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Legislação e Normas em Segurança do Trabalho

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Autora: Profa. Carla Batista Baralhas
Colaboradores: Prof. Ricardo Calasans
 Profa. Angélica Carlini
Legislação e Normas 
Técnicas em Segurança 
do Trabalho
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Professora conteudista: Carla Batista Baralhas
É formada em Direito pela Universidade São Francisco – USF/SP. Mestranda em Direito: Positivação e 
Concretização Jurídica dos Direitos Humanos e Política, Gestão e Saúde pela Faculdade de Saúde Pública – USP. 
Soma alguns títulos de especialista em nível de pós‑graduação na área jurídica, em especial nas esferas de Direito 
Cível, Processo Civil, Empresarial e Seguridade Social; e MBA em Prática Previdenciária, bem como em Formação de 
Ensino Superior a Distância.
É advogada atuante, membro da Comissão de Direito Previdenciário na OAB de Osasco, palestrante na área de 
Direito do Consumidor, Previdenciário e Responsabilidade Civil; professora universitária, ministrando várias disciplinas 
em cursos como Direito e Administração de Empresas; e professora‑tutora de pós‑graduação em Direito – EaD. 
Professora conteudista no curso superior de Tecnologia em Segurança do Trabalho – EaD, nas disciplinas: Legislação e 
Normas Técnicas de Segurança do Trabalho e Legislação Previdenciária.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B224l Baralhas, Carla Batista.
Legislação e Normas Técnicas em Segurança do Trabalho / Carla 
Batista Baralhas. – São Paulo: Editora Sol, 2019.
132 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2‑079/19, ISSN 1517‑9230.
1. Direito e justiça. 2. Direito do trabalho. 3. Normas técnicas. 
I. Título.
CDU 341.6
U500.70 – 19
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Juliana Mendes
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Sumário
Legislação e Normas Técnicas em 
Segurança do Trabalho
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 DIREITO E JUSTIÇA .......................................................................................................................................... 11
1.1 Ética e moral........................................................................................................................................... 14
1.1.1 Código de conduta ética ...................................................................................................................... 16
1.2 Fontes de Direito................................................................................................................................... 19
1.3 Responsabilidade social ..................................................................................................................... 21
1.3.1 Ética empresarial ..................................................................................................................................... 21
1.3.2 Responsabilidade social empresarial (RSE) ................................................................................... 22
1.4 Ramos do Direito: Público e Privado ............................................................................................ 24
2 DIREITO CONSTITUCIONAL........................................................................................................................... 28
2.1 Introdução e conceito ........................................................................................................................ 28
2.2 Princípios gerais constitucionais .................................................................................................... 29
2.3 Direitos e garantias fundamentais do cidadão ........................................................................ 30
2.4 Poder constituinte e divisão de poderes ..................................................................................... 33
2.5 Direitos sociais ....................................................................................................................................... 35
2.5.1 Direitos sociais em espécie ................................................................................................................. 37
Unidade II
3 DIREITO EMPRESARIAL: INTRODUÇÃO E TEORIA ............................................................................... 42
3.1 Código Comercial versus Código Civil de 2002........................................................................ 42
3.2 Teoria Geral da Empresa e seus perfis .......................................................................................... 42
3.3 Conceito de empresário – Art. 966 do Código Civil ............................................................... 43
3.3.1 Atividade econômica organizada e atividade econômica ...................................................... 44
3.3.2 Tipos de sociedades – Sociedades empresárias e sociedades simples ............................... 45
3.3.3 Tipos societários ...................................................................................................................................... 50
4 REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS .......................................................................................................... 52
4.1 Estabelecimento comercial ............................................................................................................... 53
4.2 Porte da empresa .................................................................................................................................. 53
4.3 Desconsideração da personalidade jurídica .............................................................................. 54
4.4 Falência e recuperação de empresas (Lei nº 11.101/2005) ................................................... 55
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Unidade III
5 DIREITO DO CONSUMIDOR.......................................................................................................................... 59
5.1 Código de Defesa do Consumidor (CDC) – Lei nº 8.078/90................................................. 59
5.2 Relação de consumo ...........................................................................................................................60
5.3 Conceito de consumidor ................................................................................................................... 60
5.4 Conceito de fornecedor ..................................................................................................................... 61
5.4.1 Espécies de fornecedores responsáveis .......................................................................................... 62
5.5 Conceito de produto ........................................................................................................................... 62
5.6 Conceito de serviço ............................................................................................................................. 64
5.7 Política Nacional de Relações Consumo ..................................................................................... 65
5.7.1 Proteção da vida, saúde e segurança ............................................................................................. 65
5.7.2 Recall ........................................................................................................................................................... 65
5.7.3 Educação e informação do consumidor ........................................................................................ 65
5.7.4 Proteção contra publicidade enganosa e práticas comerciais abusivas........................... 66
5.7.5 Prevenção de danos individuais e coletivos ................................................................................ 66
5.7.6 Inversão do ônus da prova .................................................................................................................. 66
5.8 Direitos básicos do consumidor ..................................................................................................... 67
5.8.1 Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço............................................................... 68
5.8.2 Produtos com vícios............................................................................................................................... 68
5.8.3 Responsabilidade por vício do produto ou serviço ................................................................... 68
5.8.4 Espécies de vício ...................................................................................................................................... 69
5.8.5 Vícios de qualidade ................................................................................................................................ 69
5.8.6 Prazo para saneamento do vício ...................................................................................................... 69
5.8.7 Sanções para os vícios de qualidade ............................................................................................... 69
5.8.8 Vícios de serviço ...................................................................................................................................... 70
5.8.9 Prazo da garantia legal (decadência) .............................................................................................. 70
5.8.10 Prazo de validade ................................................................................................................................. 71
5.8.11 Produtos com defeito ......................................................................................................................... 71
5.8.12 Responsabilidade por danos ............................................................................................................ 71
5.8.13 Responsabilidade civil ........................................................................................................................ 72
5.8.14 Qualidade e segurança dos produtos e serviços ...................................................................... 75
5.8.15 Práticas comerciais abusivas ........................................................................................................... 76
5.9 Prescrição e decadência ..................................................................................................................... 78
5.10 Da proteção contratual – Cláusulas abusivas ........................................................................ 80
6 PUBLICIDADE E PROPAGANDA .................................................................................................................. 82
6.1 Formas comuns de publicidade enganosa ................................................................................. 84
6.2 Responsabilidade do fornecedor‑anunciante, das agências e do veículo .................... 85
6.3 Oferta e publicidade ............................................................................................................................ 85
6.4 Conceitos de publicidade enganosa e abusiva ......................................................................... 86
6.5 Princípio da vinculação ...................................................................................................................... 86
6.6 Princípio da transparência ................................................................................................................ 87
6.7 Serviço de atendimento telefônico aos consumidores – SAC ........................................... 87
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Unidade IV
7 DEFINIÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO .................................................................................................. 92
7.1 Princípios fundamentais do Direito do Trabalho ..................................................................... 92
7.2 Conceito de empregado e empregador ....................................................................................... 95
7.3 Relação de emprego e relação de trabalho ............................................................................... 96
7.4 Tipos de trabalhadores ....................................................................................................................... 96
7.5 Contrato de trabalho individual ..................................................................................................... 98
7.5.1 Processo de admissão e demissão ................................................................................................... 99
7.5.2 Fontes do Direito do Trabalho .........................................................................................................100
7.5.3 Convenção coletiva de trabalho .....................................................................................................101
7.6 Tratados Internacionais e OIT – Noções gerais .......................................................................102
8 NORMAS TÉCNICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO ....................................................................106
8.1 Normas Regulamentadoras de 1 a 36 e comentários .........................................................108
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APRESENTAÇÃO
O livro‑texto ora apresentado visa abordar – de forma didático‑pedagógica – conceitos básicos e 
fundamentais da área de Direito, estabelecendo relações entre eles e os conceitos que dão base à formação 
das Normas Regulamentadoras da Segurança do Trabalho, organizando‑os sobre alguns pilares, quais sejam:
• Direito e Ética: como o papel do indivíduo dentro da sociedade e as devidas relações éticas 
decorrentes.
• Direito Constitucional: a inter‑relação dos princípios constitucionais e dos direitos sociais, 
sobretudo, aqueles que permeiam o universo trabalhista.• Direito Empresarial: que visa fornecer as bases conceituais sobre a Teoria Geral da Empresa e seus 
perfis, Código Comercial/Civil, relações societárias etc.
• Direito do Consumidor: suas relações de consumo, as relações entre consumidor e fornecedor 
(direitos e deveres), noções acerca de práticas abusivas, relação contratual.
• Direito do Trabalho: aspectos conceituais fundamentais sobre legislação trabalhista, convenções 
coletivas, relação de emprego e de trabalho, dentre outros.
O conteúdo deste material procurou aproximar a formalidade que configura os princípios inerentes à 
área de Direito da possibilidade de compreensão clara do aluno, de modo que faça deste um apreciador 
estudioso da disciplina envolvida, tendo, em mãos, conteúdo amplo e suficiente para que possa apreender 
e flexionar as informações nele contidas, durante a progressão de seu curso.
Este texto, pois, tem como objetivo primeiro elucidar algumas diretrizes que se compreendem como 
basilares à temática da Segurança do Trabalho – como as reflexões técnico‑jurídicas que regulamentam 
o conjunto de normas que a sustentam – assim como, e principalmente, sua abrangência social; 
entretanto, partindo‑se de pressupostos que permitam ao estudante – por meio de uma metodologia 
própria e satisfatória – edificar a estrutura de seu conhecimento, levando‑o à ponderação crítica, 
contemplada por inferências próprias que conjuguem as habilidades e competências esperadas para 
essa disciplina, cujo fulcro é compreender a importância das Normas Regulamentadoras da Segurança 
do Trabalho, sob as luzes dos fundamentos jurídicos.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Ao se tratar de Segurança do Trabalho é providencial, primeiro, pensarmos sobre alguns de seus 
conceitos mais fundamentais – e (por que não?) universais, tais como aqueles sobre Segurança e Saúde 
no Trabalho, que se desdobram em tópicos como condições de trabalho e saúde, fatores de risco e 
técnicas preventivas, a segurança do trabalho e a saúde do trabalhador à luz da Organização Mundial 
da Saúde (OMS).
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A OMS, fundada em 1919, traz‑nos o conceito de saúde como o resultado na forma de bem‑estar 
físico, psicológico e social, não sendo, pois, a saúde simples resultado da ausência de condição saudável. 
Em 1977, amplia‑se tal conceito pensando‑o numa projeção futura (tomando‑se a partir do ano 2000) a 
partir de um conjunto de elementos que proporcionem à sociedade melhores condições de vida pessoal 
e, também, produtiva, no caso, suas condições de vida no trabalho.
De uma forma geral, entende‑se trabalho como toda e qualquer atividade que transforma a natureza 
e a sociedade com fins produtivos, a partir de conhecimentos básicos, até aqueles mais complexos, por 
meio de instrumentos e técnicas regidas por determinados segmentos profissionais organizados.
É verdade que, no mundo contemporâneo, as relações da tríade trabalho-saúde-segurança exigem 
clareza na compreensão (e na aplicação) de mecanismos próprios de prevenção que permitam a real 
proteção à integridade de profissionais envolvidos em todos os níveis de produção. No caso especial do 
terceiro elemento da referida relação, a segurança, para além da compreensão sobre os parâmetros 
que regularizam socialmente o universo trabalhista à guisa daqueles que sintonizam as condições 
legais e satisfatórias à saúde do trabalhador, é de vital importância o conhecimento das normas que 
regulamentam a Segurança do Trabalho (e de seus efeitos).
Portanto, toda e qualquer abordagem que direcione um conjunto de reflexões que permitam 
ao interessado estender os conhecimentos jurídicos à seara daqueles que dão base ao segmento de 
Segurança do Trabalho tende a contribuir e a alargar a participação crítica de profissionais comprometidos 
jurídica e socialmente com aquilo que é mais elevado em toda e qualquer relação produtiva: a vida do 
trabalhador.
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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Unidade I
1 DIREITO E JUSTIÇA
Importante para o desenvolvimento dos estudos é introduzir no estudo do Direito principalmente o 
seu conceito, aprofundando‑se em sua substância e naquilo de que ele se ocupa e, após, apresentar um 
conceito. O Direito deve ser estudado mediante fatores históricos e sociológicos, os quais decorrem da 
observação das atitudes do homem.
O Direito é a ciência do comportamento do homem perante a sociedade; entende‑se como 
uma ciência normativa. É considerado uma ciência do dever ser, que explica como deve ser o 
comportamento humano, e não como ele é. Considera‑se imposição de normas que são colocadas à 
disposição dos cidadãos.
De acordo com Roque (1996, p. 15), a norma está expressa na própria lei, sendo, pois, automática 
e externa, organizada pelo Estado; nem sempre é justo, pois o Direito é o que é: criação arbitrária do 
homem. Por esses motivos considera‑se o Direito como positivo, diferentemente do Direito Natural, em 
que a noção de sanção está na mente do homem; preexiste ao homem, não sendo criada por ele.
Seguindo os ensinamentos do mestre Miguel Reale (2004):
Aos olhos do homem comum, o Direito é lei e ordem, isto é, um conjunto 
de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao 
estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. Assim 
sendo, quem age de conformidade com essas regras comporta‑se direito; 
quem não o faz, age torto (REALE, 2004, p. 1).
Já quando se fala em justiça, o princípio básico de seu entendimento é o respeito à igualdade de 
todos os cidadãos, concorrendo com o de um que tem o objetivo de manter a ordem social através da 
preservação dos direitos em sua forma legal.
É um termo que vem do latim: jvsticia, termo este abstrato que designa o respeito ao direito de 
terceiros, ou a aplicação do seu direito por ser maior em virtude moral ou material. A justiça pode ser 
reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou por mediação através 
dos tribunais, em especial, pelo Poder Judiciário.
Em Roma, a justiça é representada por uma estátua, com olhos vendados, significando que “todos 
são iguais perante a lei” e “todos têm iguais garantias legais”, ou, ainda, “todos têm iguais direitos”. A 
justiça deve buscar a igualdade entre todos.
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Unidade I
Justiça é um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação 
social em que há um equilíbrio razoável e imparcial entre os interesses, 
riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado 
grupo social (LUMER, 2005, p. 464b).
Aristóteles definia justiça como uma igualdade proporcional: tratamento igual entre os iguais e 
desigual entre os desiguais, na proporção de sua desigualdade. Aristóteles também reconhece que o 
conceito de justiça é impreciso, sendo muitas vezes definido a contrariu sensu, de acordo com o que 
entendemos ser injusto – ou seja, reconhecemos com maior facilidade determinada situação como 
injusta do que uma situação justa (ARISTÓTELES, 2011).
 Observação
Virtudes em Aristóteles:
O que é “ser feliz”?
É possível ser feliz em nossa sociedade?
Existe alguma relação entre a felicidade, a justiça e a bondade?
 Saiba mais
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2011. Livro V.
A ética aristotélica continua a ser uma das bases fundamentais do 
pensamento humano; com ela, Aristóteles opera uma genial e sistemática 
reelaboração das pesquisas dos filósofos que o precederam, particularmente, 
de Sócrates e Platão, distinguindo‑se deles, porém, ao criar uma intuiçãomoral completamente nova.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martin Claret, 2000.
Platão reconhece a justiça como sinônimo de harmonia social, 
relacionando também esse conceito à ideia de que o justo é aquele que se 
comporta de acordo com a lei. Em sua obra A República, Platão defende 
que o conceito de justiça abrange tanto a dimensão individual quanto a 
coletiva: a justiça é uma relação adequada e harmoniosa entre as partes 
beligerantes de uma mesma pessoa ou de uma comunidade.
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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Outra referência que vale a pena buscar:
MENDES, A. C. Platão: a República. Filosofia para Todos, 20 ago. 
2012. Disponível em: <http://www.filosofiaparatodos.com.br/resumos/
platao‑a‑republica/>. Acesso em: 6 abr. 2015.
São Tomás de Aquino (2001) conceituou justiça como a disposição constante da vontade de dar 
a cada um o que é seu – suum cuique tribuere – e classifica‑a como comutativa, distributiva e legal, 
conforme se faça entre iguais, do soberano para os súbditos e destes para com aquele, respectivamente. 
Tomás de Aquino entende que não há um código incondicionado ou absoluto de uma justiça invariável, 
tendo em vista que a razão humana é variável – ainda que a vontade de buscar a justiça seja um 
perpétuo objetivo para o homem. Tomás de Aquino, ainda, aproxima muito seu conceito da religião, ao 
argumentar que, se somente a vontade de Deus é perpétua e se justiça é uma perpétua vontade, então 
a justiça somente pode estar em Deus.
Hans Kelsen (1986) apresenta a justiça como uma ideia irracional; por mais indispensável que seja 
para a ação dos homens, não se trata de um conceito sujeito à cognição. Kelsen enxerga a justiça como 
sendo um julgamento subjetivo de valor, que não pode ser analisado cientificamente.
 Observação
Para pensar:
Hans Kelsen foi um dos maiores e mais conceituados juristas do Direito; 
escreveu vários livros e doutrinas, muitas destas seguidas até hoje pelos 
estudantes de Direito.
Para Hart (apud OLIVEIRA JR., 2000), a ideia de justiça divide‑se em duas partes: um aspecto uniforme 
ou constante, resumido no preceito de tratar da mesma maneira os casos semelhantes, e um critério 
mutável ou variável, usado para determinar quando, para uma dada finalidade, os casos são semelhantes 
ou diferentes. Assim, desde que todos os seres humanos de uma comunidade estejam ligados entre si 
por laços de igualdade, tem‑se que nenhum deles poderá aproveitar‑se de sua superioridade econômica 
ou política para alcançar um fim em detrimento de seu semelhante.
A título de curiosidade, os símbolos da justiça são imagens e/ou alegorias usuais representando‑a, além 
de sua manifestação. São símbolos usuais da justiça: a espada, a balança e a deusa de olhos vendados.
• Espada: simboliza força, coragem, ordem, regra, aquilo que a razão dita e a coerção para alcançar 
tais determinações.
• Balança: simboliza a equidade, o equilíbrio, a ponderação e a igualdade das decisões aplicadas 
pela lei.
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Unidade I
• Deusa de olhos vendados: usualmente uma imagem da deusa romana Iustitia, que corresponde à 
grega Dice, significa o desejo de nivelar o tratamento jurídico de todos por igual, sem nenhuma 
distinção. Tem o propósito da imparcialidade e da objetividade. É a afirmação de que todos são 
iguais perante a lei. Portanto, uma vez que seus olhos estão vendados, elucidam o disposto clara e 
evidentemente. Há de se dizer que a imagem original não comportava tal venda; no entanto, com 
a evolução da humanidade, por obra dos alemães, esta se faz presente até hoje.
• Deusa de olhos abertos e sem venda: pode ser interpretada como a necessidade de não deixar que 
nenhum pormenor relevante para a aplicação da lei seja desconsiderado, avaliar o julgamento de 
todos os ângulos.
 Observação
O Direito sem a balança para pesá‑lo é força bruta e irracional. O Direito 
sem a espada para obrigar sua aplicação é fraco, da mesma forma que a 
ausência da venda nos olhos lhe retira a imparcialidade. Um deve completar 
o outro para que a justiça seja a mais justa possível.
1.1 Ética e moral
Existe uma confusão conceitual entre as palavras moral e ética, pois a própria etimologia destes 
termos gera confusão, porque ética vem do grego ethos, que significa “modo de ser”, e moral tem sua 
origem no latim, que vem de mores, significando “costumes”.
Esta questão da confusão de significados pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas. 
Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e essas 
normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano.
Durkheim explicava moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior à própria sociedade. 
A moral tem caráter obrigatório Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 – França, 15 de novembro 
de 1917) é um dos fundadores da Sociologia Moderna e o responsável pela considerável expansão da 
Sociologia francesa a partir do final do século XIX.
Já a palavra ética, Motta (1984) define como um “conjunto de valores que orienta o comportamento 
do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem‑estar 
social”, ou seja, ética é a forma pela qual o homem deve se comportar no seu meio social.
A moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência moral que o leva a distinguir o 
bem do mal no contexto em que vive. Surgiu na verdade nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. 
A ética teria surgido com Sócrates, pois exige maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas 
morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por 
convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a ética é teórica e reflexiva, enquanto a moral 
é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter‑relacionamento, pois na ação 
humana o conhecer e o agir são indissociáveis.
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Exemplo típico usado para demonstrar a correlação é: em nome da amizade, deve‑se guardar silêncio 
diante do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade de 
organizar o seu comportamento por normas que julgam mais apropriadas ou mais dignas de serem 
cumpridas. Tais normas são aceitas como obrigatórias, e, desta forma, as pessoas compreendem que 
têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Porém o comportamento é o resultado de normas já 
estabelecidas, não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento.
 Lembrete
Entende‑se que a ética seja uma espécie de legislação do comportamento 
moral das pessoas, no entanto a função fundamental é a mesma de toda 
teoria: explorar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade.
A moral, por fim, não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais; 
assim, percebe‑se que a moral também é um empreendimento social. Os atos morais, quando realizados 
por livre participação da pessoa, são aceitos, voluntariamente.
Assim determina Vásquez (1998) ao citar moral como um 
sistema de normas, princípios e valores, segundo os quais são regulamentadas 
as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal 
maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam 
acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma 
maneira mecânica, externa ou impessoal (VÁSQUEZ, 1998).
 ObservaçãoEnfim, ética e moral são os maiores valores do homem livre. Ambos 
significam “respeitar e venerar a vida”.
Ética
Conjunto de valores 
sociais, igualdade e 
bem‑estar social
Conjunto de 
costumes, tradições e 
cultura de grupo
Orientam o 
comportamento do 
homem versus homens
Atua sobre o 
comportamento do 
homem em sociedade
Atinge a todos, é 
universal
Atinge grupos 
específicos
Regulamenta de 
forma indireta todas 
as sociedades
Mantém e aglutina 
sociedades distintas
Moral
Figura 1 
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Unidade I
Para concluir o tópico de ética e moral: aquela é considerada o sistema de princípios morais, e esta, 
aquilo que diz respeito a, preocupa‑se com ou inclui‑se em princípios de conduta correta ou distingue 
entre o certo e o errado. Por fim, integridade é a adesão aos princípios éticos e morais.
1.1.1 Código de conduta ética
O código de ética é um instrumento que busca a realização e a satisfação dos princípios, da visão 
e da missão da empresa. Serve para orientar e disciplinar as ações de seus colaboradores e explicitar 
a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage, como clientes, 
fornecedores e público em geral. É da máxima importância que seu conteúdo seja refletido nas atitudes 
das pessoas a que se dirige e encontre respaldo na alta administração da empresa, tanto quanto o 
último empregado contratado tem a responsabilidade de vivenciá‑lo e praticá‑lo.
O código de ética formaliza um padrão de conduta, considerado adequado para uma organização. 
Quando uma empresa decide adotar uma postura ética em seus relacionamentos, é muito importante 
que essa resolução conste num documento interno que será chamado de código de ética ou código 
de conduta.
Sabemos que as pessoas que integram uma organização possuem formações culturais, intelectuais 
e científicas diferentes, experiências sociais diversas e opiniões diferentes sobre os fatos da vida. 
Contudo, o código de ética tem a missão de padronizar e formalizar o entendimento da organização 
empresarial, incluindo seus colaboradores em seus diversos relacionamentos e operações. A existência 
do código de ética evita que os julgamentos subjetivos deturpem, impeçam ou restrinjam a aplicação 
plena dos princípios.
Podem‑se traçar, dentre outras, algumas formas para que a organização cumpra, ou melhor, obedeça 
ao código de ética estabelecido. São elas:
• treinamento dos conceitos constantes do código;
• sistema de revisão e verificação do efetivo cumprimento das normas do código de ética;
• criação de um canal de comunicação destinado a receber e a processar relatos sobre eventuais 
violações às normas traçadas no código de ética.
A consciência ética das empresas manifestada através de seus gestores cresce a cada dia, como se 
pode perceber pelo grande número de causas submetidas à justiça. Essas causas revelam que, em todos 
os relacionamentos da empresa, a sociedade deseja obediência à legislação e à ética.
O profissional da atualidade, no Brasil, está vivendo uma experiência ímpar ao integrar o mundo dos 
negócios nessa Era Ética.
O código de ética, como já ressaltado, irá formalizar numa espécie de documento da empresa seus 
padrões éticos e morais, criando assim regras de conduta.
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O autor Robert Henry Srour (2008, p. 232), em sua obra Ética Empresarial, apresenta uma lista de 
alguns temas recorrentes nos códigos de ética no Brasil.
• Relacionamento com clientes, acionistas, colaboradores, fornecedores e prestadores de serviços, 
distribuidores, autoridades governamentais, órgãos reguladores, mídia, concorrentes, sindicatos, 
comunidades locais, terceiro setor, associações empresariais.
• Conflitos de interesse entre os vários públicos.
• Regulamentação da troca de presentes, gratificações, favores, cortesias, brindes, convites de 
fornecedores ou clientes.
• Observância das leis vigentes.
• Segurança e confidencialidade das informações não públicas, em especial, das informações privilegiadas.
• Teor dos balanços, das demonstrações financeiras e dos relatórios da diretoria endereçados aos 
acionistas, e seu nível de transparência.
• Propriedade intelectual de bens simbólicos, patentes ou marcas.
• Espionagem econômica ou industrial versus pesquisas tecnológicas e uso do benchmarking e da 
inteligência competitiva.
• Postura diante do trabalho infantil e do trabalho forçado.
• Formação de lobbies ou tráfico de influência.
• Formação de cartéis e participação em associações empresariais.
• Contribuição para campanhas eleitorais.
• Prestação de serviços profissionais por parte dos colaboradores a fornecedores, prestadores de 
serviços, clientes ou concorrentes.
• Respeito aos direitos do consumidor.
• Relação com o meio ambiente: uso de energia, água e papel; consumo de recursos naturais; 
poluição do ar; disposição final de resíduos.
• Uso do tempo de trabalho para assuntos pessoais.
• Uso do nome da empresa para obter vantagens pessoais.
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Unidade I
• Discriminação das pessoas em razão de gênero, etnia, raça, religião, classe social, idade, orientação 
sexual, incapacidade física ou qualquer outro atributo e regulação de sua seleção e promoção 
(questão da diversidade social).
• Assédio moral e assédio sexual.
• Segurança no trabalho, com adequação dos locais de trabalho e dos equipamentos para prevenir 
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
• Uso de drogas ilícitas, ingestão de bebidas alcoólicas e prática de jogos de azar.
• Porte de armas.
• Relações de apadrinhamento (nepotismo, favoritismo, paternalismo, compadrio, amizade) e 
contratação de parentes ou amigos como colaboradores ou como terceiros.
• Troca de informações com concorrentes, fornecedores e clientes.
• Adoção de critérios objetivos e justos na contratação e no pagamento dos fornecedores ou 
prestadores de serviços, para afastar qualquer favorecimento.
• Existência de interesses financeiros ou vínculos de qualquer espécie com empresas que mantenham 
negócios com a empresa para não ensejar suspeita de favorecimento.
• Posicionamento com relação à concorrência desleal.
• Difusão interna de fofocas ou rumores maliciosos.
• Privacidade dos colaboradores.
• Direito de associação dos colaboradores a sindicatos, igrejas, associações, partidos políticos ou 
organizações voluntárias.
• Restrição do fumo a locais ao ar livre ou a áreas reservadas.
• Proibição da comercialização interna de produtos ou serviços por colaboradores.
• Uso dos bens e recursos da empresa para que não ocorram danos, manejos inadequados, 
desperdícios, perdas, furtos ou retiradas sem prévia autorização.
• Utilização dos equipamentos e das instalações da empresa para uso pessoal dos colaboradores ou 
para assuntos políticos, sindicais ou religiosos.
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• Proteção da confidencialidade dos registros pessoais que ficam restritos a quem tem necessidade 
funcional de conhecê‑los, salvo exceções legais.
 Observação
Neste sentido, pode‑se dizer que administrar a ética dentro de uma 
empresa é gerir o alinhamento do comportamento dos seus colaboradores 
com um conjunto de normas que consideramos indispensáveis e que 
formam a base da cultura desejada para a corporação.
O que seprocura com essa Era Ética, assim denominada por vários 
doutrinadores, é estabelecer para sempre o orgulho de ser honesto, o qual 
será ostentado por empresários, acionistas, administradores, empregados, 
parceiros e agentes das organizações empresariais.
O respeito aos códigos de ética depende da determinação de cada um dos 
envolvidos na organização empresarial, de conhecer, seguir e disseminar os 
princípios éticos, assim como de exigir a sua observância por parte de todos.
 Lembrete
A ética serve para qualificar as organizações (empresa ética), as pessoas 
(sujeito ético) e os comportamentos (conduta ética), dentro de uma sociedade. 
 Saiba mais
Os filmes a seguir podem propiciar uma inter‑relação com os conteúdos 
da unidade:
WALL Street. Dir. Oliver Stone. EUA: Twentieth Century Fox Film 
Corporation, 1987. 126 minutos.
UMA SECRETÁRIA de futuro. Dir. Mike Nichols. EUA: Twentieth Century 
Fox Film Corporation, 1988. 113 minutos.
1.2 Fontes de Direito
A palavra fonte significa “lugar de onde a água surge, nasce ou jorra”; neste sentido, vamos entender 
de onde o Direito surge, ou seja, as formas pelas quais ele se manifesta.
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Unidade I
São cinco as fontes formais do Direito:
I. Lei: é a norma, escrita ou não, vigente em um país, elaborada pelo Poder Legislativo; podemos 
definir a lei como uma norma aprovada pelo povo de um país através de seus representantes. 
Em outras palavras, lei é a regra escrita feita pelo legislador com a finalidade de tornar expresso 
o comportamento considerado desejável ou indesejável (âmbito penal) para a coletividade. As 
leis brasileiras, exceto disposição em contrário, começam a vigorar (ter validade) 45 dias depois 
de oficialmente publicadas no Diário Oficial da União (jornal oficial da União). Mas em geral as 
próprias leis estabelecem em seu próprio texto o prazo inicial de sua vigência (validade), sendo 
comum declararem que “entram em vigor na data de sua publicação”; este procedimento é 
denominado “vigência da lei no tempo”.
II. Costume: é o conjunto de normas de comportamento que a sociedade pratica ao longo dos 
tempos, ao qual as pessoas obedecem de maneira uniforme e constante pela convicção de sua 
obrigatoriedade, porém não está escrito em códigos nem em nenhuma legislação. É criado 
espontaneamente pela sociedade, sendo produzido por uma prática geral, constante e reiterada. 
Exemplo: a caderneta de anotações utilizadas por alguns comerciantes na venda de produtos a 
prazo (fiado); ou a fila: não há uma lei determinando a obediência à fila em locais de atendimento, 
mas as pessoas por costume a respeitam, por ordem de chegada.
III. Princípios Gerais de Direito: é o que inspira o sistema jurídico e dá‑lhe alicerce na elaboração 
das leis ou na decisão que deverá ser tomada num conflito de interesses. Exemplo: o princípio da 
boa‑fé, que deve estar presente em todas as relações de negócios, significa que a honestidade 
e a transparência fazem parte de todo relacionamento entre os indivíduos, principalmente, nas 
relações contratuais. A partir desses princípios os legisladores criam e aprovam as leis que irão 
reger toda a sociedade.
IV. Jurisprudência: é o conjunto de decisões judiciais (sentenças, acórdãos etc.) reiteradas (repetidas) 
sobre determinadas questões idênticas. A jurisprudência vai se formando a partir das soluções 
adotadas pelos órgãos judiciais ao julgar casos jurídicos.
V. Doutrina jurídica: o parecer sobre determinados assuntos, que podem ser manifestados através 
de livros, artigos, notas, dentre outras manifestações escritas de diversos especialistas de notório 
saber jurídico, constitui verdadeiras normas que orientam legisladores, juízes e advogados.
 Observação
As cinco fontes do Direito são: lei, costume, Princípios Gerais do Direito, 
jurisprudência e doutrina jurídica; estão presentes em todas as decisões 
judiciais na aplicação do Direito.
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1.3 Responsabilidade social
Podemos conceituar a responsabilidade social como um processo instrutivo e dinâmico baseado na 
ciência do dever humano e na ética, envolvendo ações governamentais e não governamentais pelos 
direitos fundamentais para a vida, as relações sociais e o equilíbrio ambiental.
Estas manifestações, além de regras de ordem moral, estão disciplinadas em códigos e instrumentos 
pátrios, como as leis de proteção ao consumidor, a crianças e adolescentes, às mulheres e aos idosos; e, 
no âmbito internacional, temos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração Universal 
dos Direitos da Criança, as Convenções sobre as Condições de Trabalho, dentre outros.
Dentro das sociedades podemos encontrar diversas formas de manifestação de responsabilidade 
social que podem ser exercidas pelo governo municipal através de políticas públicas, e pelos cidadãos 
através de desenvolvimento social com ações individuais, coletivas ou empresariais, junto a órgãos 
públicos ou entidades privadas, com a execução de trabalhos voluntários.
Organização
Sociedade
Responsabilidade social
Ética
Figura 2 
1.3.1 Ética empresarial
A ética empresarial pode ser definida como o comportamento da pessoa jurídica de Direito Público 
(empresas públicas) ou Direito Privado, quando estas agem de conformidade com os princípios morais 
e éticos aceitos pela sociedade, ou seja, quando elas agem em conformidade com as regras éticas 
provindas do senso comum de uma sociedade.
Este comportamento ético e moral é o que espera a sociedade em geral na qual a pessoa jurídica está 
inserida, pouco importando se for pessoa jurídica de Direito Público ou Privado, devendo a empresa agir 
com ética em todos os seus relacionamentos, especialmente com clientes, fornecedores, empregados, 
concorrentes e governo.
É importante ressaltar que toda empresa tem o dever ético de cumprir a lei e os costumes.
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Unidade I
Segundo o autor Joaquim Manhães Moreira (apud COTRIM, 2008, p. 228), são razões para a empresa 
ser ética:
• Custos menores, pois não faz pagamentos irregulares ou imorais, por exemplo, o “suborno”.
• Possibilidade de avaliar com precisão o desempenho da sua estrutura.
• Legitimidade moral para exigir comportamento ético dos empregados.
• Geração de lucro livre de contingências, por exemplo, condenações por procedimentos indevidos.
• Obtenção de respeito dos parceiros comerciais.
• Cumprimento do dever inerente à responsabilidade social da organização.
1.3.2 Responsabilidade social empresarial (RSE)
Responsabilidade social empresarial ou RSE é a forma de gestão empresarial que se define pela 
relação ética/moral e transparente da empresa com todos os seus públicos (clientes, fornecedores, 
empregados etc.) e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionam o desenvolvimento 
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações presentes e 
futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.
A responsabilidade empresarial, seguindo os ensinamentos de Robert Henry Srour (2008), adquire o 
caráter social em função da adoção de um conjunto de práticas descrito a seguir.
• Conjuga o desenvolvimento profissional dos colaboradores e sua coparticipação em decisões 
técnicas, estimula investimentos em segurança e melhores condições de trabalho, concede 
participação nos lucros e nos resultados, assim como outros benefícios sociais. Seus impactos 
imediatos são maior produtividade,mais eficiência nos processos, incremento do capital 
intelectual, maior assiduidade do pessoal e menor rotatividade.
• Valoriza a diversidade interna da empresa, por meio do combate às discriminações – no 
recrutamento, no acesso ao treinamento, na remuneração, na avaliação do desempenho e na 
promoção das “minorias políticas”, como é o caso de uma política de emprego para portadores 
de deficiência física, da adaptação do ambiente de trabalho às suas necessidades e da previsão de 
vagas para jovens de pouca qualificação que recebem formação e capacitação adequadas.
• Exige dos prestadores de serviços que seus trabalhadores desfrutem de condições de trabalho 
semelhantes às dos próprios funcionários da empresa contratante.
• Constitui parcerias entre clientes e fornecedores para gerar produtos e serviços de qualidade, 
garantir preços competitivos, estabelecer um fluxo de informações precisas e tempestivas e para 
assegurar relações confiáveis e duradouras.
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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO
• Contribui para o desenvolvimento da comunidade local e, por extensão, da sociedade inclusiva, 
através da implantação de projetos que aumentem o bem‑estar coletivo.
• Inclui investimentos em pesquisa tecnológica para inovar processos e produtos, além de satisfazer 
melhor os clientes ou usuários.
• Exige a conservação e a restauração do meio ambiente através de intervenções não 
predatórias (consciência da vulnerabilidade do planeta) e através de medidas que evitem 
externalidades negativas.
• Implica a publicação de um “balanço social”.
No ano de 1998 o Conselho Empresarial Mundial, em convenção na Holanda, institui as bases para 
o conceito de Responsabilidade Social Corporativa (empresarial), estabelecendo o comprometimento 
permanente dos empresários com comportamentos eticamente orientados e com o desenvolvimento 
econômico, no intuito de melhorar a qualidade de vida dos empregados e de suas famílias, bem como 
da comunidade local e da sociedade em geral.
As consequências trazidas para as empresas que adotam dentre as suas estratégias a responsabilidade 
social podem ser resumidas da seguinte forma:
• Contribuição decisiva para a perenidade das empresas, uma vez que diminui sua vulnerabilidade ao 
reduzir desvios de conduta, processos judiciais e possíveis retaliações por parte dos stakeholders.
• Promoção da reputação das empresas, sobretudo, junto aos clientes e às comunidades locais em 
que suas sedes estão implantadas.
• Conciliação da eficácia econômica com preocupações sociais.
• Fortalecimento interno da empresa, conquistando e retendo talentos, além do cultivo de um 
relacionamento duradouro com clientes e fornecedores.
• Faz os projetos sociais serem agregados como valor aos produtos ou serviços prestados.
• Operar como fator inovador para alcançar o sucesso empresarial.
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Unidade I
Eixo 1
Qualidade de vida 
na empresa
Eixo 2
Saúde e
bem‑estar
Eixo 4
Cuidado do meio 
ambiente
Eixo 3
Vínculo com a
comunidade
Figura 3
Neste sentido, as empresas têm a missão de competir não somente pela conquista do mercado, 
para auferir lucros, mas também para conquistar um capital de reputação, de prestígio; querem dispor 
de uma reserva de credibilidade que lhe confira a “licença para operar” e, por conseguinte, o benefício 
da dúvida em situação de crise. Procuram obter, sobretudo, um crédito de confiança que lhes outorgue 
uma vantagem competitiva para incrementar sua rentabilidade (SROUR, 2008, p. 232).
1.4 Ramos do Direito: Público e Privado
Fazem parte do Direito as normas jurídicas que se destinam a regularizar as diferentes esferas da vida 
social. Por isso, costumam‑se formar subsistemas jurídicos, com princípios específicos e dotados de uma 
estrutura interna que os define como ramos autônomos em relação a outros setores da atividade jurídica. 
Há múltiplas formas de classificar o Direito em ramos, mas aqui se adotará a mais genérica e simples.
Uma primeira classificação das normas do Direito divide‑as em dois grandes grupos: as de Direito 
Público e as de Direito Privado. São de Direito Público aquelas normas e atuações nas quais o Estado ou 
entidades públicas se acham presentes como tais, ou seja, exercendo seu poder. As normas de Direito 
Público podem regular ações dentro de um mesmo país, ou as relações do país com indivíduos. O que 
caracteriza essas normas é a especial presença do poder estatal.
Público Privado
Direito Civil
Direito Comercial
Direito do Trabalho
Direito Internacional 
Privado
Externo
Direito Internacional 
Público
Interno
Direito Constitucional
Direito Administrativo
Direito Penal
Direito Tributário
Direito Processual
Figura 4 
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O Direito Privado se constitui das normas que regulam as relações entre pessoas físicas e jurídicas. 
Da mesma forma, são de Direito Privado as ações em que o Estado entra como particular, sem usar sua 
condição de poder.
Conforme o quadro a seguir, pode‑se observar claramente a divisão temática do Direito:
Quadro 1 – Ramos do Direito Público e do Direito Privado
Direito Público Direito Privado
• Constitucional
• Administrativo
• Penal
• Tributário
• Processo Penal
• Processo Civil
• Civil
• Comercial
• Do Trabalho
Dentro do Direito Público, distinguem‑se vários ramos. O Direito Internacional público regula a 
atuação do Estado e de seus organismos nas relações com outros Estados. Na segunda metade do século 
XX se criaram diversas organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas, que embora 
não sejam Estados regem‑se pelo Direito Internacional Público.
Ramos do Direito
Pode‑se dizer que são ramos do Direito Público: o Direito Constitucional, o Administrativo, 
o Previdenciário, o Financeiro, o Penal, o Internacional Público, o Internacional Privado e 
o Processual. Os ramos do Direito Privado são: Direito Civil, Direito Empresarial, Direito 
do Consumidor e Direito do Trabalho. É importante dizer, nesse momento, que o que se 
pretende não é fornecer conceitos específicos de cada um dos ramos citados, mas tão 
somente abordar, de forma bastante genérica, do que trata cada um desses ramos.
Ramos do Direito Público
Direito Constitucional: as normas de Direito Constitucional são internas e estruturais 
de cada Estado. Elas disciplinam as instituições políticas, a estrutura de governo, a 
organização dos poderes do Estado, os limites de funcionamento, a sociedade e as garantias 
fundamentais de cada indivíduo. São normas que fornecem um modelo para as demais leis 
que surgirem. Montam toda a estrutura da sociedade e ditam os parâmetros econômicos, 
políticos e sociais.
Direito Administrativo: é o ramo do Direito Público que regulamenta a atividade estatal, 
com todos os serviços públicos postos à disposição da sociedade, em busca do bem comum. 
Vale dizer que o Direito Administrativo se preocupa com a prestação do serviço público, a 
forma e os limites de atuação e ainda disciplina o relacionamento entre entes públicos e 
privados, e a relação dos indivíduos com a administração pública.
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Direito Financeiro: o Estado, para prestar os serviços públicos em prol dos cidadãos, 
necessita de recursos, que advêm dos tributos (impostos, taxas e contribuições). Assim, 
é o objetivocentral do Direito Financeiro o estudo dos princípios e das diretrizes que 
norteiam a forma de aplicação, administração e gerenciamento desses recursos públicos 
para a execução destes serviços, e ainda o planejamento necessário de forma que as 
receitas e as despesas públicas se equilibrem no grande orçamento público. É intenção 
do Direito Financeiro que o Estado empregue seus recursos da maneira mais eficiente 
possível para a sociedade.
Direito Penal: ramo do Direito que disciplina as condutas humanas que podem pôr em 
risco a coexistência dos indivíduos na sociedade. O Direito Penal vai regular essas condutas 
com base na proteção dos princípios relacionados à vida, à intimidade, à propriedade, à 
liberdade, enfim, princípios que devem ser respeitados no convívio social. Dessa forma, 
o Direito Penal vai descrever as condutas consideradas crimes (condutas mais graves) e 
contravenções (condutas menos graves) e as respectivas penas cominadas. Vale dizer que o 
Estado é o responsável pelo direito de punir, e o faz mediante critérios preestabelecidos, com 
o intuito de desestimular os indivíduos a transgredirem as normas, e também de readaptar 
o indivíduo ao convívio social.
Direito Internacional Público: é o ramo do Direito voltado para disciplinar as relações 
entre os vários Estados, possuindo princípios e diretrizes, que visam a uma interação 
pacífica dos Estados, nas esferas política, econômica, social e cultural. Vale dizer que são 
criados organismos internacionais, tais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a 
Organização Mundial do Comércio (OMC), para auxiliar na descoberta de interesses comuns, 
e de que forma a interação dos Estados vai se dar. Os instrumentos dos acordos entre os 
Estados são denominados tratados.
Direito Internacional Privado: ramo destinado a regular a situação do estrangeiro no 
território nacional, pois, como o estrangeiro está em local diverso de seu país, haveria 
um conflito de leis a serem aplicadas no caso concreto: a lei estrangeira, ou a do local 
onde o indivíduo se encontra? Assim, a base do Direito Internacional Privado seria regular 
essas relações e estabelecer diretrizes e normas, dirigidas às autoridades, para a resolução 
desses conflitos.
Direito Processual: para definir o objeto de estudo desse ramo do Direito, primeiro, é 
importante dizer que é o Estado que detém o poder de aplicar o Direito, estabelecendo a 
ordem, aplicando as penalidades e solucionando os conflitos entre as partes, por meio de 
um processo judicial. Dessa forma, o ramo em questão visa disciplinar de que forma isso vai 
se dar, estabelecendo princípios e regras a serem previamente obedecidas, tanto pelo Estado 
quanto pelas partes na disputa judicial. Assim, a função do Direito Processual é organizar 
a forma pela qual o Estado vai prestar esse poder‑dever de julgar, e como as partes devem 
agir no embate judicial.
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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Ramos do Direito Privado
Direito Civil: ramo do Direito Privado por excelência, pois visa regular as relações dos 
indivíduos, estabelecendo direitos e impondo obrigações. O Direito Civil atua em toda a vida 
do indivíduo, pois disciplina todos os campos de interesses individuais. O Código Civil, ou 
seja, reunião de todas as leis de Direito Civil, é estruturado em duas grandes partes: geral, 
que contém normas de caráter abrangente, que servem a qualquer área do Direito Civil; 
e especial, que trata dos assuntos específicos. Na parte geral encontram‑se os livros que 
contêm os temas relativos às pessoas, aos bens e aos fatos jurídicos. Já a parte especial dos 
livros é composta por: obrigações, direito de empresa, direito das coisas, direito de família, 
direito das sucessões e um livro complementar das disposições finais e transitórias. Assim, 
verifica‑se que o Direito Civil abrange todas as áreas do relacionamento humano, que serão 
objeto de estudo durante todo o curso de Direito.
Direito Comercial: é o ramo do Direito destinado a regular a prática do comércio, bem 
como o direito das partes envolvidas. O comércio, responsável por movimentar as riquezas 
de um país, deve possuir princípios e regras próprias, visando a uma justa relação entre os 
atores do comércio. Há regras inerentes, também, aos títulos de crédito (formas utilizadas em 
pagamentos), que circulam durante a prática comercial, como o cheque, a nota promissória, 
a letra de câmbio etc.
Direito do Trabalho: é um ramo que se destina a disciplinar as relações de trabalho, 
estabelecendo princípios e regras, de forma que evite a exploração do trabalho, e conceder 
direitos e obrigações recíprocos tanto aos que prestam os serviços quanto para aqueles [a 
quem o] serviço se destina.
Há discussão entre os juristas [sobre] se o Direito do Trabalho seria um ramo do 
Direito Público ou do Privado. Por muito tempo, vários autores entenderam se tratar 
de um ramo do Direito Público, pois apesar de suas normas disciplinarem relações 
privadas, a vontade das partes ficaria limitada às regras preestabelecidas pelo Estado. 
Contudo, com o passar do tempo, entenderam se tratar de ramo do Direito Privado, 
pois predomina o interesse particular, em detrimento da natureza das regras públicas. 
Há autores que atentam, ainda, para uma classificação mista, pois o Direito do Trabalho 
teria uma esfera pública e outra privada.
Fonte: INTRODUÇÃO ao estudo do direito: ramos do direito. JurisWay, 2014. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/
cursoonline.asp?id_titulo=1818&id_curso=197&id_pagina=000&tipocurso=JurisClass>. Acesso em: 8 abr. 2015.
 Lembrete
Embate: choque de interesses contrários.
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Unidade I
2 DIREITO CONSTITUCIONAL
2.1 Introdução e conceito
Direito Constitucional é o ramo que estuda princípios básicos da organização do Estado. É o ramo 
do Direito que enfeixa os princípios e as normas que regulam a estrutura e o agrupamento humano e 
garante o complexo de condições de existência e evolução do indivíduo. É com o Direito Constitucional 
que se estuda, analisando cientificamente o modo de se instrumentalizar o Estado para atingir um bem 
final: harmonia numa sociedade.
Segundo o professor José Afonso da Silva (2002, p. 37‑8),
é um sistema de normas jurídicas, escritas e costumeiras, que regula a forma 
do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício de 
poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos 
fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a constituição 
é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado.
Na doutrina de Kelsen (1986), ora adotada no Brasil, a Constituição é ao mesmo tempo a norma 
fundamental hipotética, ou seja, o fundamento lógico que antecede a própria formalização da 
Constituição, e a norma positiva suprema, vale dizer, a Lei suprema que estabelece as diretrizes para a 
elaboração das demais regras do ordenamento jurídico.
As normas constitucionais possuem grau máximo de eficácia e positividade, fator que as diferencia 
das demais normas que compõem o ordenamento jurídico, por isso são dotadas de características da 
supralegalidade.
Constituição
Leis, decretos, 
jurisprudência
Atos normativos: 
portarias, resoluções etc.
Constituição federal 
(05/10/88)
Emendas constitucionais
Leis (complementares. ordinárias, 
delegadas) e medidas provisórias
Decretos 
(servem para regulamentar uma lei)
Resoluções, instruções normativas, 
portarias etc.
Contratos, sentenças 
judiciais, atos e negócios 
juridicos
Rotação de superioridade
Figura 5 
É certo que as normas infraconstitucionaisdevem guardar uma relação de compatibilidade vertical 
com as normas constitucionais, ou seja, os atos inferiores à Constituição devem estar em conformidade 
com ela, sob pena de serem inconstitucionais.
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Convenções 
sindicais e ordens de 
serviço
Constituição 
federal
Normas 
técnicas (ABNT/
NBR) e normas 
regulamentadoras 
(NR)
Convenções 
e acordos 
internacionais 
(regulamentam-
se através de 
decretos)
Leis ordinárias 
(Consolidação das 
Leis do Trabalho - 
CLT);
Portarias 
ministeriais
Bases
Figura 6 
2.2 Princípios gerais constitucionais
Segundo José Afonso da Silva (2002), os princípios constitucionais são ordenações que se irradiam 
e imantam os sistemas de normas. Informa ainda o citado autor que tais princípios podem estar 
positivadamente incorporados, por serem a base de normas jurídicas, o que os transformaria em 
normas‑princípios, constituindo, dessa forma, os preceitos básicos da organização constitucional.
Os princípios constitucionais estão previstos na Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Assim, podemos citar alguns:
• Princípio da legalidade: é o mais importante instrumento constitucional de proteção individual no 
Estado Democrático de Direito, com origem no fim do século XVIII e cujo significado político se 
traduz no paradoxo entre regra e exceção que instaura. Diz respeito à obediência às leis. Por meio 
dele, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei.
• Princípio da igualdade: trata‑se de um princípio jurídico disposto nas Constituições de vários 
países que afirma que “todos são iguais perante a lei”, independentemente da riqueza ou do 
prestígio destes. O princípio informa todos os ramos do Direito. Tal princípio deve ser considerado 
em dois aspectos: o da igualdade na lei, a qual é destinada ao legislador, ou ao próprio Executivo, 
que, na elaboração de leis, atos normativos e medidas provisórias, não poderão fazer nenhuma 
discriminação; e o da igualdade perante a lei, que se traduz na exigência de que os Poderes 
Executivo e Judiciário, na aplicação da lei, não façam nenhuma discriminação.
• Princípio da liberdade: é conhecido como o direito da primeira geração, os primeiros a constarem 
do instrumento normativo constitucional, a saber, os direitos civis e os políticos, que em grande 
parte correspondem, àquela fase inaugural do constitucionalismo. Têm por titular o indivíduo, 
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são oponíveis ao Estado, traduzem‑se como faculdades ou atributos da pessoa e ostentam uma 
subjetividade que é seu traço mais característico; enfim, são direitos de resistência ou oposição 
perante o Estado.
• Princípio da ampla defesa e princípio do contraditório: é assegurado pelo artigo 5º, inciso LV da 
Constituição Federal, mas pode ser definido também pela expressão audiatur et altera pars, que 
significa “ouça‑se também a outra parte”.
• Princípio da isonomia: vide igualdade.
• Princípio da proporcionalidade da lei: tem por finalidade precípua equilibrar os direitos individuais 
com os anseios da sociedade.
• Princípio da simetria: é o princípio federativo que exige uma relação simétrica entre os institutos 
jurídicos da Constituição Federal e as Constituições dos Estados‑Membros. Este princípio postula 
que haja uma relação simétrica entre as normas jurídicas da Constituição Federal e as regras 
estabelecidas nas Constituições estaduais, e mesmo nas municipais. Isto quer dizer que, no sistema 
federativo, ainda que os Estados‑Membros e os municípios tenham capacidade de organizar‑se, 
esta auto‑organização se sujeita aos limites estabelecidos pela própria Constituição Federal. 
Assim, por este princípio, os Estados‑Membros se organizam obedecendo ao mesmo modelo 
constitucional adotado pela União.
2.3 Direitos e garantias fundamentais do cidadão
As garantias fundamentais são os mecanismos de efetivação dos direitos individuais, de cunho 
instrumental, com intuito assecuratório. As garantias constitucionais, em um conceito amplo, podem 
ser postas como os pressupostos e as bases “do exercício e [da] tutela dos direitos fundamentais, ao 
mesmo passo que rege, com proteção adequada, nos limites da constituição, o funcionamento de todas 
[as] instituições existentes no Estado” (BONAVIDES, 2000, p. 493). Ou seja, servem como pressupostos de 
validade dos atos estatais, tendo como o seu objeto a proteção dos direitos individuais e das estruturas 
do Estado.
A matéria dedicada aos direitos e garantias fundamentais foi contemplada com doze artigos pelo 
Constituinte brasileiro, iniciando‑se com o artigo 5º e estendendo‑se ao artigo 17. Os dispositivos 
apresentam‑se organizados da seguinte forma:
• O artigo 5º, provido de 78 incisos, traz em seu conteúdo os direitos e garantias individuais e 
coletivos. Enfatiza a igualdade perante a lei e as cinco dimensões:
— Vida.
— Liberdade.
— Igualdade.
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— Segurança.
— Propriedade.
• O artigo 6º traz a definição de quais são os direitos sociais:
— Educação.
— Saúde.
— Alimentação.
— Trabalho.
— Moradia.
— Lazer.
— Segurança.
— Previdência social.
— Proteção à maternidade e à infância.
— Assistência aos desamparados.
• A seguir, o artigo 7º, com 34 incisos, estabelece os direitos dos trabalhadores urbanos e dos rurais, 
em prol da melhoria de sua condição social.
• O artigo 8º, com seus oito incisos, dispõe sobre a associação profissional ou sindical.
• Em seguida, o artigo 9º trata do direito de greve.
• O artigo 10 dispõe sobre a participação de empregados e trabalhadores nos colegiados de órgãos 
públicos que tratem de seus respectivos interesses profissionais.
• O artigo 11, tratando de direitos sociais, aborda a garantia da eleição de um representante dos 
empregados em empresas que possuam mais de 200 funcionários, permitindo o contato com todos 
eles e principalmente pelo efetivo com o empregador acerca dos interesses de seu emprego.
• Os artigos 12 e 13 foram dedicados aos direitos de nacionalidade:
— O artigo 12 trata de estabelecer quem é brasileiro, encaixando‑se em uma das duas categorias: 
nato ou naturalizado.
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Unidade I
— O artigo 13 foi dedicado aos símbolos e características da República Federativa do Brasil, por 
exemplo, a língua portuguesa, considerada idioma oficial do país; os símbolos oficiais: bandeira, 
hino, armas e selo; e ainda a garantia aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios de 
adoção de símbolos próprios.
• Os artigos 14 a 16, que tratam dos direitos políticos, e o artigo 17, que se dedica aos partidos 
políticos, corresponderiam à letra e (direitos políticos) da classificação de José Afonso da Silva.
— O artigo 14 traz o conceito de soberania popular, uma subespécie do conceito soberania. 
Esta soberania popular, de acordo com o artigo, será exercida por meio de sufrágio universal, 
através de voto direto e secreto, sendo três as suas formas: plebiscito, referendo e iniciativa 
popular. Estabelece o artigo 14 ainda os cidadãos capazes de participarem ativamente em 
eleições, condições de suspensão de tal garantia, e as condições passivas de exercício de 
cidadania (elegibilidade).
— O artigo15 tratará da cassação dos direitos políticos.
— O artigo 16 tratará da entrada em vigor de lei que altera o processo eleitoral.
Para nosso fim, iremos considerar um conceito mais específico de “garantia constitucional, o 
de garantia constitucional individual (ou garantia individual), usando para exprimir os meios, 
instrumentos, procedimentos e instituições de destinados a assegurar o respeito, a efetividade do gozo 
e a exigibilidade dos direitos individuais” (SILVA, 2002, p. 418), expressos principalmente no texto do 
artigo 5º, da Constituição da República Federativa do Brasil. Os direitos fundamentais correspondem 
aos dispositivos de conteúdo declaratório que têm por fim o reconhecimento da existência do direito 
nele contido/inserido.
Constituição federal de 1988
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios 
e do Distrito Federal, constitui‑se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I ‑ a soberania;
II ‑ a cidadania;
III ‑ a dignidade da pessoa humana;
IV ‑ os valores sociais do trabalho e da livre‑iniciativa;
V ‑ o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Figura 7 
Os direitos fundamentais são limitações impostas pela soberania popular aos poderes 
constituídos, para salvaguardar interesses essenciais à pessoa humana. As garantias fundamentais 
são mecanismos para assegurá‑los. Para melhor visualizar a diferença básica, segue a figura:
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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Direitos
Direitos e Garantias
Limitações
Caráter educativo
Garantias
Mecanismos
Caráter assecuratório
Figura 8 
2.4 Poder constituinte e divisão de poderes
Os poderes “constituintes” da República são os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Isto 
significa dizer que algo os constituiu, logo existe um poder maior chamado de Poder Constituinte.
Poder Constituinte é, no Direito, o poder de criar, modificar, revisar, revogar ou adicionar algo à 
Constituição do Estado.
As legitimidades do Poder Constituinte, do procedimento constituinte e da Constituição por ele 
elaborada são indissociáveis, e delas depende a legitimação do exercício do poder político no Estado 
Democrático de Direito. Tal constatação pode resumir‑se na máxima formulada pelo ex‑presidente 
norte‑americano Abraham Lincoln no sentido de que “Democracia é o governo do povo, pelo 
povo e para o povo”, pensamento este essencialmente correto se dermos interpretação real aos 
termos que o compõem. Pode‑se afirmar ainda que a famosa citação corresponde precisamente à 
democracia direta.
A legitimidade do Poder Constituinte decorre diretamente do princípio da 
soberania popular. Só o povo, concebido como uma pluralidade de forças 
culturais, sociais e políticas, pode deliberar sobre a conformação da sua 
ordem político‑social. Um ou mais indivíduos manifestam vontade soberana 
que pode ser o início de um novo núcleo social (TEMER, 1995, p. 29).
É um poder que institui os demais, e por isso é chamado de poder constituinte. Nas palavras de 
Manuel Gonçalves Ferreira Filho (2012), a Constituição é tratada como Lei Suprema, base e fonte de 
validade de todo o ordenamento jurídico, e sua supremacia decorre justamente de sua origem, de um 
poder que constitui os demais.
Cada um dos Poderes exerce sua função típica e, excepcionalmente, as funções de outros 
Poderes. Trata‑se da chamada interpenetração dos Poderes ou seja, tanto o Legislativo quanto 
o Judiciário exercem atipicamente funções administrativas (executivas) quando, por exemplo, 
preenchem os cargos de suas secretarias, concedem férias a seus funcionários etc. (art. 51, inciso 
IV, e art. 96, inciso I, alínea f, ambos da CF).
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Separação dos Poderes em corrente tripartite
Poder Legislativo
Ao Poder Legislativo cabe legislar e fiscalizar, sendo ambas as funções igualmente 
importantes. Exerce também alguns controles que, segundo Alexandre de Moraes, podem ser 
o político‑administrativo e o financeiro‑orçamentário. Pelo primeiro controle, cabe a análise 
do gerenciamento do Estado, podendo, inclusive, questionar atos do Poder Executivo. Ainda 
como atribuição constitucional temos tutelada no artigo 58, § 3º a previsão de criação de 
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), pela Câmara de Deputados e do Senado Federal, 
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, 
com poderes de investigação próprios das autoridades judiciais e daqueles previstos nos 
respectivos regimentos internos das Casas Legislativas.
Em relação ao segundo controle, financeiro‑orçamentário, previsto nos artigos 70 a 75 
da Constituição Federal, será exercido pelo Congresso Nacional com abrangência pública e 
privada, de acordo com o parágrafo único do artigo 70, incluído pela Emenda Constitucional 
nº 19/98, onde estabelece que preste conta qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, que utilize, arrecade, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelo 
qual a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigação de natureza pecuniária.
Por outro lado, não raras vezes são atribuídas, ao Poder Legislativo, funções administrativas, 
quando este dispõe sobre sua organização e [seu] funcionamento interno, exercendo o 
provimento de cargos aos seus servidores, assim como seu plano de carreira; também 
exerce a função de julgar, quando este, por exemplo, exerce o julgamento do Presidente da 
República nos crimes de responsabilidade, de acordo com o artigo 52, incisos I e II da CF/88. 
Poder Executivo
O Poder Executivo no Brasil é exercido pelo Presidente da República juntamente com 
os Ministros que por ele são indicados. É a ele que competem os atos de chefia de Estado, 
quando exerce a titularidade das relações internacionais e de governo, quando assume as 
relações políticas e econômicas assumidas no plano interno, típico do sistema presidencialista 
adotado no Brasil.
Dada a função precípua inerente ao Poder Executivo, qual seja, administrar o Estado, 
através da observação das regras emanadas do Poder Legislativo, não raras vezes excursiona 
nos campos de atuação de outra esfera de poder. 
Dessa forma, temos o Executivo exercendo, por exemplo, a possibilidade de adoção 
do instituto das Medidas Provisórias, com força de Lei, conforme determina o artigo 62 
da Magna Carta de 1988: “Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República 
poderá adotar Medidas Provisórias, com força de lei, devendo submetê‑las de imediato ao 
Congresso Nacional”.
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LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Podemos também citar, como atribuição atípica, o julgamento de seus servidores no 
contencioso administrativo.
Poder Judiciário
Ao Poder Judiciário cabe a função jurisdicional, que consiste na aplicação da lei a um 
caso concreto, que lhe é apresentado como resultado de um conflito de interesses. Também 
possui o Poder Judiciário atribuições atípicas de natureza administrativa e legislativa.
Dessa forma, exerce a administração de atos relativos a seus servidores, por exemplo, 
licenças e férias de seus membros, de acordo com o artigo 96, inciso I, alínea f da CF, e o 
provimento de cargos, de acordo com o artigo 96, inciso I, alínea c, também da CF.
Como atribuição legislativa, tem a edição de normas regimentais, tutelada

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