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Considerações sobre o caso de Pequeno Hans Hans era uma criança com muita curiosidade sexual, mas que não recebia as informações corretas. Seu fascínio pelo “pipi” e tendências à masturbação eram normais para sua idade, mas as atitudes de sua mãe frente à curiosidade do pequeno o fizeram confundir as coisas, como ao dizer que se tocasse em seu “pipi” de novo iria mandar cortá-lo, trazendo à tona o primeiro sinal de castração, ou que tocar no “pipi” era porcaria, reprimindo os desejos da criança. Por ser negado de informações que muito queria saber, Hans começa a interpretar o prazer sexual como o ato de urinar e desenvolve um exibicionismo, possui prazer em ver outras crianças urinando e gosta de ser visto. A fobia de Hans com cavalos surgiu juntamente com o fim de seu período em Gmuden, em que voltou a ficar sem crianças para brincar e gastar sua energia sexual, dirigindo-a a sua mãe. A fobia de Hans o tornou muito grudento com sua mãe, com desânimo a noite e ansiedade extrema ao sair na rua. Porém, Hans agora tinha seu pai e sua irmã atrapalhando seu caminho em direção a mãe, e seus temores de que sua mãe lhe fosse proibida ou que não pudesse mais dar atenção a ele, estavam se tornando realidade. Hans apresentou a ansiedade antes da fobia, acredita-se que a criança, ao sentir falta de sua mãe enquanto estava na rua, sentiu-se extremamente amedrontado e só tempo depois deu objeto à sua fobia. Quando, à noite, Hans tornava-se manhoso e carente, era porque ele queria se deitar com sua mãe como antes costumava fazer, mas que recentemente seu pai havia começado a censurar. Se não podia estar com sua mãe, Hans, sozinho em seu quarto, tocava seu pipi em busca de prazer, atitude essa muito repreendida por seus pais. O sonho de Hans com as girafas “grande” e “amarrotada” trouxe luz ao que realmente a criança sentia e desejava. Quando Hans ia para a cama dos pais, seu pai o repreendia, porém sua mãe muitas vezes ignorava o pai e deixava a criança se juntar a eles, realizando seu desejo e fazendo com que Hans se sentisse superior ao seu pai. A fobia de Hans deslocou-se de apenas cavalos para todos os animais de porte grande, que, naturalmente, possuíam “pipi” grande, fazendo a criança se sentir inferior. Porém, após sua breve conversa Freud, Hans passou a se consolar a respeito do tamanho de seu “pipi”, sabia que este iria crescer daqui algum tempo e que não iria a lugar nenhum, também se consolando às ameaças de castração de sua mãe. O medo de Hans pelos cavalos estava, na verdade, relacionado aos seus sentimentos ambivalentes para com seu pai. Hans, considerando o Édipo, gostaria que seu pai sumisse, mas ao mesmo tempo, amava seu pai e não gostaria de perdê- lo. Os cavalos, com a “coisa preta” na boca, representavam seu pai, que possuía um bigode, Hans ficava apreensivo ao ver os cavalos entrando e saindo do pátio e tinha medo de que estes caíssem, dando objeto ao seu conflituoso desejo de que seu pai se fosse. Ainda na interpretação de seu medo de cavalos, o pai de Hans evidencia o problema da criança em defecar, tinha nojo e se avertia a qualquer coisa que lhe lembrasse do ato, como os cavalos saindo do pátio ou até mesmo uma meia preta. Hans, antes, não possuía problemas com essa temática, mas as repressões que viveu o fizeram se sentir dessa forma. Freud ainda pontua que a falta de explicação de seus pais, a respeito das questões de sexualidade, como órgãos genitais femininos, concepção e gravidez, chegam ao ponto de que o próprio Hans começa a fantasiar para que tenha as respostas que busca. Após o sonho em que tem filhos, ele conseguiu redirecionar seu édipo para uma situação menos agressiva, Hans diz a seu pai que vai casar e ter filhos com a mãe, e que seu pai agora seria avô de seus filhos, ele não precisava morrer para que Hans pudesse estar com sua mãe. E em seu sonho com bombeiros, solucionou seus problemas de castração e insatisfação com seu “pipi”, pois o bombeiro, de fato, o castra, mas logo em seguida troca seu “pipi” por um maior, sanando o medo e realizando seu maior desejo.
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