em nos atender para a entrevista. Ao transcorrer do diálogo com nossa equipe, a mesma se mostrou muito tranquila em responder as perguntas, mas em determinados momentos, observamos que ela apresentou está confusa sobre as informações que nos relatava e até entrar em contradição sobre a criança que já vive sobre os seus cuidados desde 1 ano e 7 meses de nascido. Podemos observar também que as respostas das perguntas eram diretas e objetivas, sem detalhes, o que dificultou o enriquecimento das informações. A criança acompanho-a ao espaço disponibilizado para a entrevista e mostrou está à vontade ao ambiente. Ao final da entrevista, a mesma ficou muito agradecida pelo trabalho com seu filho e relatou que espera ter outros contatos para receber informações que possam ajudar seu filho a melhorar na escola, pois a mesma diz que tenta ajuda-lo em casa com suas tarefas escolares, mas ele não consegue aprender e que já não aguenta mais receber reclamações sobre o comportamento do filho na escola. 1 PROF. ÂNGELA VIEIRA – MESTRA EM EDUCAÇÃO E PSICÓLOGA CRP 0687 EOCA -ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM NOME DO ALUNO: Andrey Gabriel Guedes da Silva IDADE:08 anos Um instrumento de uso simples que avalia em uma entrevista a aprendizagem. (BOSSA, 2007.p.46) Gostaria que você mostrasse o que sabe fazer, o que te ensinaram e o que aprendeu... Escolaridade do aluno: 3 ano. Alguma repetência? ( ) sim (x) não, Qual? ___________ Disciplina favorita? Matemática e Artes. Por quê? A mamãe me ensina. Desde quando? Não sei. Disciplina de que não gosta? Língua Portuguesa. Por quê? Eu não sei ler. Desde quando? Não sei, desde pequeno. Disciplina(s) indiferente(s) Língua Portuguesa Sempre foram essas? (x) sim ( ) não Por quê? É difícil. O que deseja fazer quando crescer? Quero ser policial. Por quê? Acho legal. Como foi sua entrada na escola atual? Bem. Teve outras? (x) sim ( ) não Como foi? Foi legal, gostava mais da outra escola. Você sabe por que está aqui comigo hoje? ( ) sim (x) não O que achou da ideia? Sim gostei. Você quer estar aqui ou veio porque sua mãe, o colégio ou o seu professor o obrigou? A professora pediu. Eles têm razão? (x) sim () não Se pudesse e tivesse que fazer algo para um aluno que se parecesse com você em sala de aula, o que aconselharia, a fazerem: Aos pais: Ajudar. Aos professores: Não sei. Você gosta de: Use este material, se precisar para mostrar-me o que você sabe a respeito do que sabe fazer, do que lhe ensinaram e o que aprendeu. Desenhe, escreva, faça alguma coisa que lhe venha à cabeça. ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO Marque as questões observadas Em relação à temática: (x) fala muito durante todo o tempo da sessão ( ) fala pouco durante todo o tempo da sessão 2 PROF. ÂNGELA VIEIRA – MESTRA EM EDUCAÇÃO E PSICÓLOGA CRP 0687 (x) verbaliza bem as palavras (x) expressa comfacilidade ( ) apresenta dificuldades para se expressar verbalmente (x) fala de suas ideias, vontades e desejos (x) mostra-se retraído para se expor (x) sua fala tem lógica e sequência de fatos ( ) parece viver num mundo de fantasias (x) tem consciência do que é real e do que é imaginário ( ) conversa com o terapeuta sem constrangimento Observação: _________________________________________ Em relação à dinâmica (consiste em tudo que o cliente faz) (x) o tom de voz é baixo ( ) o tom de voz é alto (x) sabe usar o tom de voz adequadamente (x) gesticula muito para falar (x) não consegue ficar assentado ( ) tem atenção e concentração (x) anda o tempo todo (x) muda de lugar e troca de materiais constantemente (x) pensa antes de criar ou montar algo ( ) apresenta baixa tolerância à frustração (x) diante de dificuldades desiste fácil ( ) tem persistência e paciência ( ) realiza as atividades com capricho (x) mostra-se desorganizado e descuidado ( ) possui hábitos de higiene e zelo com os materiais (x) sabe usar os materiais disponíveis, conhece a utilidade de cada um ( ) ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los (x) não guarda o material que usou () apresenta iniciativa (x) ocupa todo o espaço disponível ( ) possui boa postura corporal (x) deixa cair objetos que pega ( ) faz brincadeiras simbólicas (x) expressa sentimentos nas brincadeiras ( ) leitura adequada à escolaridade 3 PROF. ÂNGELA VIEIRA – MESTRA EM EDUCAÇÃO E PSICÓLOGA CRP 0687 ( ) interpretação de texto adequada à escolaridade faz cálculos (Simples) escrita adequada à escolar Observação: ______________________________ Em relação ao produto (é o que o sujeito deixa registrado no papel) (x) desenha e depois escreve ( ) escreve primeiro e depois desenha (x) apresenta os seus desenhos com forma e compreensão ( ) não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos e escrita ( ) se nega a descrever sua produção para o terapeuta (x) sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar (x) demonstra insatisfação com os seus feitos (x) sente-se capaz para executar o que foi proposto ( ) sente-se incapaz para executar o que foi proposto ( ) os desenhos estão no nível da idade do entrevistado (x) prefere matérias que lhe possibilite construir, montar criar’ ( ) fica preso no papel e lápis ( ) executa a atividade com tranquilidade ( ) demonstra agressividade de alguma forma em seus desenhos e suas criações ou no comportamento(Não) é criativo(a)Não Observação: Desenha de forma simples sem muitos detalhes, não faz uso de muitas cores. Conclusão: As atividades lúdicas são mais atrativas para o aluno, porém tem pouca concentração para as atividades que envolvem leitura e escrita. REFERÊCIA: WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica – Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 13 ed. Ver. E PRODUÇÃO TEXTUAL DA EOCA (DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS APÓS APLICAÇÃO.) Durante a aplicação da EOCA com o aluno Andrey Gabriel G. Silva, 08 anos, matriculado na Escola Municipal Adolpho Ducke, local onde cursa o 3° ano, o aluno não consegue acompanhar a turma e até o presente momento, não consegue ler. Observamos que o aluno não possui dificuldade em relação a sua oralidade, no entanto no que se refere a leitura e escrita, apresenta dificuldades. Segundo Polanczyk, Guilherme (2014, p.120) “os principais sintomas de uma criança com TDAH são: dificuldade em permanecer atentos a uma atividade que necessite de espera ou que seja muito extensa, falta de concentração e uma demasiada inquietude”. Durante a aplicação, escrevi a seguinte frase: “BOM DIA”. Pedi para que ele lesse, porém conseguiu ler apenas o “BO”. Então, propus ajudá-lo a juntar as sílabas e ler, 4 PROF. ÂNGELA VIEIRA – MESTRA EM EDUCAÇÃO E PSICÓLOGA CRP 0687 mesmo assim ele não conseguiu. A palavra “BOM” precisei ler, a palavra “DIA” ele conseguiu com bastante dificuldade. O aluno é bastante inquieto, se mexe bastante, gesticula com as mãos, olha bastante para os lados e levanta-se da cadeira. Pedi para que ele copiasse um texto escrito por mim. Observei que ele conseguiu escrever todo o pequeno texto, mas demorou bastante para finalizar. Durante o processo de escrita, observei uma leve irritação quando o aluno errava, balançava a cabeça de forma negativa e a respiração ficava mais profunda. O mesmo escreve com grafia legível e de forma cursiva. No decorrer da aplicação o aluno deu uma pausa nas respostas e começou a olhar para o teto e seu olhar ficou fixo por alguns segundos. No entanto, brinquei com ele falando sobre a camisa do time que ele estava vestindo por baixo da farda; ele sorriu falou que era torcedor do Flamengo e que o seu número era o 10, e então retomamos as perguntas. Em seu primeiro desenho, fez dois blocos de apartamentos. Perguntei a ele se morava em um; respondeu sorrindo que não, mas “- quando eu for policial eu vou morar em um, e um bem alto que eu veja a cidade lá de cima”. Já no seu segundo desenho, fez um campo de futebol. Me pediu uma régua para ficar tudo bem retinho. Fez um campo de grama e me relatou que gosta muito de jogar futebol e faz muitos gols. Pedi a ele que fizesse um ponto para mim no desenho me mostrando a posição que ele jogava, e o mesmo o fez. Depois, ele disse que havia errado o desenho, pois eram dois campos: um de grama e outro de areia. Me perguntou se eu sabia o que tinha lá além dos campos: eu disse que não sabia, e ele: “- adivinha?!”. Então falei: - brinquedos? Ele disse: - sim, muitos! Sugeri que ele fizesse o campo de areia em outra folha de papel, o aluno o fez, porém não quis desenhar os brinquedos. Perguntei: - você quer colorir? Ele disse que sim, porém percebi que ele usa poucas cores, não coloriu todo o desenho e suas artes não possuem riquezas de detalhes. Todavia, pedi a professora Amélia que me mostrasse o caderno de artes do aluno. Percebi que o mesmo também não coloria muito. Pedi para verificar os outros cadernos do Andrey, todos estavam rasgados, com poucas folhas e com tarefas sempre incompletas. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA TAREFA- CADERNO - 4 ( ) Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH./RESULTADO DA TESTAGEM. APRESENTAR RESULTADO DA TESTAGEM CONTENDO: 1-Teste Aplicado 2-Identificação do tipo de TDAH- apresentado pelo testando. 3-Estatística contendo soma dos itens e gráficos alusivos aos transtornos. (NOTA E PERCENTIL) 4-Apontar intervenções PSICOPEDAGOGICAS para o problema de TDAH encontrado: Para a escola. Para a família Para a Professora. De acordo com os resultados apresentados através de gráficos e estatística relacionada a identificação do tipo de TDAH com o aluno A.G.G.S de 08 anos, estudante do 3º Ano do Ens. Fundamental da Esc. Mul. Adolpho Ducke a partir de perguntas sobre o TDAH, o questionamento abordou conteúdos sobre: Déficit de Atenção, Hiperatividade/Impulsividade, Problemas de Aprendizagem e Comportamento Anti-Social. Foram apresentados dados estatísticos a partir de perguntas objetivas feitas ao aluno e familiar. Para conceituar o tipo de TDAH, foram abordadas a representação de dados a partir da construção de gráficos e tabela, análise e interpretação dos mesmos. Observou-se que o aluno apresentou fatores altos como Déficit de Atenção (96%), Hiperatividade (97%) e Comportamento Anti-Social (99%), com maior probabilidade de TDAH. Os resultados obtidos podem ser observados na Tabela 01. No gráfico 01, a partir do escore bruto, através das perguntas relacionadas ao aluno, pode-se confirmar os resultados conforme a tabela 01, em que o discente apresenta TDAH com Déficit de Atenção (80%). PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA Entretanto, quais as intervenções psicopedagógicaspara o problema encontrado, devem ser realizadas? É de suma importância o apoio e as intervenções para que o aluno que apresente TDAH possa obter sucesso na vida escolar. Muito se discorre sobre as dificuldades relacionadas ao TDAH: a criança é capaz de aprender? Será que toda desatenção pode ser diagnosticada como TDAH? Cabe ao psicopedagogo a intervenção, uma vez que crianças com tal diagnóstico necessitam de um tratamento voltado para uma aprendizagem satisfatória, uma vez que por alguma razão, encontram dificuldades no processo de ensino. A preocupação com as dificuldades envolvendo o processo de aprendizagem foi um marco inicial para o desenvolvimento da Psicopedagogia, tornando-se um elo importante para a compreensão dos processos pedagógicos. É preciso entender que os caminhos percorridos pelo discente, aliás todo ser humano tem seu próprio meio de alcançar a aprendizagem. Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (2013, p.1) ², o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno neurológico, de causas genéticas, que frequentemente acompanha o indivíduo por toda vida. O transtorno se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade e muitas vezes são chamadas de DDA, que quer dizer Distúrbio de Déficit de Atenção. (PEREIRA, 2009). De acordo com OLIVEIRA, autora do livro “Intervenção Psicopedagógica na Escola”, a intervenção requer que o profissional se posicione em relação as diferentes tendências por meio de análises críticas e reflexivas frente as demandas da escola. A escola deve oferecer respostas suscetíveis para adequarem condições aos alunos que tenham tal transtorno: Apresentar foco no aluno. O objetivo está relacionado com a relação ensinar-aprender, não sendo somente o foco no aluno com problemas de aprendizagem, mas também os mecanismos que interajam na construção deste processo, requerendo um planejamento onde será aplicado. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA Em relação ao processo de interação professor-aluno, a intervenção pode estar relacionada as mudanças de situação, modelos de alternativas que permitam a reflexão, problematização. A atenção e a função executiva são fundamentais na aprendizagem escolar, pois permitem o processamento da informação, a integração de informação selecionadas , os processos mnêmicos (estratégias de memorização e retrieval da informação armazenada na memória , na programação de respostas motoras e comportamentais). (MUSZKAT, 2012, p. 135). Muszkat (2012, p.135) nos diz que “Estudos sobre conhecimento e percepção dos professores a respeito do TDAH alertam para pouca informação referente ao mesmo e a necessidade maior comprometimentos dos professores com o diagnóstico, o manejo e o tratamento dessas crianças”. Existe uma necessidade de um cuidado especial em relação ao comportamento desses alunos no ambiente de aprendizagem, uma vez que os professores possuem papel importante para o processo de formação da auto estima e da auto imagem. Caso estes alunos sejam apontados como diferentes, poderão desenvolver uma imagem negativa de si mesmos, o que poderá contribuir para o mal desempenho em seu processo de ensino. A escola, por sua vez, tem que oferecer atividades apropriadas para desenvolver as capacidades dos alunos, além do cuidado com a família, pois é neste âmbito que o primeiro vínculo se desenvolve. Infelizmente, muitas das vezes as dificuldades de aprendizagem estão relacionadas aos problemas dentro da dinâmica familiar e infelizmente atrapalham nas intervenções. Entretanto, a família precisa estar envolvida no atendimento. A atenção psicopedagógica deve ir além do atender crianças com dificuldades para aprender, em suas condições físicas e mentais. Ela deve ultrapassar as singularidades e avançar sobre o contexto social, unindo educação e saúde, que juntas multiplicam informações e ações para a compreensão dos processos de ensinar e aprender (PEREIRA, 2009). Alunos com TDAH segundo Rodhe (2003 apud MUSKAT, 2012, p. 143), necessitam de uma estrutura bem definida, de uma sala de aula estruturada e com número pequeno de alunos, uma organização dinâmica e flexível, o aluno deve sentar-se próximo ao professor, no meio de colegas tranquilos, e as aulas devem ser rotineiras e claras, as regras devem ser claras e curtas e é necessário estabelecer consequências para o não cumprimento de tarefas. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA PRODUTO- CADERNO 5 O TDAH tem se mostrado um grande desafio para o nosso sistema educacional. Os professores estão sobrecarregados, sejam com turmas lotadas ou com um grande número de alunos com dificuldades e que geralmente não conseguem lidar com o assunto, podendo isto acontecer devido a inúmeros fatores. Quem convive com alguma criança ou adolescente com TDAH sabe que a agitação, a impulsividade e a desatenção (características do distúrbio) transformam o portador em um especialista em desobedecer às regras. Entretanto, as dificuldades encontradas pelos educadores em sala de aula não devem ser atribuídas à tradicional falta de limites ou à desobediência dos alunos. Estes alunos devem ser encaminhados para uma avaliação especializada para descartar qualquer suspeita de TDAH ou qualquer outro transtorno de aprendizagem. As crianças com TDAH são capazes de aprender, mas têm dificuldades em se sair bem na escola devido ao impacto que os sintomas têm sobre uma boa atuação. Não existe nada de pior para uma criança com TDAH do que a escola. Essa desatenção fica mais aflorada quando envolve um grupo maior de pessoas, dificultando assim que o aluno com esse transtorno consiga absorver os estímulos relevantes para executar as atividades em sala de aula. 1-RELATORIO FINAL Contendo: Resultados alcançados. Impacto para a Escola . Perspectivas Futuras Orientações para confecção de banners COPIA DO BANNER A SER APRESENTADO. Capa de CD. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA O TDAH é a condição crônica de saúde de maior prevalência em crianças em idade escolar, portanto se faz necessário que o Professor se qualifique para lidar com essas dificuldades apresentadas em sala de aula, a gestão da escola precisa tomar consciência que precisa buscar apoio para esse Professor, sendo através de capacitação, oficinas, seminários, sempre buscando novas estratégias para usar em sala com os alunos. Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (2011), o professor deve tentar responder as seguintes perguntas: Qual é a dificuldade mais importante do aluno portador de TDAH? O que mais atrapalha no desempenho escolar daquele aluno? Conseguindo responder essas perguntas, o professor poderá criar melhores condições para traçar as estratégias que aplicará em sala de aula. Assim que identificado as dificuldades dos alunos é hora de agir. O primeiro passo é uma parceria com os pais e vice-versa. A comunicação é um meio muito importante, sendo que os pais e professores devem mantê-la diariamente, por meio de caderno de recados, para que ambos saibam da rotina do aluno. Algo muito importante que ouvi no relato da Professora do aluno Andrey é que a mesma fala que quando sabe que vai receber uma criança com algum transtorno, ela trabalha a turma para acolher esse aluno. Explica que a turma precisa ajudá-la e consequentemente estarão ajudando o coleguinha. Ela também relatou que pede aos alunos para minimizar o barulho, evitar conversar paralelas... tudo para evitar que o aluno fique disperso. Usa a estratégia de colocar o aluno nas cadeiras da frente e sempre coloca ao lado e atrás, crianças calmas e mais aplicadas. Disse que o Professor deve saber a capacidade do aluno em manter atenção por um longo período de tempo. Os alunos diagnosticados com TDAH são muito inteligentese possuem um grande potencial quando recebem os recursos que possam desenvolvê-los; seja através de medicação, ensino personalizado e estratégias comportamentais. O educador deve seguir algumas instruções para que o aluno tenho êxito na escola. Sejam elas: PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA Quando der alguma instrução, peça ao aluno para repetir o que foi pedido, antes de começar a tarefa. Quando o aluno concluir a atividade, sempre dê retornos positivos (elogios, estrelinhas no caderno, uma forma de retribuir). Não criticar e apontar os erros. Utilizar metodologias diferenciadas em sala de aula (audiovisual). Etiquetar, sublinhar, colorir as partes mais importantes do texto, para que o aluno entenda o que deve ser feito. Explicar de maneira calma e devagar. Acreditar em uma educação inclusiva é uma forma de reavivar e reestruturar a esperança em aspectos positivos, disseminando um convívio social embasado em práticas humanistas, respeitosas, com o devido espaço à diversidade. A escola precisa se reescrever para fazer sentido para crianças que acessam qualquer conhecimento no universo digital e que estudam junto com outras (autistas, disléxicas, por exemplo) para as quais a relação com o conhecimento não se inscreve da mesma maneira. E é fundamental que todas elas possam viver sucessos. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA PRODUTO- CADERNO 6 Fundamentação teórica do tema abordado contendo: 1- Introdução-(Apresentação do tipo de TDAH identificado na pesquisa, a importância do tema e justificativa). 2-Desenvolvimento-(após identificação do tipo de transtorno listar as INTERVENÇÕES PSICOMOTORAS INDICADAS,contendo pelo menos 3 citações diretas e 3 indiretas. 3-Conclusão- comentar a pertinência de conhecer o tema abordado para a carreira do PSICOMOTRICISTA. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM UMA CRIANÇA COM TDAH DO TIPO DÉFICIT DE ATENÇÃO. 1. INTRODUÇÃO A relevância por esta pesquisa sucedeu-se pelo cuidado em conhecer as dificuldades de aprendizagem específicas, que acontecem durante a aprendizagem de uma criança na escola. Esta percepção, auxiliar o trabalho pedagógico de maneira direta e clara, buscando pleno êxito no desenvolvimento da criança, inserindo-a na sala de aula através de técnicas diferenciadas, proporcionando desenvolvimento cognitivo nas instituições de ensino regular. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma dificuldade de aprendizagem específica que é caracterizada pela disfunção neológica do córtex pré-frontal dorsolateral que é responsável pela atenção, contudo, está pesquisa tem valor significativo para contribuir em ações diferenciadas do professor mediante o aluno, possibilitando estratégias para que a criança supere dificuldades sociais, educacionais e emocionais. Portanto, buscamos compreender, por que é tão complexo o ensino de crianças com TDAH no período escolar? Sendo assim, compreende-se a necessidade de analisar através de uma pesquisa bibliográfica a relevância de metodologias que incluam crianças com TDAH. As questões norteadoras da pesquisa são: (I) Entender as concepções dos teóricos a respeito do tema. (II) Conhecer as dificuldades de aprendizagem das crianças com TDAH. (III) Fazer um levantamento das metodologias que possibilitem a aprendizagem de alunos com TDAH no ambiente escolar. A pesquisa a ser realizada neste trabalho pode ser classificada como bibliográfica e de campo. Isto porque fará uma revisão da literatura sobre o assunto em questão e da observação direta dentro da sala de aula do ensino regular com crianças que possuam comprovação do TDAH. A metodologia deste projeto faz-se a opção pelo método qualitativo, a mesma foi praticada por meio de uma observação direta e indireta. A pesquisa utiliza livros que fazem menção às dificuldades de discentes com TDAH, elencando metodologias para o processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para a interação entre professor e aluno, possibilitando um avanço na aprendizagem dos alunos. 2. DESENVOLVIMENTO O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma desordem neurobiológica que caracteriza o mau desenvolvimento da capacidade de atenção do indivíduo ocasionando dificuldade de aprender a controlar o comportamento, podendo ser associado à impulsividade ou hiperatividade. Esses sintomas revelam-se antes dos 7 anos de idade, assim, a escola e a família tem o papel de intervir nos sintomas do TDAH (PARKER, p. 8-9, 2003). No início do século XX estudos o classificaram como uma patologia cerebral. Durante a década de 1940, médicos nomeavam essa disfunção como uma lesão cerebral mínima, e em 1962 ela foi reconhecida como uma alteração patológica relacionada as disfunções de vias PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA nervosas. Em maio de 2013 foi desenvolvido o DSM 5, não a vendo alteração no diagnóstico infantil. É durante o período escolar que algumas crianças são diagnosticadas com TDAH, pois os sintomas a impedem que tenham uma condição favorável para aprender, Fitó (2012) “as manifestações próprias do TDAH estão presentes em maior ou menor grau em todas as crianças durante os primeiros anos de vida”. Crianças com até 4 anos de idades demostram ser inquietas e podem se irritar quando contrariadas e até apresentar uma desatenção em sala de aula, porém isso não significa que elas possuam TDAH, isso acaba dificultando um diagnóstico precoce. Crianças com TDAH não apresentam desenvolvimento esperado pelos professores por persistirem aos padrões inferiores à sua faixa etária, apresentando dificuldade de comportamento e aprendizagem, que são associados a falta de controle do sistema nervoso central. Nos últimos anos, alguns professores têm usado bastante e de forma incorreta o termo TDAH em crianças que apresentam grau de agitação mais elevada que outras da turma, para isso é necessário um diagnóstico médico onde apresentam evidências científicas que o funcionamento cerebral dessa criança não está desenvolvendo de forma coerente. Constantemente, os pais de crianças com TDAH incomodam-se ao ver metodologias comuns funcionando com outras crianças, mas ineficaz com seus filhos. As vezes alguns sentem-se culpados por ter transmitidos genes defeituosos aos seus filhos, contudo eles precisam compreender que não são os responsáveis pelo modo que os genes são transmitidos de uma geração a outra. Caso o pai ou mãe apresente o TDAH, será necessária uma avaliação- diagnóstico no filho, para assim ser averiguado se o mesmo também possui o TDAH e iniciar um tratamento eficaz para o seu desenvolvimento. O fracasso escolar de crianças com TDAH é determinado pela não constatação da patologia, sendo que um diagnóstico adequado possibilitará outras metodologias de desenvolver a cognição do discente. O professor é fundamental na detecção do aluno que possui características do TDAH, de acordo com Fitó (2013 p. 100) “é importante colocar-se no lugar da criança com TDAH. Devemos lembrar que não se trata de uma criança problemática, mas de uma criança com problemas”. É importante ainda que esse professor preste atenção no avanço da criança com TDAH durante o ano letivo desde o primeiro dia de aula. Crianças com TDAH sente-se inferior às outras em sala de aula, tendo em vista que ela constata que as outras crianças conseguem cumprir as atividades determinadas pelo professor e as mesmas acabam ficando a desejar nas tarefas. Por isso faz-se necessário o acompanhamento confinante. É possível elaborar estratégias para que o professor utilize em sala de aula facilitando o desenvolvimento de crianças com TDAH e visandodiminuir as dificuldades encontradas pelos mesmos, tais como: manter-se o discente próximo; colocar a cadeira do aluno longe de janelas; evitar comparações; estabelecer rotinas; orientar quais os objetivos a serem alcançados diariamente; revisar os conteúdos antes da aula; aproximar-se dele quando for explicar o assunto; pedir para sublinharem as palavras chaves e premiar com estrelas ou adesivos sempre que conseguir cumprir suas atividades com qualidade. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA As crianças com dificuldades de aprendizagem (D.A) como o TDAH não aprendem com metodologias utilizadas com ditos normais, mas eles também não podem ser excluídos em sala de aula como diz Brandão (2004, p.66): Os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos portadores de necessidades especiais, currículos, método, técnicas, recursos educativos e organização específicos, de forma que atendam às necessidades desses alunos, caracterizando, assim, uma organização específica da escola. Devem assegurar também a terminalidade específica para aqueles que não possuem condições para atingir o nível exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências; [...] Cabe também aos sistemas de ensino assegurar professores com especialização adequada em nível Médio, ou Superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. Contudo para que isso aconteça é preciso que o profissional da educação venha se adequar de maneira específica para que haja o melhor desenvolvimento psíquico, físico, afetivo e principalmente social com esses alunos que sofrem certa discriminação por parte dos próprios alunos e professores, dessa forma, todos que fazem parte da instituição escolar só tem a ganhar com essa inclusão nas classes de ensino regular. No Estado do Amazonas há a Resolução nº 155/2002, homologada em 03/12/2002, aprovada pelo Conselho Estadual de Educação do Amazonas (CEE/AM), onde “estabelece os critérios para o Sistema de Ensino do Estado do Amazonas e institui diretrizes para a educação especial”, que estabelece normas regulamentadoras para ofertar uma educação de qualidade, onde ampara todos os alunos que possuem Necessidades Educativas Especiais (NEE) Resolução que está baseada no Parecer do Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica nº 17/2001(CNE/ CEB). Na Resolução nº 02 de 11 de setembro de 2001 e nº 99/97 (CEE/AM), conforme determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 (LDBEN) nos seus Artigos 26, 27 e 32 onde declara que “os currículos devem ter uma base nacional comum, [...] e serem suplementados por uma parte diversificada exigida, inclusive, pelas características dos alunos” e no art. 58 salienta a obrigatoriedade da educação especial a ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, havendo quando necessário serviço de apoio especializado para a complementação do atendimento ao aluno da educação especial. Também no seu art. 59 é assegurado aos educados com necessidades educacionais especiais “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades” onde garante aos educandos com necessidades especiais uma formação em classes comuns das escolas da rede regular de ensino. No ano de 1994 com a declaração de Salamanca, o movimento da inclusão ganhou força total, pois, a proposta de educação inclusiva publicada por ela, veio reforçar ainda mais o direito de toda criança à educação, proclamado pela Declaração Universal dos direitos humanos. Onde encontramos em um trecho: O princípio fundamental desta linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham crianças de minorias linguística, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavoráveis ou marginalizadas (1994, p. 17- 18). Vimos até aqui que tivemos grandes conquistas em relação às leis que asseguram o direito de educação para todos. Contudo, para que isso ocorra de forma eficaz, faz-se necessário primeiro esclarecer o que realmente seja a inclusão. Deixar de lado a ideia de que pessoas com D.A. não aprendem como os “ditos normais” e oferecer um ensino igualitário de modo que todos possam desenvolver de forma plena. 3. A ESCOLA COMO COLABORADOR NAS PRÁXIS PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM TDAH. A escola é de tamanha importância para o processo de desenvolvimento de qualquer indivíduo. Aprender e ensinar é a constituição de dois processos que se desenvolve em qualquer instituição escolar. São nas escolas que a maioria das crianças, adolescentes e jovens aprendem uma diversidade de conhecimentos e competências que muitas das vezes não aprenderão em outros contextos fora do âmbito escolar. Diante de tal afirmação, qual a importância das escolas no processo de ensino-aprendizagem da criança que apresentam TDAH? Segundo SEABRA (2013), o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é quando o indivíduo apresenta dificuldades para concentrar-se por um tempo considerável de tempo, desviando-se de informações e estímulos principais. É um transtorno neuropsiquiátrico diagnosticado na infância, podendo persistir até a idade adulta em torno de 60 a 70% dos casos. Muitos autores afirmam que o TDAH e sua relação com as dificuldades de aprendizagem constituem a principal causa que muitas crianças em fase escolar a procurarem consulta neuropediatra. Braglia (2014), afirma que devido à hiperatividade o aluno torna-se barulhento, mexe- se o tempo todo, bate mãos e pés freneticamente, sai do lugar passeando pela sala, se apropria dos materiais dos colegas muitas vezes sem pedir. Ao não conter seus ímpetos tumultuam a sala de aula, seus colegas e professores. Peres (2014) ao analisar alunos com TDAH percebeu uma dificuldade de compreender as orientações das tarefas, a desordem ao interpretar as informações, isso compromete o desenvolvimento cognitivo do aluno. Assim ele perde a motivação diante das dificuldades prejudicando seu aprendizado, e o insucesso escolar acontece. É importante que em cada instituição de ensino tenha um psicopedagogo. Seu objeto de estudo é o processo de aprendizagem, de modo que desenvolva métodos para o sujeito que apresenta dificuldades na aprendizagem. A partir das observações apresentadas por crianças com TDAH, sugere então que as crianças sentem nas primeiras fileiras, façam atividades escolares com menor número de questões e com um tempo maior para sua conclusão. O professor deve explicar bem o conteúdo, valorizar as produções que este fizer, trabalhar com o lúdico, fazer elogios para elevar sua auto-estima e destacar as suas habilidades. Portanto PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA estimular os pensamentos positivamente desse aluno influi no estado emocional, facilitando estados de ânimo prazerosos (FUSTER e ROJAS, 2008), o que reforça mais uma vez o efeito positivo das afirmações e de condutas. Na escola, desenvolver atividades voltadas para o aluno com TDAH e que favoreçam as habilidades linguísticas, sendo estas consideradas as mais prejudicadas. De acordo com Pinheiro, Lourenceti e Santos (2010) consideram a linguagem da criança com TDAH um dos fatores mais prejudicados, por isso é importante desenvolver a consciência fonológica. Esta criança também pode apresentar dificuldades na escrita, além de dificuldades motoras finas. É indicado que o docente tenha cópias das atividades para que o discente não precise copiar da lousa, alémde jogos que facilitem o processo de aprendizagem. Outro papel fundamental é “ver” o aluno, seu conhecimento de mundo, o que traz consigo, como se comporta, pelo que se interessa, pelo que pode fazer ou não e não somente suas limitações e dificuldades, fazem com que a criança crie confiança e segurança no professor. Quando se cria um espaço emocionalmente positivo, a interação entre os sujeitos envolvidos acontece e promove a aprendizagem. A educação ocorre em todas as esferas, o professor é o sujeito fundamental no êxito ou fracasso do aluno; ele é quem vai interagir com o aluno, estimulando ou não suas funções cognitivas. É ele que vai ter um olhar mais direcionado para seus alunos. ¨É na escola que as crianças têm mais oportunidades de promover seu desenvolvimento e crescimento integral (cognitivo, psicológico, social, intelectual e físico), considerando que, em média, se passam mais de um terço de suas vidas na escola.¨ (PERES,2014, p.59). Mesmo com todos os critérios e mediações, o aluno ainda pode apresentar problemas de esquecimento, emocionais, sociais, desorganização, dificuldades em suas relações e afinidades, mas a partir disso, o profissional de saúde deve realizar o acompanhamento, além do papel da família. A educação necessita de um trabalho em equipe para encontrarem as melhores estratégias para avaliar um aluno com TDAH. Rotta, Ohlweiler e Riesco (2007), ressaltam a importância de construir um programa de estratégias que possua três componentes: instruções acadêmicas, intervenções comportamentais e modificações na sala de aula. Tem que haver organização da aula, situar os alunos no assunto a ser estudado, instruir claramente, dividir tempo para o desenvolvimento de atividades, poder dar atenção diferenciada sempre que for necessário, realizar a repetição quantas vezes for importante, corrigir as atividades realizadas individualmente para não desmotivá-los ou constrangê-los com seus erros. Organizar a sala em duplas também pode ser considerada outra estratégia, assim os colegas se ajudam mutualmente. Repetir em voz alta todos os passos com instruções, sendo estas claras e de fácil interpretação. É necessário que os alunos repitam os comandos também. Alunos com TDAH possuem um comportamento muitas das vezes inadequados, portanto Gladys Troconis (2008) nos sugere algumas estratégias para contornar esse comportamento: • Combinar normas claras com todos os alunos, e espalhar nas paredes da sala cartazes com essas normas para serem lembradas sempre. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA • Prevenir os alunos quando acontecem mudanças na rotina de trabalho. • As modificações em sala são necessárias para evitar as distrações, deixe-o sentado na primeira fila longe da janela e da porta sempre perto do professor, sobre a carteira só o material que será usado naquele momento. A sala deve ser um ambiente calmo, tranquilo e sem barulho. • Separe o aluno de outros colegas que estimulem e provoquem comportamentos inadequados. • Nomear esse aluno como auxiliar é um bom caminho, aumenta a autoestima, emoções positivas favorecem a aprendizagem. Para aumentar a concentração, fazer os alunos criarem esquemas, mapas conceituais, quadros, resumos com pontos principais, gráficos, desenhos, entre outros recursos. Outra metodologia seria levar os alunos para fora do ambiente escolar é muito indicado, os cinemas, praças, passear no entorno da escola, faz com que mude o ambiente e se torne mais empolgante o conteúdo. 4. AS AÇÕES DA FAMÍLIA O ambiente familiar, bem como suas relações com o aprendizado escolar revelam o quão é importante a participação da família nesse processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças. A legislação estabelece que a família deve desempenhar papel educacional e não incumbir apenas à escola a função de educar, transferindo assim sua parcela de responsabilidade nesse processo, no qual está previsto na constituição. O artigo 205 da Constituição Federal afirma “A educação direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1988) Sendo assim, pode-se afirmar que a família é fundamental na formação cultural e social de qualquer indivíduo visto que, todos fazem parte da mais antiga instituição que é a FAMÍLIA. Porém, ao tratarmos da família em sua relação com a escola faz-se necessário um estudo sobre o panorama familiar atual, não esquecendo que a família através dos tempos vem passando por um profundo processo de transformação. O século XX foi cenário de grandes transformações na estrutura da família. Ainda hoje, porém, observamos algumas marcas deixadas pelas suas origens. Da família romana, por exemplo, temos a autoridade do chefe da família, onde a submissão da esposa e dos filhos ao pai confere ao homem o papel de chefe. Da família medieval perpetua-se o caráter sacramental do casamento originado no século XVI. Da cultura portuguesa, temos a solidariedade, o sentimento de sensível ligação afetiva, abnegação e desprendimento. (RIGONATTI, 2003) Desta forma, percebe-se que, tendo em vista todas as mudanças ocorridas na família ao longo da história em função de diversos fatores, entre eles a emancipação feminina, ou seja, o papel das escolas foram ampliados para dar conta das novas demandas da família e da PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA sociedade. Negar fatos notórios como estes é estar refletindo sobre algo que está totalmente fora da nossa realidade. Hoje as famílias podem ser compostas apenas por mãe e os filhos ou vice e versa, no entanto, surgem novas composições familiares, ou seja, famílias constituídas de diversos modos, desde as mais simples, outras formadas por casais vindos de outros relacionamentos, além de famílias compostas por homossexuais, por avós e netos etc. Ao comentar as mudanças ocorridas na estrutura familiar, ROMANELLI (2005, p.77) diz: “Uma das transformações mais significativas na vida doméstica e que redunda em mudanças na dinâmica é a crescente participação do sexo feminino na força de trabalho, em consequência das dificuldades enfrentadas pelas famílias”. Cabe aqui ressaltar que a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), em seu artigo 5º, caput e inciso I, declara a igualdade entre o homem e a mulher; no artigo 226, parágrafos 3º e 4º reconhecem na família a relação proveniente da união estável e da monoparentalidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes e, ainda no artigo 227, parágrafo 5º, as relações ligadas pela afinidade e pela adoção. O código civil brasileiro, em vigor desde 11 de janeiro de 2003, considera qualquer união estável entre pessoas que se gostam e se respeitam, ampliando assim o conceito de família e ainda segundo GENOFRE, 1997: “[...] o traço dominante da evolução da família é sua tendência a se tornar um grupo cada vez menos organizado e hierarquizado e que cada vez mais se funda na afeição mútua”. Como já foi dito, as mudanças sócio-políticas-econômicas das últimas décadas vêm influenciando na dinâmica e na estrutura familiar, acarretando mudanças em seu padrão tradicional de organização. Diante disso, não se pode falar em família, mas sim de famílias, devido à diversidade de relações existentes em nossa sociedade. Apesar dos diferentes arranjos familiares que se sucederam e conviveram simultaneamente ao longo da história, as famílias ainda se constituem com a mesma finalidade: preservar a união monogâmica baseada em princípios éticos, pois o respeito ao outro é uma condição indispensável. Por outro lado, mudanças são consideradas sempre bem- vindas, principalmente quando surgem para fortalecer ainda mais a instituição familiar, independentementeda forma como está constituída. A família se modifica através da história, mas continua sendo um sistema de vínculos afetivos onde se dá todo o processo de humanização do indivíduo. Esse vínculo afetivo parece contribuir de forma positiva para o bom desempenho escolar da criança. “... a família também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros educadores e as atitudes destes frente às emergências de autoria, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos.” (FERNANDES, 2001, p.42). Portanto, é indispensável que a família esteja em harmonia com a instituição escolar, uma vez que uma relação harmoniosa só pode enriquecer e facilitar o desempenho educacional das crianças. Quando a família e a escola trabalham juntas com a criança com TDAH, elas auxiliam no seu tratamento, na sua socialização, não se esquecendo, porém, de que impor limites é necessário, pois essa criança vive numa sociedade cheia de regras e não se deve prevalecer PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA dessa patologia para agredir, para complicar a vida dos outros, visto que, hoje em dia, com o avanço das pesquisas sobre a hiperatividade, o tratamento ameniza bastante os sintomas, proporcionando à criança com TDAH uma vida mais tranquila. Mas o tratamento só é eficaz quando há essa parceria, pais e escola juntos auxiliando a criança a superar sua dificuldade de aprendizagem. É o que afirma Weiss (2001, p. 26), “Aprendizagem é um processo de construção que se dá na interação permanente do sujeito com o meio que o cerca, meio esse expresso inicialmente pela família, depois pelo acréscimo da escola ambos permeados pela sociedade em que estão”. Escola e família trabalhando em cooperação aumentam a probabilidade da criança ter uma experiência de vida escolar bem-sucedida. A criança com TDAH possui dificuldades as quais os pais e a escola precisam trabalhar unidos para que esse aluno possa alcançar sucesso. Podemos compreender isso quando Cavalcante afirma que “A colaboração entre pais e escola melhora o ambiente escolar e transforma a experiência educacional dos alunos numa vivência mais significativa”. (CAVALCANTE, 1998, p. 155). É importante existir uma comunicação dos pais com a coordenação da escola para entender como a instituição lida com alunos com TDAH, e se os professores contam com orientações específicas para auxiliar o processo de aprendizagem de crianças que possuam déficit de atenção e hiperatividade. Eles devem conhecer toda a proposta pedagógica que a escola oferece, para que possam saber como seu filho com TDAH será avaliado. Quando a criança recebe um apoio, ela consegue desenvolver suas atividades, mesmo tendo suas limitações. Segundo Cunha (2007) a comunicação frequente entre a escola e a família é um fator importante para garantir esse relacionamento, para que tanto professores como pais possam trocar experiências relevantes para as horas difíceis. Saber o que está se passando durante o tempo que a criança está no outro ambiente ajuda a compor o quadro real da situação, e esse confiar no outro é que realmente estabelece a parceria. Uma das grandes dificuldades no processo ensino-aprendizagem enfrentadas pelas escolas atualmente se refere ao TDAH, transtorno neurobiológico com forte influência genética. De acordo com Goldstein (2006), o TDAH é, com frequência, apresentado, erroneamente, como um tipo específico de problema de aprendizagem. Ao contrário, sabe-se que as crianças com TDAH são capazes de aprender, mas têm dificuldades em se sair bem na escola devido ao impacto que os sintomas desse transtorno têm sobre uma boa atuação. Porém, por outro lado, uma parcela dessas crianças também apresenta um problema de aprendizagem, o que complica ainda mais a identificação correta e o tratamento adequado. Verificamos que, quando há o afeto da família, vivendo em um lar harmonioso no qual a criança se sente segura e amparada, aliado a uma educação de qualidade em que sejam garantidos os direitos do aluno com necessidades educacionais especiais, essa criança se desenvolve com mais facilidade e dignidade. A escola deve oferecer a essa criança um atendimento educacional especializado. É importante o trabalho conjunto da escola com a família, pois as duas são as peças principais PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA para o desenvolvimento da criança com TDAH. É o amparo e a segurança da família aliados ao atendimento educacional especializado da escola. Com isso, conclui-se que a parceria família e escola é essencial, mas, para que isso aconteça, os profissionais da educação precisam de formação adequada que contemple a inclusão em sala de aula. Precisam conhecer o TDAH e suas particularidades, para que possam realizar uma intervenção adequada em parceria com os pais. É necessário também um interesse e comprometimento do professor na procura de uma formação continuada. 5. CONCLUSÃO Esta pesquisa transcendeu com o objetivo amplo de conhecer o que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), relatando as consequências ocasionadas pela patologia no âmbito escolar e familiar. Os estudos relacionados ao tema da pesquisa não são tão recentes, o que mostra o quanto os pesquisadores têm buscado conhecer e explicar o que é o TDAH, sendo esta é comprovada pelos cientistas como uma lesão cerebral que incapacita a criança de desenvolver-se normalmente. Portanto, é preciso que ocorram condições adequadas para que essas crianças com TDAH tenham uma educação eficiente, necessitando de professores capacitados para desenvolver suas atividades, gerando um processo de ensino-aprendizagem, sem ignorar o potencial de seu aluno. Para isso ocorrer, existem leis que amparam essas crianças com Dificuldade de Aprendizagem e inserindo-as nas instituições de ensino regular. Elencamos também algumas estratégias que possibilitarão auxiliar o professor na sala de aula melhorando o desenvolvimento do discente. Contudo, essas estratégias precisarão ser substituídas por outras ao decorrer do ano letivo, assegurando que o aluno sempre esteja estimulado com novas metodologias nas aulas do professor. PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA 6. REFERÊNCIAS AMAZONAS. Resolução n. 155/02 CEE/AM. Estabelece normas para a oferta da Educação Especial no Sistema de Ensino do Estado do Amazonas. Diário Oficial do Amazonas, Manaus, AM, 3 dez. 2002. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatísticos de transtornos mentais: DSM-5; Tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento et al . 5.ed. Porto Alegre. Artmed, 2014. BRANDÃO, Carlos da Fonseca. Estrutura e funcionamento do ensino. São Paulo: Avercamp, 2004. BRAGLIA, HELOISA H. As Dificuldades de Aprendizagem e suas causas. 16F; Artigo (Especialização em Neuropsicopedagogia) – Uniasselvi. Curitiba, Pr. 2014. BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994. BRASIL. 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PSICOPEDAGOGIA ORIENTADORA MESTRA ÂNGELA VIEIRA
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