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CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS

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CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS 
QUESTÕES PERTINENTES 
Prof. Waldyr Grisard Filho 
Cessão da herança é o negócio jurídico inter vivos em que o herdeiro 
(cedente) transfere, onerosa ou gratuitamente, a outro herdeiro ou a 
terceiro (cessionário), a herança ou a quota parte da herança, da qual 
é titular. 
(Arthur Vasco Itabaiana de Oliveira, Tratado de Direito das Sucessões) 
• Sendo a herança bem imóvel por determinação legal (CC/02, art. 80, II), 
mesmo integrada por bens móveis (dinheiro, veículo), universal e indivisível 
até a partilha, constitui um condomínio sucessório ou forçado, especial, entre 
os coherdeiros, impossibilitando a usucapião entre eles. 
• Tratando-se de condomínio, não há como se determinar ou individuar os bens 
que tocam a cada herdeiro. Exceção, art. 2014. 
• Embora esse condomínio imponha restrições ao direito do herdeiro, o 
herdeiro pode contratar a cessão de seu quinhão hereditário a outro herdeiro 
ou terceiro estranho à sucessão, como consagra essa possibilidade o art. 
1793, por meio de escritura pública. 
• A cessão tem por objeto apenas os direitos hereditários, não a condição de 
herdeiro. 
• A cessão pode realizar-se desde a abertura da sucessão até o julgamento da 
partilha, independente da abertura do inventário. A cessão à sucessão aberta 
se dá quando ela ocorre antes da aceitação expressa ou tácita, enquanto a 
cessão de quinhão pertencente ao herdeiro ocorre depois da aceitação 
(CC/02, art. 1.793). 
• A cessão de meação do cônjuge ou companheiro sobrevivente é ato de 
liberalidade, pode ser objeto de cessão, também por escritura pública. 
• Cessão de direitos hereditários por instrumento particular é nula (CC/02, art. 
166, IV e V). A ação de invalidade não prescreve, por ser matéria de ordem 
pública. 
• Para valer contra terceiros, a cessão exige registro do ato em Cartório de 
Títulos e Documentos da residência de todos os envolvidos, sob pena de 
ineficácia (Lei dos Reg. Públicos, arts. 109, n. 9 e 130). 
• A cessão, total ou parcial, pode ser gratuita (equivalente a doação) ou 
onerosa (equivalente a compra e venda). Se gratuita, o cessionário recolhe ao 
Município o imposto de transmissão de bens imóveis inter vivos - ITBI (CF/88, 
art. 156, II). Se a título oneroso, o cessionário recolhe ao Estado o imposto de 
transmissão causa mortis — ITCMD (CF/88, art. 155, I). 
• Como bem imóvel a ser alienado, a cessão exige outorga uxória ou marital do 
cônjuge ou companheiro do cedente (CC/02, arts. 1647, I e IV), sob pena de 
anulação do ato. Se praticado na vigência do CC/1916, o ato é nulo (lei 
vigente). 
• A ineficácia da cessão prevista no § 22 do art. 1.793, negócio jurídico 
condicionado, pode ser superada por posterior concordância dos demais 
herdeiros. 
• A ineficácia do § 39 desse mesmo artigo refere a que, mesmo sendo um único 
herdeiro (art. 1.791 e prág. único — bem único e indivisível até a partilha), 
pode-se dar a cessão, porém, com permissão do juiz. 
• Cessão onerosa (equivalente a venda) a um descendente necessita do 
consentimento dos demais descendentes, sob pena de anulação. É anulável 
cessão através de contrato de troca de valores desiguais entre ascendente e 
descendente. Cessão gratuita (equivalente a doação) feita a um descendente, 
importa em adiantamento da legítima. 
• Incapaz (CC/02, art. 32 caput e 49 e incisos, cf. Lei n9 13.146/2015 — Estatuto 
da Pessoa com Deficiência) tem legitimidade para ceder, observados os 
requisitos legais (prova da necessidade, autorização do juiz, oitiva do MP e do 
Curador Especial). 
• Sendo negócio jurídico aleatório, o cedente não responde pela evicção 
(inexistência da coisa ou quantidade inferior à espertada). Se não recebe o 
esperado, não pode pretender ressarcimento. 
• O prazo decadencial de 180 dias para o coherdeiro prejudicado exercer seu 
direito de preferência, inicia-se com a juntada aos autos do inventário do 
instrumento público de cessão. 
• Não há direito de preferência em favor de legatário, que recebe a titulo 
singular, coisa certa e determinada. Porém, pode-se demandar preferência se 
sobre um mesmo bem for constituído um legado. 
• O herdeiro responde dentro das forças da herança (intra vires hereditatis). 
Eventual execução, não atinge a meação do cônjuge casado pelo regime da 
comunhão parcial. 
• Cessão de bem individualizado não obriga os coherdeiros, que podem, 
entretanto, concordar no ato de cessão ou supervenientemente. 
• O cessionário assume a posição do cedente, subrrogando-se em todos os seus 
direitos e obrigações. 
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