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Geovanna Azevedo É a manifestação clínica da assimetria de tônus entre a musculatura extrínseca dos globos oculares, que é mantido pelo sistema vestibular. Movimentação ocular involuntária e incontrolável, normalmente rítmica, com movimentos rápidos e movimentos lentos, podendo ser simétrica ou não. Pode ser idiopático ou ter causa definida (ocular, vestibular, esclerose múltipla, DM, TU, efeito colateral de medicamentos...) Pode ser: Horizontal = movimentos horizontais dos olhos Vertical = movimentos verticais dos olhos Rotatório = movimentos rotatórios dos olhos Nistagmo periférico Possui sentido único, geralmente é horizonto- rotatório ou horizontal Costuma ter efeito inibidor da fixação ocular (EIFO): Reduz de intensidade com a fixação ocular Fase lenta = origem no labirinto Fase rápida = origem central (tronco encefálico) O sentido do nistagmo é o sentido da fase rápida É acompanhado de vertigem intensa e sintomas neurovegetativos Oscilopsia: ver a imagem em movimento O nistagmo sem vertigem associada pode ter origem central Pesquisa do nistagmo (NY) Espontâneo: observar os movimentos oculares do paciente em posição neutra olhando para frente Semiespontaneo: solicitar ao paciente que olhe 30º a E, a D, para cima e para baixo O nistagmo bate para o lado do labirinto sadio na fase rápida (ou seja os movimentos oculares vão em direção ao lado em que temos o labirinto sadio, sem alterações) Avaliação do equilíbrio estático TESTE DE ROMBERG= paciente tende a cair para o lado do labirinto lesado (lesões periféricas). Lesão central = tendência de queda para frente ou para trás Avaliação do equilíbrio dinâmico Marcha com olhos abertos: costuma ser normal em pacientes com quadros vestibulares (exceto em quadros agudos) Marcha com olhos fechados (FUKUDA): desvio maior que 45º ou deslocamento maior de 1m para o lado do labirinto hipoativo Geovanna Azevedo Labirinto anterior (Cóclea)= Audição Labirinto posterior = Equilíbrio Utrículo Sáculo Ampola Canais semicirculares Canais semicirculares Laterais = sensíveis a movimentação da cabeça em ROTAÇÃO HORIZINTAL Verticais = sensíveis a movimentação da cabeça PARA CIMA E PARA BAIXO Ampola = Região terminal dos canais semicirculares onde se encontram as células ciliadas sensitivas Cúpula = massa gelatinosa que envolve os cílios das células sensitivas Utrículo e Sáculo Possuem células sensitivas na região das máculas, envoltas pela membrana otolítica (onde se encontram os otólitos = cristais de carbonato de cálcio) Responsáveis pela percepção dos movimentos lineares da cabeça Estereocílios e cinocílios NERVO VESTIBULAR 1º neurônio está situado no gânglio vestibular (ou de Scarpa) Divisão Inferior = Sáculo e canal semicircular posterior Superior = Utrículo e canais semicirculares lateral e superior VERTIGEM Sensação de rotação do ambiente ou do próprio corpo É decorrente de assimetria entre os tônus dos labirintos direito e esquerdo Representa até 20% dos casos de vertigem periférica Acomete qualquer idade, com prevalência maior dos 40-60 anos Há desprendimento de otólito Tipo mais comum: Canalitíase (o otólito desprendido fica solto na endolinfa do canal semicircular) Cupulolitíase (otólito desprendido fica preso na cúpula) Geovanna Azevedo Acomete mais : Canal semicircular posterior (70% dos casos), devido a sua posição anatômica O canal semicircular lateral corresponde a 20% e o superior a apenas 6% SINAIS E SINTOMAS Paciente relata sentir vertigem ao levantar/abaixar a cabeça, mudar para decúbito lateral (mudanças rápidas de posição da cabeça) Vertigem rotatória ETIOLOGIAS Maioria dos casos: Idiopática TCE, repouso prolongado no leito, neurite vestibular, Doença de Ménière, sedentarismo, disfunções hormonais/metabólicas DIAGNÓSTICO Clínico + Exame físico Teste de Dix Halppike: paciente sentado na maca com cabeça lateralizada em 45º, profissional deita bruscamente o paciente deixando a cabeça inclinada a 30º fora da maca. O teste é positivo caso paciente apresente nistagmo rotacional e vertical pra cima (VPPB de canal posterior) ou horizontal (VPPB de canal lateral) ou vertical para baixo (canal superior) O diagnóstico é sugestivo caso o paciente apresente tontura quando da manobra, mas sem nistagmo Head roll test: com o paciente em decúbito dorsal virar a cabeça para a D e E, mantendo nas posições por 1 minuto. Avalia canal lateral Positivo quando de nistagmo TRATAMENTO É feito com as manobras (eficientes > 70%) Podemos associar supressores vestibulares (Dimenidrinato) se necessário Costuma haver remissão clínica em 4 semanas mesmo sem tratamento Manobra de Epley (Reposicionamento dos otólitos) Geovanna Azevedo Manobra de Lempert (Barbecue) Paciente permanece nas posições de 30-60 segundos Algumas complicações das manobras Sintomas neurovegetativos (náuseas, sudorese) Migração dos otólitos para o canal lateral Canalith jam (bloqueio canalicular): otólito desprende-se e impacta o canal. Causando náuseas e vômitos Nervo vestibular superior é mais acometido Causada por infecção (geralmente IVAS) : HSV 1 é o mais comum SINAIS E SINTOMAS Vertigem moderada a severa de início súbito sem sintomas auditivos (ausência de hipoacusia ou zumbidos) Geovanna Azevedo DIAGNÓSTICO Nistagmo horizontal que bate para o lado sadio Pesquisa de nistagmo espontâneo ou Semiespontaneo ou através da manobra de head shake (balançar a cebeça do paciente lateralmente por 10s-20s Caso NY for mais vertical e prolongado ou tiver dissociação entre os olhos= suspeita de lesão central Bateria Hints Diferenciar lesões periféricas e centrais HI = Head Impulse test NT = Nistagmo típico S= Skew deviation Head impulse test: o paciente deve olhar fixamente para a ponta do nariz do examinador durante todo o exame com a cabeça em posição centrada, estando examinador e paciente com os olhos alinhados no mesmo plano. Então, o examinador deve realizar uma rotação lateral lenta em cerca de 20º com a cabeça do paciente para qualquer um dos lados, seguido de um retorno abrupto para a posição central. Um teste positivo é aquele em que o olhar não se mantém fixo. Nistagmo: O nistagmo vertical ou torcional (ou rotatório), ou ainda aquele que se manifesta em várias direções no contexto clínico, é claramente um sinal de patologia central Skew deviation: avaliação de um desalinhamento ocular vertical, resultante de um desequilíbrio do tônus vestibular esquerdo e direito. É realizado com o paciente e o examinador com o olhar no mesmo plano. O paciente deve olhar fixamente ao examinador e este deve cobrir um dos olhos do paciente, alternando o olho a ser coberto e observando movimentações oculares verticais de acomodação, que indicam um teste positivo. Se QUALQUER um dos itens não assumir padrão periférico = suspeita de lesão central DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL AVC e AIT É necessário exame de imagem TRATAMENTO Corticoide oral: Prednisona ou Prednisolona Sedativos labirínticos ou antieméticos Reabilitação vestibular Acomete 16% da população adulta Predomínio feminino Fisiopatologia Associação com uma depressão alastrante do SNC. Essa depressão do SNC causa um vasoespasmo da artéria auditiva interna que compromete a irrigação do labirinto, dando origem aos sintomas Geovanna Azevedo SINAIS E SINTOMAS Cefaleia, vertigem, desequilíbrio, sensação de cabeça vazia Coincidência de vertigem e cefaleia ocorre em apenas 25%-50% dos pacientes Sintomas auditivos: Hipoacusia flutuante, zumbidos, plenitude auricular (sons são percebidos de maneira abafada) Cefaleia: unilateral, pulsátil com foto/fonofobia DIAGNÓSTICO Clínico!!! Faz diagnóstico diferencial com Ménière TRATAMENTO Tratar a cefaleia Caso não tenha melhora dos sintomas labirínticoscom o tratamento da cefaleia instituir: sedativos labirínticos e reabilitação vestibular em casos resistentes. Hidropsia endolinfática – hipertensão no labirinto membranáceo, sobretudo na região do ducto coclear e do sáculo De etiologia idiopática = doença de Ménière Já a secundária = Síndrome de Ménière CAUSAS SECUNDÁRIAS Infecções virais ou por sífilis Autoimune Doenças metabólicas/hormonais SINAIS E SINTOMAS Tétrade: Vertigem episódica com duração de horas (3-4h) Perda auditiva progressiva ou flutuante Zumbido Plenitude Na maioria dos casos é UNILATERAL, mas pode ser bilateral em até 30% dos casos A perda auditiva neurossensorial inicialmente é com frequências graves DIAGNÓSTICO Geovanna Azevedo Audiometria: perda auditiva em frequências graves a medias Exames laboratoriais Vectoeletronistagmografia (avaliar a função do labirinto): Hipofunção vestibular uni ou bilateral RM de crânio com contraste: avaliar os condutos auditivos internos. Afastar patologias retrococleares (como Schwannoma – tumor) Eletrococleografia: Aumento do potencial de somação (PS) em relação ao potencial de ação (PA) acima de 40% (PS/PA > 40%) Uma Eletrococleografia normal não afasta Ménière, porém uma Eletrococleografia alterada em paciente com sintomas fecha diagnóstico (95% de especificidade) VEMP (potencial evocado miogênico vestibular) : Mede o potencial inibitório no musculo esternocleidomastoideo no lado IPSILATERAL ao labirinto lesado. Esse potencial inibitório pe gerado na macula sacular. Caso de alterado permite um diagnóstico precoce de Ménière TRATAMENTO Alimentar: Restringir sódio, chocolate, açucares, cafeína e álcool Medicamentoso: Betaistina (melhora a microcirculação do ouvido interno. Análogo sintético da histamina) Depressores labirínticos nas crises Cirúrgico: É raro. Utilizado para casos sem remissão com tratamento conservador. Descompressão do saco endolinfático Escape de perilinfa pela janela oval. Causada por: traumas, cirurgias otológicas, barotrauma ou espontaneamente otite média crônica trauma de base de crânio Geovanna Azevedo SINAIS E SINTOMAS Perda neuro sensorial do lado lesado e/ou vertigem Fenômeno de Túlio: Tontura/ nistagmo desencadeado por som Sinal de Hennebert: Tontura/ nistagmo induzido por pressão aplicada ao ouvido DX definitivo é CIRURGICO , mas só vamos realizar a cirurgia com ALTA suspeita clínica É uma síndrome decorrente de estimulação excessiva do sistema vestibular. Conflito entre os sistemas responsáveis pela manutenção do equilíbrio (vestibular, visual e proprioceptivo) “mal estar” ao estar em movimento (andar de carro, ônibus, barco ....) Caracterizada por: Náuseas, vômitos, sialorreia, sudorese e palidez Acomete qualquer idade, com predominância do sexo feminino. Tratamento Sintomáticos e depressores labirínticos quando de crise Alteração do potencial endococlear. A endolinfa é um líquido rico em K, sensível a alterações iônicas. Caso haja um desequilíbrio hidroeletrolítico, a endolinfa sofrerá alterações, alterando, assim, o potencial de ação endococlear . Mais frequente em mulheres a partir dos 40 anos. SINAIS E SINTOMAS Queixas cíclicas, sendo a principal a tontura. Também temos queixas de cabeça vazia e zumbidos Pacientes podem apresentar quadros de: Hipoglicemia ou hiperglicemia, hiperinsulinemia, resistência periférica à insulina Esses quadros interferem na bomba Na – K – ATPase DIAGNÓSTICO Curva glicoinsulinêmica de 3h: Glicemia <55 mg/dL . a qualquer momento da medição Glicemia entre 145 – 200 na 2ª hora Queda da glicemia >30 em meia hora Insulina de jejum > 50 U/L Soma da insulina de jejum da 2ª e 3ª hora > 60 U/L Audiometria: Normal, plana ou em U invertido Eletronistagmografia (ENG): Hiperreflexia bilateral Geovanna Azevedo CONDIÇÕES QUE PREDISPÕEM Hipo/hipertireoidismo Ocasiona: Lesão direta das células ciliadas, alterações hemodinâmicas (vasculares), bioquímicas (perfil lipídico) Alterações ovarianas Ocasiona hidropsia endolinfática secundária (tontura, cefaleia e compulsão por doces) depressores labirínticos: difenidol, dimenidrinato, vitamina B6 É causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1) e é mais comum nos alcoólicos crônicos, embora possa ocorrer como uma consequência de desnutrição, provocada por qualquer causa. Quadro clínico: É um distúrbio agudo compreendendo a tríade clínica de ataxia, oftalmoplegia e confusão. A ataxia afeta a marcha, primária ou exclusivamente. A disartria é rara. Outros achados clássicos incluem uma síndrome amnésica ou estado confusional global, nistagmo horizontal ou combinado horizonto-vertical, paralisias do reto lateral bilateral, e reflexos aquileos ausentes. O teste calórico revela disfunção bilateral ou unilateral. Paralisias do olhar conjugado, anormalidades das pupilas e hipotermia podem também ocorrer. Fisiopatologia: Os principais sítios de envolvimento patológico são os núcleos talâmicos mediais, corpos mamilares, núcleos periarquedutais do tronco encefálico (em especial aqueles dos nervos oculomotor, abducente e acústico), e verme cerebelar superior. O envolvimento cerebelar e vestibular contribui para a ataxia. Diagnóstico e Tratamento: O DX é estabelecido pela resposta à administração de tiamina. Paralisias oculares tendem a ser os primeiros déficits a apresentar melhoras e começam a fazê-lo dentro de horas. Ataxia, nistagmo e confusão aguda começam a resolver-se dentro de alguns dias. Uma recuperação completa das paralisias oculares é invariável, enquanto o nistagmo horizontal pode persistir. A ataxia é completamente reversível em apenas 40% dos pacientes; onde a marcha retorna completamente ao normal, e a recuperação tipicamente leva de semanas a meses. Refere-se a uma constelação de sinais e sintomas neuropsiquiátricos que resultam de uma deficiência nutricional em tiamina (vitamina B1). Consiste em duas fases distintas de um mesmo processo patológico: Geovanna Azevedo Inicialmente surge a encefalopatia de Wernicke (fase aguda do síndrome) caracterizada pela tríade clínica clássica de estado confusional agudo (perturbação aguda e flutuante da atenção e do correto processamento dos estímulos originados do meio externo), oftalmoparesia (paresia de um ou mais músculos extraoculares), e ataxia (perda da coordenação motora). O nistagmo (movimentos oculares involuntários e oscilatórios) também é característico desta fase, apesar de não constar na descrição clássica. Com a progressão do processo patológico, a encefalopatia pode progredir para um quadro crónico – síndrome de Korsakoff – marcado por uma amnésia anterógrada (incapacidade de formar novas memórias) e confabulação (produtos falsos da memória), FISIOPATOLOGIA A tiamina (vitamina B1) possui um papel central no catabolismo de hidratos de carbono e formação de neurotransmissores. As necessidades de tiamina aumentam com o abuso do álcool e aumento da ingestão de hidratos de carbono. Assim, entende-se que a combinação de uma dieta desequilibrada, uma absorção gastrointestinal, armazenamento hepático e utilização cerebral de tiamina comprometidas, como se verifica no alcoolismo crónico, potencie o desenvolvimento do síndrome. Os mecanismos que levam ao desenvolvimento de lesões no sistema nervoso ainda não estão inteiramente esclarecidos. No entanto, tem sido proposto que os mecanismos celulares da encefalopatia de Wernicke envolvem principalmente a perda localizada da barreira hematoencefálica e a incapacidade das regiões encefálicas metabolicamente mais ativas de manterem os gradientes osmóticos e, por conseguinte, a homeostasia de fluído intersticial. Em peças de autópsia, verifica-se nestas regiões: hemorragias petequeais, gliose, hipertrofia do endotélio e morte celular. Outros mecanismos, como o aumento daprodução de espécies reativas de oxigênio e excitotoxicidade, também já foram implicados com a deficiência em tiamina Em termos macroscópicos, as lesões mais frequentes encontram-se no núcleo talâmico dorso medial (bilateralmente), nos corpos mamilares, na substância cinzenta periaquedutal e no verme superior do cerebelo. QUADRO CLÍNICO A deficiência prolongada de tiamina provoca degeneração do córtex cerebelar que começa nas porções mais anteriores do cerebelo e progride para regiões mais posteriores. O verme cerebelar superior é, portanto, uma das estruturas comumente afetadas, sendo que os membros inferiores estão representados mais anteriormente no córtex cerebelar, gerando assim os sintomas de ataxia axial e ataxia de marcha Ainda mais, as ligações do sistema vestibular também se encontram afetadas pelo que podem também contribuir para o desequilíbrio observado nestes casos.
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