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1 Planejamento de Negócios e Ações de Marketing Unidade II Profa. Kellyn Telles Cunha Sobre a autora A Profa. Kellyn Telles Cunha é mestre em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento, pós-graduada em Recursos Humanos, Master Coaching e Master em PNL pelo Centro Nacional de Coaching (Cenacoaching), Humanistic Master Coach, certificada pela (IHCOS) The International Humanistic Coaching Society e membro da Associação de Neurometria Funcional Computadorizada. Há 13 anos é professora de graduação em Gestão de RH e pós-graduação em Recursos Humanos, Psicologia Organizacional, Gestão Estratégica de Pessoas, na Universidade Paulista-UNIP, e diretora e consultora em RH/DP e Qualidade da Empresa KTC – Capacitação Gerencial, Coach Individual e Equipes, aplicadora do Treinamento de Neurometria Funcional Computadorizada, palestrante em instituições e organizações. Como supervisora técnica e administrativa, atuou em grandes laboratórios (Delboni, Lavoisier, Rhesus, Bioquímico) como líder administrativa e, posteriormente, como gerente de RH, responsável pela implantação e treinamento da ISO 9001, Seis Sigmas, ISO 10015 e auditora interna, com responsabilidade de reestruturar o RH e apoiar o setor da qualidade. Como gerente de RH, foi responsável por subsistemas (contratação, integração, treinamento, monitoração, avaliação de desempenho e implantação de cargos e salários) nas organizações. Você poderá obter mais informações, acessando o link: http://lattes.cnpq.br/5560716835642323. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4 1. PLANO DE NEGÓCIOS ................................................................................... 5 1.1 Organograma .................................................................................................... 6 1.1.1 Planejamento financeiro ................................................................................... 8 1.1.2 Custos ............................................................................................................... 8 1.1.3 Fluxo de caixa ................................................................................................... 9 1.1.4 Payback ............................................................................................................ 9 1.2 Sumário executivo ............................................................................................ 9 2. MODELO DE PLANO DE NEGÓCIOS ........................................................... 13 2.1 A empresa ...................................................................................................... 13 2.2 Missão, visão e valores ................................................................................... 14 2.3 Análise SWOT ................................................................................................ 15 2.3.1 Fatores críticos de sucesso (resultado da análise SWOT) ............................. 15 2.3.2 Plano de ação (melhorias) .............................................................................. 15 2.4 Produtos/serviços ........................................................................................... 16 2.5 Fluxo do processo .......................................................................................... 16 2.6 Recursos humanos ......................................................................................... 17 2.7 Recursos necessários..................................................................................... 17 2.8 Fornecedores .................................................................................................. 18 2.9 Normas e regulamentos técnicos ................................................................... 18 2.10 Alianças estratégicas ...................................................................................... 20 2.11 Análise de mercado ........................................................................................ 20 2.12 Marketing ........................................................................................................ 21 2.13 Vendas ............................................................................................................ 22 2.14 Plano financeiro .............................................................................................. 22 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27 4 1. INTRODUÇÃO Esta unidade trata de conceitos e exercícios práticos sobre como elaborar um plano de negócios. Devemos lembrar que o plano de negócios é estruturado também para as empresas que já estão atuando no mercado e que precisam inovar ou desenvolver processos ainda não existentes. Com o crescimento das microempresas, dos empreendedores individuais e dos prestadores de serviços, novos mercados e novos empreendimentos começam a fazer parte da realidade brasileira. Temas como mudanças organizacionais, visão empreendedora, elaboração do organograma e fluxograma fazem parte de um plano de negócios estratégico que todas as empresas precisam analisar e estruturar para obter resultados e sucesso em serviços e produtos oferecidos ao mercado. 5 1. PLANO DE NEGÓCIOS O plano de negócios é um documento onde estão descritas as características do negócio, a forma que a mesma deve operar e suas estratégias para alcançar seu espaço no mercado. Durante a elaboração o processo de aprendizagem e autoconhecimento é desenvolvido, o que permite que o empreendedor se situe no seu ambiente de negócio. Nele também devem constar as projeções de despesas, receitas e dos resultados financeiros esperados. Muitas empresas funcionam por um bom tempo, mesmo sem um plano de negócio, porém esta é uma opção limitadora e de alto risco, conforme apresenta Dornelas (2003), pesquisas realizadas nos Estados Unidos indicam que um plano de negócio aumenta em sessenta por cento a probabilidade de sucesso dos negócios (DORNELAS, 2003; SALIM et al., 2003). De acordo com Dolabela (2006, p. 77) “o principal usuário do Plano de Negócios é o próprio empreendedor, pois ele é uma ferramenta que o faz mergulhar profundamente na análise de seu negócio, diminuindo sua taxa de risco e subsidiando suas decisões”. Pode-se dizer que o plano de negócios é utilizado quando alguém formaliza uma ideia, planeja o futuro de um novo negócio, seja na expansão ou na criação de uma empresa. É uma ferramenta administrativa que serve de apoio ao empreendedor e serve para identificar melhor os clientes, o mercado, as estratégias, reduzir os riscos e, assim, aumentar a probabilidade de sucesso do negócio. Para Pavani et al. apud Dornelas (2008), vários são os usuários do plano de negócios, entre eles, pode-se colocar: Mantenedores das incubadoras (Sebrae, universidades, prefeituras, governo, associações etc.): para outorgar financiamentos a estas; Parceiros: para definição de estratégias e discussão de formas de interação entre as partes; Bancos: para outorgar financiamentos para equipamentos, capital de giro, imóveis, expansão da empresa etc.; Investidores, empresas de capital de risco, pessoas jurídicas, bancos de investimentos, angels, BNBS, governo etc.; Fornecedores para negociação na compra de mercadorias, matéria-prima e formas de pagamentos; A empresa internamente para comunicação da gerência com o conselho de administração e com os empregados (efetivos e em fase de contratação); Os clientes para venda do produto e/ou serviço e publicidade da empresa; Sócios para convencimento em participar do empreendimento e formalização da sociedade (PAVANI et al. apud DORNELAS, 2008, p. 86). 6 O plano de negócios é uma das ferramentas de planejamentoque não é muito difundida no Brasil, contudo, com a abertura da economia para o mundo globalizado, verifica-se que isso tem mudado nos últimos anos. Ele mostra todos os detalhes: • quem são os empreendedores; • quais são os produtos e quais são os clientes em potencial; • quem são os concorrentes; • qual é o processo tecnológico de produção e vendas; • qual é a estrutura de gerenciamento; • quais são as projeções financeiras para fluxo de caixa, receitas, despesas, custos e lucros. Antes de pensarmos no empreendimento propriamente dito, precisamos verificar as etapas que permitem o pensamento empreendedor se concretizar. O plano de negócios irá reunir informações sobre o capital financeiro e intelectual da organização, os custos de matéria-prima e do transporte, a missão e visão da empresa, o enquadramento tributário, entre outras necessidades que possam surgir com o planejamento e o estudo que estão sendo feitos. Pare e pense: o plano de negócios serve para a apresentação da empresa tanto para o público interno como para o público externo. É como desenhar a planta de uma casa. Não é possível erguer paredes sólidas, no caso, atingir o público com o serviço ou produto correto se não sabemos quais recursos, custos, ganhos, logística, prazos e demais variáveis existem em nosso empreendimento. 1.1 Organograma Conforme Chiavenato (1989), o organograma é a representação formal da estrutura organizacional, na qual, conforme ele explica, a empresa distribui os órgãos e cargos nos níveis hierárquicos que possui, sendo os órgãos uma unidade de trabalho que agrupa várias pessoas ou unidades menores, e o cargo está relacionado com a atividade desempenhada pela pessoa responsável por algum órgão definido no organograma. O autor esclarece que as relações apresentadas no organograma têm dois terminais de comunicação, sendo uma delas a responsabilidade frente ao seu superior e a outra, a autoridade sobre seus subordinados. Acrescenta, ainda, que o cargo mais alto da empresa não apresenta, logicamente, terminal de subordinação e o cargo mais baixo não tem o terminal de autoridade. Já para Mintzberg (1995), o organograma é a representação em imagem do processo de agrupar. Acrescenta o autor que agrupar em unidades é o processo que define o sistema de autoridade formal, e, a partir disso, é composta a hierarquia da organização. Segundo ele, esse processo produz quatro efeitos importantes: estabelece um sistema comum de supervisão entre posições e unidades, proporciona o compartilhamento de recursos, facilita na medição do desempenho e encoraja o grupo a se ajustar entre si. Veja abaixo dois modelos de organograma: 7 Fonte: Nibo Conteúdos1, sd. Fonte: Heflo2, sd. Normalmente desenhamos o organograma sem colocar os nomes dos colaboradores para facilitar quando existe uma mudança de departamento ou desligamento do colaborador. 1Disponível em: https://www.nibo.com.br/blog/modelos-de-organograma-empresarial/. Acesso em: 9 ago. 19. 2Disponível em: https://www.heflo.com/pt-br/rh/exemplo-de-estrutura-organizacional-de-uma- empresa/. Acesso em: 9 ago. 19. 8 1.1.1 Planejamento financeiro Segundo Biagio e Batocchio (2012), o plano financeiro de um plano de negócio busca apresentar algumas projeções abrangentes que possam refletir o desempenho futuro da empresa em termos financeiros, podendo transmitir uma imagem de estabilidade e credibilidade, o que pode servir de indicativo para novos empreendedores investirem no negócio. Para Bangs Jr. (2002), o controle financeiro é o coração do negócio, pois fornecem a estrutura para o planejamento e controle da empresa. Comenta que, se aplicado corretamente servem como instrumento para orçamentação, como sistema de alerta precoce, como identificador de problemas e gerador de soluções. Já para Casarotto Filho (2002), o plano financeiro é a consolidação do plano, ou seja, deve-se executar uma análise do resultado final, transcrita em termos econômico-financeiros, equacionando os recursos necessários para o projeto. 1.1.2 Custos O plano financeiro deve apresentar uma síntese dos recursos necessários, para auxiliar na análise do resultado final e consolidar o plano, e para que isso seja possível é necessário que se execute uma apuração dos custos pertinentes no processo de transformação. Conforme Sousa (2009), as operações dentro de qualquer organização acabam desprendendo um valor monetário no consumo de recursos. O autor classifica estes recursos em três tipos: materiais diretos; mão-de-obra direta; e custos indiretos. O custo de materiais diretos está direcionado para o gasto com as matérias-primas mais importantes no processo de transformação, a mão de obra é o valor gasto com pessoal e os custos indiretos referem-se a todos os demais recursos que não podem ser relacionados diretamente ao objeto de custo. Segundo Beulke e Bertó (2011, p. 22), a definição de custos como expressão monetária dos insumos e consumos ocorridos na transformação e comercialização de determinado produto ou serviço, não é, deveras, completa. Conforme os autores: [...] custo é uma expressão monetária que deve ter uma menor quantidade final, boa, vendável de produtos/serviços para repor fisicamente, ao término de cada ciclo operacional, uma maior quantidade inicial de insumos e consumos do próprio ciclo. (BEULKE e BERTÓ, 2011, p. 22). Já para Sousa (2009), custo é a parcela do gasto e do esforço produtivo que se agrega e é transferida ao produto. Comenta em uma visão mais ampla sobre a abrangência dos custos, onde a parcela do esforço produtivo que deveria estar agregada ao produto, conhecida como erro operacional, deve ser incluída como custo, sob a denominação de perda. 9 1.1.3 Fluxo de caixa O fluxo de caixa possibilita ao administrador planejar as necessidades de caixa, dando ao administrador financeiro uma visão clara das entradas e das saídas de caixas previstas em curto prazo. Trata-se de um demonstrativo onde são lançados os recebimentos e os pagamentos das obrigações assumidas em um determinado período de tempo, a fim de verificar o saldo final do caixa neste período. Esta ferramenta é fundamental para executar o planejamento dos excessos e faltas de caixas, onde uma empresa que espera uma falta de caixa deve providenciar um financiamento, enquanto que outra com excesso de caixa pode programar aplicações em curto prazo (GITMAN, 2004). Bangs Jr. (2002) traz o fluxo de caixa como a ferramenta mais importante do planejamento financeiro. Segundo o autor, para uma empresa nova, ele pode determinar o sucesso ou o fracasso, já para uma empresa em funcionamento, pode fazer a diferença entre o crescimento e a estagnação. Conforme ele, a função do fluxo de caixa é orçar as necessidades de dinheiro, mostrando como este entra e sai da empresa num determinado espaço de tempo. 1.1.4 Payback O payback também pode ser chamado de provisão para o tempo necessário para recuperar o capital inicial investido por meio dos cálculos de fluxo de caixa das entradas. Salim et al. (2003) trata o payback como o período de recuperação de um investimento, ou seja, é o período de tempo em que os valores investidos e as despesas se igualam com as entradas de caixas. Já para Ceccnello e Ajzental (2008), é um indicador temporal que mostra o tempo necessário para liquidar o investimento. 1.2 Sumário executivo O Sebrae (2018) aborda que a primeira etapa para a elaboração de um plano de negócios é a realização de um sumário executivo, que consiste num resumo do que será trabalhado no plano de negócio, conforme descrito a seguir: • Resumo dos principais pontos do plano de negócio; • Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições; • Dados do empreendimento; • Missão da empresa; • Setores de atividades;• Forma jurídica; • Enquadramento tributário; 10 • Capital social; • Fonte de recursos. Diferentes atribuições podem ser descritas em cada uma destas etapas. Proponho uma abordagem para cada um destes itens que visa facilitar o entendimento de cada um. • Resumo dos principais pontos do plano de negócio: antes de mais nada, do que trata o seu negócio? Podemos pensar numa situação-hipótese, na qual o empreendedor vai investir em abrir uma sorveteria. Neste momento, pensamos em que tipo de sorvete vender, quais sabores, onde produzir, qual cidade, bairro, se existe capital, se é necessário um empréstimo, qual conhecimento temos sobre o produto, qual tipo de público desejamos atingir. • Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições: quando vamos iniciar um negócio sem nenhum outro colaborador ou empreendedor, sabemos quais as nossas posses, restrições, situação jurídica, capital intelectual e como trabalhamos. Mas se iremos empreender com outras pessoas, estes pontos precisam ser levantados antes do empreendimento ser lançado. Não seja pego desprevenido ao descobrir que o sócio não sabe realizar o trabalho ou tem dívidas em seu nome depois da abertura da empresa. • Dados do empreendimento: nesta etapa, podemos pensar num endereço onde o empreendimento irá ser instalado, informações como CPNJ, colaboradores, telefone, site, redes sociais e demais informações de contato. • Missão da empresa: quais objetivos a empresa tem para com o consumidor; quais os seus valores éticos e sociais; como os colaboradores podem aplicar estes valores em suas funções e no trato com o público. Por exemplo, a missão de uma agência de marketing médico pode ser: produzir conteúdos publicitários que atendam aos padrões éticos de nossos clientes e tornem o consumo uma ideologia de bem-estar. • Setores de atividades: na realidade brasileira, os setores de atividades que temos são: indústria; comércio; serviços; agropecuária. Nesta etapa, verificamos em qual setor o empreendimento se enquadra, ou em quais, caso seja mais de um. Na prática, é bastante simples. Por exemplo, uma loja de eletrodomésticos se enquadra em comércio, e um hospital se enquadra em serviços. Em alguns casos, é necessário pensar um pouco mais, como um borracheiro, por exemplo, que trabalha tanto com serviços (o conserto dos pneus), como com a venda de mercadorias, mas comumente é categorizado apenas como o setor de serviços devido a sua atividade primária. • Forma jurídica: nesta etapa, observamos a quais categorias legais de empresa a constituição brasileira permite que um empreendimento se adeque. As categorias, conforme a descrição do Sebrae (2018) são: – Microempreendedor individual (MEI): quem trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empresário. Sua inscrição é feita gratuitamente pela internet (www.portaldoempreendedor.gov.br). – Empresário individual: pessoa física que exerce atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Responde com o seu patrimônio pessoal pelas obrigações contraídas pela empresa. 11 – Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI): empresa constituída por uma única pessoa, titular da totalidade do capital social. A empresa responde por dívidas apenas com o seu patrimônio, e não com os bens pessoais do titular. – Sociedade limitada: sociedade composta por, no mínimo, dois sócios, pessoas físicas ou jurídicas. A responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor de suas cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Na prática, cada categoria de empresa tem leis e normas diferentes, que envolvem a permissão da atividade, documentações e registros, como o caso de alimentos e bebidas, enquadramento tributário, entre outros. – Enquadramento tributário: o Sebrae (2018) informa as características técnicas do sistema tributário empresarial brasileiro: O Simples Nacional destina-se às empresas que se beneficiarão da redução e simplificação dos tributos, além do recolhimento de um imposto único. O enquadramento no Simples está sujeito à aprovação da Receita Federal e considera a atividade e a estimativa de faturamento anual da empresa. A lei também prevê benefícios quanto à desburocratização, acesso ao mercado, ao crédito e à justiça, o estímulo à inovação e à exportação. A lei enquadra como microempresa (ME) a pessoa jurídica com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360 mil. Se a receita bruta anual for superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 3,6 milhões ela será classificada como empresa de pequeno porte (EPP). Para as ME e EPP, o Simples Nacional abrange os seguintes tributos e contribuições: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido), PIS/PASEP (contribuição para os programas de integração social), COFINS (contribuição para financiamento da seguridade social), IPI (imposto sobre produtos industrializados (para a indústria)), ICMS (imposto sobre circulação de mercado (para indústria, comércio e serviços de transporte intermunicipal e interestadual));, ISS (imposto sobre serviços (prestação de serviços)) e a contribuição para a seguridade social patronal. A lei também criou o microempreendedor individual (MEI), que é pessoa que trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empresário optante pelo Simples Nacional, com receita bruta anual de até R$ 81 mil. O MEI pode ter um empregado e não pode ser sócio ou titular de outra empresa. O recolhimento dos impostos e contribuições é feito em valor fixo mensal, independente da receita bruta. (SEBRAE, 2018). Empresas que não se categorizam como MEI também acabam por necessitar de um contador para resolver todas as tributações e declarações junto à Receita Federal. Um grande erro ao administrar um empreendimento é adquirir dívidas fiscais, que podem ocasionar multas, confisco de bens da empresa e o fechamento da mesma. - Capital social: equipamentos, ferramentas, empréstimos, capital de giro, ou qualquer recurso que tenha valor monetário dentro de uma empresa precisa ser contabilizado. Também é verificado o quanto cada sócio investiu, tanto em equipamentos, quanto em dinheiro, para que se tenha o registro de todos os investimentos de ambos os sócios, sendo estes majoritários ou minoritários. Este é o planejamento do capital social. 12 - Fonte de recursos: qual a origem dos recursos financeiros que darão vida à empresa? Será um investimento feito com os próprios recursos, investidores, empréstimos, sociedades? Quais as taxas no caso dos empréstimos, que garantias são necessárias e o tempo e o valor das parcelas a serem pagas. É necessário saber de forma detalhada como os recursos são captados para reduzir os riscos. O sumário executivo é uma síntese de seu Plano de Negócios e, embora seja apresentado no início do plano, é muito provável que você só vá tratar de elaborá-lo ao término dos módulos principais. Isso porque assim se tornará mais fácil selecionar e sintetizar os aspectos mais relevantes de seu projeto. O Sumário Executivo oferece ao leitor uma ideia geral do projeto e seus aspectos mais importantes, de forma a despertar o interesse e, principalmente, facilitar o entendimento do plano por parte do leitor, que poderá ser um investidor, um futuro sócio ou um parceiro comercial. Em princípio, não é necessário mais do que uma ou duas páginas para isso, senão deixará de ser um sumário. Pare e pense: avaliadas essas questões iniciais, mesmo que de forma superficial, é possível perceber se o empreendimento pretendido é viável ou não. Claramente, um estudo aprofundado de cada item é requerido, mas seus desenvolvimentos se baseiam no tipo de negócio a ser criado. Estude muito antes de qualquer decisão. 13 2. MODELO DE PLANO DE NEGÓCIOS O detalhamento do plano de negócios, para Degen (1989), depende do tipo donovo empreendimento. Se o novo negócio se basear em um novo produto, mercado ou processo, ele precisará ser mais bem explicado do que se estivesse baseado em produtos, mercados ou processos já existentes e bem-sucedidos. 2.1 A empresa Para Dornelas (2008, p. 116), “esta é a seção do plano na qual é apresentado um breve resumo da organização da empresa, sua história, qual o seu propósito, a natureza dos serviços ou produtos oferecidos, qual é o seu modelo de negócios e os seus diferenciais”. Tabela 1: dados da empresa Razão social CNPJ Nome fantasia Endereço Inscrição estadual Inscrição municipal Data de fundação Telefone E-mail Home page Ramo de atuação 14 Tabela 2: identificação dos sócios Nome Perfil Atribuição Participação societária 2.2 Missão, visão e valores Visão/missão/valores (da empresa). Visão A visão de uma organização deve descrever as intenções e a direção do negócio, refletindo suas crenças e a relação da empresa com a sociedade. Ela não deve estabelecer ou expressar fins quantitativos, e sim representar as esperanças e sonhos da empresa, apontando um caminho e motivando-a para que chegue lá (BIAGIO; BATOCCHIO, 2012). Missão De acordo com Stoner e Freeman (1999), uma declaração de missão é uma parte relativamente permanente da identidade de uma organização e pode ser muito importante para unificar e motivar seus membros. Valores Segundo Ricardo Teixeira (2012), valores organizacionais são crenças e atitudes que dão uma personalidade à empresa, definindo uma “ética” para a atuação das pessoas e da Organização como um todo. Negócios mais sustentáveis normalmente estão ancorados em valores como honestidade, transparência, qualidade, valorização das pessoas e da sua qualidade de vida, espírito de equipe, política do ganha-ganha, respeito ao cliente e responsabilidade social e ambiental. 15 2.3 Análise SWOT Ambiente externo: analisar os concorrentes (pelo menos, 2 principais). Oportunidades. Ameaças. Ambiente interno: (análise interna), pesquisa de clima. Pontos fortes. Pontos fracos. 2.3.1 Fatores críticos de sucesso (resultado da análise SWOT) Quando cruzar os pontos fortes com as oportunidades, você vai perceber as situações que promovem o desenvolvimento e o crescimento do negócio. Da mesma forma, você poderá agir em relação a pontos fracos e ameaças: poderá apontar as medidas a serem adotadas para evitar o fracasso do negócio. 2.3.2 Plano de ação (melhorias) • Missão/objetivo (projeto). • Metas (projeto). O estabelecimento de metas permite ao empreendedor acompanhar o desempenho do negócio. As metas sinalizam os rumos, orientando o empreendedor durante o desenvolvimento do negócio. Lembre-se, as metas deverão ser: específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais. Tendo como alvo a visão estabelecida para o seu negócio, liste os principais marcos a serem alcançados, em ordem cronológica, identificando as pessoas responsáveis pelo cumprimento de cada meta. Tabela 4: Metas Meta Mês/ano Responsáveis (cargos/setores) 16 2.4 Produtos/serviços Dornelas (2008, p. 139) descreve que “posicionar o produto no mercado significa direcionar o produto para atender às expectativas e necessidades do cliente-alvo escolhido no segmento de mercado definido”. ● Produtos/serviços oferecidos aos clientes. ● Produtos/serviços a serem inovados. 2.5 Fluxo do processo Nessa fase, é primordial desenvolver-se um fluxograma dos departamentos para obtenção dos processos definidos. Para Pavani e Scucuglia (2011), o fluxograma compreende um conjunto simples de simbologia para elementos primários de processo e possuem três regras gerais: (a) utilizam símbolos de início, setas, retângulos, paralelogramos, losango e conectores; (b) podem ser usados outros símbolos de adoção menos universal; e (c) devem ser desenhados da esquerda para a direita ou de cima para baixo. Exemplo de fluxograma 17 Fonte: SML Brasil3, sd. 2.6 Recursos humanos Identificar e registrar as responsabilidades que o setor de recursos humanos terá na implantação do projeto. Tabela 5: Recursos humanos 2.7 Recursos necessários Espaço físico e instalações necessárias (especificação das condições necessárias e suficientes para o desenvolvimento das atividades da empresa), tais como: sistema elétrico, sistema hidráulico, iluminação, ventilação, circulação de máquinas e pessoas, condicionamento de ar, isolação termoacústica, revestimentos especiais, construções específicas etc (anexar um layout do aproveitamento do espaço físico). 3 Disponível em: https://blog.smlbrasil.com.br/5-passos-para-criacao-de-um-fluxograma/. Acesso em: 09 ago. 2019. Quantidade Cargo Função Situação (existente ou a contratar) Salário 18 Equipamentos e materiais permanentes (computadores, fax, copiadoras, bancadas, mobiliário, máquinas utilizadas na produção de bens e demais equipamentos necessários em cada etapa dos fluxogramas apresentados). Tabela 6: Recursos necessários Quantidade Equipamentos e materiais Situação (existente ou a adquirir) 2.8 Fornecedores Listar os principais insumos utilizados no processo de produção, incluindo o número de fornecedores disponíveis e potenciais, e o seu principal fornecedor atual. Tabela 7: Fornecedores Insumo Número de fornecedores Principal fornecedor 2.9 Normas e regulamentos técnicos Relacionar as normas e regulamentos técnicos a que o(s) produto(s) e/ou serviço(s) está(ão) sujeito(s). 19 Tabela 8: Normas e regulamentos técnicos Normas e regulamentos técnicos Produto/Serviço Norma /Regulamento Riscos e agressões ao meio ambiente (quando necessário) Para cada um dos seus produtos e/ou serviços, citar os possíveis riscos – químico, físico, biológico, ergonômico ou mecânico – que poderão estar presentes, quer no processo de produção, quer para o público consumidor. Mencionar a existência de resíduos – gasosos, líquidos ou sólidos – no processo de produção e quais mecanismos serão utilizados no descarte. Registros necessários (quando necessário) Determine os registros necessários para a comercialização de seus produtos e serviços, tais como os fornecidos pela vigilância sanitária, CETESB, CREA etc. Tabela 9: Registros necessários Registros necessários Produto/Serviço Entidade 20 2.10 Alianças estratégicas Tabela 10: Alianças estratégicas Entidade Motivo Vantagens próprias Vantagens do parceiro 2.11 Análise de mercado Nesse momento do plano de negócios, é feito o reconhecimento de clientes, concorrentes, fornecedores e o ambiente em que a empresa irá desenvolver suas atividades, pontos fortes e pontos fracos para saber se o negócio é viável. • Identificação do público-alvo Quem será o usuário de seu produto e/ou serviço? • Identificação dos clientes Quem compra seu produto e/ou serviço (nem sempre o usuário é o comprador)? • Segmentação Diferentes tipos de clientes merecem abordagens e tratamentos distintos. Como os clientes serão agrupados e quais as características de cada nicho? • Tamanho do mercado atual (somente para lançamento de produto/serviço) para o cliente externo Estime em volume financeiro e, se possível, em número de clientes o tamanho do mercado total e de cada um dos nichos. 21 • Tendências Qual o comportamento esperado/previsto do mercado visado? O pretendido está em expansão, estabilidade ou em retração? Evite expressões como “crescimento exponencial”, “franca expansão”etc. Apresente justificativas plausíveis e, se possível, taxas de crescimento/retração previstas. • Participação pretendida no mercado Apresente as pretensões da empresa em termos percentuais de atendimento de mercado no decorrer dos próximos três anos. 2.12 Marketing Para Churchill e Peter (2010), o marketing é um processo de planejamento e execução no qual se estabelecem o produto, o preço, qual o meio de distribuição, e o meio de comunicação. A essência do marketing consiste em trocas, é um processo em que o cliente e a organização trabalham juntos e ambos se beneficiam. O cliente obtém o benefício ao adquirir um produto que o satisfaça e a empresa pode gerar lucro com isso. • Política de preços (somente para lançamento de produto/serviço) para o cliente externo Estime quanto o seu cliente está disposto a pagar ou, caso seja inviável, determine qual será a política de preços adotada. De que forma os preços e os descontos praticados catalisarão a atração de novos clientes e a manutenção dos antigos, tornando-os fiéis à sua empresa? • Localização A localização de sua empresa (rua, bairro, município, estado, incubadora, parque tecnológico) é um fator influente no sucesso do negócio? Justifique. • Canais de distribuição Como seus produtos e/ou serviços chegarão até seus clientes? • Diferencial perante a concorrência 22 Quais os diferenciais de seus produtos e/ou serviços que fazem com que o cliente opte por sua empresa? 2.13 Vendas Use este tópico para resumir e destacar os principais pontos de sua previsão de vendas. O preço talvez seja a maneira mais tangível de se agir no mercado, pois, pela política de preços, a empresa pode criar demanda para o produto, segmentar o mercado, definir a lucratividade da empresa, mudar a penetração do produto no mercado, sempre tendo como referência o valor que o consumidor vê no produto, e não o preço que a empresa acha que ele deve ter (DORNELAS, 2008, p. 139). 2.14 Plano financeiro • Investimento inicial Descreva e calcule o investimento inicial (fixo, pré-operacional e capital de giro). • Projeção de custos Projete os custos fixos e os custos variáveis, bem como os impostos incidentes sobre vendas. 23 Tabela 11: Planilha de custos e despesas Item Conta Justificativa Custos Matéria-prima Salários e encargos Serviços de terceiros Impostos Outros Despesas operacionais Telecomunicações Energia elétrica Salários e encargos Manutenção Pró-labore Publicidade e promoções Vendas Outros Despesas estruturais Aluguel/condomínio Água Contador Correios Jornais e revistas Material de escritório Material de limpeza Seguros Outros 24 Despesas financeiras Amortizações Juros Outros Projeção dos resultados Nesse item, você calculará o lucro da empresa. Para tanto, você utilizará as previsões de vendas e custos. • Ponto de equilíbrio Calcule o ponto de equilíbrio das operações, o que significa o volume de vendas que será necessário para a cobertura dos custos fixos. • Projeção da necessidade de capital de giro De posse das previsões de vendas, compras e custos/despesas, você calculará qual a necessidade que sua empresa terá de investimento de recursos no giro para financiar suas operações. • Fluxo de caixa Prepare um fluxo de caixa com todas as entradas e saídas (previstas) de dinheiro na empresa. • Análise de investimento Neste item, você analisará o prazo de retorno do investimento que vai realizar. Você deverá calcular também qual a rentabilidade desse investimento. 25 Tabela 12: Planilha de investimentos Item Conta Justificativa Desembolsos estratégicos Treinamento e capacitação Estudos e projetos Consultorias Outros Instalações civis Projeto Construção Compra/aluguel Melhorias/reformas Outros Equipamentos Móveis, estantes, prateleiras Máquinas e equipamentos Automação Informática Laboratório Outros Desembolsos gerais Material de escritório Seguros Atividade promocional Contábil/jurídico Licenças e registros Outros 26 Reservas Caixa Salários e encargos Despesas operacionais Outros 27 REFERÊNCIAS AJZENTAL, Alberto; CECCONELLO, Antonio Renato. A construção do plano de negócio. [sl]: Editora Saraiva, 2007. BANGS JUNIOR; David H. Guia prático – Planejamento de negócio: criando um plano para seu negócio ser bem-sucedido. São Paulo: Nobel, 2002. BIAGIO, Luiz Arnaldo; BATOCCHIO, Antônio. Plano de negócios: estratégia para micro e pequenas empresas. 2. ed. Barueri: Manole, 2012. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração geral. São Paulo: McGraw-Hill, 1989. CHURCHILL JUNIOR, Gilbert. A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. 2. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010. DEGEN, R. J. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: McGraw-Hill, 1989. DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. Uma ideia, uma paixão e um plano de negócios: como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. 2. ed. São Paulo: Cultura, 2006. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo. Transformando ideias em negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar em organizações estabelecidas. 2ª reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. DORNELAS, José. Plano de negócios. Seu guia definitivo. [sl]: Editora Empreende. 2016. Disponível em: http://disciplinas.nucleoead.com.br/pdf/Livro_ta_atual.pdf. 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