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Direito Civil – Da representação 1. Representação: Poder que uma pessoa tem de praticar atos jurídicos em nome e no interesse de outra pessoa, de forma a que os efeitos do ato recaiam somente sobre o representado. · Representante: o que pratica o ato · Representado: destinatário dos efeitos 2. Espécies de representação: ART. 115 – Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. · Representação legal: poder conferido por lei – ocorre quando a lei define quem vai representar a pessoa (natural ou jurídica) · Representação convencional ou voluntária – ocorre quando uma pessoa (natural ou jurídica) escolhe por vontade própria uma outra pessoa para exercer direitos e/ou deveres em seu nome *Da procuração: a forma de exercer a representação convencional é a procuração. É o instrumento do mandato, ou seja, é o documento que autoriza uma pessoa a exercer direitos e/ou deveres em nome de outra pessoa. 3. Regras da representação: ART. 116 – A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeito em relação ao representado. · nos limites de seus poderes: o representante não pode agir fora desses poderes – limitação de poderes ART. 117 – Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. · negócio jurídico anulável · o representante ao exercer o mandato, deve buscar os interesses do representado e não seus próprios interesses por este motivo ele não pode celebrar negócios consigo mesmo. ART. 118 – O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem. · Representação legal: pessoa natural – por meio de registros civis ou judiciais como: identidade, certidão de nascimento. pessoa jurídica – por meio de documentos de registro como: contrato social, termo de posse. · Representação convencional ou voluntária: procuração. ART. 119 – É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. · Abuso de direito quando o representante age sem ter os poderes (falso procurador) age em seu próprio interesse · Excesso de poder Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 4. Elementos acidentais São cláusulas postas a negócios jurídicos pela vontade das partes que acarretam modificações em sua eficácia. Cláusulas: parte de um contrato que contém disposição especial. Procuram trazer ao mundo jurídico todas as possibilidades decorrentes do negócio de maneira que o próprio documento esclareça todas as particularidades. · são declarações acessórias da vontade · presença dispensável para existência e validade do negócio CONDIÇÃO: cláusula que é inserida no negócio jurídico pela vontade das partes, e que sujeita a eficácia do negócio jurídico (ou parte dele) a um evento futuro e incerto. Eficácia: é a produção de efeitos ART. 121 – Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. · a condição é voluntária · é um elemento acidental, pois não é essencial sua validade do negócio jurídico · as exigências da lei não são consideradas condições voluntárias mas sim condições legais · relacionada a um evento futuro · relacionada a um evento incerto Podem ser: · pendência: quando a cláusula é colocada no negócio · implementada: quando a cláusula se realiza · frustrada: quando a cláusula não se realiza. Classificação: a) Quanto à licitude ART. 122 – São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. · lícitas: aquelas não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes · ilícitas/defesas: violam o Ordenamento: · perplexas: aquelas que retiram TODOS os efeitos do negócio · puramente potestativas: aquelas que sujeitam o negócio ao puro arbítrio de apenas uma das partes do negócio * as perplexas e potestativas, apesar de não violarem diretamente, são proibidas. b) Quanto à possibilidade: · possíveis: aquelas que podem, de fato, ocorrer · impossíveis: impossibilidade jurídica ou física c) Quanto aos efeitos: · suspensivas: suspendem os efeitos do negócio: enquanto a condição não se implementar, o negócio NÃO surte efeitos ART. 125 – Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.. · resolutivas: o negócio existe e surte efeitos até a condição se implementar quando acontece, cessam-se os efeitos; se não se realizar, os efeitos permanecem ART. 127 – Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Regras aplicáveis: ART. 123 – Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 1 - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 11 - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 111 - as condições incompreensíveis ou contraditórias. ART. 124 – Tem-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.. ART. 126 – Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. · se uma pessoa tiver uma coisa que esteja sob condição suspensiva e durante a pendência dessa condição suspensiva fizer novas disposições sobre essa coisa, elas somente terão valor se forem compatíveis com a condição. ART. 129 – Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento · se ficar provado que a parte agiu de má fé para impedir implemento da condição • será considerada como verificada (implementada) a condição. · se ficar provado que a parte agiu de má fé para implementar a condição • será considerada não verificada (não implementada) a condição. ART. 130 – Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. Direito eventual: é o direito incompleto; que ainda não se consumou porque depende de um evento futuro para se concretizar. · a pessoa que é titular de direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, pode praticar atos destinados a conservar seu direito. TERMO: é o dia ou momento em que se inicia ou extingue a eficácia do negócio jurídico, condicionado a um evento futuro e certo. Pode ser certo e incerto. Certo: sabe-se que vai ocorrer e sabe-se quando vai ocorrer. Incerto: sabe-se que vai ocorrer, mas não se sabe quando vai ocorrer. · termo inicial: fixa o momento em que a eficácia vai iniciar · termo final: fixa o momento de cessação dos efeitos do negócio Espécies de termos: · Termo Convencional: as partes por vontade própria inserem o termo no negócio jurídico • depende da vontade das partes. · Termo de Direito (legal ou judicial): definido pela lei ou determinado pelo juiz. · Termo de Graça: conferido pelo juiz ao devedor para aumentar o prazo de pagamento ou parcelamento de uma dívida. · Termo essencial: fundamental para a eficácia do negócio · Termo não essencial: não é essencial para o negócio, se for realizado fora do momento determinado continuará surtindo efeitos. ART. 131 – O termo inicial suspende o exercício, masnão a aquisição do direito. ART. 135 – Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.. Prazos: Prazo: é o lapso de tempo que vai do termo inicial ao termo final ART. 132 – Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. § 1o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil § 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. § 3o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. § 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. ART. 133 – Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes. · testamentos • prazo em favor do herdeiro e contratos • prazo em proveito do devedor ART. 134 – Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. · devem ser cumpridos imediatamente • exequíveis · não podem ser cumpridos imediatamente se depender do lugar diverso ou depender do tempo ENCARGO OU MODO: restrição imposta a uma liberalidade. Liberalidade: são negócios jurídicos gratuitos ou benéficos • doação, empréstimo gratuito, testamento, recompensa · impõe uma obrigação, ou um ônus ao beneficiário da liberalidade · não é obrigatório, é uma elemento acidental no negócio jurídico, pois somente vai existir pela vontade da parte que manifestou liberalidade · a pessoa não é obrigada a aceitar o encargo, mas se aceitar deverá cumprir · não pode ser confundido com contraprestação • prestação onerosa ART. 136 – O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. · o negócio jurídico somente irá gerar direitos após o implemento da condição · o não cumprimento do encargo pode gerar: • ação para revogar a liberalidade do descumprimento do encargo • art. 555 do CC. • ação de obrigação de fazer • art. 553 do CC. ART. 137 – Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. Encargo ilícito: contrário a norma jurídica Encargo impossível: pode ser: • fisicamente impossível: as leis da natureza não permitem que se realize o encargo • juridicamente impossível: as normas jurídicas não permitem que se realize o encargo · não invalida o negócio jurídico · se estiver expresso no negócio jurídico que o encargo é o motivo determinante da liberalidade invalida o negócio jurídico
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