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apostila_Questão Social e Serviço Social

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
QUESTÃO SOCIAL 
E SERVIÇO SOCIAL
2
Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
Missão
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
visão
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
BiBlioteca MultiviX (Dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
Leite, Sonia Maria.
 Questão Social e Serviço Social / Sonia Maria Leite, Juliane Escola (revisora). – Serra : Multivix, 2017.
 
 
 
 
eDitorial
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
FaculDaDe caPiXaBa Da serra • MultiviX
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do
Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Felix Soares
Multivix Educação à Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EAD
4
Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
Diretor executivo do Grupo Multivix
5
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
suMÁrio
1 a “Questão social” No caPitalisMo: oBJeto Do serviço social 9
1.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 9
1.2 AS DIFERENTES FORMULAÇÕES DA “QUESTÃO SOCIAL” 9
1.3 A “QUESTÃO SOCIAL” NA CONTEMPORANEIDADE 17
2 “Questão social” No caPitalisMo: coNtraDição 
eNtre caPital-traBalHo e acuMulação De caPital 22
2.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 22
2.2 MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA 22
2.2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO 
PENSAMENTO MARXISTA 22
2.3 MODO PRODUÇÃO CAPITALISTA 29
2.4 ALIENAÇÃO 30
2.5 A CONTRADIÇÃO CAPITAL-TRABALHO E ACUMULAÇÃO CAPITALISTA 33
2.5.1 O CAPITAL (1867), KARL MARX 33
2.5.2 TEORIA DA MAIS-VALIA E ACUMULAÇÃO DE CAPITAL 34
3 traBalHo, traBalHaDores e Questão social 
Na sociaBiliDaDe caPitalista 40
3.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 40
3.2 O TRABALHO E OS SEUS PRESSUPOSTOS ONTOLÓGICOS 40
3.2.1 O TRABALHO COMO DIREITO HUMANO 45
3.3 O PROCESSO DO TRABALHO NA ORDEM CAPITALISTA 
E AS CONSEQUÊNCIAS PARA OS TRABALHADORES 49
4 a “Questão social” e a PoBreZa: coMo eNFreNta-la? 57
4.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 57
4.2 AS CONCEPÇÕES HEGEMÔNICAS DA POBREZA 
E DA “QUESTÃO SOCIAL” 57
4.3 A CONCEPÇÃO HEGEMÔNICA DE POBREZA E “QUESTÃO SOCIAL” NO CA-
PITALISMO DO “ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL” 63
4.4 A POBREZA NO CONTEXTO E NO PENSAMENTO NEOLIBERAL 66
6
Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
5 Questão social, classes sociais e luta De classes 71
5.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 71
5.2 O QUE É UMA CLASSE SOCIAL? 71
5.2.1 A TEORIA MARXISTA DE CLASSES SOCIAIS 71
5.3 CLASSE DOMINANTE E CLASSE DOMINADA 
E AS SUAS RELAÇÕES 78
5.4 AS RELAÇÕES SOCIAIS DE EXPLORAÇÃO E O PAPEL DO ESTADO 80
5.5 LUTA DE CLASSES 82
6 as ParticulariDaDes Da “Questão social” No Brasil 86
6.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 86
6.2 COMPREENDER OS ELEMENTOS QUE CONFIGURA 
A “QUESTÃO SOCIAL” NO BRASIL 86
6.3 ERA VARGAS (1930-1945) 87
6.4 DITADURA MILITAR (1964-1985) 92
6.5 NEOLIBERALISMO BRASILEIRO 96
reFerÊNcias 100
7
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
icoNoGraFia
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
8
Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABADA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIOSUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Entender o que é 
“questão social”;
> Compreender a 
“questão social” 
como objeto de 
estudo do Serviço 
Social.
UNIDADE 1
9
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
1 A “QUESTÃO SOCIAL” NO 
CAPITALISMO: OBJETO DO 
SERVIÇO SOCIAL
1.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 
Nesta unidade, estudaremos as discussões teóricas acerca da “questão social” uma 
das temáticas mais discutidas no Serviço Social, sendo objeto teórico, metodológico 
e político da profissão. Compreenderemos a “questão social” com a sua origem no 
processo de consolidação do capitalismo, permeada pela contradição entre capital e 
trabalho e conflito de interesse de classes.
1.2 AS DIFERENTES FORMULAÇÕES DA “QUESTÃO 
SOCIAL”
O surgimento do Serviço Social como profissão institucionalizada está vinculado, 
desde o seu princípio, à “questão social” está atrelada com a contradição entre capi-
tal e trabalho. A primeira expressão da “questão social” advém do pauperismo e das 
reações dos operários decorrentes dos impactos da Revolução Industrial, na Inglater-
ra, no século XVIII. Segundo Netto (2001), “pela primeira vez na história regis¬trada, a 
pobreza crescia na razão direta em que aumentava a capacidade social de produzir 
riqueza” (NETTO, 2001, p. 42). Então, podemos afirmar, que a “questão social” é reco-
nhecida no campo da teoria social crítica, como um fenômeno histórico, real e exis-
tente no curso da sociedade moderna e contemporânea.
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Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A revolução industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, trazendo di-
versos impactos no campo econômico, social e político. Ela possui seguintes 
fases: a primeira fase, ocorreu meados do século XVIII e do século XIX, com o 
surgimento da mecanização. Houve a separação definitiva entre o capital, re-
presentada pela burguesia, dono do capital, e o trabalho, representado pelos 
proletariados. As condições das fábricas apresentavam ambientes insalubres, 
com péssima iluminação, abafados e sujos. Além disso, os salários eram baixos 
e tinha trabalho infantil e feminino que trabalhavam mais 18 horas/dia. Quando 
desempregados não tinham nenhum tipo de auxílio e passavam por situações 
de precariedade. A segunda fase, a partir do final do século XIX, período conhe-
cido da livre concorrência, do capitalismo financeiro e mais monopolista. Cada 
vez mais ocorreu o progresso tecnológico e científico para melhorar o desem-
penho industrial. A terceira fase, meados do século XX, no início em 1950 e 
permanece na atualidade, com o desenvolvimento da informática, eletrônico e 
a automação das indústrias. Quanto aos trabalhadores, os direitos trabalhistas 
começam a se ampliar e proibindo o trabalho infantil. 
HOBSBAWN, E. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. São Paulo: 
Forense Universitária, 1979.
Dica de documentário
Quer saber mais sobre a Revolução Industrial inglesa, assista o documentário da 
BBC, intitulado revolução industria na inglaterra. Veja em: https://www.youtu-
be.com/watch?v=RZLSYKmWrjw. Acesso em 23 de jan. de 2018. 
https://www.youtube.com/watch?v=RZLSYKmWrjw
https://www.youtube.com/watch?v=RZLSYKmWrjw
11
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
O processo de consolidação do modo de produção capitalista trouxe consequências 
para os indivíduos que não detinham os meios de produção para atender as suas 
necessidades. A concepção da “questão social” de CARVALHO; IAMAMOTO, (1983):
A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvol-
vimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, 
exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Esta-
do. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proleta-
riado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da 
caridade e repressão. (IAMAMOTO; CARVALHO, 1983, p. 77; grifo meu)
 
O fenômeno do pauperismo: “a pauperização do trabalhador no início do pro-
cesso de industrialização (século XVIII), na Inglaterra, refletida nas condições de 
nutrição e moradia era gritante. Assim, as condições de saúde da classe traba-
lhadora inglesa, que inclui ‘as camadas mal pagas da classe trabalhadora indus-
trial e os trabalhadores agrícolas’ era tida como causa dos mais variados tipos de 
doenças. Acrescente-se a tudo isso a condição indigência a que era submetido 
o pauperismo oficial ou a parte da classe trabalhadora que perdeu sua condição 
de existência a veda da força de trabalho, e que vegeta graças à caridade públi-
ca. ” (PIMENTEL, 2003, p. 23)
 
O meio de produção são todas as ferramentas que intervém no processo de 
produção. Diferentemente, do meio de trabalho que são todas as coisas que 
diretamente ou indiretamente nos permitem transformar a matéria-prima em 
produto final. 
12
Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Discutiremos o conceito “meios de produção”, “modo de produção capitalista”, “con-
tradição entre trabalho-capital” e acumulação capitalista”, “alienação” e “exército de 
reserva” com mais detalhamento na Unidade 2. O objetivo, nesta seção, é que você 
aprenda o seu sentido genérico e, desse modo, a importância no Serviço Social e para 
“Questão Social e Serviço Social”.
Na mesma direção de CARVALHO; IAMAMOTO, (1983), Telles (1996) destaca que a 
“questão social” é uma consequência da operação do sistema capitalista com a “ló-
gica do mercado e a dinâmica societária, entre a exigência ética dos direitos e os 
imperativos de eficácia da economia, entre a ordem legal que promete igualdade e a 
realidade das desigualdades e exclusões tramada na dinâmica das relações de poder 
e dominação”. (TELLES, 1996, p. 85). Ou seja, o capitalismo se consolidou e se desen-
volveu pela lógica da livre concorrência, possibilitando a concentração e centraliza-
ção da produção nas mãos dos donos do capital e, assim, surgiu a fase monopolista, 
também chamado de imperialista. Esta fase é compreendida como “(..) capacidade 
de mobilizar os recursos naturais e humanos [...] para fins políticos, econômicos e 
militares (...) um processo político-econômico difuso no espaço e no tempo no qual 
o domínio e o uso do capital assumem a primazia”. (HARVEZ, 2009, p. 31 apud GUI-
RALDELLI, 2014, p. 102)
Então, consideramos que a “questão social” se encontra aterrada um processo acu-
mulativo de capital baseado na propriedade privada e no apoio do político poder, na 
figura do Estado, para exponencialmente acontecer a hegemonia e a valorização do 
capital. Enquanto isso, os indivíduos não possuidores dos meios de produção, vende a 
sua mão de obra ao capital em troca de um salário para sua sobrevivência. As preca-
riedades vividas por eles, tanto no trabalho ou no cotidiano, tornam-se naturais para 
burguesia, chegando alguns momentos da história, culpando-os das suas mazelas 
sociais. Na Unidade 4, deteremos a naturalização da “questão social” pela burguesia 
ao longo da história. Como destaca Marx (2013) em relação ao pauperismo e a acu-
mulação de capital:
Quanto maiores a riqueza social, o capital em funcionamento, o volume e a 
energia de seu crescimento, portanto também a grandeza absoluta do pro-
letariado e a força produtiva de seu trabalho, tanto maior o exército industrial 
de reserva. A força de trabalho disponível é desenvolvida pelas mesmas causasque a força expansiva do capital. A grandeza proporcional do exército indus-
trial de reserva cresce, portanto, com as potências de riqueza. Mas quanto 
maior esse exército de reserva em relação ao exército ativo de trabalhado-
res, tanto mais maciça a superexploração consolidada, cuja miséria está 
em razão inversa do suplício de seu trabalho. Quanto maior, finalmente, a 
13
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
camada lazarenta da classe trabalhadora e o exército industrial de reserva, 
tanto maior o pauperismo oficial. Essa é a lei absoluta geral, da acumulação 
capitalista. (MARX, 2013, p.209; grifo meu)
Netto (2005) afirma que “questão social” trata da luta de classes no contexto históri-
co-social de relações sociais de produção: por um lado, tomada da consciência do 
proletariado pela sua condição de classe, com objetivo de superação da sociedade 
capitalista com a revolução socialista; por outro lado, a burguesia pauta sua política-
-ideológica de naturalização da “questão social” em qualquer dimensão social.
 
A luta de classes é uma relação antagônica existente entre duas classes. Essa 
luta é caracterizada pelo fato de cada uma das classes defender os seus interes-
ses, que são completamente opostos. (HARNECKER, 1983).
A luta de classes acontece quando os indivíduos tomam consciência de sua 
condição na estrutura social, seja ela de dominado ou dominante, e a partir dis-
so, buscam melhorias na sua condição dentro da sociedade. 
Para saber mais
Para uma análise da luta de classes, leia o livro: HARNECKER, M. os conceitos 
elementares do materialismo histórico. São Paulo: Global, 1983.
Reflita
As contradições que regulam e reproduzem o capital geram esta camada de 
“exército industrial de reserva” – desempregados, sempre à disposição do capi-
tal. Para o capitalismo funcionar precisa de manter o estado de extrema pobre-
za daqueles que não possuem os meios de produção e colocando a responsabi-
lidade pela má condição em cima dos trabalhadores.
Na atualidade, como se configura essa naturalização da “questão social” na so-
ciedade? Qual (s) linguagens da classe dominante que responsabiliza o indiví-
duo pela sua condição social? 
14
Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Com a precarização do trabalho nos centros urbanos, o operariado urbano começa a 
se movimentar em lutas em defesa dos seus interesses. As reivindicações pautavam 
na defesa por poder aquisitivo dos salários, melhores condições de trabalho nas fá-
bricas, abolição de jornadas longas de trabalho, proibição do trabalho infantil, regu-
lamentação dos trabalhos das mulheres, direito as férias, seguro contra acidente de 
trabalho, contrato coletivo de trabalho e reconhecimento de suas entidades.
Então, a luz das discussões realizadas até o momento, é importante apreender que a 
“questão social” se coloca em duas dimensões intercambiáveis: 1) o desenvolvimento 
da estrutura social, a partir da posse ou não dos meios de produção e; 1) o ingresso 
da classe dominada no cenário político para atender seus interesses de classe – reco-
nhecimento por parte da burguesia e do Estado. 
Historicamente, a “questão social” acontece com a classe operário ocupando espaço 
no âmbito político por causa das lutas em defesa de melhores condições de trabalho, 
pedindo seu reconhecimento como classe na dimensão do poder, e, em especial, 
pelo Estado. Foram com essas lutas sociais que dissolveu o domínio privado das rela-
ções sociais de produção e reverberam para o espaço público, exigindo ações efetivas 
por parte do Estado para implementação dos direitos sociais.
A “questão social” é uma categoria de análise, na medida que expressa as contradi-
ções do capitalismo, com a fundação na produção e apropriação da riqueza: os traba-
lhadores produzem e os “não-trabalhadores” (os capitalistas) se apropriam dela. Ela 
está entrelaçada nas configurações assumidas pelo trabalho e pela arena de disputa 
de distintos interesses de classe. 
 
CARVALHO; IAMAMOTO (1983) destacam que dentro desse contexto supracita-
do, que a profissão Serviço Social surgiu e começou a sua atuação. Nas contra-
dições do capital-trabalho e a acumulação do capital e as suas consequências 
para classe trabalhadora que o profissional atuará na “questão social” expressa 
no empobrecimento do operariado urbano-industrial e suas respectivas lutas.
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
Nessa direção, Netto (2001) afirma que o capitalismo produz, compulsoriamente, a 
“questão social”, a sua existência e suas manifestações são indissociáveis da dinâmica 
trabalho/capital – a exploração e do seu potencial social dominante. A “questão social” 
está engendrada no capitalismo. Não tem como acabar com aquele conservando este. 
Quando analisamos de forma distinta da preconizada pela visão do positivismo, co-
locamos a “questão social” sendo parte constitutiva das relações de produção capita-
lista, com as suas desigualdades sociais e flexibilização/precarização do trabalho. Ela 
assume seu papel histórico-social na sociedade. Para o seu enfrentamento é necessá-
ria “prevalência das necessidades da coletividade dos trabalhadores, o chamamento 
à responsabilidade do Estado e a afirmação de políticas sociais de caráter universal, 
voltadas, para grande maioria, condensadas em um processo histórico de lutas”. (IA-
MAMOTO, 2001, p. xx, grifo da autora)
 
Na perspectiva positivista a “questão social” é uma “ameaça” ou “disfunção” na 
ordem e na coesão social. Ela é tratada sob o ângulo do poder vigente da época 
como uma perturbadora da ordem e a integração social que porventura a luta 
de classe, no caso o protagonismo do proletariado, geraria a ordem instituída. É 
apresentada como uma “nova questão social”, por causa ineficiência da gestão 
social, sendo produto da crise do “Estado de Previdência”. Como resposta a 
“questão social” passa a ser incorporada pelo regulamento do mercado, por or-
ganizações privadas e sociedade civil organizada; e com o Estado partilham de 
programas focalizados e descentralizados pelo combate à pobreza e a exclusão 
social. (IAMAMOTO, 2001)
Saiba mais
O sociólogo Émile Durkheim realizou estudos para entender como assegurar 
uma sociedade harmônica – com coesão social. Para ele isso acontece com a 
aceitação e obediência por parte dos indivíduos às normas sociais e à execução 
de suas respectivas funções na divisão do trabalho. Quando uma sociedade está 
em conflito, então temos uma situação anormal – uma anomia, que deve ser 
eliminado para permanência da coesão social. 
16
Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
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Quando analisamos de forma distinta da preconizada pela visão do positivismo, co-
locamos a “questão social” sendo parte constitutiva das relações de produção capita-
lista, com as suas desigualdades sociais e flexibilização/precarização do trabalho. Ela 
assume seu papel histórico-social na sociedade. Para o seu enfrentamento é necessá-
ria “prevalência das necessidades da coletividade dos trabalhadores, o chamamento 
à responsabilidade do Estado e a afirmação de políticas sociais de caráter universal, 
voltadas, para grande maioria, condensadas em um processo histórico de lutas”. (IA-
MAMOTO, 2001, p. xx, grifo da autora)
A “questão social” diz respeito ao conjunto das diversas desigualdades sociais engen-
dradas na sociedade capitalista, impensáveis sem a responsabilização do Estado. Ela 
expressa as “disparidades econômicas, políticas e culturais das classes sociais,media-
tizadas pela relação de gênero, características étnicos-raciais e formações regionais, 
colocando em causa a relação entre amplos segmentos da sociedade civil e poder 
estatal. ” (IAMAMOTO, 2001, p. xx, grifo da autora).
Portanto, a “questão social” decorre das contradições e desigualdades produzidas no 
capitalismo, com interesses de classes conflitantes e antagônicas entre capitalistas 
e trabalhadores. Ela acontece no século XVIII, com a organização dos trabalhadores 
em luta para garantir os direitos sociais, assumindo assim, também uma dimensão 
política para o reconhecimento pelo dono do capital e pelo Estado a classe traba-
Pesquise mais
Para que você possa conhecer melhor a “questão social” na origem do capita-
lismo, sugerimos que leia a dissertação a “Questão social” Na oriGeM Do 
caPitalisMo: pauperismo e luta operária na teoria social de Marx e engels. 
Nela você encontrará uma análise da passagem do feudalismo para o capitalis-
mo, embasada em autores como Ellen Woods, Eric Hobsbawn e Leo Huberman, 
e das consequências sócio-econômicas desta transição histórica.
Pesquise mais em: 
RODRIGO CASTELO BRANCO, R. C. A “Questão social” Na oriGeM Do ca-
PitalisMo: pauperismo e luta operária na teoria social de Marx e engels. 156 
f. (Dissertação em Serviço Social) – Faculdade de Serviço Social, Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, 2006.
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SUMÁRIO
lhadora. Além disso, a “questão social” precisa ser analisada com base no processo 
de acumulação e reprodução capitalista e a sua exploração para materialização do 
capital. Assim como, apreende-la a partir dos contornos diversificados da formação 
histórica-social de cada Estado. 
1.3 A “QUESTÃO SOCIAL” NA 
CONTEMPORANEIDADE
Iniciaremos com duas perguntas: como está a produção da “questão social” na con-
temporaneidade? Quais as configurações históricas-sociais que configuram a “ques-
tão social” na cena contemporânea?
A crise nos anos 1970, propiciou o surgimento de novas formas de gestão e organiza-
ção do trabalho, com a incorporação do modelo toyotista que se configura como 
uma empresa “enxuta” e flexível. Esse modelo ampliou a desregulamentação dos di-
reitos trabalhistas. Agora, um único trabalhador era responsável por diversas funções 
(polivalente/multifuncional) para disponibilizar toda sua potencialidade humana 
para operação e execução das atividades da empresa. Ou seja, ele planeja e execução 
os processos de trabalho; ocorre apropriação pelo capital do intelecto e do físico do 
trabalhador para eficiência da produção. 
Também, observou o aumento das terceirizações no processo de produção, porque é 
considerado pelo empresário mais barato pagar outra empresa para prestação de 
serviços específicos e não se comprometer com encargos trabalhistas. Qual a conse-
Surgiram Círculos de Controle de Qualidade (CCQs) para reunir os trabalhadores 
para analisarem não só a qualidade do trabalho, mas, principalmente, de gerar um 
sentimento de pertencimento à empresa. Nesse momento, apropria-se do capital 
intelectual do trabalhador para a eficiência na produção. (GUIRALDELLI, 2014)
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quência desse novo modelo para o mundo do trabalho? O aumento do desemprego, 
formação de uma grande parcela de exército de reserva de trabalhadores para se 
sujeitarem aos baixos salários e a precarização do trabalho.
Nessa configuração se constrói o ideário da competência dos trabalhadores (quem 
tem ou não competência para x função), como uma resposta para atender os interes-
ses e às necessidades do capital, que nesse momento, não se preocupa com proces-
so, mas com resultado. Aqui, surge a “gestão por competência” para atingir as metas 
(os resultados) do planejamento estratégico da empresa. Santana (2005, apud Gui-
raldelli, 2014) destaca que essa visão exige a qualificação do trabalhador, cria-se o 
conceito de empregabilidade – capacidade da força do trabalho manter empregada 
O modelo toyotismo é caracterizado pela estocagem máxima de matérias-pri-
mas e pela eficiência no momento da fabricação dos produtos: produz dentro 
dos padrões para atender ao mercado consumidor, ou seja, a produção varia de 
acordo com a demanda. 
Então, temos o sistema just-in-time (em tradução literal: “em cima da hora”). A 
importação das matérias-primas e a fabricação do produto acontecem de for-
ma combinada com os pedidos dos consumidores, com prazo de entrega a ser 
cumprido. Não há estoque e diminui os riscos dos lucros dos investidores. Por 
isso, foi chamado de acumulação flexível de capital. (ANTUNES, 2007)
Pesquisa mais em:
Para saber mais sobre toyotismo, sugerimos que leitura do artigo Fordismo, tay-
lorismo e toyotismo: apontamentos sobre suas rupturas e continuidades, de 
Erika Batista. 
Disponível em: http://www.uel.br/grupo-pesquisa/gepal/terceirosimposio/erika_
batista.pdf. Acesso em: 24 de jan. de 2018.
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SUMÁRIO
ou encontrar novos empregos a partir das atitudes e das competências do indivíduo. 
Então, quem não é qualificado para a função não é admitido no mercado de trabalho 
e aprofunda o desemprego. Este que é um fenômeno de dimensão pública e política, 
torna-se um problema individual.
O que temos é uma culpabilização dos trabalhadores pela ideologia da classe domi-
nante: “se não está empregado, porque não é qualificado”. Há uma variedade de cur-
sos de qualificação profissional, no entanto, nota-se o quadro alarmante do desem-
prego. Com essa configuração, como já afirmava a perspectiva marxista o exército de 
reserva de trabalhadores é funcional para o processo de reprodução e acumulação 
de capital; o capitalismo fica vivo e sob ditames do capital. 
Como disse Sorj (2000): “empregos permanentes estão cada vez mais restritos. (...) Os 
novos postos criados tendem a ser flexíveis no tempo, no espaço e na duração, dando 
origem a uma pluralidade de contratos de trabalho: em tempo parcial, temporários 
ou por conta própria” (SORJ, 2000, p. 31 apud GUIRALDELLI, 2014, p. 108).
O just-in time predominou no universo do trabalho e aprofundou a redução de cus-
tos sociais, com ênfase na desvalorização da força de trabalho e cada dia o trabalha-
dor inseguro da sua condição no mercado de trabalho. 
Além disso, ocorre a mudança da relação Estado/sociedade civil, orientadas pela po-
lítica neoliberal, na qual ocorre a redução da ação do Estado nas “questões sociais” 
com a diminuição de gastos sociais, para ajustar as contas públicas. Decorrência dis-
Você com certeza já ouviu falar ou já vivenciou o sistema de metas na empresa. 
Ela surgiu no final da década de 70, com a crescente financeirização das grandes 
corporações e a necessidade intrínseca de aceleração, fruto do aumento da concor-
rência entre as nações e da pressão crescente dos investidores, dos ciclos de reno-
vação e aumento dos indicadores de produtividade. Então, esse modelo de gestão 
acontece com a mensuração dos resultados. (ANTUNES, 2015)
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so, transfere para sociedade civil através da filantropia ou para Terceiro Setor as re-
soluções das mazelas sociais advinda da reestruturação do trabalho. Além disso, o 
Estado privatiza entes públicos para o mercado atender as necessidades básicas do 
indivíduo. Então, “acontece um Estado mínimo para classe trabalhadora e máximo 
para o capital. É um Estado: 
Submetido aos interesses econômico e políticos dominantes no cenáriointer-
nacional e nacional, renunciando a dimensões importantes da soberania da 
nação, em nome do interesse do grande capital financeiro e honrar os com-
promissos morais com as dividas internas e externa. (IAMAMOTO, 2001, p. xx)
A configuração societária muda com o predomínio da concorrência, eficiência, eficá-
cia, rentabilidade, resultados, utilitarismo. Esse fenômeno acarreta o individualismo que 
cada um tem que buscar o melhor resultado para continuar no mercado de trabalho. 
Ao lado disso, a naturalização desse contexto, “é assim mesmo, não vai mudar”, perma-
necendo o conservadorismo e a degradação das relações sociais. A sociabilidade está 
sob domínio do mercado que estimula indivíduos isolados, que buscam aumentar a sua 
produtividade para obter os melhores resultados no trabalho. Cada um se responsabiliza 
pela sua empregabilidade e pela sua condição de vida em uma sociedade desigual. 
Portanto, a “questão social” para além da desigualdade social e da pobreza historica-
mente produzida e também, o acirramento das contradições sociais que contribuem 
para as lutas coletivas a busca do direito à cidadania pela classe trabalhadora. 
Para uma análise dos efeitos da globalização na “questão social”, sugerimos a leitu-
ra dos artigos:
 MASO, M. D. a globalização da questão social. Disponível em: http://www.faci-
med.edu.br/o/revista/pdfs/d09519dd30c6ae60968e9e2ce3854ebf.pdf. Acesso em: 
24 de jan. de 2018. 
RUDUIT, S. Globalizações e novas questões sociais. Disponível em: http://www.rle.
ucpel.tche.br/index.php/rsd/article/view/553. Acesso em: 24 de jan. de 2018. 
Para uma análise dos efeitos da globalização na “questão social”, sugerimos a leitura dos artigos:
 MASO, M. D. A globalização da questão social. Disponível em: http://www.facimed.edu.br/o/revista/pdfs/d09519dd30c6ae60968e9e2ce3854ebf.pdf. Acesso em: 24 de jan. de 2018. 
RUDUIT, S. Globalizações e novas questões sociais. Disponível em: http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rsd/article/view/553. Acesso em: 24 de jan. de 2018. 
Para uma análise dos efeitos da globalização na “questão social”, sugerimos a leitura dos artigos:
 MASO, M. D. A globalização da questão social. Disponível em: http://www.facimed.edu.br/o/revista/pdfs/d09519dd30c6ae60968e9e2ce3854ebf.pdf. Acesso em: 24 de jan. de 2018. 
RUDUIT, S. Globalizações e novas questões sociais. Disponível em: http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rsd/article/view/553. Acesso em: 24 de jan. de 2018. 
http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rsd/article/view/553.
http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rsd/article/view/553.
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SUMÁRIOSUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Apreender os 
principais conceitos 
da teoria marxista;
> Compreender o 
funcionamento 
e a natureza 
contraditória do 
modo de produção 
capitalista.
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2 “QUESTÃO SOCIAL” NO 
CAPITALISMO: CONTRADIÇÃO 
ENTRE CAPITAL-TRABALHO E 
ACUMULAÇÃO DE CAPITAL
2.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nesta unidade, debruçaremos no estudo sobre a contradição entre capital-trabalho 
e acumulação de capital. Para isso, estudaremos os conceitos fundamentais da teoria 
marxista, como por exemplo: “relações de produção”, “forças produtivas”, “modo de 
produção”, “trabalho”, “alienação”, “mais-valia”, entre outros. Também veremos o fun-
cionamento e a natureza contraditória do modo de produção capitalista.
2.2 MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA
2.2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS NO 
PENSAMENTO MARXISTA
Começamos com seguinte trecho: “todo conceito remete a um problema, a proble-
mas sem os quais não teria sentido, e que só podem ser isolados ou compreendidos 
na medida de sua solução”. (DELEUZE; GUATARRI, 2014, p. 25). Mas, por que os estu-
diosos inventariam os conceitos e por que eles seriam necessários? Eles surgem para 
explicar uma determinada maneira a realidade (problema), assim com diferenciar de 
outras teorias. 
No caso de Marx estudaria por anos uma problemática específica – como as socieda-
des se organizam e teve como objeto de estudo o modo de produção capitalista. Ele 
se aprofundou com criticidade as teorias que tratava esse fenômeno e, ao mesmo, 
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SUMÁRIO
elaborava um novo método científico. Então, a partir de agora, estudarmos alguns 
desses conceitos que compõe a teoria social marxista e são fundamentais para a 
compreensão da contradição do trabalho-capital no sistema capitalista. 
2.2.1.1 MEIOS DE PRODUÇÃO, FORÇAS PRODUTIVAS E 
RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO
“A gente não quer só comida A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer 
só comida A gente quer saída para qualquer parte (...) A gente não quer só comida A 
Quanto aos aspectos biográficos de Karl Marx e Frederich Engels, existem bons 
livros que retratam a vida e a obra dos dois revolucionários, em sua ligação com a 
luta social. Entre eles podemos citar: RIAZANOV, D. Marx e engels e a história do 
movimento operário; HOBSBAWM, Er (org.). História do Marxismo; BEER, Max. His-
tória do socialismo e das lutas sociais; LÊNIN, V. as três Fontes; KAUSTLY, K. as 
três Fontes do Marxismo; COGGIOLA, O. engels: o segundo violino; MACLELLAN, 
D. Karl Marx: vida e pensamento; HOFMANN, W. A História do pensamento do 
movimento social nos séculos XiX e XX; LUKÁCS, G. o Jovem Marx e outros tex-
tos Filosóficos; MANDEL, E.. a formação do pensamento econômico de Karl Marx 
(de 1843 até a redação de o capital); FREDERICO, C. o Jovem Marx: as origens 
da ontologia do ser social; LÖWY, M. a teoria da revolução no Jovem Marx; BOT-
TOMORE, T. (org.). Dicionário do Pensamento Marxista. (SILVA, F. Marx e Engels: as-
pectos da vida e da obra dos fundadores do marxismo. Fonte: Disponível em: http://
www.lemarx.faced.ufba.br/marxeengels.html. Acesso em: 18 de jan. 2018. 
Pesquisa mais em: 
SILVA, F. Marx e engels: aspectos da vida e da obra dos fundadores do marxis-
mo. Disponível em: http://www.lemarx.faced.ufba.br/marxeengels.html. Acesso 
em: 18 de jan. 2018. 
Quanto aos aspectos biográficos de Karl Marx e Frederich Engels, existem bons livros que retratam a vida e a obra dos dois revolucionários, em sua ligação com a luta social. Entre eles podemos citar: RIAZANOV, D. Marx e Engels e a história do movimento operário; HOBSBAWM, Er (org.). História do Marxismo; BEER, Max. História do Socialismo e das lutas sociais; LÊNIN, V. As Três Fontes; KAUSTLY, K. As Três Fontes do Marxismo; COGGIOLA, O. Engels: o segundo violino; MACLELLAN, D. Karl Marx: vida e pensamento; HOFMANN, W. A História do pensamento do movimento social nos séculos XIX e XX; LUKÁCS, G. O Jovem Marx e Outros Textos Filosóficos; MANDEL, E.. A formação do pensamento econômico de Karl Marx (de 1843 até a redação de O Capital); FREDERICO, C. O Jovem Marx: as origens da ontologia do ser social; LÖWY, M. A Teoria da Revolução no Jovem Marx; BOTTOMORE, T. (org.). Dicionário do Pensamento Marxista. (SILVA, F. Marx e Engels: aspectos da vida e da obra dos fundadores do marxismo. Fonte: Disponível em: http://www.lemarx.faced.ufba.br/marxeengels.html. Acesso em: 18 de jan. 2018.
Quanto aos aspectos biográficos de Karl Marx e Frederich Engels, existem bons livros que retratam a vida e a obra dos dois revolucionários, em sua ligação com a luta social. Entre eles podemos citar: RIAZANOV, D. Marx e Engels e a história do movimento operário; HOBSBAWM, Er (org.). História do Marxismo; BEER, Max. História do Socialismo e das lutas sociais; LÊNIN, V. As Três Fontes; KAUSTLY, K. As Três Fontes do Marxismo; COGGIOLA, O. Engels: o segundo violino; MACLELLAN, D. Karl Marx: vida e pensamento; HOFMANN,W. A História do pensamento do movimento social nos séculos XIX e XX; LUKÁCS, G. O Jovem Marx e Outros Textos Filosóficos; MANDEL, E.. A formação do pensamento econômico de Karl Marx (de 1843 até a redação de O Capital); FREDERICO, C. O Jovem Marx: as origens da ontologia do ser social; LÖWY, M. A Teoria da Revolução no Jovem Marx; BOTTOMORE, T. (org.). Dicionário do Pensamento Marxista. (SILVA, F. Marx e Engels: aspectos da vida e da obra dos fundadores do marxismo. Fonte: Disponível em: http://www.lemarx.faced.ufba.br/marxeengels.html. Acesso em: 18 de jan. 2018.
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gente quer a vida como a vida quer”. COMIDA – Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e 
Sérgio Britto.
Você lendo esse verso de música, o que vem a sua mente? Você, a sua família e os 
seus amigos, como fazem para terem acesso aos bens de consumo? 
Marx explicaria através do trabalho. Para ele o trabalho se caracterizava como uma 
interação do homem com o mundo natural para atingir um propósito específico. O 
trabalho é a forma pela qual o homem se apropria da natureza a fim de satisfazer às 
suas necessidades básicas.
O trabalho é o produtor de valores de uso, pois: 
[...] a existência [...] de cada elemento da riqueza material não existente na 
natureza, sempre teve de ser mediada por uma atividade especial produtiva, 
adequada a seu fim, que assimila elementos específicos da natureza a neces-
sidades humanas específicas. Como criador de valores de uso, como trabalho 
útil, é o trabalho, por isso, uma condição de existência do homem, indepen-
dente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade natural de media-
ção do metabolismo entre homem e natureza e, portanto, da vida humana. 
(MARX, 1985a, p.50)
Como é possível essa interação entre o homem e a natureza para sua transformação 
em bens necessários à sobrevivência dele? Imagina o seguinte: você deseja construir 
uma mesa, o que faria? Buscaria a matéria-prima (madeira) e os instrumentos para 
sua confecção. Tendo a matéria-prima e os instrumentos, qual o próximo passo? Pes-
quisaria como construí-lo. Então, temos:
a. você – mulher ou homem
b. o conhecimento
c. a matéria-prima (madeira)
d. e os instrumentos – que podem ser: máquinas, ferramentas e utensílios. Com 
esses elementos a mesa será construída por você. Nesse sentido, temos a teoria 
marxista denomina de processo de trabalho que compõe a estrutura de uma 
sociedade.
Então, temos uma primeira conclusão, o trabalho para Marx necessita de dois ele-
mentos:
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SUMÁRIO
1. de instrumentos, ferramentas, equipamentos ou máquinas que permitam trans-
formar uma matéria bruta ou uma matéria-prima em um produto útil. Esse 
conjunto de instrumentos é designado como modo de produção.
2. de objetos de trabalho que possam ser transformados em um produto útil, que 
estão disponíveis na natureza em condição de matéria bruta ou de matérias-
-primas que passaram por modificações prévias. 
Na união dos dois elementos supracitados, temos os meios de produção, ou seja, são 
o somatório da matéria-prima ou matéria bruta e dos instrumentos de produção. 
Desse ponto de partida, o trabalho e os meios de produção são dois elementos do 
processo do trabalho humano. A produção está situada historicamente, delineando 
o desenvolvimento social e econômica.
No entanto, os meios de produção não são o suficiente para produzir algo, precisa 
do elo entre a matéria-prima e os instrumentos que é a força de trabalho. Com esta 
mais os meios de trabalho, teremos as forças produtivas que são usadas para contro-
lar ou transformar natureza com vistas a produção de bens materiais. Mas, a principal 
é o homem, em determinados momentos históricos obtém a sua subsistência.
Os meios de produção constituem-se dos objetos de trabalho e dos meios de tra-
balho. Os meios de trabalho incluem os elementos indiretos (canais, estradas, es-
paço de trabalho etc), quanto os elementos que o trabalho exerce função direta 
com o objeto (ferramentas, máquinas etc). Estes surgem de trabalhos anteriores e o 
seu valor acontece pela sua complexidade e às relações sociais estabelecidas para 
sua feitura. 
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Um “exemplo do desenvolvimento das forças produtivas remonta à pré-história da 
humanidade, em particular, à revolução neolítica desencadeada na época da ida-
de da pedra (15 mil anos antes de Cristo), quando os principais instrumentos de 
trabalho eram fabricados em pedra polida. Nessa época, a descoberta feita pelas 
mulheres da técnica do solo proporcionou uma das mais importantes revoluções 
econômicas da existência humana, justamente porque ao produzir os seus pró-
prios alimentos, o homem teve um maior controle da própria subsistência, ate-
nuou a sua dependência em relação à natureza, obteve uma reserva de víveres e, 
progressivamente, com o surgimento de um excedente produtivo passou por uma 
divisão do trabalho (dispensando alguns indivíduos para outras funções ou ativi-
dades). O excedente produzido com o desenvolvimento dos métodos de plantio 
transformou a organização social, tanto pelo surgimento da divisão do trabalho, 
como pelo aparecimento de uma desigualdade social decorrente da acumulação 
desse excedente entre os chefes militares ou religiosos das aldeias” (MANDEL, 1982, 
apud AMORIM, 2017, p. 34).
 
a guerra do fogo (1981)
sinopse: O filme retrata um período na pré-história e dois grupos de hominídeos. O 
primeiro, que quase não se diferencia dos macacos por não ter fala e se comunicar 
através de gestos e grunhidos, é pouco evoluído e acha que o fogo é algo sobrena-
tural por não dominarem ainda a técnica de produzi-lo; o outro grupo é mais evo-
luído e tem uma comunicação e hábitos mais complexos, como a habilidade de 
fazer o fogo. Esses dois grupos entram em contato quando o fogo da primeira tribo 
é apagado em uma guerra com uma tribo de hominídeos mais primitivos, que 
disputam pela posse do fogo e do território. Do contato com uma mulher do outro 
grupo, os três caçadores do fogo aprendem muitas coisas novas, já que ela domi-
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SUMÁRIO
As “forças produtivas referem-se, nesse sentido, aos meios de produção e à força de 
trabalho presentes no processo de produção, sendo que no transcurso da história, 
elas se desenvolvem, passando tanto por modificações como por aperfeiçoamentos”. 
(HARNECKER, 1982, apud AMORIM, 2017, p. 12).
na um idioma muito mais elaborado que o deles, assim como domina também a 
técnica de produção do fogo. Levados por diversas circunstâncias a um encontro 
com a tribo de Ika, percebem que há uma maneira diferente de viver; observam as 
diferentes formas de linguagem, o sorriso, a construção de cabanas, pintura corpo-
ral, o uso de novas ferramentas, e até mesmo um modo diferente de reprodução. 
Fonte: Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-738/. Acesso em: 
18 de jan. de 2018. 
veja em: Disponível em: https://vimeo.com/184446255. Acesso em: 18 de jan. 
de 2018. 
O trabalho, na abordagem marxista, tem a sua centralidade na sociedade. Para 
compreender melhor essa construção teórica, convido pesquisar os trabalhos do 
professor Ricardo Antunes (UNICAMP).
Pesquisa mais: 
ANTUNES, R. o caráter polissêmico e multifacetado do mundo do trabalho. 
Revista Trabalho, Educação e Saúde. Rio de Janeiro, 1 (2), p. 229-237, 2003. Dispo-
nível em: <http://www.scielo.br/ pdf/tes/v1n2/04.pdf>.Acesso 11/01/2018.
¬¬_________; PRAUN, L. a sociedade dos adoecimentos no trabalho. Serv. Soc. 
Soc., São Paulo, n. 123, p. 407-427, jul./set. 2015. Disponível em: http://www.scielo.
br/pdf/sssoc/n123/0101-6628-sssoc-123-0407.pdf. Acesso em: 13 de jan. de 2018.
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-738/
https://vimeo.com/184446255
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n123/0101-6628-sssoc-123-0407.pdf
http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n123/0101-6628-sssoc-123-0407.pdf
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Nesta caminhada do homem, para resolver as suas necessidades, ele se organiza 
com outros indivíduos para executar a atividade produtivo ou trocar produtos, assim 
temos, “relações sociais de produção” (MARX, 1988, p. 187). Elas dizem a respeito 
as diversas formas pelos quais são apropriados os elementos no processo de traba-
lho: “meio de produção”, “objeto de trabalho”, “força produtiva” e produto final. Assim 
como, estão vinculadas a dois processos interligados: divisão do trabalho e o surgi-
mento da propriedade. 
Com os conceitos até agora trabalhados já podemos compreender o conceito muito 
importante na teoria social marxista que é “modo de produção” que “corresponde à 
maneira pelo qual relações sociais de produção são estabelecidas com a finalidade 
de organizar a produção, sendo que essas relações se vinculam com um determina-
do grau de desenvolvimento das forças produtivas. ” (AMORIM, 2017, p. 18)
Portanto, o critério que permite distinguir os diferentes modos de produção são as 
relações sociais de produção estabelecidas em cada um deles e que correspondem a 
um determinado estágio de desenvolvimento das forças produtivas. Com base nesse 
critério, Marx analisa os diversos modos de produção que existiram em diferentes 
épocas históricas, como por exemplo, os modos de produção primitivo, antigo, feudal 
e o capitalismo.
Segundo o “Dicionário do pensamento marxista”, um modo de produção se define, 
na concepção de Marx, pela maneira como se organiza a produção, especificamen-
te em termos da relação estabelecida entre a “classe exploradora” e os “produtores 
diretos”; sendo que essa relação diz respeito ao modo pelo qual o produto exce-
dente é extraído dos “produtores diretos” pela “classe exploradora”.
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SUMÁRIO
 
Para análise dessa disciplina Questão Social e Serviço Social o modo de produção 
capitalista, que veremos a sua construção nos estudos marxistas na próxima seção. 
2.3 MODO PRODUÇÃO CAPITALISTA
Como já vimos o modo de produção é uma categoria importante e englobante, tra-
zido por Marx, para expressar resumidamente as principais determinações que con-
figuram as diferentes formações históricas. Nesses contextos se encontram o modo 
como os indivíduos, de uma dada sociedade, organizam-se no seu processo de traba-
lho para atender as suas necessidades e configuram as relações sociais de produção. 
O modo de produção capitalista nasce da reunião de quatro características da vida 
econômica: a) um regime de produção de mercadorias e de produtos que visam o 
mercado; b) a separação entre os proprietários dos meios de produção e os trabalha-
dores; c) a força-de-trabalho se torna uma mercadoria, sob forma de trabalho assala-
Marx e Engels (1988) descrevem que ao longo da história haviam formas de pro-
priedade vinculadas a determinadas fases de desenvolvimento da divisão do tra-
balho. 
1. a primeira forma é a “propriedade tribal”: caracterizada pelo não desenvol-
vimento da produção, uma vez que o povo se alimenta da caça, da pesca, 
da criação de gado; nela a divisão do trabalho está pouco desenvolvida e 
restringe-se à divisão natural no interior da família;
2. a segunda forma é a “propriedade comunal e estatal”: característica na An-
tiguidade, com a formação das cidades e a escravidão, dessa forma inicia 
a configuração da propriedade privada. 
3. a terceira forma é a “propriedade feudal ou estamental”: característica da 
Idade Média, nela os servos eram os principais produtores e estavam sub-
metidos à nobreza e à estrutura hierárquica da posse da terra. Com ascen-
são do feudalismo começam a surgir nas cidades as corporações mantidas 
pelo trabalho individual dos artesões isolados e com pequeno capital. 
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riado; d) a extração da mais-valia para acumulação do capital e: e) a desigualdade na 
relação social, devido a detenção dos meios de produção. 
2.4 ALIENAÇÃO
Marx tratou o tema da alienação nos Manuscritos econômicos-filosóficos (1844), di-
recionando a sua atenção mais uma vez ao processo de produção capitalista e exa-
mina a condição da classe operária nas fábricas inglesas.
Para o autor, o trabalho alienado se origina na divisão do trabalho. O operário que não 
possui os meios de produção é obrigado a vender a sua força de trabalho como única 
forma de assegurar as suas necessidades básicas. Então, partir desse momento, a sua 
força de trabalho se torna uma mercadoria útil a se comprar e vender. Por meio de 
um contrato estabelecida entre o dono do capital e o operário, aquele detém o tem-
po deste em troca de fornecer um salário. O salário é o valor da força de trabalho, que 
não mais é uma mercadoria. Através do operário ocorre acumulação de capital dos 
capitalistas, ou seja, produz riqueza dia após dia para eles e ele próprio se torna uma 
mercadoria barata, quanto mais mercadoria ele cria. Isso o que acarreta a alienação. 
Segundo o Dicionário do pensamento marxista o modo de produção se define, na 
concepção de Marx, pela maneira como se organiza a produção, especificamente 
em termos da relação estabelecida entre a “classe exploradora” e os “produtores di-
retos”; sendo que essa relação diz respeito ao modo pelo qual o produto excedente 
é extraído dos “produtores diretos” pela “classe exploradora”.
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SUMÁRIO
um relato de um peão no interior de são Paulo
“Eu não sabia que era escravo”
“Fui muito, muito escravizado na época. Mas eu não sabia. Pra mim, viver naquele 
tipo era a maneira que tinha que viver mesmo. Não tinha noção do trabalho escra-
vo. Pra mim, era normal viver aquilo. ”
 A fala acima também faz parte do depoimento do trabalhador Valdeni. Na sua opi-
nião, por que ele considerava normal viver como um escravo? Valdeni relata tam-
bém que seria uma derrota não pagar a dívida que havia contraído com o fazendei-
ro antes de deixar o local de trabalho. Para esses trabalhadores, os valores ligados 
à honra e à dignidade são muito importantes. Por isso, sentimento de humilhação 
e maus- -tratos costumam ser os fatores decisivos para deixar o serviço ou denun-
ciar a situação a que estavam submetidos. Em geral, os trabalhadores não conhe-
cem seus direitos e já enfrentaram repetidas vezes péssimas condições de trabalho. 
Nem sempre eles percebem a dívida “inventada” ou as condições degradantes de 
trabalho como elementos de exploração. Eles trabalham para garantirem a sua 
subsistência e da sua família. 
Fonte: escravos nem pensar! uma abordagem sobre trabalho escravo contem-
porâneo na sala de aula e na comunidade. Fonte: Disponível em: https://reporter-
brasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.
pdf. Acesso em: 13 jan. 2018.
A alienação vai de encontro da seguinte questão: quanto mais objetos o trabalhador 
produz, menos ele possui e se sente mais provado dos objetos necessários para a sua 
sobrevivência. E quanto menos ele possui, massubmetido fica aos ditames do capi-
tal, ele se encontra, assim o produto do trabalho aparece-lhe como algo alheio, sem 
significado. Ele não se reconhece, ele atua no piloto automático, sem ter a consciên-
cia o que está realizando, apenas executa o seu trabalho, que não lhe proporciona o 
seu desenvolvimento físico e mental. É perda de si mesmo.
https://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf.
https://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf.
https://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf.
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Com a alienação acontece o fenômeno o “fetiche da mercadoria” – a tendência do 
homem moderno a enxergar tudo como mercadoria da qual se apropriar ou que se 
pode comprar, inclusive o sentimento das pessoas – e a “reificação” (coisificação) do 
próprio trabalhador.
Como bem exemplifica a charge abaixo.
Fonte: Disponível em: www.cafésociologico.com.br. Acesso em: 18 de jan. de 2018.
 De acordo com Marx (2002, p. 112; grifos no original): “o trabalhador põe a sua 
vida no objeto, porém agora ela já não lhe pertence, mas sim ao objeto. O que 
se incorporou no objeto do seu trabalho já não é seu. Assim, quanto maior é o 
produto, mais ele fica diminuído. A alienação do trabalhador no seu produto 
significa não só que o trabalho se transforma em objeto, assuma uma existência 
externa, mas que existe independentemente, fora dele e a ele estranho, e se 
torna um poder autônomo em oposição a ele; que a vida que deu ao objeto se 
torna uma força hostil e antagônica” 
www.cafésociologico.com.br
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SUMÁRIO
Além disso, temos a alienação do homem em relação ao outro homem. O que é isso? 
Ao consumirmos um produto não nos preocupamos em analisar o que tem por de-
trás da sua produção, a rotina de trabalho dos trabalhadores etc. Apenas pensamos 
no seu valor de uso, ou seja, como atenderá as minhas necessidades. Esse “valor” é o 
processo de fabricação de um objeto, que tem um lugar para fabrica-lo e em um pe-
ríodo de jornada de trabalho para o processo de exploração no capitalismo.
2.5 A CONTRADIÇÃO CAPITAL-TRABALHO E 
ACUMULAÇÃO CAPITALISTA
2.5.1 O CAPITAL (1867), KARL MARX
Em O Capital: para uma crítica da economia política, Marx 
se debruça na análise do processo de acumulação de ca-
pital e como esse mecanismo afeta diretamente a classe 
trabalhadora. 
Fonte: Disponível em: https://monthlyreview.org/press/
international-conference-marxs-capital-after-150-years/. 
Acesso em 12 de jan. 2018.
 
Para conhecer mais sobre a concepção marxista sobre o trabalho alienado, veja 
o interessante curta-metragem intitulado “El Empleo”, produzido por Santiago 
“Bou” Grasso, disponível em: <https://cortosfera. es/cortometrajes/el-empleo/>. 
Acesso em: 14 de jan. 2017.
https://monthlyreview.org/press/international-conference-marxs-capital-after-150-years/
https://monthlyreview.org/press/international-conference-marxs-capital-after-150-years/
https://cortosfera. es/cortometrajes/el-empleo/
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2.5.2 TEORIA DA MAIS-VALIA E ACUMULAÇÃO 
DE CAPITAL
O objetivo do sistema capitalista, como modo de produção, é justamente a amplia-
ção e a acumulação de riquezas nas mãos dos proprietários dos meios de produção. 
Mas de onde sai essa riqueza? Marx diria que é do trabalho do trabalhador.
Veja um exemplo. “Quantos sofás por mês um trabalhador pode fazer? Vamos imaginar 
que sejam 15 sofás, os quais multiplicados a um preço de venda de R$ 300,00 daria o 
total de R$ 4.500,00. E quanto ganha um trabalhador numa fábrica? Imagine que seja 
uns R$ 1.000,00, para sermos mais ou menos generosos. Bem, os R$ 4.500,00 da venda 
dos sofás, menos o valor do salário do trabalhador, menos a matéria-prima e impostos 
(imaginemos R$ 1.000,00) resulta na acumulação de R$ 2.500,00 para o dono da fábri-
ca. Esse lucro Marx chama de mais-valia, pois é um excedente que sai da força de cada 
trabalhador. Veja, se os meios de produção pertencessem a ele, o seu salário seria de 
r$ 3.500,00 e não apenas r$ 1.000,00. ” (PINCANÇO, 2006, p. 195)
Por ocasião do aniversário de 150 anos da publicação d´O Capital, o site mar-
xismo21, organizado por intelectuais e pesquisadores brasileiros, publicou um 
dossiê especial, com inúmeros materiais didáticos e explicativos sobre essa obra. 
Além disso, no site você encontrará disponível para download os três volumes 
desse livro e as suas adaptações no formato história em quadrinhos (versão em 
português) e mangá (versão em espanhol).
Pesquise mais em: 
Site marxismo21: Disponível em: http://marxismo21.org/150-anos-deo-capital/. 
Acesso em 12 de jan. 2018.
http://marxismo21.org/150-anos-deo-capital/
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SUMÁRIO
Veja um outro exemplo: 
Quando um trabalhador é contratado por uma determinada jornada de trabalho de 8 
horas diárias, estamos considerando, que dentro desta jornada, existem três momentos: 
1. Uma primeira parcela em que com duas horas de atividade em que este traba-
lhador executou a sua função, ele paga o seu salário. 
2. Uma segunda parcela, de duas horas em que a sua atividade paga os custos 
da produção – matérias-primas, impostos, transporte do produto, a compra de 
novas máquinas. 
1. Uma terceira parcela de quatro horas em que este trabalhador continua produ-
zindo e estes produtos são o lucro ou um valor a mais – mais-valia – que o pro-
prietário da fábrica vai se apropriar. (PINCANÇO, 2006, p. 195)
Por meio desse processo de trabalho que tem como finalidade produzir a mais-valia, 
o capitalista transforma o dinheiro em capital, isto é, cria mais valor, no processo de 
produção.
Isso significa que: “o produto do processo de produção capitalista não é nem 
mero produto (valor de uso), nem uma mera mercadoria, quer dizer, um produ-
to que tem valor de troca; o seu produto específico, é a mais-valia. O seu produto 
são mercadorias que possuem mais valor de troca, quer dizer, que representam 
mais trabalho do que o que foi adiantado para a sua produção, sob a forma de 
dinheiro ou mercadorias”. (MARX, s.d., p. 68; grifos no original).
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A apropriação da mais-valia pela classe dominante é uma forma de legitimar a rela-
ção de exploração com a classe dominada. Como o trabalhador não possui o meio 
de produção para transformar a sua realidade, ele se submete a condição determi-
nada pelo sistema, em troca de um salário que faz parte apenas de um período de 
trabalho, o restante ele produz a mais-valia para “não-trabalhador”. Nesse sentido, 
podemos dizer que o salário ele camufla a real situação do trabalhador, colocando 
uma naturalização da relação social de produção. 
Daí vem uma outra questão: se a força de trabalho é necessária para obtenção da 
mais-valia, por que há uma massa de trabalhadores desempregados? Por que há uma 
população de trabalhadores excedentes? Como é exemplificado na charge abaixo.
Mais-valia: são as horas dentro da jornada de trabalho. Ela pode ser relativa – 
quando estas horas aumentam de acordo com o desenvolvimento do processo 
de automação, novas tecnologias que intensificam a produção; e pode ser abso-
luta: quando as horas de trabalho excedem a jornada estabelecida porlei. 
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SUMÁRIO
Porque a existência de trabalhadores em condições de desemprego ou subemprego 
assegura aos capitalistas uma liberdade de ação da burguesia. Em outras palavras, o 
desemprego atua como instrumento de pressão sobre a classe trabalhadora empre-
gada, levando-a a submeter-se à imposição, por parte dos capitalistas (AMORIM, 
2017). Na próxima Unidade, debruçaremos esse fenômeno na sociedade capitalista 
contemporânea.
“(...) se uma população trabalhadora excedente é produto necessário da acu-
mulação ou do desenvolvimento da riqueza com base no capitalismo, essa su-
perpopulação torna-se, por sua vez, a alavanca da acumulação capitalista, até 
uma condição de existência do modo de produção capitalista. Ela constitui um 
exército industrial de reserva disponível, que pertence ao capital de maneira tão 
absoluta, como se ele o tivesse criado à sua própria custa. ” (MARX, 1988, p. 191)
Pesquisa mais em:
COUTO, Miguel Joaquim et al. Desemprego tecnológico: ricardo, Marx e o caso 
da indústria de transformação brasileira (1990-2007). Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/ecos/v20n2/a04v20n2.pdf. Acesso em: 14 de jan. 2018.
reflita
Se o desemprego é estrutural no capitalismo, segundo a concepção marxista, 
podemos pensar que ele pode ser produzido intencionalmente por meio de 
decisões políticas e econômicas? Ele poderia ser utilizado como um instrumen-
to de controle social? Quais seriam, então, as causas do desemprego: econômi-
cas, sociais e/ou políticas? O que a possibilidade da perda do emprego pode 
gerar sobre os trabalhadores inseridos no mercado de trabalho? 
http://www.scielo.br/pdf/ecos/v20n2/a04v20n2.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ecos/v20n2/a04v20n2.pdf
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Marx designa como “exército industrial de reserva” e “superpopulação relativa” uma 
reserva da força de trabalho que se encontra total ou parcialmente desempregada e 
pressiona o “exército ativo de trabalhadores” nos períodos de baixa produção. A su-
perpopulação relativa é classificada em três extratos: “flutuante”, “latente” e “estagna-
da”. A flutuante refere-se aos trabalhadores dispensados do trabalho (industrial) e 
reintegrados ao mercado de trabalho quando melhoram as condições econômicas 
da sociedade. A parcela latente designa as populações camponesas ainda não prole-
tarizadas, mas que se encontram sempre na eminência de serem absorvidas pelo 
trabalho assalariado. A superpopulação estagnada diz respeito às pessoas emprega-
das de modo irregular e, no seu interior, encontram-se os indivíduos em situação de 
pauperismo, como o proletariado.
O sistema capitalista segue essa lógica com o crescente empobrecimento da classe 
trabalhadora em cima do processo de acumulação de capital. Temos o inversamente 
proporcional – riqueza para a burguesia e a pobreza para os trabalhadores, afirmando 
o quanto é o caráter contraditório entre capital-trabalho.
Uma das formas de resistência às causas e impactos do desemprego originada 
em alguns países é a mobilização dos desempregados em movimentos sociais. 
Especialmente na França e na Argentina as lutas dos movimentos de desempre-
gados se destacam devido, respectivamente, à maior tradição de luta dessa par-
cela dos trabalhadores franceses e ao protagonismo assumido pelos argentinos 
a partir de meados dos anos de 1990. Para uma análise das lutas, reivindicações 
e direitos dos desempregados franceses, você pode consultar o seguinte artigo.
Pesquise mais em:
AMORIM, Elaine R. A. Desemprego, flexibilização dos direitos trabalhistas e 
lutas sociais: a trajetória e os desafios do movimento social ac! Política & So-
ciedade, Florianópolis, v. 12, n. 23, 2013. p. 35 – 66. Disponível em: <https://perio-
dicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/21757984.2013v12n23p35/24751>. 
Acesso em: 13 de jan. 2018.
https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/21757984.2013v12n23p35/24751
https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/21757984.2013v12n23p35/24751
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SUMÁRIOSUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Apreender o 
trabalho como 
expressão da 
“questão social”;
> Conhecer as 
transformações 
no universo do 
trabalho e as suas 
consequências para 
classe trabalhadora
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3 TRABALHO, 
TRABALHADORES E 
QUESTÃO SOCIAL NA 
SOCIABILIDADE CAPITALISTA
3.1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
Nessa unidade, debruçaremos a respeito do trabalho como uma expressão da “questão 
social”. Para isso explanaremos a questão do trabalho e sua importância como fator central 
na vida do ser humano. Também, explicaremos as transformações no universo do traba-
lho, trazendo fatores como subemprego e desemprego estrutural Brasil e no mundo.
3.2 O TRABALHO E OS SEUS PRESSUPOSTOS 
ONTOLÓGICOS
Leia trecho do texto de Paulo Freire chamado trabalho e transformação 
do mundo:
“Pedro e Antônio derrubaram uma árvore. Tiveram uma prática. A atividade prá-
tica dos seres humanos tem finalidades. Eles sabiam o que queriam fazer ao der-
rubar a árvore. Trabalharam. Com instrumentos, não só derrubaram a árvore, mas 
a desbastaram, depois de derrubá-la. Dividiram o grande tronco em pedaços ou 
toros, que secaram ao sol. Em seguida, Pedro e Antônio serraram os troncos e fi-
zeram tábuas com eles. Com as tábuas, fizeram um barco. Antes de fazer o barco, 
antes mesmo de derrubarem a árvore, eles já tinham na cabeça a forma do barco 
que iam fazer. Eles já sabiam para que iam fazer o barco. Pedro e Antônio traba-
lharam. Transformaram com o seu trabalho a árvore e fizeram com ela um barco. 
É trabalhando que os homens e as mulheres transformam o mundo e, transfor-
mando o mundo, se transformam também. ” (BRASIL, 2012, p. 08)
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SUMÁRIO
Podemos iniciar a unidade com o texto acima para perceber que o ser humano trans-
forma o que está a sua volta e a si mesmo por meio do trabalho. Cada produto da 
criação humana envolve acúmulo de conhecimento e de prática que muda depen-
dendo do contexto sociocultural e econômico.
Por que dizemos que o trabalho é uma atividade tipicamente humana? Com o traba-
lho, o ser humano se diferencia dos animais, porque ao executar uma atividade, ele 
concebe e prepara sua ação.Ou seja, a atividade produtiva do homem se caracteriza 
pelo envolvimento do raciocínio e planejamento. Além disso, ele modifica o mundo 
ao seu redor. Basta olhar a sua volta e observar as inovações trazidas por ele ao longo 
da história e o quanto elas impactam a realidade no dia a dia. Enquanto, o trabalho 
dos animais é instintivo.
A produção de um objeto acontece com a interação do homem com mundo natural, 
com o movimento físico e mental com a intenção de atender a sua necessidade. Ele, 
diferentemente do animal, é um processo reflexivo. Ao transformar a natureza, o ho-
mem transforma a si e a realidade ao seu redor. 
reflita
Para Marx, os seres humanos transformam o mundo baseado na sua imagina-
ção e com objetivo específico; eles possuem a consciência do que estão fazen-
do, não só transformando o seu entorno, como a si mesmo. 
O que você pensa sobre a ideia do autor? Você percebe alguma conexão entre 
o argumento dele com as relações que você estabelece em diferentes âmbitos 
da sua vida?Fonte: escravos nem pensar! uma abordagem sobre trabalho escravo contem-
porâneo na sala de aula e na comunidade. Fonte: Disponível em: https://repor-
terbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_
final.pdf. Acesso em: 13 jan. 2018.
https://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf
https://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf
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Diante disso, a categoria trabalho possui uma relevância para a compreensão da pro-
dução e reprodução das condições materiais da vida humana. O trabalho é com-
preendido como toda atividade produtiva humana de transformação dos recursos 
disponíveis na natureza em bens úteis, de valores – de – uso voltados para suprimento 
das necessidades humanas. 
A partir daqui, torna-se evidente, que a práxis do ser humano acontece como ele-
mento específico o agir/ser consciente. O ato de planejar e executar é consciente para 
atingir determinado fim. É intencional que lhe permite adaptabilidade, mas também 
de produzir condições sociais e culturais necessárias para sua produtividade. Então, o 
trabalho é a essência da humanidade. 
reflita
Leia a seguinte cantiga popular: 
A enxada
A enxada é companheira 
De quem vive no sertão 
Trabalhando o dia inteiro 
Pra sustentar a nação 
Ela não é diplomada 
E vive suja do chão 
Mas se um dia resolver 
Abandonar a profissão 
Eu queria ver Seu Ricaço e Seu Barão 
Vestir seu cadillac e comer televisã
Quem a enxada representa no poema? 
O poema diz que a enxada “não é diplomada/E vive suja do chão”. O que isso signi-
fica? A sociedade valoriza o saber e o trabalho do homem e da mulher do campo?
Fonte: Escravos nem pensar! Uma abordagem sobre trabalho escravo contempo-
râneo na sala de aula e na comunidade. Fonte: Disponível em: https://reporterbra-
sil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.
pdf. Acesso em: 13 jan. 2018.
https://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf
https://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf
https://reporterbrasil.org.br/wp-content/uploads/2015/02/livro_escravo_nem_pensar_baixa_final.pdf
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SUMÁRIO
Nesse sentido, a atividade humana produtiva possui um caráter inteligente e inten-
cional que lhe permite não só uma adaptabilidade, mas a capacidade de produzir as 
condições sociais e culturais para ampliar a sua produtividade. 
Para resolver as suas necessidades o homem, além de se apropriar da natureza, tam-
bém estabelece relações sociais para realização do processo de trabalho. Como já 
vimos na unidade anterior, este perpassa pelo “objeto” de trabalho que é à natureza 
bruta e às matérias-primas e o “meio” de trabalho que dizem respeito aos instrumen-
tos de trabalho e às condições físicas de infraestrutura. Na junção dos dois, temos os 
“meios de produção”, expressão utilizada para designar os recursos que possibilitam 
a concretização do trabalho. 
Uma questão se levanta: nesse processo de trabalho realizado pelo ser humano acon-
tece de forma solitária? Pode ele sozinho assegurar a produção de todos os bens ne-
cessários à sua existência? Não. Na perspectiva marxista antes mesmo das sociedades 
serem divididas em classes sociais já era natural a divisão do trabalho, com as fun-
ções pautadas nas diferenças de sexo e de idade. A medida que a população cresceu 
ocorreram as trocas entre diferentes tribos e comunidades que possuíam diferentes 
meios de produção, por consequência, o surgimento da divisão social do trabalho. 
No processo de trabalho a atividade humana é materializada ou objetivada em 
valores de uso. Dessa forma, “o processo de trabalho, como o apresentamos em 
seus elementos simples e abstratos, é atividade orientada a um fim para produzir 
valores de uso, apropriação do natural para satisfazer a necessidades humanas (...). 
” (MARX, 1988, p. 153)
Então, podemos considerar que o processo de trabalho humano engloba três 
elementos fundamentais: (1) a intencionalidade; (2) os “objetos”; e (3) os “meios”. 
(MARX, 1988, p. 143)
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Questão social e serviço social
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Nas sociedades sem classes o homem estava diretamente ligado à natureza. Naque-
las sociedades, a produção estava voltada apenas para a produção de valores de uso, 
ou seja, a satisfação das necessidades da comunidade. É na era industrial, no modo 
de produção capitalista, que aconteceu a divisão trabalho entre o manual e o inte-
lectual. Dessas grandes “divisões surgiram outras segmentações entre os indivíduos 
relacionadas não só às tarefas que realizam no processo produtivo, mas à posição 
que ocupam na estrutura produtiva (proprietários ou não dos meios de produção) ”. 
(AMORIM, 2017, p. 30). Além disso, com essas divisões aconteceram apropriação do 
excedente, como vimos a mais-valia para acumulação do capital e com a origem da 
propriedade privada. 
Agora, no capitalismo, o trabalhador que antes possuía o conhecimento e o domínio 
do processo produtivo com o seu trabalho manual, na indústria ele está submetido as 
Dois artigos para aprofundar como ocorre a divisão social do trabalho na con-
temporaneidade, colocando um enfoque na configuração de gênero no merca-
do de trabalho. 
Pesquise mais em: 
HIRATA, Helena. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. revista tec-
nologia e sociedade. Curitiba, v. 6, n. 11, 2010. p. 1-7. Disponível em: <https://
periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/ view/2557/1661>. Acesso em: 18 de jan. 2017.
RIBEIRO, I. et al. configurações de gênero no contexto de trabalho precário. 
Disponível em: http://abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAP-
SO/159.%20configura%C7%D5es%20de%20g%CAnero%20no%20contex-
to%20de%20trabalho%20prec%C1rio.pdf. Acesso em: 18 de jan. de 2018. 
Helena Hirata fala sobre a divisão sexual do trabalho. Acesso em: https://www.
youtube.com/watch?v=r5BTXDEVqAk. Acesso em: 18 de jan. de 2018.
https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/ view/2557/1661
https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/ view/2557/1661
http://abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/159.%20configura%C7%D5es%20de%20g%CAnero%20no%20contexto%20de%20trabalho%20prec%C1rio.pdf
http://abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/159.%20configura%C7%D5es%20de%20g%CAnero%20no%20contexto%20de%20trabalho%20prec%C1rio.pdf
http://abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/159.%20configura%C7%D5es%20de%20g%CAnero%20no%20contexto%20de%20trabalho%20prec%C1rio.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=r5BTXDEVqAk
https://www.youtube.com/watch?v=r5BTXDEVqAk
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Questão social e serviço social
SUMÁRIO
operações de processo produtivo específicos. O trabalhador que não possui os meios 
de produção e apenas conta com a sua força de trabalho (“energia física e mental”) 
que vende ao capitalista em troca de um salário para sua subsistência.
O trabalho está subordinado, no sistema capitalista, está subordinado a produção de 
objetos e ampliar o espaço político do capitalista para continuar o seu processo de 
exploração em relação aos trabalhadores. O capitalismo não precisa mais de um in-
divíduo consciente das suas atividades produtivas, apenas ele precisa submeter ao 
barateamento da sua força

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