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Psicanálise: Origens e Conceitos

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A psicanálise surgiu dentro das tradições da medicina e da psiquiatria a partir de tentativas de 
tratamento de pessoas rotuladas pela sociedade como dentes mentais, sendo que sempre se 
diferenciou das demais abordagens psicológicas. 
O seu objeto de estudo é a psicopatologia – ou comportamento anormal –, e experimenta 
como principal método a observação clínica, e não a experimentação controlada de 
laboratório. Além disso, trata sobre o inconsciente, tópico pouco citado por outros sistemas de 
pensamento. 
As principais fontes de influência da psicanálise foram: especulações filosóficas a respeito do 
fenômeno psicológico inconsciente; as primeiras ideias sobre a psicopatologia e a teoria 
da evolução. 
O alemão o Gottfried Wilhelm Leibniz desenvolveu uma ideia denominada Monadologia, em 
que as mônadas (entidades psíquicas similares às percepções) eram, além de átomos físicos, 
elementos individuais de toda a realidade. Ou seja, cada mônada era uma entidade psíquica 
não estendida que, mesmo sendo de natureza mental, continha algumas propriedades de 
matéria física. A união de mônadas criava uma extensão. 
Leibniz acreditava que os fatos mentais (a atividade das mônadas) possuíam graus 
diferentes de consciência, variando do inconsciente para o consciente. Os graus de 
consciência inferiores eram denominados petites perceptions (percepções minúsculas); a 
realização consciente dessas percepções era denominada apercepção. 
• Por exemplo, o som das ondas quebrando na praia é uma apercepção composta de gotas 
individuais de água (as percepções minúsculas). Conscientemente, não se percebe cada 
gota d’água individual; no entanto, quando gotículas se juntam em urna quantidade 
suficiente, produz-se a apercepção. 
Johann Friedrich Herbart aprimorou a noção de Leibniz sobre o inconsciente, transformando-
a no conceito limiar de consciência. Ele considerava inconscientes as ideias no nível abaixo 
do limiar proposto. Quando ela surge no nível consciente do conhecimento, é apercebida. 
Porém, para que a ideia apareça no consciente, ela deve ser compatível com as já 
existentes na consciência. As incompatíveis não podem coexistir na consciência, e as 
irrelevantes são expulsas da consciência e tornam-se ideias inibidas. 
Fechner também estudava o inconsciente e fez uma analogia entre a mente e o iceberg que 
dizia que grande parte da mente fica escondida debaixo da superfície e é influenciada por 
forças não observáveis. Ele foi uma grande inspiração para Freud. 
Freud reconhecia que não foi a primeira pessoa a pensar no inconsciente, mas alegava ser o 
descobridor da forma científica para o estudo desse tema. 
Para um novo movimento ganhar destaque é necessário haver algum objeto de contestação. 
No caso de Freud, esse objeto está dentro do tratamento dos distúrbios mentais. 
O reconhecimento das doenças mentais ocorreu ainda na Babilônia, onde acreditavam na 
possessão demoníaca como a causa dessas patologias. Sendo assim, a “forma de tratamento” 
dessa época era uma combinação de magia e orações. Já os filósofos como Sócrates, Platão e 
Aristóteles afirmavam que os distúrbios mentais eram resultantes de processos de pensamento 
desordenados, os quais seriam tratados por meio da persuasão. Com o estabelecimento do 
cristianismo, a causa voltou a ser atribuída a espíritos demoníacos. Por volta do século XVIII, a 
doença mental passou a ser vista como um comportamento irracional e seus portadores eram 
mantidos em instituições semelhantes a prisões, sem receber nenhum tipo de tratamento. 
Juan Luis Vive, estudioso espanhol, foi um dos primeiros a exigir tratamento mais sensível e 
humano para portadores de doenças mentais. Porém, suas ideias demoraram a sair da Espanha. 
O médico Philippe Pinei considerava a doença mental um fenômeno natural, passível de 
tratamento por meio de métodos da ciência natural. Ele tirou as correntes dos pacientes, 
tratando-os com decência e ouvindo pacientemente suas queixas. Devido ao seu trabalho, o 
número de pacientes graves curados cresceu bastante. 
No fim do século XIX, muitos manicômios criados para tratar pacientes com doenças mentais 
tinham sido criados nos EUA, pois o conhecimento de Pinei se difundiu pelo mundo. 
O primeiro psiquiatra a abrir uma clínica formal inteiramente dedicada ao tratamento de distúrbios 
emocionais nos EUA foi Benjamín Rush. 
 
Ele afirmava que tudo no universo “inclusive a mente e a moralidade humana, podia ser 
explicado com base nas leis da física e inserido na estrutura racional e científica”. Por 
exemplo, Rush acreditava que o excesso ou a falta de sangue eram a causa de alguns 
comportamentos irracionais que poderiam ser corrigidos injetando mais sangue no paciente. 
Rush acreditava que os pacientes estavam doentes e não possuídos pelo demônio. Mas o 
tratamento em manicômios era terrível. 
Durante o século XIX, os psiquiatras dividiam-se entre duas visões: a somática (dizia que o 
comportamento anormal tinha causas físicas, como uma lesão cerebral) e a psíquica (baseava-
se nas causas psicológicas e emocionais para explicar o comportamento anormal). No geral, a 
visão somática predominava, pois era sustentada nas ideias de Kant, que ridicularizava a 
noção de que a doença mental fosse resultante de problemas emocionais. 
A psicanálise desenvolveu-se como uma revolta contra a orientação somática. Com os 
avanços no tratamento das doenças mentais, alguns cientistas se convenciam de que os fatores 
emocionais tinham maior importância que as lesões cerebrais ou outras causas físicas. 
foi um movimento realizado nos EUA que comprovou a 
eficácia da psicoterapia. Com enfoque nos benefícios proporcionados pela terapia da palavra, 
os promotores do movimento conscientizavam o público e a comunidade médica sobre a 
importância dos fatores psicológicos como prováveis causas da doença mental. 
Entretanto, por trás dessas ideias havia interesses da igreja. Assim, alguns psicólogos clínicos 
não concordavam com a atuação de religiosos como psicoterapeutas. 
O interesse na hipnose também impulsionou o enfoque crescente nas causas psíquicas do 
distúrbio mental. Sua aplicação no tratamento de distúrbios emocionais teve origem numa forma 
chamada “magnetismo animal”, conceito introduzido pelo médico Franz Anton Mesmer que 
ficou conhecido como “Pai da Hipnose”. Entretanto, suas práticas eram muito esquisitas e ele 
foi investigado, o que fez com que fugisse para a Suíça. 
Na Inglaterra o mesmerismo recebeu novo nome e ganhou maior credibilidade quando o médico 
James Braid chamou o estado de transe de neuro-hipnologia, expressão da qual, por fim, 
derivou-se o termo hipnose. Entretanto, foi com o médico Jean Martin Charcot que a hipnose 
teve maior reconhecimento profissional, com sua contribuição mais importante: a descrição em 
terminologia médica dos sintomas da histeria e do uso da hipnose. 
 
Com a hipnose os médicos começaram a pensar na cura dos distúrbios emocionais por meio de 
tratamento da mente e não do corpo. 
Catarse é um processo de redução ou eliminação de um complexo, transferindo-o para o 
consciente e, assim, permitindo a sua expressão. É uma forma de 
tratamento das dificuldades emocionais que faz o paciente 
relembrar e descrever os conflitos inconscientes. Esse conceito 
já era conhecido antes de Freud. 
Muitas das ideias de Freud a respeito da simbologia dos sonhos tinham sido antecipadas 
na filosofia e fisiologia, embora ele afirmasse ser o único cientista a demonstrar interesse 
pelos sonhos – até mesmo Wilhelm Wundt e os psicofisiologistas estavam conduzindo 
pesquisas sobre sonho, a respeito de como os estímulos externos conseguiam invadir a 
consciência durante o sono. 
O próprio Freud reconhecia seus precursores, chegando a dizer que a psicanálise “não caiu 
pronta do céu. O ponto de partida dele está nas ideias antigas, desenvolvidas posteriormente; a 
psicanálise surgiu de sugestões anteriores,que foram aperfeiçoadas”. 
Freud passou a maior parte da sua vida em Viana. Seu pai era muito severo, o que despertava 
medo e amor ao mesmo tempo nele. Já a sua mãe era protetora e carinhosa, e com ela, Freud 
tinha uma ligação de paixão. Esse medo do pai e atração sexual pela mãe foi o que ele 
chamou de Complexo de Édipo. Grande parte da sua teoria foi resultante de suas experiências 
e recordações da infância. 
Ele era o filho preferido de sua mãe, e era visto com um gênio, tendo um quarto só para ele – no 
meio de sete irmãos –, onde era seu local de estudo. Freud concluiu o ensino médio com 17 
anos e resolveu fazer medicina, mas não pela prática médica, e sim para guiar-se na carreira da 
pesquisa científica. 
Durante anos, ele realizou experiências com cocaína (que não era proibida na época) e acreditou 
que havia descoberto a droga milagrosa que curaria todas as doenças, o que não se concretizou. 
Porém, um de seus colegas médicos, Carl Koller, ouviu uma conversa de Freud sobre a cocaína 
e descobriu a possibilidade de seu uso como anestésico ocular, facilitando os procedimentos 
cirúrgicos. Ou seja, ele alcançou a fama que Freud almejava. 
Freud não foi o primeiro a 
discutir o papel do sexo no 
comportamento humano, 
nem a catarse e os sonhos. 
 
Anna O. era uma mulher histérica, que sofria de sintomas como paralisia e perda de memória, 
sendo que os primeiros apareceram quando ela cuidava do pai, que sempre a mimara e estava 
morrendo. Dizem que ela nutria por ele uma espécie de paixão. Ela foi estudada pelo médico 
Josef Breuer que ajudou Freud. 
Breuer começou o tratamento de Anna usando a hipnose. Ele pensava que, enquanto 
estivesse hipnotizada, ela se lembraria de experiências específicas que pudessem ter 
originado alguns dos sintomas. Ao falar sobre as experiências durante a hipnose, 
frequentemente ela se sentia aliviada dos sintomas. Conforme prosseguiam as sessões, Breuer 
percebia que os incidentes de que Anna se lembrava estavam relacionados com 
pensamentos ou eventos que ela repudiava. Revivendo as experiências perturbadoras 
durante a sessão de hipnose, os sintomas eram reduzidos ou eliminados. 
Com o tempo, Anna O. e o médico ficaram muito próximos, pois ela exibia transferência positiva 
para Breuer devido a semelhança física entre o seu pai e o doutor. Assim, Breuer parou de 
atendê-la e ela foi internada e passava horas diante da foto do pai, dizendo que ia visitar o seu 
túmulo. Ela teve alucinações e convulsões, neuralgia facial e dificuldades na fala. 
• Transferência é um processo pelo qual um paciente responde ao terapeuta como se 
ele fosse uma pessoa importante (como o pai ou a mãe) em sua vida. 
Depois ela conseguiu se recuperar e seu caso foi importante para o desenvolvimento da 
psicanálise por ter apresentado a Freud o método catártico, a chamada cura por meio da 
conversa. 
Freud conheceu Charcot, que trabalhava com hipnose para a cura da histeria e que chamou 
atenção de Freud para o papel do sexo no comportamento histérico, dizendo que as 
dificuldades de determinado paciente teriam fundo sexual. 
Freud adotou os métodos hipnóticos e catárticos para tratar seus pacientes, mas não estava 
satisfeito com a hipnose e abandonou-a, pois, mesmo que a técnica se mostrasse eficaz no 
alívio ou na eliminação de alguns sintomas, raramente proporcionava a cura prolongada. Mas 
ele continuou usado a catarse e elaborou a técnica de livre associação. 
A livre associação corresponde a um método psicoterapêutico em que o paciente diz o que 
vem à mente, com o objetivo de trazer a mente consciente as memórias ou pensamentos 
 
reprimidos, supostamente causadores do comportamento anormal do paciente, pois Freud 
acreditava não haver nada de aleatório nas ideias que invadiam a mente do indivíduo, 
reveladas durante as sessões de livre associação. As experiências assim resgatadas seriam 
predeterminadas e não deveriam ser censuradas pela escolha consciente do paciente. 
Empregando a livre associação, ele descobriu que as lembranças de seus pacientes 
remetiam à infância, e que muitas das experiências reprimidas das quais se lembravam 
estavam relacionadas a questões sexuais. 
Percebendo os fatores sociais como prováveis causas do estresse emocional, Freud começou 
a prestar mais atenção no conteúdo sexual revelado nas narrativas dos seus pacientes. 
Assim, ele afirmou que “as principais e mais imediatas causas, para fins práticos, do distúrbio 
neurótico estão nos fatores oriundos da vida sexual”. 
Breuer discutia com Freud sobre sua tamanha convicção de que exclusivamente o sexo teria 
influência no comportamento neurótico, pois para ele, havia alguma outra explicação além 
dessa – mesmo que essa fosse importante. 
Ele dizia que Freud não tinha provas suficientes para chegar a tal conclusão, porém Freud 
acreditava estar correto e não via necessidade de coletar mais informações para sustentar 
seu ponto de vista. 
Como Freud não tinha dúvidas sobre o papel do sexo na neurose, acreditava que as condições 
neuróticas não ocorriam com pessoas de vida sexual normal. 
Em um trabalho, Freud relatou que, usando informações extraídas da livre associação, os 
pacientes revelaram ter sido seduzidos na infância, e o sedutor normalmente era um parente 
mais velho. Mais tarde, ele assegurou serem esses traumas de sedução a causa do 
comportamento neurótico do adulto. 
Cerca de um ano depois, Freud mudou de opinião e passou a afirmar que, na maioria dos 
casos, as experiências de sedução infantil descritas pelos pacientes eram irreais – não 
haviam, efetivamente, ocorrido. Em princípio, Freud ficou chocado ao tomar consciência de que 
os pacientes relatavam fantasias e não fatos, já que sua teoria sobre a neurose estava totalmente 
baseada na crença dos traumas adquiridos de experiências sexuais da infância como 
responsáveis pelo comportamento irracional na vida adulta. No entanto, após refletir muito, Freud 
 
chegou à conclusão de que, para os pacientes, suas fantasias eram praticamente reais. 
Como envolviam sexo, o fator sexual continuava a ser a raiz do problema. 
Freud percebeu que os sonhos dos pacientes podiam ser uma rica fonte de material 
emocional significativo, além de conter pistas para as causas subjacentes de um distúrbio. Ele 
acreditava na existência de uma causa para tudo, então não desconsiderava a existência de 
um significado para os sonhos. Muito provavelmente, eram resultantes de algum fato da mente 
inconsciente. 
A análise do sonho é uma técnica psicoterápica que envolve a interpretação dos sonhos 
para revelar os conflitos inconscientes. 
Freud autoanalisou seus sonhos e foi esse ato que foi a base de grande parte da sua teoria. Ele 
dizia ser o seu mais importante paciente. Ele se baseou muito nas suas experiências da 
infância também, o que o fez desenvolver a teoria do Complexo de Édipo. 
Ele acreditava que os sonhos eram representações da satisfação dissimulada dos desejos 
reprimidos. A essência de um sonho seria a concretização dos desejos do indivíduo. 
Atos falhos são atos de esquecimentos ou lapsos de fala que refletem motivos 
inconscientes ou ansiedade. 
Freud sugeriu que, no comportamento cotidiano, as ideias inconscientes em busca de expressão 
afetam nossos pensamentos e nossas ações. O que parece ser apenas um ato falho ou um ato 
de esquecimento é, em geral, reflexo de motivos não reconhecidos, porém, reais. 
Freud sentia que o método de livre associação nem sempre funcionava, de fato, livremente. 
Cedo ou tarde, os pacientes chegavam a um ponto das recordações que se sentiam 
incapacitados ou indispostos para continuar. Ele pensava que essas resistências indicavam 
que os pacientes teriam trazido à tona lembranças vergonhosas demais para encarar 
conscientemente. Desse modo, a resistência seria uma espécie de proteção contra a angústia 
emocional de ter de enfrentar essas memórias. 
• Resistência: bloqueioou recusa em revelar lembranças dolorosas durante uma sessão 
de livre associação. 
 
• Repressão: processo de barrar ideias inaceitáveis, memórias ou desejos do consciente, 
deixando-os operar livremente no inconsciente. 
Freud dizia que as ideias ou impulsos desagradáveis não eram apenas expulsos da 
consciência, como também forçados a permanecer fora. 
• O terapeuta deve ajudar o paciente a trazer esse material reprimido para o 
consciente, a fim de enfrentá-lo e aprender a lidar com ele. 
Freud admitia que a eficácia do tratamento de pacientes neuróticos dependia do 
desenvolvimento de uma relação pessoal e íntima entre paciente e terapeuta. Para ele, a 
transferência constituía uma parte necessária do processo terapêutico. Uma das metas da 
terapia seria afastar a dependência praticamente infantil do paciente em relação ao 
terapeuta e ajudá-lo a assumir um papel mais adulto na condução da própria vida. 
 
Ele pouco se preocupava com a cura dos pacientes, mas sua preocupação era voltada para a 
explicação da dinâmica do comportamento humano. Identificava-se mais como cientista 
do que como terapeuta, e considerava os métodos de livre associação e de análise dos sonhos 
simples instrumentos de coleta de dados para os estudos de caso. 
são a força motivadora da personalidade, o incentivo biológico da energia mental – é 
como o impulso inato do animal. Um exemplo é a fome. Funcionam como fontes de estimulação 
inerentes ao corpo. A função do instinto é remover ou reduzir essa estimulação por meio 
de algum comportamento, como o ato de comer para matar a fome. 
 correspondem ao impulso para garantira sobrevivência do indivíduo e da 
espécie por meio da satisfação das necessidades de alimento, água, ar e sexo. A forma de 
energia por meio da qual se manifestam os instintos de vida chama-se libido. 
correspondem ao impulso inconsciente em direção à decadência, 
destruição e agressividade, como o ato de isolar-se da sociedade. 
Nem todos os sonhos têm como causa conflitos emocionais. Alguns são provocados por simples 
estímulos, como a temperatura do quarto, o contato com alguém ou a ingestão excessiva de comida antes 
de dormir. 
Pesquisas recentes também indicam que o conteúdo dos sonhos pode ser afetado pela exposição à mídia 
eletrônica, como internet, televisão e videogames. Portanto, nem todo sonho contém material simbólico 
ou reprimido. 
 
Freud concluiu que a agressão era um motivador tão forte quanto o sexo para o 
comportamento humano. Ele também observou a tendência à agressividade em si próprio. 
Em seus primeiros trabalhos, Freud sugeria a divisão da vida mental em duas partes: consciente 
e inconsciente. A porção consciente, assim como a parte visível do iceberg, seria pequena e 
insignificante, preservando apenas uma visão superficial de toda a personalidade. A 
imensa e poderosa porção inconsciente – assim como a parte submersa do iceberg – 
conteria os instintos, ou seja, as forças propulsoras de todo comportamento humano. 
corresponde à noção inicial de inconsciente de Freud; seria a parte mais primitiva e 
menos acessível da personalidade, na qual se encontram o sexo e os instintos agressivos. As 
forças do id buscam a satisfação imediata, sem tomar conhecimento das circunstâncias 
da realidade. Funcionam de acordo com o princípio do prazer, preocupadas em reduzir a tensão 
mediante a busca do prazer e evitando a dor. O id contém a libido. 
 serve como mediador, um facilitador da interação entre o id e as circunstâncias do 
mundo externo. O ego representa a razão ou a racionalidade, ao contrário da paixão insistente 
e irracional do id. Enquanto o id anseia cegamente e ignora a realidade, o ego tem consciência 
da realidade, manipula-a e, dessa forma, regula o id. O ego obedece ao princípio da realidade, 
refreando as demandas em busca do prazer até encontrar o objeto apropriado para satisfazer a 
necessidade e reduzir a tensão. 
 é o aspecto moral da personalidade, o qual se desenvolve desde o início da vida, 
quando a criança assimila as regras de comportamento ensinadas pelos pais ou responsáveis 
mediante o sistema de recompensas e punições. O comportamento inadequado sujeito à 
punição torna-se parte da consciência da criança, uma porção do superego. O 
comportamento aceitável para os pais ou para o grupo social e que proporcione a recompensa 
torna-se parte do ego-ideal, a outra porção do superego. 
Quando o ego é pressionado demais, o resultado é a condição definida por Freud como 
ansiedade. 
funciona como um alerta das ameaças contra o ego. Pode ser de três tipos: 
• Neurótica: surge diante do reconhecimento dos perigos potenciais inerentes à satisfação 
dos instintos do id; não se trata dos instintos propriamente ditos, mas do temor à provável 
punição em consequência de algum comportamento indiscriminado, dominado pelo id. Em 
 
outras palavras, a ansiedade neurótica é o medo da punição por expressar os desejos 
impulsivos. 
• Moral: surge do medo da consciência. Quando realizamos, ou mesmo pensamos em 
realizar, algum ato contrário aos valores morais da nossa consciência, é bem provável 
que sintamos culpa ou vergonha. O nível de ansiedade moral resultante depende de quão 
desenvolvida é a nossa consciência. As pessoas com menos virtudes apresentam menos 
ansiedade moral. 
• Objetiva: surge do medo dos perigos reais no mundo real, como aranhas ou cobras. 
A ansiedade provoca a tensão, motivando o indivíduo a tomar alguma atitude para reduzi-la. De 
acordo com a teoria de Freud, o ego desenvolve um sistema de proteção – os chamados 
mecanismos de defesa – que consistem nas negações inconscientes ou distorções da 
realidade. 
Freud sugeriu que as crianças se sentiam atraídas sexualmente pelos pais do sexo oposto 
e enxergavam os pais do mesmo sexo como rivais. 
As crianças, normalmente, superam o Complexo de Édipo, identificando-se com os pais 
do mesmo sexo. Além disso, acabam substituindo a paixão sexual pelos pais do sexo oposto 
por uma espécie de afeição mais aceitável socialmente. Entretanto, as atitudes em relação ao 
sexo oposto desenvolvidas durante esse estágio persistem, vindo a influenciar as 
relações com os membros do outro sexo durante a vida adulta. Uma consequência da 
identificação com os pais do mesmo sexo ocorre em razão do desenvolvimento do superego. 
Adotando os modos e as atitudes dos pais do mesmo sexo, as crianças assumem os 
padrões de superego dos pais. 
 
 
 
 
REFERÊNCIA: 
SHULTZ, Duane P. & SCHULTZ, Sydney E. História da Psicologia Moderna. 10ed. São Paulo: 
Cengage Learning. 2015. (Capítulo 13).

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