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Escola Estadual de
Educação Profissional - EEEP
Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Integrado à Logística
Embalagens e Armazenamento
Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 3 
 
Sumário 
1. Embalagens e Armazenamento............................................... 05 
1.1. O produto............................................................................... 05 
1.2. O que é o produto logístico?.................................................. 05 
1.2.1. Classificação dos produtos ..................................................... 05 
1.2.1.1. Bens de consumo................................................................... 06 
1.2.1.2. Bens industriais...................................................................... 07 
1.2.2. Ciclo de vida do produto ......................................................... 07 
1.3. A curva ABC............................................................................ 08 
1.4. Características do produto...................................................... 09 
1.5. Embalagem do produto........................................................... 11 
1.6. Formação de preço................................................................. 12 
1.6.1. Uso de critérios geográficos.................................................... 13 
1.6.1.1. Método F.O.B......................................................................... 13 
1.6.1.2. Preço regional......................................................................... 14 
1.6.1.3. Preço único ou simples........................................................... 14 
1.6.1.4. Nivelamento ou fretes............................................................. 15 
1.6.1.5. Preço por ponto-base.............................................................. 15 
1.7. Arranjo de incentivo de preços................................................ 15 
1.7.1. Descontos para grandes volumes........................................... 16 
1.7.2. Acordos.................................................................................. 16 
2. Embalagem para o consumidor............................................... 17 
2.1. Objetivos................................................................................. 18 
2.2. Embalagem para proteção...................................................... 21 
2.3. Embalagem para aumentar eficiência da distribuição ............ 21 
2.3.1. Manuseio e armazenagem .................................................... 22 
2.3.2. Resistência, tamanho, configuração........................................ 22 
2.3.3. Unitização................................................................................ 22 
2.3.4. Conteinerização....................................................................... 23 
2.3.5. Identificação............................................................................ 24 
2.4. Caixa de papelão ................................................................... 24 
2.4.1. Resistência do papelão .......................................................... 28 
2.4.2. Resistência do papelão ao esmagamento .............................. 29 
2.4.3. Resistência da caixa à compressão ........................................ 29 
2.5. Tambores .............................................................................. 31 
2.6. Fardos ................................................................................... 33 
2.7. Recipientes plásticos ............................................................. 34 
2.8. Fechamento de embalagens ................................................. 36 
2.8.1. Fechamento por grampos ...................................................... 36 
2.8.2. Fechamento por fitas metálicas............................................... 37 
2.8.3. Fechamento por fitas adesivas............................................... 39 
2.8.4. Fechamento por costuras ...................................................... 40 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 4 
 
3. Armazenagem de produtos .................................................... 42 
3.1. Necessidade de espaço físico ................................................ 42 
3.1.1. Razões básicas para espaço físico ........................................ 43 
3.2. Localização de depósitos ........................................................ 44 
3.3. Dimensionamento do armazém .............................................. 46 
3.4. Alternativas de armazenagem ................................................ 46 
3.4.1. Funções de armazenagem ..................................................... 46 
3.4.1.1. Abrigo de produtos ................................................................ 47 
3.4.1.2. Consolidação ......................................................................... 47 
3.4.1.3. Transferência e transbordo .................................................... 47 
3.4.1.4. Agrupamento ......................................................................... 48 
3.4.2. Tipos de depósitos .................................................................. 48 
3.4.2.1. Espaço físico próprio ............................................................. 48 
3.4.2.2. Aluguel de especo de terceiros ............................................. 49 
3.4.2.3. Aluguel de facilidades ............................................................ 55 
3.4.2.4. Estoque em trânsito .............................................................. 55 
4. Manuseio e acondicionamento .............................................. 57 
4.1. Manuseio de materiais ........................................................... 57 
4.1.1. Equipamentos ........................................................................ 58 
4.1.1.1. Equipamentos de movimentação ............................................ 58 
4.1.1.2. Equipamentos auxiliares ........................................................ 61 
4.1.1.3. Codificação e marcação de itens ............................................ 62 
4.2. Projeto de sistema para maior eficiência ................................. 63 
4.2.1. Arranjo geral de espaço físico ................................................ 63 
4.2.1.1. Arranjo físico detalhado ........................................................... 64 
4.2.2. Alocação de espaço físico ...................................................... 65 
4.3. Disposição do estoque .......................................................... 67 
4.3.1. Método de endereçamento ou localização ............................. 68 
4.3.2. Sistema de endereçamento fixo ............................................. 68 
4.3.3. Sistema de endereçamento variável........................................ 69 
4.3.4. Considerações operacionais .................................................. 69 
4.3.5. Decomposição de pedidos ..................................................... 70 
4.4. Alternativas para projetos de sistema ..................................... 71 
4.4.1. Sistemas para mercadorias embaladas .................................. 71 
 Referências Bibliográficas ..................................................... 77 
 
 
 
 
 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – EnsinoMédio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 5 
 
1. Embalagens e Armazenamento 
 
1.1. O produto 
Toda a logística gira e torno do produto. Suas características 
freqüentemente moldam a estratégia logística necessária para deixar o produto 
disponível para o cliente. Compreender a natureza do produto pode ser valioso 
para o projeto do sistema logístico mais apropriado. O produto também pode 
ser valioso para o projeto do sistema logístico mais apropriado. O produto 
também é elemento sobre o qual a logística exerce controle apenas parcial. Por 
isso mesmo, é importante compreender sua natureza. 
Este capítulo explora o significado do produto para o especialista em 
logística, quais são suas características relevantes e seu impacto na estratégia 
logística. Além disso, discute-se a interface do custo logístico com decisões de 
embalagem preço. 
 
1.2. O que é produto logístico? 
O que uma firma oferece ao cliente com seu produto de satisfação. Se o 
produto for algum tipo de serviço, ele será composto de intangíveis como 
conveniência, distinção e qualidade. Entretanto, se o produto for um bem físico, 
ele também tem atributos físicos, tais como peso, volume e forma, os quais têm 
influência no custo logístico. Nesse texto, o produto considerado é um bem 
físico. 
 
1.2.1. Classificação dos produtos. 
Dependendo do usuário do produto, o projeto do sistema logístico 
deveria refletir diferentes padrões de uso. Classificações amplas para produtos 
podem sugerir estratégias logísticas. Uma categorização tradicional divide 
produtos em (1) bens de consumo e (2) bens industriais. 
 
 
 
 
 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 6 
 
1.2.1.1. Bens de consumo. 
Dirigem-se aos consumidores finais. Há muito que especialistas de 
marketing reconheceram as diferenças básicas na maneira com que 
consumidores finais selecionam as mercadorias e onde as compram. Usa-se 
uma classificação com três classes: 
 Bens de conveniência: São aqueles comprados freqüentemente e de 
forma imediata, com pouca pesquisa de loja. Casos típicos são 
saponáceos, itens de tabacaria e muitos produtos alimentícios. Estes 
produtos geralmente exigem ampla distribuição por intermédio de muitos 
pontos de venda. Em geral, os custos de distribuição são elevados, em 
termos de porcentagens dos custos de venda (chegando a um terço). O 
nível de serviço deve ser elevado para encorajar um grau razoável de 
preferência por esses bens. 
 Bens de comparação. São aqueles que os consumidores preferem 
pesquisar em diferentes lojas e fazer comparações. Os clientes muitas 
vezes visitam muitos locais, comparando preços, qualidade e 
desempenho, fazendo a compra somente após deliberação cuidadosa. 
Produtos típicos nesta categoria são roupas de moda, automóveis e 
itens de mobiliário. Como o comprador potencial pesquisa diversos 
pontos, o total de pontos de venda é substancialmente menor que no 
caso de bens de conveniência. Um fornecedor pode estocar mercadorias 
em apenas alguns poucos locais numa dada área. Custos de distribuição 
(15% da receita das vendas) é algo menor neste caso. Não é preciso 
distribuição de produto tão ampla, também. 
 Bens de uso especial. São aqueles cujos compradores 
costumeiramente despedem esforço significativo para ir comprá-los. 
Procuram marcas ou categorias particulares de mercadorias. Exemplos 
abrangem todo tipo de bens, desde alimentos finos até automóveis feios 
sob encomenda. Como o consumidor insiste em determinada marca, a 
distribuição não ter amplitude ou nível de serviço tão altos quanto os 
bens de conveniência ou de compras. Os custos de distribuição física 
podem ser os menores em qualquer categoria do produto. Por isso, pode 
alguém surpreender-se como fato de as firmas tentarem criar fidelidade 
de marca em sua linha de produtos? 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 7 
 
 
1.2.1.2. Bens industriais. 
 São aqueles dirigidos a indivíduos ou organizações que os utilizam para 
produzir outros produtos ou serviços. Sua classificação é bastante diferente da 
anterior, pois aqui são os vendedores que procuram os compradores e uma 
classificação baseada nos perfis de compra não seria relevante. 
 É comum classificar bens industriais conforme seu envolvimento no 
processo de produção. Por exemplo, (1) existem bens que são parte de 
produtos acabados, tais como matérias-primas ou peças componentes; (2) há 
outros que são usados no processo de manufatura, como edifícios e 
equipamentos; e (3) existem bens que não entram no processo diretamente, 
como material de escritório ou serviços administrativos. Apesar de esta 
classificação se válida na preparação da estratégia de vendas, sua utilidade 
não é tão evidente no planejamento logístico. 
 
1.2.2. Ciclo de vida dos produtos 
Outro conceito familiar aos especialistas de marketing é o ciclo de vida 
do produto. Produtos não geram seu volume máximo de vendas imediatamente 
após sua introdução, nem mantêm seus picos de venda indefinidamente. Eles 
seguem uma função de venda por tempo do tipo mostrado na Figura 1.1. A 
vida do produto passa por quatro estágios: 
 Introdução, 
 Crescimento, 
 Maturidade e 
 Declínio. 
Cada fase tem exigências diferentes para a estratégia de distribuição 
física. 
A fase introdutória ocorre logo após o lançamento do produto no 
mercado. Geralmente, as vendas não são tão volumosas, pois ainda não há 
ampla aceitação do produto. A estratégia de distribuição física é cautelosa, com 
estoques restritos a algumas poucas localizações. A disponibilidade é limitada. 
Caso o produto seja aceito pelo mercado, as vendas começam a crescer 
rapidamente. Planejar a distribuição é particularmente difícil nesta fase. 
Freqüentemente, não há histórico de vendas para calcular níveis de estoques 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 8 
 
nos pontos de armazenagem, ou nem mesmo quantos depósitos devem ser 
usados. A distribuição fica, muitas vezes, sob controle manual durante todo o 
estágio de expansão. A disponibilidade do produto também aumenta 
rapidamente numa ampla área geográfica, de forma a apoiar o crescente 
interesse dos clientes. 
O estágio de crescimento pode ser bem curto, sendo seguida por uma 
fase mais longa chamada maturidade do produto. O crescimento de vendas é 
vagaroso ou permanece estabilizado em torno de seu pico. O volume vendido 
não se altera rapidamente e, portanto, pode ser absorvido nos perfis de 
distribuição de produtos similares já existentes. Muitos depósitos são utilizados 
e existe controle adequado sobre a disponibilidade do produto por todo o 
sistema. 
Eventualmente, o volume de vendas começa a diminuir devido a 
mudanças tecnológicas, competição ou perda de interesse pelo consumidor. 
Para manter distribuição eficiente, os perfis de movimentação do produto 
devem ser ajustados. Provavelmente, o total de armazéns será reduzido, sendo 
o produto recolhido para depósitos regionais ou para as fabricas. 
O fenômeno do ciclo de vida do produto influencia a estratégia de 
distribuição. O especialista em logística deve estar continuamente ciente do 
estágio atual do ciclo de vida do produto, de modo que os padrões de 
distribuição possam estar sempre ajustados na eficiência máxima daquela fase. 
O conhecimento do conceito de ciclo de vida permite antecipar as 
necessidades de distribuiçãoe planejar com larga antecedência. 
 
1.3. A Curva ABC 
O planejamento do suprimento e distribuição física de qualquer firma é a 
soma dos planos individuais dos produtos. A maioria fabrica muitos produtos, 
que estão em diferentes pontos do seu ciclo de vida e com vários graus de seu 
sucesso comercial. Em qualquer período de tempo, isto cria um fenômeno 
chamado de curva ABC (ou curva 80-20), um conceito particularmente valioso 
para o planejamento logístico. 
O conceito de curva ABC deriva da observação dos perfis de produtos 
em muitas empresas – que a maior parte das vendas é gerada por 
relativamente poucos produtos da linha comercializada – e do principio 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 9 
 
conhecido como curva de Pareto. Ou seja, 80% das vendas provêm de 20% 
dos itens da linha de produtos. Evidentemente, esta relação 80-20 não é exata 
para toda firma, mas a desproporção entre valor de vendas e o numero de itens 
é geralmente verdadeira. 
A curva ABC é particularmente útil para o planejamento da distribuição 
quando os produtos são agrupados ou classificados conforme seu nível de 
vendas. Os itens A são os pertencentes ao grupo de 20% superiores, os 
próximos 30% são os itens B e os 50% restantes compõem os itens da classe 
C. Cada categoria de itens pode ter uma distribuição diferente. Por exemplo, 
itens A podem receber distribuição extensiva e ter altos níveis de 
disponibilidade, enquanto itens C podem ser distribuídos apenas a partir de um 
único deposito central com níveis de estoque menores do que os praticados 
para itens A. itens de classe B podem ter uma estratégia intermediária de 
distribuição. As classificações de produtos são arbitrárias. A questão é que 
nem todos os itens de produtos devem receber o mesmo tratamento logístico. 
O conceito Ca curva ABC, com sua decorrente classificação de produtos, 
providencia lógica baseada no nível de vendas para decidir quais produtos 
devem receber diferentes níveis de tratamento logístico. 
 
1.4. Características do produto 
Dentre as características mais importantes do produto que influenciam a 
estratégia de distribuição estão atribuídos do próprio produto. Eles são peso, 
volume, valor, perecibilidade, inflamabilidade e substitutibilidade. Nas suas 
varias combinações, estes atributos indicam as necessidades para 
armazenagem, estoques, transporte, manuseio, e processamento do pedido. 
Essas combinações são mais bem discutidas se divididas em quatro 
categorias: 
 Relação peso-volume (densidade) 
A relação peso-volume (densidade) de um produto é particularmente 
significativa, pois os custos de transporte e armazenagem estão diretamente 
relacionados com ela. Produtos densos, ou seja, com relação peso-volume 
elevada, como aço laminado, material impresso e comida enlatada, 
apresentam boa utilização dos equipamentos de transporte e das facilidades de 
armazenagem. Tanto os custos de transporte como de armazenagem tendem a 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 10 
 
ser baixos. Entretanto, para produtos pouco densos, como isopor, batatas fritas 
e lâmpadas, a capacidade volumétrica do equipamento de transporte é 
preenchida antes do seu limite de carregamento em peso a ser atingido. Além 
disso, os custos de manuseio e de espaço, baseados no peso, tendem a ser 
elevados comparados ao preço de venda. 
A medida que a densidade do produto aumenta, tanto os custos de 
estocagem como de transporte, como porcentagem do preço de vendas, 
diminuem. Apesar de o preço poder ser reduzido pelos menores cursos 
logísticos, armazenagem e transporte são apenas dois dos muitos fatores que 
atuam na formação do preço. Assim, os custos logísticos totais podem declinar 
mais rapidamente que o preço. 
 Relação valor-peso 
O valor do produto que está sendo movimentado e estocado é um fator 
importante no desenvolvimento de uma estratégia logística. Custos de estoque 
são particularmente susceptíveis ao valor. Quando expressamos o valor com 
relação ao peso (obtendo a razão, ou seja, o valor específico), algumas 
compensações óbvias de custo emergem e auxiliam a planejar o sistema 
logístico. 
Produtos de baixo valor específico, como carvão, minério de ferro, 
bauxita e areia, têm custos de estoques baixos, mas custos de transporte 
elevados, se medidos como porcentagem de seus preços de venda. Os custos 
de manutenção de estoque são calculados como fração do valor o produto. 
Preços menores significam custos menores de estoque, pois o custo de 
manutenção de estoque é seu fator dominante. Custos de transporte, por outro 
lado, estão amarrados ao peso. Se o valor do produto é baixo, o custo de 
transporte representa uma proporção elevada do preço de venda. 
Produtos com alto valor específico, tais como equipamentos eletrônicos, 
jóias e instrumentos musicais, mostram comportamentos opostos, como altos 
custos de estoque e baixos custos de transporte. 
 Substitubilidade 
Quando consumidor nota pouca ou nenhuma diferença entre o produto 
da firma e os de seus concorrentes, diz-se que o produto é altamente 
substituível. Ou seja, o consumidor compra prontamente uma segunda marca 
caso a primeira não esteja disponível imediatamente. Muitos produtos 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 11 
 
alimentícios e farmacêuticos têm esta característica. Como era de esperar, os 
fornecedores gastam milhões de dólares na tentativa na tentativa de convencer 
os consumidores de que tais produtos (como comprimidos de aspirina, por 
exemplo, ou sabão em pó) não são todos semelhantes. Os executivos de 
distribuição tentam prover disponibilidade de produto num nível tal que os 
consumidores não precisem selecionar um produto substituto. 
A logística não tem controle sobre a substitubilidade do produto, apesar 
de o profissional ter o dever de planejar a distribuição de produtos com 
variados graus de substitubilidade. Ela pode ser encarada em termos de 
vendas perdidas pelo fornecedor. Substitubilidade elevada significa geralmente 
maior chance para o consumidor escolher outro produto, resultando em venda 
perdida. O especialista em logística trata como vendas perdidas através de 
alternativas de transporte, de estocagem, ou ambas. 
 Características de risco 
As características de risco do produto referem-se aos atributos de valor, 
perecibilidade, flamabilidade, tendência e facilidade ao roubo. Quando um 
produto mostra alto risco em uma ou mais dessas características, ele impõe 
uma serie de restrições ao sistema de distribuição. Tanto os custos de 
transporte como de estoque são maiores em termos tanto absolutos como de 
porcentagem do preço de venda. 
Considere um produto com alto risco de roubo como, por exemplo, 
cigarros. Deve-se tomar especial cuidado no manuseio e transporte. Dentro 
dos depósitos, áreas especiais, cercadas e trancadas, devem ser instaladas 
para tratar este produto e similares. Produtos altamente perecíveis, como frutas 
frescas, necessitam de manuseio especial com veículos refrigerados. Produtos 
como pneus de automóveis têm tendência a contaminar depósito. O uso de 
qualquer tipo de embalagem para diminuir o risco simplesmente aumenta o 
custo de distribuição. 
 
1.5. Embalagem do produto 
Com exceção de produtos transportados a granel, como no caso de 
muitas matérias-primas, produtos são cobertos com embalagens. O 
embalamento do produto pode ter diversos objetivos, alguns dos quais são: 
 Facilitar manuseio e armazenagem.Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 12 
 
 Promover melhor utilização do equipamento de transporte. 
 Proteger o produto. 
 Promover venda do produto. 
 Alterar a densidade do produto. 
 Facilitar uso do produto. 
 Prover valor de reutilização para o consumidor. 
Nem todos esses objetivos podem ser atingidos mediante a 
administração logística. Entretanto, alterar a densidade do produto e sua 
embalagem protetora pode fazer diferença. A necessidade de alterar a 
densidade do produto para conseguir custos logísticos mais favoráveis já foi 
discutida. 
A embalagem para proteção é importante dimensão do produto para o 
especialista em logística. Sob muitos aspectos, é a embalagem que deve ser 
manuseada e o produto em si é a preocupação secundária. É a embalagem 
que tem forma, volume e peso. O produto em seu interior pode não ter as 
mesmas características. A questão é que, se um televisor for removido de sua 
caixa e substituído com equipamento para teste de choques, côo é feito em 
teste de dano durante o manuseio, a logística não vai tratar a caixa de maneira 
diferente, assumindo que a alteração não é conhecida. O pacote dá um 
conjunto revisado das características do produto. 
A embalagem significa custo adicional para a firma. Esse custo é 
compensado na forma de frete e custos de estoque menores, além de menor 
numero de quebras. O profissional de logística balanceia esses custos, 
trabalhando em conjunto com vendas e engenharia para atender a todos os 
objetivos do embalamento. 
 
1.6. Formação de preço 
Nossa ultima abordagem no produto contempla o preço. Lembre-se de 
que o preço é um dos fatores-chave, juntamente com qualidade e nível de 
serviço, que, segundo a ótica do cliente, constituem o produto. Em geral, a 
logística não é diretamente responsável pela política de preços. Entretanto, ela 
tem influência nas decisões de preço, pois este geralmente tem conotação 
geográfica e incentivos de preço estão amarrados com a estrutura de fretes. 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 13 
 
 
1.6.1. Uso de critérios geográficos 
Para a maioria dos fornecedores, os clientes não se concentram num 
único ponto; pelo contrário, eles costumam dispersar-se por grandes áreas. Isto 
significa que o custo total para distribuição varia de cliente para cliente, 
conforme sua localização. A formação de preços deveria ser simples, não? 
Nem tanto! Empresas podem ter centenas de milhares de clientes. Administrar 
preços separados torna-se cansativo e caro. A escolha do método de formação 
de preço depende parcialmente do balanceamento do nível de detalhe na 
estrutura de preços com os custos para administrá-la. Existe um numero 
limitado de categoria para definir a maioria dos métodos que usam critérios 
geográficos. Eles são (1) F.O.B., (2) regional ou por zona, (3) simples ou 
uniforme, (4) nivelamento de fretes e (5) ponto-base. 
 
1.6.1.1. Método F.O.B. 
Para compreender métodos geográficos, é melhor iniciarmos pela 
introdução da opção F.O.B. A sigla significa free on board (preço sem frete 
incluso). Na prática, esta política simplesmente significa o local onde o preço é 
valido. F.O.B. fábrica significa que o prço é cotado no local da fábrica. F.O.B. 
destino significa que o preço é cotado na localização do cliente ou suas 
redondezas. Também implica que o cliente toma posse da mercadoria no local 
designado. Existem muitas variações do preço F.O.B. . O dois métodos de 
F.O.B. citados acima são os mais comuns. 
O preço F.O.B. fábrica é estabelecido para p local da fábrica (origem dos 
despachos), sendo também conhecido por preço ex-works no comércio 
internacional. Os clientes tomam posse da mercadoria neste ponto e são 
responsáveis por qualquer transporte a partir dele. Na prática, os clientes 
podem deixar os arranjos de transporte por conta do fornecedor, pois estes 
podem estar mais bem equipados ou mais experimentados no assunto ou 
podem obter menores fretes pela consolidação das ordens de diversos clientes. 
Estes são então cobrados pelos custos reais de transporte. Por exemplo, 
automóveis novos têm seu preço determinado na fábrica ou ponto de entrada, 
adicionado do frete associado ao destino definido pelo cliente (geralmente o 
local da concessionária). 
Escola estadual de Educação Profissional (EEEP) – Ensino Médio Integrado à Educação Profissional 
 
Técnico Integrado à Logística – Embalagens e Armazenamento 14 
 
O preço F.O.B. destino é o preço pago na localização do cliente ou em 
suas cercanias. Nesta política, os custos de transporte já estão incluídos no 
preço. No comércio internacional, equivale aos termos C. & F. e C.I.F. 
(respectivamente, custo mais frete e custo, seguro e frete). Espera-se que o 
fornecedor realize todos os arranjos de transporte. Esta política reconhece que 
o fornecedor pode estar numa posição economicamente melhor do que o 
cliente para tratar do transporte, ou que o cliente não tem desejo ou 
competência para tratar deste assunto. 
São possíveis muitas combinações de preços F.O.B. origem ou destino, 
dependendo de como são pagas as taxas de frete. 
 
1.6.1.2. Preço regional 
Para companhias que lidam com milhares de clientes, a política de 
estabelecer preços diferentes para cada cliente pode não ser das melhores. 
Fornecedores de bens finais geralmente não podem dar-se ao luxo da 
complexidade administrativa de preços individuais. Além disso, o preço como 
um todo refletiria o custo de toda essa estrutura administrativa, tendo que ser 
ligeiramente maior. 
A formação de preços por região ou zona reduz a complicação 
administrativa pela fixação de um preço dentro de uma ampla área geográfica. 
Pode ser definido qualquer número de áreas, conforme o grau de diferenciação 
geográfica desejado pela companhia. Por exemplo, um fabricante de utensílios 
para conservas caseiras criou 89 regiões de preço por todo os Estados Unidos. 
 
1.6.1.3. Preço único ou simples 
O máximo em simplicidade na formação de preços seria adotar preço 
único para todos os clientes, independentemente de sua localização. Isto 
acontece em muitos casos, como preços de correios e livros-texto. Há certo 
atrativo para os clientes no fato de saberem que o mesmo preço é cobrado em 
qualquer região. Entretanto, esta política de preços despreza as diferenças do 
custo de distribuição para diferentes clientes. Tais custos devem ser tomados 
como a média. 
 
 
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1.6.1.4. Nivelamento de fretes 
O interesse prático na competição atua na fixação da estratégia de 
preços. Se duas firmas têm a mesma eficiência de produção e vendas, 
resultando no mesmo custo do produto no local de suas fábricas, a firma mais 
distante do mercado pode querer absorver parte das taxas de frete, de maneira 
a atingir o preço do competidor. Esta prática é referida como nivelamento de 
fretes e resulta em diferentes taxas de retorno para as empresas que a 
utilizam. 
 
1.6.1.5. Preço por ponto-base 
Da mesma forma que no nivelamento de fretes, os motivos para uso do 
método do ponto-base são competitivos. Esse método estabelece algum ponto, 
diferente daquele onde o produto será entregue, como o ponto a partir do qual 
o preço será computado. O preço é calculado como se o produto fosse 
entregue a partir daquele ponto. Esta nova localização para cálculo do preço é 
conhecida como ponto-base. Se o local escolhido é a localizaçãode grande 
concorrente, os preços podem ser similares aos do competidor me todos os 
clientes. Empresas podem ter um ou mais pontos-base. 
As indústrias de aço e cimento foram pioneiras no uso do método ponto-
base. Isso é compreensível, pois esta política de formação de preço faz sentido 
quando: 
 O produto envolvido tem custo de transporte elevado com relação a seu 
valor total, 
 Os compradores têm pouca preferência por um fornecedor particular e 
 Há relativamente poucos fornecedores, sendo que qualquer diminuição 
nos preços gera retaliação por parte das firmas rivais. Do ponto de vista 
do cliente, as indústrias são localizadas no mesmo ponto. Como isso 
não é verdade, o custo real para suprir um dado cliente para cada 
empresa é diferente. 
 
1.7. Arranjos de incentivo de preço 
Muitas vezes os custos logísticos são os fatores que geram incentivos 
de preço. Dois destes incentivos são descontos para grandes lotes e acordos 
em geral. 
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1.7.1. Descontos para grandes volumes 
A teoria econômica ensina que, quanto mais bens são manipulados 
numa única transação, menor será o custo unitário. Esta idéia levou muitas 
firmas a usar o volume de compra como uma forma de oferecer menores 
preços para seus clientes e aumentar suas vendas. Os clientes beneficiam-se 
do menor preço unitário caso possam absorver um lote de compra maior. O 
fornecedor consegue maiores lucros. 
Oferecer descontos para grandes volumes de compra para estimular 
vendas pode ser algo discriminatório, pois firmas menores não conseguiriam 
beneficiar-se deles. Entretanto, seu uso pode ser justificado em termos das 
economias de escala que geram para manufatura, venda e distribuição. Na 
prática, é difícil argumentar de modo convincente que economia de custo na 
manufatura ou vendas podem ocorrer numa venda individual. O contrário 
ocorre com custos logísticos, que são compostos em grande parte por custos 
de transporte e têm economias de escala bem conhecidas. Caso o transporte 
seja contratado externamente ao fornecedor, a documentação das economias 
de frete unitário é facilmente encontrada nas tabelas publicadas. Assim, os 
custos logísticos são fatores importantes para sustentar políticas de desconto. 
 
1.7.2. Acordos 
Fabricantes freqüentemente oferecem incentivos especiais caso seus 
distribuidores ou clientes comprem mercadorias antecipadamente, ou seja, 
antes da data em que eles naturalmente colocariam seus pedidos. Custos 
logísticos são a principal razão para este tipo de incentivo. Esses incentivos 
podem tomar a forma de reduções no preço, prêmios e rebates em dinheiro. 
 
 
 
 
 
 
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2. Embalagem para o consumidor 
Entre em qualquer loja moderna e repare no conjunto colorido de 
produtos. Produtos? Não, embalagens! Elas podem ser necessárias para 
proteger os produtos, mas os profissionais de marketing utilizam-nas 
vantajosamente para promover os produtos da firma. Consideremos apenas 
algumas maneiras de fazê-lo. 
Em primeiro lugar, a embalagem provê um meio atrativo para divulgar o 
nome da companhia para os clientes. Pode ser utilizada para transmitir 
informações sobre o preço ou as virtudes do seu produto. A embalagem serve 
como um tipo de anúncio. 
Em segundo lugar, as dimensões da embalagem devem conformar-se 
aos requisitos das prateleiras das lojas. Isto permite oferecer ao consumidor a 
maior área de exposição possível para seu produto em comparação com os 
produtos concorrentes. Considere a vantagem em área 
de exposição que a Pringles criou por colocar suas batatas fritas num canudo 
que é mais resistente, de formato mais regular, menos perecível e com maior 
fator de estiva (razão entre volume e peso), comparado com as tradicionais 
embalagens de batatas fritas. 
Finalmente, a embalagem pode oferecem alguma utilidade extra ao 
produto. Veja o que um grupo de marketing fez com relação a este extra, ao 
mesmo tempo que atendia as necessidades físicas da distribuição. 
Exemplo. Alguns anos atrás o Chicago Tibune lançou uma campanha 
para conseguir novas assinaturas para o jormal. Para incentivar os 
consumidores, foi oferecido como brinde um cachorro de pelúcia de 3 pés de 
altura, chamado de Cuddly Duddy, para cada novo assinante. Para prevenir 
danos e facilitar o manuseio, o Cuddly Duddy era embalado numa grande caixa 
de papelão. No lado externo da caixa havia um desenho com linhas para 
recorte, de forma que as crianças poderiam usar a caixa para montar a casinha 
do cachorro. 
 
 
 
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2.1. Objetivos 
Apesar de todo o rigor americano na confecção de embalagens, 
estatísticas mostram que os Estados Unidos perdem, anualmente, US$ 3 
bilhões em danos de transporte. No Brasil, embora não haja danos, sabe-se 
que os prejuízos também são grandes. Preocupada com essas perdas, a ABNT 
– Associação Brasileira de Normas Técnicas – vem estudando a elaboração de 
normas técnicas para embalagens. A mesma preocupação levou o IPT a criar o 
Grupo de Engenharias e Materiais de Embalagem, para estabelecer um centro 
de treinamento e informação com a finalidade de servir a indústrias de 
embalagens. Os especialistas do Instituto vêm trabalhando com laboratório de 
ensaios, pesquisa e desenvolvimento de embalagens e materiais. 
Os técnicos, de maneira geral, concordam entre si quanto ás principais 
virtudes que a embalagem precisa ter. Uma fábrica, especializada em projetar 
e fabricar embalagens, usa todo o rigor técnico, desde a aprovação de matéria-
prima até o produto final. O “papelão” passa por testes de arrebentamento 
(Mullen test), de esmagamento (resistência da onda), de coluna (compressão), 
gramatura, espessura, adesividade e perfuração. Depois, o projeto da 
embalagem leva em conta o produto (característica, fragilidade), seu peso, a 
quantidade/caixa e o dimensionamento para uma boa amarração e 
empilhamento. Pronta a embalagem, são feitos testes de laboratório como o de 
queda livre, compressão, impacto, tombamento e vibração. 
Esses cuidados não são também esquecidos pelo ITP. Para projetar 
uma embalagem o Instituto verifica, inicialmente, a fragilidade do produto 
através de equipamentos especiais, calculando seus pontos críticos para 
determinação do material de acolchoamento. Outro ponto considerado é a 
finalidade da mercadoria (exportação, meios de transporte) ou os caminhos do 
produto. Só depois começa o projeto, onde se verifica se o produto já tem uma 
embalagem primária, volume, peso, se há necessidade de unitização e qual 
material, mais indicado para a embalagem, com a simulação de testes 
(vibração, compressão, altura de empilhamento em função da carga). Faz-se o 
cálculo do custo e escolhe-se o material do acolchoamento (o melhor e mais 
barato). O ideal é que a engenharia de embalagem trabalhe juntamente com a 
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de produtos. Às vezes é preferível mudar o projeto do produto do que gastar 
em uma embalagem onerosa. 
Os cuidados básicos para projeto e fabricação de tambores de aço e 
bombonas para transporte de produtos químicos e alimentícios são: 
a) Verificar a resistência química do produto (de embalagem)que deve 
ser maior na proporção da corrosividade da substância a ser 
embalada. 
b) Verificar o tamanho da embalagem e o volume a ser embalado. 
c) Condições de transporte, manuseio e estocagem. 
d) Custo relativo do produto e da embalagem. 
 
Embora as fórmulas sejam válidas, generalizar pode sempre induzir a 
erros. O difícil não é projetar uma embalagem resistente, mas cara. O essencial 
é conceber uma embalagem que, além de proteger convenientemente o 
produto, tenha também um custo acessível. Mas é impossível uma fórmula 
capaz de se adaptar a todo produto. 
Procurando solucionar o problema, a MTS Systems Corporation, dos 
Estados Unidos, elaborou, uma colaboração com a Escola de Embalagem da 
Universidade Estadual de Michigan, o manual “5 Step Packaging 
Development”. Como o próprio nome indica, o manual propõe um roteiro “em 
cinco passos” baseado em testes de queda e vibração. Embora outros fatores 
devam ser considerados (compressão, umidade, temperatura) no 
desenvolvimento e testes de embalagem, em muitos casos são necessárias 
apenas modificações ligeiras para compensá-los, desde que o projeto básico 
para choque e vibrações tenha sido concluído. 
Assim, no primeiro passo – definir o ambiente de transporte – é 
necessário selecionar uma altura de queda e um perfil de aceleração 
gravidade/freqüência. Como os choques que causam maior dano são os 
resultantes de queda ao solo (docas e plataformas) e os piores, aqueles em 
que o produto cai de lado em uma superfície horizontal, nada mais natural em 
que simular estas situações nos testes de queda. A primeira providência, 
selecionar uma altura de queda, leva em conta o peso da embalagem e a 
probabilidade de queda de uma altura especificam. 
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Concluído o primeiro passo, o segundo será definir a fragilidade do 
produto, segundo testes de choque e vibração. Os danos causados por choque 
resultam da excessiva tensão interna induzida por forças de inércia. Como as 
forças de inércia são diretamente proporcionais á aceleração, a fragilidade ao 
choque é caracterizada pelo Maximo nível de aceleração tolerado, ou seja, 
quantos “G” o produto é capaz de suportar. Assim, o objetivo do projetista será 
assegurar que o nível de aceleração transmitido ao produto pelo 
acolchoamento seja inferior ao nível de aceleração imposto a embalagem. 
No terceiro passo – escolha do amortecedor adequado -, o segredo está 
na construção de dois tipos de curva para cada tipo de cada material 
amortecedor. A primeira é a curva da máxima aceleração de choque 
transmitido em relação á tensão estática (peso do produto embalado dividido 
pela área do acolchoamento). 
Os dados de seleção de altura e determinação da fragilidade devem ser 
os mesmos dos passos 1 e 2. 
A seguir, no quarto passo, o projeto e fabricação da embalagem-
protótipo é elaborado com as informações dos passos 1, 2 e 3 e consideram-se 
o custo do material de embalagem, tipos de proteção que deve oferecer, 
exigências de transporte, fechos e todos os aspectos envolvidos na confecção 
de embalagens. Por outro lado, a embalagem – protótipo deve ser o mais 
semelhante possível à final, para que não haja problemas de não-
representatividade. 
Já no quinto passo, deve-se testar a unidade integral (embalagem com o 
produto). Esse teste é essencial, uma vez que, para simplificação, o projeto 
não leva em consideração os efeitos de alguns fatores, como forma de 
amortecedor, fricção das almofadas laterais e confinamento das almofadas de 
base, o que poderá, por exemplo, afetar o fluxo de ar do amortecedor. Os 
testes aplicados são aqueles já conhecidos: choque e vibração. 
Com base no que expusemos, podemos concluir que o principal objetivo 
da embalagem é proteger o produto da melhor maneira possível, de acordo 
com a modalidade de transporte utilizada na distribuição, com o menor custo 
possível. 
 
 
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2.2. Embalagem para proteção 
Uma das principais razões para incorrer nas despesas extras de 
embalagem é diminuir a ocorrência de danos e perdas devidas a roubo, 
armazenamento em locais errados ou deterioração. A principal preocupação da 
logística é evitar o dano durante o manuseio do produto. 
Para definir quanto material de proteção deve ser utilizado, o profissional 
deve determinar o grau de exposição a danos físicos do produto na sua 
movimentação. Podem-se enviar embalagens de teste pelo sistema de 
distribuição ou suprimento para verificar seu desempenho, ou simular seu uso 
real em testes de laboratório, tais como testes de vibração, compressão, 
impacto e queda. Alguns dados de testes podem ser obtidos de fontes 
externas. Por exemplo, o Comitê Americano de Segurança no Trânsito em 
relatórios sobre diversos níveis de impactos em cargas-piloto para os casos 
aéreo, ferroviário e rodoviário. Um resultado interessante é que, com exceção 
dos níveis de choque que ocorrem na troca de vagões ferroviários, os níveis 
mais altos de impacto ocorrem no manuseio, sendo aproximadamente igual em 
todos os modais de transporte. Este fato serve para desafiar uma crença 
comum de que os requisitos para embalagem de proteção no caso de 
transporte aéreo são menores do que no caso rodoviário, o mesmo ocorrendo 
no caso de transporte por caminhões em relação às ferrovias. 
O projeto de embalagens para atender requisitos de segurança merece 
pelo menos breve menção, considerando a importância do problema nos dias 
atuais. A probabilidade de roubo pode ser fator determinante nesse projeto, 
especialmente para mercadorias pequenas e de alto valor, como cigarros, 
bebidas alcoólicas e ferramentas manuais. Soluções simples adotadas são, por 
exemplo, aumentar o tamanho do pacote, montar pacotes por amarração de 
produtos normalmente soltos ou fazer caixas mais difíceis de abrir pelo uso de 
materiais ou colas mais fortes. 
 
2.3. Embalagem para aumentar eficiência da distribuição 
Uma preocupação final é verificar como a embalagem afeta a eficiência 
do manuseio, armazenagem e movimentação do produto. Estes são os 
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principais fatores que os profissionais de logística deve considerar no projeto 
da embalagem. 
 
2.3.1. Manuseio e armazenagem 
A embalagem pode ser considerada como o invólucro externo do 
produto, ou pode mesmo combinar diversas embalagens menores num pacote 
maior. Desta forma, pode afetar a eficiência na distribuição de varias maneiras. 
 
2.3.2. Resistência, tamanho e configuração 
Estas características básicas freqüentemente ditam os tipos de 
equipamento de movimentação e de armazenagem, a altura de empilhamento 
sem o uso de meios auxiliares, a estabilidade das mercadorias e a densidade 
da carga unitária, quando mais de um pacote é movimentado mais de uma vez. 
No nosso ponto de vista, a embalagem é um custo puro que deve ser 
compensado pela maior eficiência de distribuição que ela acarreta. Por vezes, 
o uso de materiais mais resistentes ou de configuração mais cara é justificável. 
As economias podem ser conseguidas pelo uso de unidades de movimentação 
mais compactadas, que requerem menor número do espaço de estocagem, 
possibilitada por maiores alturas de empilhamento ou maior densidade de 
armazenagem. 
Exemplo: Ás vezes, pode-se aumentar significativamente a eficiência de 
armazenagem apenas com ligeiros ajustes na configuração. Vejamos o caso 
deuma área restrita de 43x35 polegadas, que pode ser apenas a dimensão de 
um palete, a dimensão disponível numa prateleira ou área de piso de um 
depósito. Diferentes dimensões de embalamento utilizam o espaço mais 
eficiente que outra. 
 
2.3.3. Unitização. 
Unitização significa agregar diversos pacotes ou embalagens menores 
numa carga unitária maior. Os custos de movimentação de materiais diminuem 
á medida que o tamanho da unidade de movimentação aumenta. Ou seja, para 
dada quantidade de mercadorias, serão necessárias menos viagens, pois mais 
embalagens são transportadas de uma vez. Os custos de mão-de-obra estão 
diretamente relacionados com a quantidade de viagens necessárias. 
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Existem muitos exemplos de unitização de cargas. Todos estão 
familiarizados com unitização em nível de vendas em varejo. Latas costumam 
ser embalada em caixas de 24 unidades, jornais e revistas são empacotados e 
bebidas em lata são agrupadas com plásticos termocontrátio (shrink). Em nível 
de armazém, estes níveis estão ainda mais agrupados para manuseio mais 
eficiente. Neste caso a unitização é realizada com o auxilio de paletes de 
madeira, de plástico (slip sheets) ou de metal (skids). Certa quantidade de 
caixa, sacos ou cestos é empilhada nestas plataformas e a plataforma toda é 
movimentada e estocada como uma unidade. A unitização também melhora a 
ocupação da armazenagem, pois aumenta a estabilidade das pilhas de 
material. 
A unitização também pode ser conseguida com o uso de equipamento 
especial de movimentação. Por exemplo, empilhadeiras podem ser modificadas 
de forma a erguer mais de uma unidade sem recorrer ao uso de paletes. 
Eletrodomésticos maiores são geralmente erguidos de dois em dois, graças ao 
projeto de suas embalagens. Além disso, está-se tornando cada vez mais 
popular o uso de plástico térmico (shrink) ou de fitas metálicas para estabilizar 
a carga, aumentando a segurança contra roubo e mesmo possibilitando a 
armazenagem em pátio descoberto (caso do revestimento plástico). 
A unitização tem se tornado tão econômica que, hoje, não é difícil 
encontrar mercadorias que são paletizadas na fábrica e que se movem de 
forma unitizada ao longo de todo o sistema de distribuição, até o consumidor 
final. A compatibilidade de manuseio por todo o canal, de modo a minimizar 
movimentação e unitização, é um ideal raramente conseguido por muitos 
sistemas de distribuição. Entretanto, deve-se sempre evitar a repaletização de 
mercadorias, as ineficiências de ocupação de espaço ou maiores custos de 
transporte por causa da má coordenação entre os diversos sistemas de 
manuseio de fornecedores e clientes. 
 
2.3.4. Conteinerização 
A forma mais apurada da unitização conseguida em sistemas modernos 
de distribuição é alcançada pelo uso de contêineres. Contêineres são grandes 
caixas que podem ser transportadas em vagões ferroviários abertos, em 
chassis rodoviários, em navios ou em grandes aeronaves. Geralmente, seguem 
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as dimensões de 8 x 8 x 20 pés ou 8 x 8 x 40 pés (padrões ISO). São 
suficientemente grandes para aceitar carga paletizada, são estanques, de 
maneira que não é preciso proteger a carga de problemas meteorológicos, e 
podem ser trancados para maior segurança. Via de regra, são carregados e 
descarregados dos veículos com o uso de guinchos especializados. 
São muito empregados no transporte marítimo de produtos acabados, 
pois a carga e a descarga de mercadorias transportadas de maneira 
convencional implicam custos relativos maiores. Estes custos estão associados 
à rotatividade da embarcação, que melhora significativamente com o uso de 
contêineres, pois a relação entre dias parados no porto e dias de viagem no 
mar diminui sensivelmente. Sua popularidade é menor no caso do transporte 
terrestre, apesar de o uso de esquemas intermodais (ferro-rodoviário) estar 
ficando mais comum no Primeiro Mundo. A conteinerização ainda é empregada 
de modo limitado, pois é muito oneroso para uma firma individual comprar um 
estoque adequado de contêineres. Assim, programas satisfatórios de inter-
câmbio entre companhias de transporte devem ser desenvolvidos antes de que 
seu uso se generalize. 
 
2.3.5. Identificação 
 A embalagem serve também para identificar o produto, principalmente 
quando a própria aparência externa do produto não permite fazê-lo facilmente 
(como no caso de itens desmontados). Identificação facilitada acarreta menor 
tempo de manuseio, assim como pode implicar menor retrabalho, 
posteriormente.quando um enlatado é oferecido em “57 variedades” , maquinas 
de lavar roupa em cinco cores diferentes e sapatos em 20 tamanhos, a 
embalagem torna-se fundamental para a identificação do produto. Imprimir 
figuras na caixa, usar fitas coloridas ou carimbar códigos numéricos ou 
símbolos na embalagem são modos populares de marcação. 
 
2.4. Caixa de papelão 
Uma grande economia que a empresa pode realizar na embalagem de 
seus produtos é a unitização de caixas de papelão ondulados no lugar da 
madeira, de compensado ou de embalagem, a granel. 
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O papelão ondulado da Figura 1 é definido pela Associação Brasileira de 
Normas Técnicas, na sua Terminologia Brasileira PTB-42, como o resultado da 
colagem de elementos ondulados de papel miolo a elementos lisos de papel 
(forros ou capas). A onda pode ser alta (4,7 mm), ou baixa (3,0 mm), conforme 
a natureza do produto a ser embalado, sendo que a onda alta oferece maior 
efeito acolchoado. 
 
 
 
FIGURA 1. Elementos ondulados. 
 
O papelão ondulado de parede simples da Figura 2 é formado por um 
elemento ondulado colado entre dois elementos lisos. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 2. Parede simples 
 
O papelão ondulado de parede dupla da Figura 3 é formado por dois 
elementos lisos colados alternadamente a dois elementos ondulados. As faces 
externas são lisas. 
 
 
 
 
 
FIGURA 3. Parede dupla. 
 
Acessório interno é qualquer peça de papelão destinada a proteger a 
mercadoria no interior da caixa. A figura 4 mostra um tipo comum de acessório 
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chamado divisão ou colméia; cada compartimento formado pela divisão 
denomina-se célula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 4. Divisão interna de caixa. 
 
As Figuras 4 e 6 põem em evidência os elementos constitutivos de uma 
caixa normal de papelão ondulado, de acordo com a nomenclatura da ABNT, 
respectivamente para a caixa armada e desarmada. 
O papelão é constituído de uma folha de papelão ondulado colocado 
como um sanduíche entre duas capas de papel liso. É uma espécie de 
compensado de papel. A ondulação da folha central é obtida amolecendo o 
papel com vapor de água e corrugando-o sobre um cilindro provido de 
ranhuras, numa maquina que atinge cem metros de comprimento e dois metros 
de largura, e na qual o papel passa com velocidade de centenas de metros por 
minuto. Esta onduladeira, também chamada corrugadeira, realiza as operações 
de ondulação do miolo, de colagem das capas e de corte da grande fita de 
papelão, obtida, assim, em chapas de dimensão desejada. As operações 
seguintes são: formação dos vincos e entalhes; impressão dos dizeres;fechamento das abas laterais com fita e grampos. As caixas de papelão são 
então amarradas, como se vê na Figura 7, em grupos de vinte e expedidas ao 
usuário. 
 
 
 
 
 
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 FIGURA 5. Caixa armada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FIGURA 6. Caixa desarmada. 
 
 
 
 
 
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 FIGURA 7. Caixa final armada. 
As caixas de papelão ondulados possuem numerosas exigências de 
qualidade: a cor deve ser clara, a impressão dos dizeres bem legível, as abas 
devem situar-se num esquadro umas em relação às outras, as faces externas 
não podem apresentar nós nem manchas. As características de qualidade mais 
importantes dizem respeito, porem, às propriedades físicas. É impossível 
exprimir a diversidade das características físicas do papelão ondulado por meio 
de uma única propriedade. Pelo menos três ensaios, correspondendo às três 
características de maior importância, são indispensáveis para inspecionar uma 
partida de caixas. 
 
2.4.1. Resistência do papelão ao arrebatamento 
A prova de arrebatamento, comumente executada no “Mullen Test”, 
determina a resistência do papelão à pressão exercida por um diafragma 
contra uma área determinada do corpo de prova. A força exercida no momento 
do estouro ou rompimento é indicada no mostrador do aparelho, traduzida em 
quilogramas por centímetro quadrado. Essa é a exigida nas especificações de 
todos os países que possuem regulamentação para controle de embalagem de 
papelão ondulado para despacho de mercadoria. 
 
 
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2.4.2. Resistência do papelão ao esmagamento (crush test) 
O ensaio correspondente consiste em aplicar pressão perpendicular à 
superfície do papelão, medindo-se a resistência da ondulação ao 
esmagamento. 
 
2.4.3. Resistência da caixa à compressão 
O ensaio consiste em aplicar-se pressão sobre a caixa armada, vazia e 
selada. É uma prova decisiva para a determinação da carga que uma caixa 
poderá suportar no empilhamento, nos depósitos ou nos veículos. 
Outros ensaios são do maior interesse para se avaliar qual o tipo e a 
qualidade de caixa que convém utilizar para determinadas mercadorias e 
condições de transporte. Os ensaios de impacto, queda e tombamento, como 
se vê na Figura 8, são os mais usados. 
O ensaio de impacto consiste em colocar a caixa com o conteúdo num 
carrinho que desce sobre um plano inclinado, chocando-se contra um anteparo 
fixo e resistente. Essa prova reproduz as conseqüências das paradas bruscas 
dos veículos de transporte. 
O ensaio de queda livre consiste em deixar cair com o conteúdo de 
altura e posição predeterminadas, contra um chão de cimento ou uma placa 
metálica, e assim avaliar a resistência da caixa e o efeito da queda no 
conteúdo. Essas quedas são repetidas com várias posições de quina das 
caixas. 
Na prova de tombamento, a caixa com o conteúdo é colocado num 
tambor giratório com cerca de 2 metros de diâmetro que gira a uma velocidade 
de 2 metros por minuto. No interior desse tambor há vários ressaltos que fazem 
com que, ao girar, a caixa seja arremessada aos trancos contra as paredes, 
reproduzindo dessa forma condições de transporte e manuseio violentos. 
De todas as provas de resistência descritas destaca-se a prova de 
arrebatamento, pois ela exprime o poder de retenção da caixa contra 
percussões dirigidas de dentro para fora ou de fora para dentro. Simula 
realmente o efeito de um dedo que tentaria violentar uma caixa; representa 
também o efeito da pressão que o conteúdo da caixa exerce contra as paredes 
quando a caixa for sacudida. Para aumentar a resistência do papelão ao 
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arrebatamento, o fabricante deve usar na composição das caixas de papelão, 
papeis de gramatura (peso em gramas por metro quadrado) maior, de acordo 
com a especificação do usuário. A qualidade de papelão que o utilizador deseja 
é expressa em índice de “Mullen”, isto é, em número de kg/cm² que o papelão 
deve ser capaz de resistir no ensaio ao arrebatamento “Mullen”. 
As vantagens que a caixa de papelão ondulado apresenta sobre a caixa 
de madeira e outros materiais tradicionais de embalagem são as seguintes: 
1. Permite eliminar a mão-de-obra de carpintaria. 
2. Elimina o espaço ocupado pela carpintaria. 
3. Elimina os espaços ocupados pelas caixas de madeira. 
4. É rápida a selagem da caixa de papelão. 
5. A caixa de papelão é muito mais leve, o que facilita o manuseio, reduz 
os acidentes à mão-de-obra e diminui o frete. 
6. A violação da caixa de papelão é mais facilmente percebida do que a de 
madeira. 
7. A caixa de papelão oferece maior resistência aos choques, devido ao 
efeito de acolchoamento proporcionado pela onda de papelão. 
8. A caixa de papelão, ao contrário da de madeira, não estraga as demais 
caixas do mesmo carregamento. 
9. A caixa de papelão é mais limpa do que a de madeira ou do que a 
embalagem a granel e permite manter armazéns, porões e 
equipamentos de transporte mais limpos. 
10. A caixa de papelão pelos seus dizeres impressos faz propaganda do 
produto. 
11. A caixa de papelão imprimir instruções e setas indicativas. 
12. A caixa de papelão protege melhor a mercadoria contra o pó. 
13. Conforme as regiões, a caixa de papelão é mais barata, posta na fábrica 
do usuário, do que a caixa de madeira equivalente. 
Apesar dos avanços, o papelão ondulado encontra ainda séria 
resistência. Numa pesquisa junto a empresas de transporte, chegou-se à 
conclusão que os principais fatores adversos a uma maior receptividade da 
caixa de papelão ondulado são os seguintes. 
1. As condições de transporte nos diversos pontos do país são muito mais 
diversas. Temos, de um lado, estradas pavimentadas; de outro lado, 
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estradas em mal estado, onde a mercadoria tem que estar fortemente 
amarrada, sendo que o atrito e os solavancos causam a ruptura do 
papelão. 
2. A má qualidade de certas embalagens tem predisposto o transportador 
contra o papelão ondulado em geral, determinando restrições ao seu 
uso. É por exemplo o caso da exigência do ripado de madeira 
exteriormente à caixa de papelão. 
3. A selagem inadequada de boa parte das embalagens de papelão 
ondulado é outro fator de insucesso em sua utilização, ocasionando 
vazamento do conteúdo e facilitando o roubo. 
4. As caixas de papelão têm dificuldades em agüentar redespachos e 
transbordo na estrada, devido à chuva e aos maus tratos. 
 
 
2.5. Tambores 
A unitização de tambores metálicos como embalagens alcança um 
número considerável de produtos. Líquidos de todo tipo, produtos sólidos, 
pastosos, fluídos, semifluídos, em pó, granulados etc. podem ser transportados 
em tambores de metal com tranqüilidade e comodidade. Tudo depende do 
revestimento que se dê à chapa internamente. Há produtos cuja natureza 
permite que sejam acondicionados em contato direto com a chapa; não se 
alteram. É o caso dos derivados do petróleo – clientestradicionais dos 
fabricantes de tambores metálicos. Outras mercadorias exigem cuidados 
especiais para evitar que, por qualquer motivo, entrem em contato com o metal. 
Por exemplo: produtos alimentícios, principalmente suco de laranja. 
A facilidade de manipulação, armazenagem, transporte e a absoluta 
proteção que oferece à mercadoria, seja qual for, são os maiores atrativos que 
este tipo de embalagem apresenta à indústria e ao comércio em geral. 
A impressão que se tem, diante do surgimento incessante de novas 
embalagens, sintéticas ou não, de fibra, de madeira compensada, de papelão 
etc., é de que o tambor metálico estaria prestes a desparecer ou, pelo menos, 
ter reduzido consideravelmente o seu emprego. 
O que mais tem contribuindo para a permanência do tambor metálico 
como embalagem é a sua insuperável resistência. Os rudes golpes que ele é 
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capaz de suportar, particularmente no transporte marítimo, fazem-no uma 
embalagem utilíssima. Fato facilmente verificável nos portos de desembarque, 
onde é grande o número de tambores que chegam amassados. Outro tipo 
qualquer de embalagem se romperia certamente. 
Essa resistência facilita a manipulação. Um operário pode rolar um 
tambor de 200 litros, mesmo em terreno áspero e pedregoso. Em centenas de 
pequenas cidades do Brasil, os transportes, os transportadores não podem 
contar com nenhum tipo de equipamento de manipulação. A embalagem, por 
conseguinte, sofre as conseqüências desta conjuntura atestada pelo empirismo 
com que se processa ainda em algumas cidades – a descarga dos caminhões 
que transportam alguns tambores de óleo lubrificante ou graxa. O método é 
mais ou menos o seguinte: coloca-se um pneu velho no chão ou vários deles 
superpostos, conforme o caso. Rola-se o tambor da carroçaria sobre os pneus, 
que amortecem o primeiro choque. Mas no segundo, os recipientes batem 
violentamente no solo, seja asfalto, pedra ou terra. Quando não há 
pneumáticos disponíveis, o tambor é lançado diretamente ao chão. Em casos 
como estes, que são exemplos generalizados do transporte no Brasil, só os 
tambores podem suportar. 
Tambores metálicos podem ser fabricados sob variadas especificações 
para os fins mais diversos. Isso torna impossível traçar um quadro completo 
dos tipos existentes. De modo geral, dividem-se em dois grupos: leves (para 
uma só viagem) e pesados (para mais de uam viagem). Geralmente nos 
catálogos de fábrica encontra-se a sigla “OTS”, designando diversos tipos de 
tambores; ela corresponde a One Time Shipping, ou seja, recipiente de apenas 
uma viagem. 
O transporte de óleo combustível ou lubrificantes constitui o maior 
campo de aplicação dos tambores. Sua capacidade varia entre 200 e 500 litros; 
são construídos de chapas pretas, com 2 bujões. 
Tambor usado não é por certo tambor unitizado. Desse fato 
desenvolveu-se um negócio marginal no ramo dos tambores – a sua 
recuperação, que consiste no restabelecimento de unidades amassadas ou 
deformadas, bem como na lavagem e secagem para recebimento de novo 
produto. 
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Os tambores de segunda linha, isto é, os que já fizeram uma primeira 
viagem só não são reutilizáveis para produtos alimentícios. Nesse cas, há 
sempre uma exigência de tambores de primeira linha. Para demais produtos, 
eles podem ser perfeitamente reutilizados. Um tambor do tipo mais usado (de 
180 a 200 litros, de 18 a 23 quilos) suporta em geral três ou quatro viagens, 
dependendo, obviamente das circunstâncias. 
O processo de recuperação não é muito complicado. No caso de 
amassamento, o tambor é tratado sob pressão, que lhe restabelece a forma. 
Quando o amassado é nas bordas, esse processo não dá resultado. Se não for 
muito grande a deformação, tentar-se-á recuperá-lo por meio de funilaria 
especial. 
A limpeza é feita com detergentes ou simplesmente com óleo diesel, 
seguida de secagem a ar comprimido. Há casos em que este trabalho se reduz 
bastante. Por exemplo, os tambores que transportam estireno, que é um 
poderoso solvente. Basta deixá-los escorrer bem e depois proceder à 
secagem. 
O equipamento para recuperação é simples. Feita a limpeza sob 
pressão, segue-se a aspersão de detergente no interior no interior do 
vasilhame; ou de uma forma mais demorada: o tambor é colocado em um 
carrinho de rolagem que o mantém em movimento rotativo. Em seu interior é 
introduzida uma corrente de ferro de elos achatados, junto com o detergente. 
Rolando o tambor, a corrente vai limpando suas paredes internas. A operação 
toda leva cerca de vinte minutos. Nos Estados Unidos existem aparelhos 
aperfeiçoamentos que executam este trabalho de maneira quase totalmente 
automática. 
 
2.6. Fardos 
O excessivo volume de certas mercadorias foi o principal motivo que 
compeliu grande número de empresas adotarem o enfardamento como sistema 
de embalagem. Pelos métodos usuais, o custo final dessas mercadorias 
poderia resultar proibitivo, umas vez que os fretes marítimos são cobrados pela 
cubagem do produto. 
Quando enfardado, o algodão, por exemplo, ocupa um espaço várias 
vezes menor que uma pluma; facilita o manuseio, permite – mediante o uso de 
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empilhadeiras – uma arrumação mais fácil nos armazéns e reduz 
substancialmente os fretes. Essa redução de volume é conseguida com a 
utilização de prensas, que comprimem a mercadoria – presa com fitas 
metálicas, geralmente de aço, colocadas ao redor do fardo e amarradas com 
fivelas. Mediante esse processo, são enfardados alfafa e fumo; fibras vegetais, 
como lã, couro, peles e pêlos; produtos transformados, como borracha 
sintética, tecidos e até resmas de papel e retalhos de ferro, além de resíduos 
de diversos materiais; bagaço de cana, aparas de papel etc. 
O Brasil fabrica, atualmente, todos os tipos de prensas para 
enfardamento, mas há ainda grande número de máquinas estrangeiras 
importadas há dezenas de anos e que lentamente vêm sendo substituídas 
pelas nacionais. Existem, também, prensas rudimentares conhecidas no jargão 
profissional como “prensas-feijão” – construídas pelas próprias firmas no 
interior, cujo número tende a diminuir com a evolução da técnica. 
Apesar do grau de aperfeiçoamento atingido pelos projetistas deste 
equipamento em todo o mundo, o sistema de colocação de fitas metálicas no 
fardos, para amarração, continua sendo manual. As tiras são introduzidas 
através de ranhuras existentes nos pratos superior e inferiores das prensas e 
amarradas com fivelas. 
Quase todas as prensas existentes no País são hidráulicas: uma bomba 
elétrica movimenta o óleo solúvel do sistema (água e óleo numa proporção de 
10:1), até os pistões, que prensam o material. Menos comuns e mais antigas 
são as prensas hidráulicas a vapor, usadas na reprensagem do algodão. Para 
fardos com pequena densidade, existem as prensas mecânicas, que consistem 
uma rosca-sem-fim, acionada por um motor elétrico. 
O transporte arrumação desses fardos requer poucos cuidados, mas é 
necessário evitar que a umidade e sobretudo a chuva atinjam o algodão. Para 
movimentação interna e elevação, os grandes armazéns prescindem de talhas 
e pontes rolantes; usam, porém, grande quantidade de carrinhos de mão, 
empilhadeiras elétricas e motorizadas. 
 
2.7. Recipientes Plásticos 
Introduzidos nos transportes líquidos e materiais a granel, os recipientesplásticos para fins industriais estão substituindo, em larga escala, as 
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embalagens convencionais de vidro, madeira e metal. A receptividade desses 
plásticos decorre da versatilidade do material empregado na sua fabricação: o 
polietileno. Ele pode adotar formas diversas, com capacidade que oscila entre 
cinco e 5.000 litros. 
O polietileno é uma resina obtida do gás etileno, derivado por sua vez, 
do petróleo ou do álcool etílico. Na indústria de recipientes utilizam-se duas 
variedades de resina: a de alta e a de baixa pressão. A primeira é flexível, a 
segunda apresenta elevada resistência mecânica e baixa permeabilidade. 
São adotados cinco processos na fabricação dessas embalagens: 
Injeção – A resina é injetada num molde e esfriada rapidamente. 
Fabricam-se por esse método embalagens de qualquer tamanho e espessura. 
Sopro – Extruda-se num tubo; fecham-se duas extremidades, em 
seguida injeta-se ar para que o polietileno adote a forma de molde. Utilizado 
para recipiente com tampa, de paredes finas e tamanhos pequenos ou médios. 
Vácuo – Uma chapa de resina é colocada sobre um molde móvel e 
plastificada mediante o uso do calor. Inflada, a resina estufa e, por meio de 
vácuo, adquire a forma da parte móvel do molde. 
Termocompressão – Numa prensa, semelhante às utilizadas na 
indústria metalúrgica, aquece-se uma lâmina de polietileno, que, ao receber o 
impacto, toma a forma do molde. 
Termofusão – A resina é fundida dentro de um molde que lhe dá forma. 
O sistema, patenteado, permite a fabricação de peças de grandes dimensões. 
Os recipientes de polietileno têm peso especifico oito vezes inferior ao 
de chapa e três vezes inferior ao de vidro; resistem a corrosão e à maioria dos 
ácidos a temperatura ambiente; são fáceis de lavar com vapor de água e 
detergentes inquebráveis e dotados de flexibilidade, dispensando, assim, o 
cuidado exigido pelos recipientes de vidro ou alumínio. 
Recomendam-se, porém, certas precauções em sua utilização. Os 
períodos de armazenamento e transporte de produtos voláteis – álcool, 
gasolina, essências, substâncias aromáticas etc. – devem ser curtos, devido à 
permeabilidade do polietileno aos vapores e gases, com exceção do vapor de 
água. Ao ar livre, os recipientes devem ser pintados de preto, a fim de evitar o 
ataque de raios ultravioletas do sol, que os tornam quebradiços, diminuindo 
consideravelmente sua resistência. Igualmente, o polietileno deve conter em 
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sua massa agentes antiestáticos, que evitam a aderência de poeira. Por outro 
lado, os recipientes não podem ser colocados em contato com alguns 
hidrocarbonetos, como o benzol, a mais de 50 graus e, quando fabricados com 
resinas de alta pressão, não se deve expô-los a temperaturas superiores a 70 
graus centígrados. 
Os recipientes fechados destinam-se ao transporte e armazenagem de 
líquidos e pós; os abertos são utilizados para conter produtos em estado sólido. 
Ambos estão conquistando novos usos em diversas atividades industriais e 
comerciais. 
 
2.8. Fechamento de Embalagens 
 
2.8.1. Fechamento por grampos 
Os grampos metálicos são utilizados na montagem e no fechamento de 
embalagens de madeira, fibra, papelão e até papel. Nas caixas e nos 
engradados de madeira, os grampos prendem os travessões às ripas e placas 
de compensado; nas fábricas e tambores de madeira compensada e fibra, 
“costuram” os aros de reforço às partes abauladas. Nas embalagens de 
papelão, unem as várias partes pré-montadas e fecham as abas; nos sacos de 
papel, juntamente com fitas de tecido ou mesmo de papel, vedam bocas e 
fundos. 
Há, basicamente, dois tipos de máquinas para grampear: as que operam 
com fios de arame, fabricando os seus próprios grampos e as que trabalham 
com grampos já prontos. Em ambos os casos, estes são geralmente feitos de 
aço galvanizado, para resistir à oxidação, podendo apresentar diversos perfis; 
redondos, ovulados e chatos. Os equipamentos que operam com arame cortam 
no tamanho preestabelecido; formam, cravam e redobram os grampos, em 
uma só operação. O mecanismo que efetua esse ciclo é o cabeçote de costura, 
que pode ser montado em máquinas diferentes para realizar diversos tipos de 
operação, entre elas temos: grampeamento de caixas cheias, e fundos, laterais 
e ângulos de embalagens etc. Existem, inclusive, máquinas munidas de 
cabeçotes múltiplos, destinadas a tarefas específicas. Esses equipamentos – 
montáveis em bancas de serviço ou no solo – podem, para maior eficiência, ser 
dotados de mesas inclináveis ou giratórias, transportadores de roletes livres, 
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gatilhos elétricos etc. Têm capacidade para pregar até 200 grampos por 
minuto. 
Os equipamentos que funcionam com superfície de apoio podem ser de 
diversos tipos: desde pequenos modelos de mesa até máquinas complexas de 
cabeçotes múltiplos, de pedestal. Os modelos menores são os mais utilizados 
no Brasil, dividindo-se em três categorias: manuais, elétricos e pneumáticos. 
Os modelos manuais fecham até 400 caixas por dia; os mecanizados, mais de 
800. 
As grampeadoras do tipo de “bigorna” retrátil, antes de introduzirem o 
grampo, perfuram a superfície da embalagem com dois dispositivos 
(semelhantes a bigornas), que servirão de superfície de apoio, para o 
dobramento dos grampos. É o princípio de funcionamento das máquinas que 
efetuam o fechamento de embalagens de papelão cheias. Há modelos manuais 
e pneumáticos. 
Os equipamentos que aplicam grampos sem dobrá-los são de 
funcionamento simples, podendo ser do tipo martelo ou alavancada. O primeiro 
funciona desferindo golpes sobre a superfície a ser grampeada. No caso do 
equipamento de alavanca, um braço móvel provoca a penetração de grampo 
na embalagem. Esses equipamentos são utilizados, principalmente, na 
montagem de embalagens de compensado. 
As principais vantagens da utilização de grampos no fechamento de 
embalagens são o seu baixo custo – em comparação às fitas de aço – e 
aplicação rápida, em embalagens de tamanhos variados. Apesar de não serem 
afetados por condições de umidade ou outros fatores, os grampos podem 
danificar a mercadoria durante a aplicação, além de não constituírem barreira 
contra a infiltração de poeira, umidade etc. 
 
 2.8.2. Fechamento por fitas metálicas 
As fitas ou cintas metálicas são empregadas para reforçar embalagens 
de madeira ou de papelão. Uma boa fita de aço deve ter: alta resistência, 
elasticidade adequada, bordas inofensivas, soldas bem feitas, largura e 
espessura uniformes, além de boa ductilidade. Há três tipos de fitas: planas, 
redondas e onduladas. As planas ou chatas têm maior resistência, “aderindo” à 
embalagem ao criar um rebaixamento nas arestas do material. O 
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“arqueamento” de volumes com fitas redondas (arames) só deve ser feito 
quando o material da embalagem não correr risco de ser danificado pelo 
arame. Não obstante, este tipo – comparado com as plana – economiza de 30 
a 60 por cento de matéria-prima em sua fabricação. Os arames ovalados, de 
uso relativamente recente, combinam a economia de material das fitas 
redondas às características físicas das planas,

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