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CANCER DE ESOFAGO ! E P I D E M I O L O G I A • Atualmente o adenocarcinoma é responsável por 75 % dos casos de câncer de esôfago nos países do ocidente, especialmente entre as nações mais desenvolvidas • O carcinoma epidermóide tipicamente ocorre em pessoas de nível social baixo, passado de álcool e fumo, enquanto o adenocarcinoma tende a surgir em pessoas de classe social mais elevada. • CA epidermoide tem ocorrência maior na Turquia, Rússia e na China. • Índia, Sri Lanka, Sudeste da África, e nordeste da França tem incidência de câncer de esôfago que varia entre 10 e 50 por 100.000 pessoas • No Brasil a maior prevalência se encontra no Sul do Pais, notadamente no Rio Grande do Sul, provavelmente relacionada uso do chá quente. (Chimarrão) F A T O R E S D E R I S C O - As inúmeras substâncias químicas existentes no tabaco podem levar a mutações no p53 que podem induzir o desenvolvimento da carcinogenese , mais cedo no tipo epidermoide e, mais tarde, na variedade adenocarcinoma. - O alcoolismo quando interagindo com o tabagismo aumenta em 100 x o risco do desenvolvimento de câncer de esôfago tipo epidermoide. - Tilose -> síndrome de Howel-Evans - hiperceratose da palma das mãos e planta dos pés -> quase 100% podem desenvolver câncer de esôfago. - Acalásia e síndrome de Plummer-Vinson ( membrana esofágica e deficiência de ferro ) tem sido relacionadas a lesão inflamatória crônica. - Processo inflamatório crônico também associado a ingestão de soda cáustica, membranas esofagianas e estenoses por radiação - Câncer de cabeça e pescoço. - Infecção pelo papiloma vírus humano. - O esôfago de Barrett (EB) é precursor do adenocarcinoma e pode ser encontrado em até 70% dos casos ressecados de câncer da junção esofagogástrica e esôfago distal. - A incidência tem sido descrita como ocorrendo em 1% de forma assintomática da população em geral e 10% de pacientes com sintomas de refluxo gastroesofagiano. - Predomina em pessoas brancas do sexo masculino e adultos jovens. - O risco de desenvolver câncer no EB tem sido estimado como 0.5% por paciente/ano. - Portadores de EB raramente desenvolvem adenocarcinoma e provavelmente não morrerão desta doença. - Estudo com 155 pacientes com EB e seguimento de 10 anos apenas oito casos de câncer foram constatados (5.16%) e destes, apenas dois (1.28%) morreram como resultado da doença maligna. O grau de displasia é provavelmente a variável mais importante no desenvolvimento de câncer neste grupo de pessoas. A persistência de displasia de alto grau em exame endoscópicos sucessivos é um indicativo para o desenvolvimento de adenocarcinoma, que pode ocorrer em até 25% dos casos. H I S T O L Ó G I C A Benignos ——————————————— I – tumores epiteliais -> papiloma escamoso -> adenoma II – tumores não epiteliais -> leiomioma -> lipoma -> hemangioma -> rabdomioma Malignos ——————————————— I – tumores epiteliais -> carcinoma espinocelular (CEC) -> adenocarcinoma II – tumores não epiteliais -> leiomiossarcoma -> pseudossarcoma -> melanoma -> carcinossarcoma T O P O G R Á F I C A a – cervicais b – torácicos c – abdominais Profundidade da lesão —————————— a – precoces - limitados a mucosa b – superficiais - mucosa e submucosa c – avançado - atingem muscular, adventícia e estruturas adjacentes D I A G N Ó S T I C O a – disfagia -> sintoma mais frequente -> local aonde o paciente refere a disfagia, geralmente corresponde ao sítio do tumor -> sintoma se manifesta em geral quando já há mais de 50% da luz esofágica comprometida -> a partir do início da sintomatologia costuma evoluir rapidamente b – emagrecimento c – odinofagia d – regurgitação e – anemia, hematêmese , melena são raras f – tosse produtiva (fístula esofagobrônquica), dor torácica e rouquidão (lesão do nervo laríngeo recorrente com paralisia das cordas ou pregas vocais). E X A M E S C O M P L E M E N T A R E S RX EED ——————————————— -> estabelece o diagnóstico, a localização do tumor e sua extensão -> estuda as regiões do estomago e duodeno, permitindo melhor planejamento cirúrgico -> contraste nas vias aéreas nos casos de fístulas EDA ———————————————— -> exame obrigatório em todos os casos de câncer esofágico -> exame visual direto da lesão -> coleta de biópsias para diagnóstico histológico -> dilatação nas estenoses esofágicas Exames de rastreamento para CEC ————— citologia esfoliativa -> realizado com sondas esponjosas -> recolhe células descamadas do esôfago -> boa especificidade (85%) porém, com baixa sensibilidade (35%) cromoscopia com lugol a 2% -> através da EDA -> cora as células neoplásicas -> apresenta alta sensibilidade (80%) e alto valor preditivo negativo (95%) para identificação de lesões displásicas e neoplásicas porém, com baixa especificidade (15-63%) devido à alta prevalência de lesões não neoplásicas ( erosões, ulcerações, Barrett ) Observação – não se utiliza na prática clínica rastreamento para adenocarcinoma do esôfago E S T A D I A M E N T O T N M Sítios metastáticos ——————————— • Disseminação por continuidade, contiguidade, linfática, hematogênica -> continuidade – metástase intramural submucosa -> contiguidade – traqueia, brônquios, aorta, laríngeo recorrente, diafragma, pericárdio, estômago. -> linfática – mediastino, supraclavicular, tronco celíaco, hilo esplênico -> hematogênica – principalmente fígado e pulmões Exames complementares ————————— TC -> principal método para estadiamento -> cervical, torácica e do abdome superior no CEC -> cervical, torácica e abdome total no adenocarcinoma -> detecta com vantagens disseminações para : - árvore brônquica, aorta, pericárdio e linfonodos - metástases de fígado, suprarrenais e pulmões PET-CT -> identificação de imagens suspeitas em exames anteriores (CT, RNM ) -> acuracidade de 83% USE -> determina com precisão a profundidade da lesão -> acuracidade de 85% -> mapeia os linfonodos periesofágicos com acuracidade de 80% laringoscopia com exploração de traqueia e brônquios -> útil nos tumores cervicais e de esôfago médio -> detecta invasão e permite biópsias T R A T A M E N T O C I R Ú R G I C O Mucosectomia endoscópica ———————— -> USG endoscópica permite a avaliação da invasão da mucosa em m1, m2 e m3 e da submucosa em sm1, sm2 e sm3 -> indica-se mucosectomia em: - lesões planas ou elevadas < 02 cm - lesões deprimidas, sem ulceração, menores que 01 cm , não ultrapassando m2 - adenocarcinoma do tipo difuso de Lauren contraindica este procedimento Esofagectomia radical —————————— -> pacientes em bom estado geral com estadiamento favorável -> Tu do esôfago cervical – esofagectomia total com acessos cervical e torácico para remoção completa dos linfonodos -> Tu do esôfago torácico -> cervicotomia, toracotomia ampla e laparotomia para esofagectomia total com retirada dos linfonodos cervicais, torácicos e abdominais. Esofagectomia por vídeo ————————— -> permite extensa dissecção dos linfonodos torácicos reduzindo o número de complicações -> mais rápida recuperação pós-operatória com melhor qualidade de vida -> função respiratória melhor preservada -> não reduz a mortalidade nem aumenta a sobrevida a longo prazo. Esofagectomia trans-hiatal ———————— -> uso de vias de acesso combinadas cervical e abdominal sem toracotomia -> indicada nas contraindicações de toracotomia e para tumores da junção esofagogástrica (principal indicação) -> Utiliza-se a classificação de Siewert para escolhada técnica cirúrgica adequada Tratamento cirúrgico - Tu da TEG —————— Tipo I: esofagectomia subtotal + gastrectomia proximal com reconstrução por gastroplastia cervical (tubo gástrico) nota – tu de localização preferencialmente esofágica Tipo II: esofagectomia distal + gastrectomia total com reconstrução com alça de jejuno em Y-de- Roux ou coloplastia nota – tumores na cárdia ou preferencialmente gástricos Tipo III: esofagectomia subtotal + gastrectomia total com reconstrução com jejuno ou cólon nota – tumores com extensão gástrica e esofágica. Tratamento complementar ———————— Radio e quimioterapia como único tratamento -> tumores técnicamente irressecáveis -> disseminação sistêmica -> recusa do paciente à cirurgia Radio e quimioterapia adjuvante (pós- operatória) -> indicadas nos casos de neoplasias em estado avançado com ressecção cirúrgica incompleta : - margens cirúrgicas infiltradas - presença de doença residual - ressecção linfática incompleta Radio e quimioterapia neoadjuvante (pré- operatória) -> indicada em tumores T3 e T4 possibilitando a ressecção de neoplasias avançadas de forma radical -> novas drogas mais eficientes e menos tóxicas atuam sobre o tumor e eventuais micrometástases -> radioterapia conformacional permite um ação mais seletiva sobre o tumor poupando tecidos vizinhos. T R A T A M E N T O P A L I A T I V O A - Tumores do 1/3 superior e médio do esôfago -> grandes massas tumorais -> invasão da árvore respiratória à broncoscopia Conduta : - alimentação por gastrostomia ou jejunostomia - quimiorradioterapia em casos selecionados (contraindicada na invasão traqueal) B - Tumores do 1/3 inferior do esôfago e JEG -> pacientes com doença localmente avançada e condições clínicas aceitáveis, um tubo gástrico da grande curvatura em posição retroesternal anastomozado ao coto esofágico. Esta técnica reintroduz a alimentação oral e permite a aplicação de quimio e radioterapia no esôfago excluído. Em casos selecionados aonde existe boa resposta ao tratamento será possível realizar a esofagectomia. -> doença avançada nos pacientes desnutridos e em más condições clínicas indicam técnicas menos invasivas prótese autoexpansível de posicionamento endoscópico é atualmente a conduta preferencial radioterapia é procedimento paliativo alternativo com alívio dos sintomas disfágicos em até 70% dos casos.
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