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( Eduigen Lima Lopes Sousa )A dimensão sociológica do direito Direito e adaptação A relação entre sociedade e direito, é uma via de mão dupla, de um lado, o ordenamento juríco é elaborado como processo de adaptação social, devendo ajustar-se às condições do meio, do outro, depois de criado, é necessário a adaptação do povo aos novos padrões de convivência. Tornando a vida viável. O direito não é transformador da natureza humana. O direito, não gera o bem-estar apenas de um lado. Os valores espirituais não são inventados pelo legislador. O direito deve ser uma expressão da vontade social e, assim, a legislação deve apenas assimilar os valores positivos que a sociedade estima viver. O Direito Natural não deve ser admitido como um processo de adaptação pelo simples fato dele não ter sido escrito pelo homem. O Direito Natural é ensinado ao homem pelas vias de experiência e pela razão. O Direito Positivo, é aquele imposto pelo Estado —escrito pelo homem— deve estar adaptado aos princípios do Direito Natural, cristalizados no respeito à vida, liberdade e seus desdobramentos lógicos. Caso a natureza humana atinja a perfeição, o direito não sera mais necessário —não da forma que conhecemos atualmente— já que ele surge em decorreência da necessidade de ordem e equilíbrio na sociedade. Outras normais sociais continuarão a existir, porém, o elemento de coercibilidade —capacidade de coerção, de ser reprimido— deixará de ser necessário. O Direito como processo de adaptação social A necessidade de ordem, paz, harmonia, bem comum leva a sociedade criar um organismo responsável pela instrumentalização desses valores. O Direito não corresponde as vontades ou necessidades individuais, mas sim, de um coletivo. O homem que vive fora da sociedade vive fora do império das leis. O homem sozinho, não possui nem direito e nem deveres. O direito não é um fim para a sociedade, é simplesmente um meio de tornar possível a convivência e o processo social. “Apesar de possuir um valor permanente, que reflete na estabilidade da natureza humana, o Direito está a mercê da sociedade e deve ter sua direção sempre de acordo com os rumos da sociedade.” As normas jurídicas são células do Direito que que impõe limites na liberdade do homem, mediante a imposição de condutas. “ ... o Direito não é uma criação do legislador, mas sim da consciência humana. O Direito nasce da vida social, se transforma com a vida social e deve se adaptar à vida social” Em sua missão de proporcionar bem estar do homem a fim de que eles possam livremente atingir seus ideais de vida, o Direito não deve absorver todos os atos humanos, porque ele não é o único responsável pelo sucesso das relações pessoais. A intervenção do Direito no comportamento social deve ocorrer apenas em função da segurança e justiça. Apenas os fatos sociais mais importantes para o convívio em sociedade devem ser disciplinados. O Direito não tem o intuito de aperfeiçoar o homem, não se preocupa em lhe ensinar regras de etiqueta, cortesia ou cavalheirismo. “Se o Direito regulamentasse todos os atos sociais, o homem perderia a iniciativa, a sua liberdade seria utópica e passaria a viver como autômato.” “O direito consiste apenas em um processo de adaptação social, que estabelece regras de conduta. A adaptação das ações humanas ao Direito A sociedade cria o direito e, ao mesmo tempo, se submete à ele. O novo Direito impõe em primeiro lugar a sua assimilação e após seu entendimento sua adequação. É indispensável que os comandos estabelecidos pela lei sejam vividos e aplicados em diferentes níveis de relações humanas O sentimento de repeito ao homem pelo bem comum deve ser a motivação dos processos de adaptação às novas leis.
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