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1 2.2. MEDIDAS ELÉTRICAS TEMPO E FREQUÊNCIA 2.2.1. Medidas Elétricas Instrumentos de medida ou instrumentos de medição, como o próprio nome sugere, são aparelhos usados para realizar a medida de determinadas grandezas. Os diversos tipos de instrumento de medidas elétricas podem ser de campo ou de bancada, analógicos ou digitais e com diferentes graus de precisão. Entre os diversos tipos de instrumentos de medição, cita-se: • Multímetro • Amperímetro de Alicate • Terrômetro • Voltímetro • Amperímetro • Ohmímetro • Wattímetro • Frequencímetro • Capacímetro • Indutímetro • Osciloscópio • Analisador de espectro A quantidade e variedade de instrumentos de medidas elétricas é enorme, sendo que cada um destes instrumentos possui aplicações e características distintas, mesmo sendo tipos iguais de instrumentos, como por exemplo os multímetros, que mesmo sendo capazes de medir as mesmas grandezas servem para um serviço e para outro não. Exemplo disso são as categorias dos multímetros. https://www.mundodaeletrica.com.br/instrumentos-de-medicao-eletrica-quais-sao/ - Acessado em 20/08/2020 EXEMPLO 1 Considere um Galvanòmetro IPBM, com resistência interna de 1 kΩ e corrente de fundo de escala de 100 µA a) Determine a configuração para medição de corrente de 10 A e 10 µA. b) Determine a configuração para medição de tensão de 100 V e 10 mV Galvanômetro IPBM (ímãs permanente bobina móvel) é um dispositivo eletromagneto- mecânico que mede corrente elétrica (figura 1-a) e o mesmo pode ser utilizado para construção de multitestes ou multímetros, como este da Minipa (figura 1-b). http://www.abraman.org.br/arquivos/46/46.pdf 2 (a) (b) Figura 1 – Galvanômetro Bobina Móvel – (a) Esquema básico do funcionamento – (b) Multímetro Minipa (a) https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/capitulo- 2_medidas-eletricas_fabiobleao.pdf - Acessado em 20/05/2020 Existem vários tipos de galvanômetros. O mais usado é o IPBM (ímã permanente bobina móvel) ou de D´Ansorval. Consiste de uma bobina ligada a uma mola de torção e um ponteiro, imerso em um campo magnético. Quando circula corrente pela espira esta sofre uma deflexão que é acusada pelo ponteiro. Esta deflexão é proporcional à corrente que passa pela bobina (figura 1-a). De fato, a força magnética que atua sobre uma espira nestas condições é calculada como: BIlF mag = → Eq. [1] Esta força produz um torque na espira calculado como: BIArBIl mag == 2τ r Eq. [2] onde A = 2rl é a área da espira, B a indução magnética, I a corrente elétrica, l o comprimento e r o raio das espiras. Na posição de equilíbrio o torque magnético é contrabalançado pelo torque mecânico da mola de torção, isto é; τ θ τ θmec magK B I A BAI k = = = =. . . . Eq. [3] No caso em haja N espiras, então θθθθ = NBAI/k, onde k é a constante da mola e θθθθ o ângulo de deflexão do ponteiro indicador. 3 a) Determinação da configuração para uma medição de corrente de 10 A e 10 µA. A figura 2 mostra o diagrama esquemático do Amperímetro a partir do Galvanômetro. Figura 2 – Esquema do Galvanômetro Bobina Móvel como Amperímetro http://cepa.if.usp.br/e- fisica/eletricidade/universitario/niels/4_galvanometro/default4.html - Acessado em 20/08/2020 Onde, na figura 2: G : Símbolo do Galvanômetro IA : Corrente a ser medida (no caso IA = 10 A) IG : Corrente da bobina para Fundo de Escala (no caso IG = 100 µA) IS : Corrente desviada da bobina pela resistência em paralelo Ri : Resistência da bobina do galvanômetro (no caso 1 kΩ) RS : Resistência Shunt para divisor de Corrente (no caso a ser calculada) Considerando o circuito equivalente anterior, por divisor de corrente: − − = −=⇒ + = 1 )( 1 GA A i S A iS Si i AS II I R I I RR RR R II Para IA = 10 A, substituindo os valores, resulta: Ω= − − = .01,01 )0001,010( 10 000.1 S R Para IA = 10 µA, substituindo os valores, resulta: Ω−= − − = .11,11 )0001,000001,0( 00001,0 000.1 S R 4 Discuta esta questão com o Professor... b) Determine a configuração para uma medição de tensão de 100 V e 10 mV. A figura 3 mostra o diagrama esquemático do Voltímetro a partir do Galvanômetro. Figura 3 – Esquema do Galvanômetro Bobina Móvel como Voltímetro http://cepa.if.usp.br/e- fisica/eletricidade/universitario/niels/4_galvanometro/default4.html - Acessado em 20/08/2020 Onde, na figura 3: G : Símbolo do Galvanômetro VA : Tensão a ser medida (no caso VA = 10 V) IG : Corrente da bobina para Fundo de Escala (no caso IG = IA = 100 µA) Ri : Resistência da bobina do galvanômetro (no caso 1 kΩ) RS : Resistência Shunt para divisor de tensão (no caso a ser calculada) Considerando o circuito equivalente anterior, por divisor de tensão e lei de Ohm: i A A S Si A GA R I V R RR V II −=⇒ + == Para VA = 100 V Ω=−= .000.999000.1 0001,0 100 S R Para VA = 10 mV Ω−=−= .900000.1 0001,0 01,0 S R Discuta esta questão com o Professor... 5 2.2.2. Fundamentos de Tempo e Frequência 2.2.2.1. Introdução A partir de um Temporizador é possível medir o tempo de um evento e a partir de um contador e uma devida base de tempo é possível medir uma fequência. A figura 4-a mostra que decorre um tempo tX entre dois pulsos de tensão (ou dois eventos). A figura 4-b mostra que um determinado número de pulsos (ou eventos) ocorre dentro de uma devida base de tempo que, no exemplo, é o segundo, entretanto, a base de tempo pode ser alterada adequadamente ao experimento. Neste caso, é possível medir a freqüência. (a) (b) Figura 4 – (a) Medida de tempo entre dois eventos – (b) Contagem de pulso em uma base de tempo As informações principais fornecidas pelos instrumentos e padrões de tempo e freqüência são, Intervalo de Tempo, Freqüência, Período e Tempo do Dia (hora, minuto e segundo). O Intervalo de Tempo é definido como a duração ou tempo decorrido entre dois eventos sucessivos. O segundo é a unidade padrão para medida de intervalo de tempo e é uma das sete unidades de base definidas no Sistema Internacional de Unidades (SI). O segundo é a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133. A Freqüência é uma grandeza física associada a movimentos de característica ondulatória que indica o número de revoluções (ciclos, voltas, oscilações, etc) por unidade de tempo. A freqüência é o inverso do período. O Sistema Internacional de Unidades (SI) estabelece que a freqüência deve ser expressa em hertz (Hz), definido como o número ou ciclos de oscilações por segundo. As informações de tempo do dia são fornecidas em horas, minutos e segundo e também pode incluir a data (dia,mês e ano).O relógio (clock) é o instrumento que mostra ou registra as informações de tempo relacionadas com o dia. Os três tipos de informações de Tempo e Freqüência estão diretamente relacionadas. Como mencionado a unidade padrão de intervalo de tempo é o segundo. Contando os segundos é possível determinar a data e a hora do dia e contando eventos ou ciclos por segundo é possível medir a freqüência. 6 2.2.2.2. Tempo e Freqüência – Rastreabilidade No Brasil a Rastreabilidade Metrológica de Tempo e Freqüência é responsabilidade da Divisão do Serviço da Hora (DSHO), do Observatório Nacional. Segue abaixo um resumo das principais responsabilidades da DSHO. A DSHO mantém sob sua guarda os padrões nacionais de tempo e frequência que são a base da Rastreabilidade Metrológica Brasileira de Tempoe Freqüência. Ao nível internacional a rastreabilidade dos padrões nacionais e da HLB (Hora Legal Brasileira) é estabelecida com o Bureau International des Poids et Mesures (BIPM), sendo a HLB intercomparada em tempo real por meio do Sistema Interamericano de Metrologia (SIM) acessível via enlace SIM Time Scale Comparisons via GPS Common-View, onde o Laboratório Primário de Tempo e Freqüência (LPTF) da DSHO é identificado pela sigla ONRJ. * informações reproduzidas da pagina do Observatório Nacional http://pcdsh01.on.br/ 2.2.2.3. Calibração de Tempo e Freqüência As calibrações de tempo e freqüência seguem as mesmas regras utilizadas em outras áreas da metrologia. A freqüência ou tempo que esta sendo medido é chamado de grandeza sobre teste e a medida é efetuada comparando a grandeza sobre teste contra um padrão de referencia. A definição de Padrão de Referencia conforme o Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais da Metrologia (VIM) é a seguinte: Padrão de Referência: Padrão, geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica, disponível em um dado local ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são derivadas (item 6.6 do VIM). O padrão de referência deve superar o desempenho do dispositivo sob teste e usualmente é utilizada a relação chamada Razão de Incerteza de Teste (TUR = Test Uncertainty Ratio) de 10:1. Isto quer dizer que o padrão de referência apresenta incerteza 10 vezes melhor que o dispositivo sob teste. As duas especificações principais nas calibrações de tempo e freqüência são a Exatidão e a Estabilidade. Exatidão (Accuracy): Exatidão consiste no grau de conformidade de um valor medido ou calculado em relação à sua definição ou com respeito a uma referência padrão. A exatidão esta relacionada com o desvio (offset) de um valor medido em comparação com um valor ideal. • Desvio de Tempo é a diferença entre um pulso medido e um pulso ideal (padrão) que coincide exatamente com o UTC. • Desvio de Freqüência é a diferença entre uma freqüência medida e uma freqüência padrão (freqüência do padrão de referencia). Estabilidade (Stability): A estabilidade indica a propriedade que um oscilador possui de fornecer o mesmo sinal em um dado intervalo de tempo. Ao contrario da exatidão a estabilidade não indica se a freqüência (ou tempo) esta correta ou errada mais apenas quanto ela permanece a mesma em um período de tempo determinado. A estabilidade é 7 caracterizada por uma estimativa estatística das variações de tempo ou freqüência de um sinal durante um dado intervalo de tempo. Estas variações são medidas em relação a uma freqüência ou desvio de tempo médio. A estimativa de estabilidade pode ser realizada tanto no domínio da freqüência como no domínio do tempo. 2.2.2.4. Medidas de exatidão e estabilidade de Tempo e Freqüência Métodos de medidas de exatidão de tempo: As medidas de exatidão de tempo são normalmente realizadas utilizando se um contador de intervalo de tempo como demonstrado na figura abaixo. O contador tem entrada para dois sinais. Um sinal inicia a contagem e o outro para .O intervalo de tempo entre os sinais de inicio e parada é então medido. O sinal medido é geralmente um pulso com variação de 1 pps que é comparado com um pulso padrão de 1 pps de um padrão de Césio. Métodos de medidas de exatidão de freqüência: As medidas de exatidão de freqüência podem ser realizadas tanto no domínio da freqüência como no domínio do tempo. Uma medida simples no domínio da freqüência é realizada pelo método direto utilizando um contador de freqüência. A qualidade deste tipo de medida depende diretamente da base de tempo (referencia) utilizada e da resolução do contador. O contador pode utilizar uma referencia (base de tempo) interna ou externa, quanto mais precisa a base de tempo mais precisa será a medida. Os relógios de Césio são os que fornecem a melhor exatidão de freqüência (> 10 E-12). O numero de dígitos ou resolução do contador limita diretamente a capacidade de medida de freqüência. Por exemplo, nas medidas de um sinal de 10 MHz utilizando se um contador com 9 dígitos a menor freqüência que se consegue detectar é de 0.1 Hz. As medidas de desvio de freqüência no domínio do tempo podem ser feita através da comparação de fase entre o instrumento sobre teste e um sinal de referencia. Existem varias formas de realizar esta medida. Um método simples de realizar esta medida é através da utilização de um osciloscópio. Se as duas freqüências forem exatamente a mesma à relação de fase entre eles não deve mudar e ambos aparecerão parados no osciloscópio.Como as duas freqüências não são as mesmas, o sinal de referencia fica parado e o sinal medido varia. Medindo esta variação nos podemos determinar o offset de freqüência. O osciloscópio pode ser substituído por um comparador de fase. Outra maneira de realizar esta medida é através de um contador de intervalo de tempo. 2.2.2.5. Métodos de medidas de Estabilidade As estimativas de estabilidade podem ser feitas no domínio da freqüência ou no domínio do tempo. Estimativas no domínio do tempo são mais usadas em virtude de se utilizar freqüentemente contadores de intervalo de tempo nas medições de freqüência. Para estimar a estabilidade, no domínio do tempo, deve-se realizar um conjunto de medições do desvio de freqüência em determinado intervalo de tempo e, posteriormente, calcular a dispersão destes valores. Quanto maior a dispersão, maior a instabilidade de freqüência do oscilador. 8 2.2.2.6. Padrões de Tempo e Freqüência. Os Padrões de TF são dispositivos que geram freqüências bem conhecidas e exatas. Segue abaixo os principais tipos de osciladores, e suas características em especial, quanto à estabilidade e desvio de freqüência. • Osciladores a Quartzo: Os osciladores a quartzo são os padrões de tempo e freqüência mais comuns. Eles podem ser encontrados tanto em relógios de pulso como na maioria dos instrumentos de teste e medição, como contadores, geradores de sinais e osciloscópios. Pode-se definir três categorias de osciladores a quartzo: • XO: É o oscilador a quartzo que não possui nenhum circuito para compensação de variações de freqüência com a temperatura. Um típico circuito XO apresenta variação de ± 25 ppm para a faixa de – 55 oC a + 85 oC. • TCXO: No oscilador a quartzo TCXO um sensor de temperatura (um termistor) é utilizado para gerar uma tensão elétrica de correção que é aplicada a uma reatância variada por tensão (um varactor) no circuito do cristal de quartzo. A variação da reatância compensa a variação intrínseca da freqüência do cristal de quartzo com a variação da temperatura. TCXOs analógicos conseguem melhorar o desempenho em até 20 vezes em relação a um XO, obtendo variação de ± 1 ppm para a faixa de – 55 oC a + 85 oC. • OCXO : Neste tipo de oscilador o cristal de quartzo e outros componentes sensíveis à temperatura são mantidos dentro de uma câmara térmica (forno = oven) com temperatura controlada de forma a obter variação de freqüência próxima de zero com a variação da temperatura. Com isto o OCXO consegue melhorar o desempenho em até 1000 vezes ou mais em relação a um XO, obtendo variação de ± 5 x 10-9 para a faixa de – 55 oC a + 85 oC. • Osciladores de Rubídio: Osciladores de Rubídio apresentam estabilidade no curto-prazo equivalente a de um quartzo, porém com uma estabilidade de longo- prazo muito melhor e mantendo-se dentro da tolerância com poucos ajustes. Os Padrões de Rubídio são os equipamentos mais baratos do grupo de osciladores atômicos e apresentam um desempenho muito melhor que os osciladores a quartzo, e custam muito menos que os Padrões de Césio. Osciladores de rubídio apresentam desvio de freqüência típico na faixa de 1E-10 a 1E-12. A estabilidade típica é de 1 E -12 por dia. • Padrões de Césio: O padrão de césio é, pela própria definição de segundo, o padrão primário de Tempo e Freqüência.Padrões de Césio apresentam desvio de freqüência típico menor que 5 E-12 e estabilidade da ordem de partes em 10E-14 por dia. O componente principal de um padrão de césio é o tubo de césio. • Sistema GPS: O receptor de GPS esta se tornado uma alternativa bastante interessante e relativamente barata para aplicações que requeiram um sinal de 9 freqüência com precisão e qualidade. O receptor utiliza o Sistema de Posicionamento Global GPS (Global Positioning System) que é um sistema de rádio-navegação desenvolvido e operado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América. Este sistema é formado por uma constelação de pelo menos 24 satélites que estão em orbita ao redor da Terra, a uma altitude de, aproximadamente 20.200 km. Cada satélite está equipado com padrões atômico de freqüência (Padrão de Césio e/ou de Rubídio) que fica referenciado ao Observatório Naval dos Estados Unidos da América e tem rastreabilidade ao National Institute of Standards and Technology (NIST). Para a utilização destes satélites, basta que a antena seja montada em uma área aberta e com visada clara para o céu e depois conectada ao receptor. Ao ligar-se o receptor, ele realiza uma busca para identificar quais satélites estão visíveis a partir da antena. Então, assim que quatro satélites estão visíveis, o receptor calcula a coordenada tridimensional (latitude, longitude e altitude) da antena e começa a gerar um sinal de 1 PPS (1 Pulso Por Segundo) e freqüências padrões de 1, 5 ou 10 MHz. https://testeemedicao.wordpress.com/2012/05/21/fundamentos-de-tempo- frequencia/ EXEMPLO 2 A Universidade Feevale em parceria com a empresa AGROVEC Máquinas Agrícolas, ULBRA e JSA, vem desenvolvendo um veículo elétrico híbrido para uso em agropecuária ou outras aplicações semelhantes, conforme mostra a figura 5. (a) (b) (c) Figura 5 – Veículo elétrico híbrido da Universidade Feevale O veículo elétrico da figura 5, originalmente era tracionado por um motor à gasolina de motocicleta com algumas adaptações. O novo veículo será tracionado por um Motor Elétrico Síncrono Trifásico de 9 kW ou 12 HP, acoplado diretamente na caixa de engrenagens (câmbio) como de um Chevete. O Rotor do Motor Elétrico será construído a partir de Ferro Sinterizado e Ímãs Permanentes de Nd-Fe-B utilizando-se os processos da Metalurgia do Pó. O veículo, por ser híbrido, terá um grupo motor-gerador ou Gerador à Combustão, ou seja, um Gerador Elétrico acoplado a um Motor à Combustão, o qual será adaptado de um Motor à Diesel de 5 kW para Biometano e Biodiesel. A 10 energia elétrica gerada pelo gerador à combustão, a partir de Retificador e um Conversor CC-CC ou Controlador de Carga, irá carregar uma Bateria de alta amperagem (no caso em que for utilizado algum tipo de bateria especial de alto desempenho) ou um banco de baterias de 48 V (no caso de baterias convencionais de chumbo-ácido). Módulos Solar com Película Flexível montado no teto da cabine também carregará a bateria a partir de controlador de carga. O motor elétrico que irá tracionar o veículo será alimentado pela bateria, a partir de um Inversor Trifásico. Haverá ainda a possibilidade das baterias serem carregadas a partir da Rede Elétrica. Há alguns anos atrás na Alemanha foi desenvolvido um veículo elétrico híbrido, similar aquele da Feevale, contudo, o motor à combustão era a diesel, o qual acionava um gerador para carga da bateria. Cita-se que motores à combustão possuem um ponto ótimo de operação (velocidade), no qual ocorre o melhor rendimento. O veículo elétrico possuía 4 motores independentes, um em cada roda, e um inversor com quatro saídas independentes, um para cada motor. Não houveram maiores informações sobre este projeto, por se tratar de um protótipo e por sigilo de patente. A respeito deste veículo podemos supor o seguinte. Como há um motor em cada roda, nas curvas este giram á diferentes velocidades, principalmente os motores dianteiros, Vamos supor que, inicialmente, foram selecionados 4 motores síncronos, pois este é de fácil controle de velocidade, pois o eixo gira a velocidade síncrona, dependendo da freqüência das senoides de tensão que o alimentam. Contudo, este é um controle em malha aberta, ou seja, sem realimentação, e devido as inércias envolvidas, estes podem sair de sincronismo, o qual acarretaria sérios riscos ao veículo, principalmente em alta velocidade e nas curvas. Assim, a segunda opção poderia ser quatro motores de indução, utilizando-se inversores com controle vetorial, ou seja, variação do nível de tensão e em conseqüência das correntes trifásicas para corrigir o escorregamento. Entretanto, para este tipo de controle e acionamento, é necessário uma realimentação capaz de medir a rotação dos eixos das rodas. O sensor escolhido foi um encoder óptico incremental. Encoder são dispositivos/sensores eletro-mecânicos, cuja funcionalidade é transformar posição em sinal elétrico digital. Com a utilização de encoders, é possível quantizar distâncias, controlar velocidades, medir ângulos, número de rotações, realizar posicionamentos, rotacionar braços robóticos entre outros. O encoder é composto basicamente por um disco com marcações (ou ranhuras ou pequenos retângulo transparentes a luz), um componente emissor e um receptor. Os encoder ópticos utilizam led como o componente emissor e um sensor photodetector (fotodiodo ou fototransistor) como o receptor, conforme mostra a figura 6. Figura 6 – Esquema básico de um Encoder Óptico Incremental https://www.hitecnologia.com.br/blog/o-que-%C3%A9-encoder-para-que-serve-como-escolher-como- interfacear/ 11 A figura 7 mostra o diagrama em blocos para cada roda. Figura 7 – Diagrama em Blocos para cada Roda do Veículo Para extrapolarmos alguns aspectos do projeto, temos que partir de algumas considerações. a) A velocidade máxima do veículo foi fixada 108 km / h. Determine a velocidade em m/s. v(m/s) = 108 km / h = 108.000 m/h = 30 m/s b) Considere que as rodas possuam diâmetro de 50 cm. Qual a velocidade de rotação dos eixos em Hz e RPM? Qual motor trifásico utilizar? O perímetro da roda (com pneu obviamente) é mxDrP R .57,15,01415,3...2 ==== ππ A velocidade tangencial no pneu tocando o solo é 30 m/s, o que resulta numa velocidade em ciclos / seg (Hz) de: Hzseg m sm P v nf R sm HzR .1,19.1,19 57,1 /30 1)/( ===== − RPMxxnn HzRPM .5,146.1601,1960 === Portanto, usar motor de 6 pólos de 1.200 RPM c) Observe que o inversor deve gerar senoides com variação de freqüência e amplitude de tensão, para compensar o escorregamento. Portanto, o mesmo deve ter uma realimentação para determinar variações de velocidade do veículo o qual ocorre através do encoder. Assim, para o controle adequado de velocidade e aceleração foi estabelecida que o encoder deve gerar 100 pulsos por rotação para cada 1.000 RPM, quanto mais rápido, mais leituras por volta deve ser realizado pelo processador. Qual o nR (número de ranhuras) do encoder? 12 Como a velocidade máxima do motor é de 1.200 RPM, e deve haver 100 pulsos por rotação para cada 1.000 RPM, o encoder deve possuir nR = 120 ranhuras d) Qual a freqüência dos pulsos? kHzHzxnnf RHzP 3,2.292.21201,19. ≅=== Isto significa que o contador do microcontrolador, ou outro contador digital, deve ser capaz de ¨ler¨ 2.300 pulsos por segundo. e) Considere uma base de tempo de 10 mseg. Quantos pulsos são gerador para velocidade máxima? Qual a velocidade do veículo para uma leitura de 8 e 1 pulsos nesta base? v [km/h] v [m/s] n [Hz] n [RPM] fP [1 seg.] fP [10 mseg] 108 30 19,1 1.146,5 2.300 23 8 1 f) Explique o funcionamento a partir do diagrama em blocos, considerando que o veículo está subindo uma lomba e deseja-se velocidade constante. Quando o veículo estiver subindo uma lomba, irá aumentar o escorregamento dos motores de indução das rodas. Assim, quase que instantaneamenteo veículo irá reduzir a velocidade, o qual irá gerar menos pulsos por segundo (ou mili segundos) no encoder e será detectado pelo contador. Um sinal de correção vai para o inversor o qual, ou aumentará freqüência e a tensão, entregando mais corrente para os motores e em conseqüência maior potência. Veja que, talvez não basta somente aumentar a freqüência, pois as rodas exigirão maior torque e em conseqüência maior potência. (veja a explicação do professor...) EXEMPLO 3 Aerogeradores de médio porte, entre 10 e 50 kVA foram instalados em uma fazenda, contudo, neste local, era comum rajadas de ventos, e dependendo das rajadas, os aerogeradores deveriam ser travados imediatamente, sob o risco de acelerarem abruptamente, e o freio eletromagnético não conseguir atuar. Cita-se que, na maioria dos casos, estes tipos de aerogeradores são travados a partir do curto-circuito das bobinas do gerador trifásico, o qual resulta em um torque resistivo que tende a frear o giro das pás (freio eletromagnético). Em casos normais, o próprio controlador do Aerogerador tem um sensor que ¨lê¨ a velocidade de giro das pás, a partir da tensão induzidas dos enrolamentos de armadura do estator. Como se trata de um Gerador Trifásico, a tensão é proporcional ao giro do eixo. Entretanto, no caso em que estes Aerogeradores sejam instalados em regiões não muito propícias, sujeitas a rajadas de ventos, estes podem ser equipados com freio mecânico, o qual justamente irá atuar em rajadas de vento e altas velocidades dos ventos. Cita-se que Aerogeradores devem ser instalados em locais propícios ou certificar-se de certos procedimentos de proteção. 13 Uma solução seria, antes de colocar os Aerogeradores em funcionamento, fazer um estudo dos ventos nesta região, supondo que o mapa eólico, registra somente a média dos ventos, mas não registra eventuais rajadas de ventos. Este estudo pode ser realizado a partir de um anemômetro e um sistema de leitura e aquisição de dados. Anemômetro é um equipamento meteorológico que é usado para mensurar a velocidade e a direção do vento. Existem vários modelos de anemômetros, alguns inclusive podem mensurar outros fluidos em movimento, como a água. Entre os modelos de anemômetros, os principais são: tipo concha (copo ou caneca – figura 8), tipo sônico e tipo hélice, que são utilizados para medição do vento. Figura 8 – Anemômetro http://www.mundoclima.com.br/produtos/anemometro-estacionario-an-1/ A partir de estudos preliminares sabe-se que, naquele local, rajadas de ventos no qual o vento duplica a velocidade, não ocorrem em intervalos menor que 1 segundo. Assim, foi definido que, a partir do momento em que a velocidade do vento dobrar, entre 1 e 10 segundos, o sistema de travamento irá atuar. Para aumento da velocidade do vento em que não ocorra aumentos bruscos, ou acelerações que ocorram após os 10 segundos, o próprio sistema de leitura de tensão gerada dos próprios Aerogeradores, fazem o travamento a partir de freio eletromagnético, ou seja, curto-circuitando os enrolamentos de armadura a partir de um contator. Para o monitoramento, além do anemômetro, foi utilizado um microcontrolador, capaz de ler os sinais analógicos, armazenar, sendo estabelecido uma taxa de aquisição de 10 leituras por segundo, ou seja, uma leitura a cada 0,1 seg. ou 100 mseg, durante intervalos de 10 segundos. Assim, o registrador é ressetado a cada 10 segundos, iniciando a aquisição com a taxa indicada. A primeira leitura (ou n = 1) a cada ciclo de 10 segundos, registra este ValorLido(n=1): MaiorValor = ValorLido(1) MenorValor = ValorLido(1) TempoMaior = 0,1 x n = (0,1 x 1) = 0,1 TempoMenor = 0,1 x n = (0,1 x 1) = 0,1 TempoRajada = 10 (assumir Valor Máximo) 14 O ValorLido(n) na segunda leitura (ou subseqüente na enésima leitura), ou seja, (n x 0,1s) após, é comparado da seguinte maneira: Se ValorLido(n) > MaiorValor → MaiorValor = ValorLido(n) → TempoMaior = n x 0,1 Se ValorLido(n) < MenorValor → MenorValor = ValorLido(n) → TempoMenor = n x 0,1 Se ValorMaior / ValorMenor > 2 → Se TempoRajada < |TempoMaior – TempoMenor| (deve ser Módulo) → TempoRajada = |TempoMaior – TempoMenor| (deve ser Módulo) Após um período de alguns meses, adequado para monitoração das rajadas, e constatado que o intervalo mínimo de rajadas era de 3,1 seg, foi desenvolvido um sistema de proteção complementar para os Aerogeradores, o qual era similar ao sistema de aquisição de dados (utilizando-se o mesmo anemômetro e microcontrolador), conforme mostra a figura 9. Figura 9 – Diagrama em blocos do Sistema de Proteção de Rajadas de Ventos Explique a proteção proposta. O sistema de aquisição de dados, faz uma leitura a cada 100 mseg, comparando... (veja com Professor...)
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