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Isabela Matos – T5 Infertilidade – Profa. Tatiana CASO CLINICO MNB, 33 anos, G0. DUM: há 4 meses. Nega patologias, hábitos, cirurgias. Está em uso de ácido fólico. Frequência das relações sexuais: 3x/ semana. Paciente refere que parou de tomar anticoncepcional há 14 meses, nos primeiros 3 meses a menstruação veio regular, depois começou a aumentar o intervalo chegando a ficar 60 dias sem menstruar e agora não menstrua há 4 meses. Já fez teste de gravidez e veio negativo. Realizou rotina ginecológica quando parou o anticoncepcional. Exame Físico: BEG, corada, hidratada PA 120x80 IMC: 27 Kg/m² Índice de Ferriman: 6 Exame especular e toque sem alterações. • Qual(is) hipótese(s) diagnóstica(s)? Amenorréia secundária Infertilidade conjugal DEFINIÇÃO Infertilidade: casal que não atingiu a concepção dentro de 12 meses de atividade sexual regular desprotegida. PREVALÊNCIA E EPIDEMIOLOGIA Acomete 7 a 15% dos casais em idade fértil 1 a 2% dos casais jamais conseguirão êxito = esterilidade 40% alteração homem e mulher 25% causa não identificada ↑ incidência de infertilidade o Idade da mulher o ↑ prevalência de DIP o ↑ fator masculino o Mudanças nos hábitos de vida Declínio da taxa de natalidade e fertilidade nos EUA o Maior interesse em educação avançada e carreiras entre mulheres o Casamento tardio e divórcio mais frequente o Eficácia na contracepção e acesso a serviços de planejamento familiar o Atraso na gravidez o Diminuição do tamanho da família o Taxa de fertilidade mensal: está muito ligada a idade. Após aos 37 anos o declínio é maior. Antes esperava-se 2 anos para investigar. Hoje espera-se 1 ano de tentativas de gravidez. Na ovodoação são usados óvulos de mulheres com menos de 35 anos e por isso não altera a taxa. Taxa de Gravidez e Aborto x Idade Materna: A fertilidade diminui com a idade. Mas as chances de engravidar e ter aborto ou risco de trissomia aumentam Quando investigar? o Após 1 ano de coito regular sem proteção ou antes se: o Idade feminina maior que 35 anos: pode esperar 6 meses e não 1 ano. o História de oligo/amenorreia: histórico de irregularidade menstrual o Suspeita ou história prévia de endometriose III/IV: endometriose severas de grande tamanho ou que acometem intestino, bexiga e ovários (endometrioma). o Doença tubária e/ou uterina suspeitada ou confirmada: em ultrassom previa tem útero septado por exemplo o Suspeita ou diagnóstico de subfertilidade masculina ETIOLOGIA FATOR FEMININO o F. ovulatório: ter a ovocitação normal o F. uterino: local de implantação está tudo bem o F. tubário: a passagem do ovócito e local de encontro dos gametas o F. peritoneais FATOR MASCULINO o Espermatozoide normal que consiga atingir o ovócito CONDUTA MÍNIMA NA INFERTILIDADE CONJUGAL o História reprodutiva e análise seminal o História reprodutiva e avaliação ovulação Isabela Matos – T5 → Clínica : ciclo regular, sintomas ovulatórios (temperatura, textura do muco) o Avaliação permeabilidade tubária → HSG ou LPSC com cromotubagem FATOR MASCULINO Anamnese: o Dificuldade em conseguir manter a ereção o Incapacidade de ejaculação durante o ato sexual o Lesões testiculares o Infecções prostáticas, epididimais ou testiculares Análise seminal – Espermograma o Coleta: masturbação. Exceto homens que tenham problemas na ejaculação como ejaculação retrograda o Abstinência: 2-5 dias (máximo 7). Normalmente, pede-se 2 dias o Se exame alterado colher outra amostra com intervalo de pelo menos 90 dias. Motilidade progressiva = espermatozoides rápidos Vitalidade = espermatozoides vivos FATORES FEMININOS Anamnese: o História menstrual, obstétrica: se já engravidou e a próxima tentativa que está havendo algum problema, denomina-se infertilidade secundaria. Quando na primeira gravidez que há dificuldade, trata-se de infertilidade primaria o História médica: menarca, regularidade dos ciclos, dismenorreia, sinais ovulação, o Frequência das relações e queixas: regular – 2 e 3 vezes por semana o Antecedentes reprodutivos do casal o Cirurgias: outra cirurgia pélvica pode impedir a tuba de funcionar corretamente o Tempo de infertilidade o Hábitos de vida: atividade física, tabagismo, medicação, alergias e etilismo o Exame físico: IMC, sinais de hiperandrogenismo (acne, hirsutismo), galactorreia (↑ prolactina), alterações na tireoide o Exame ginecológico: secreção vaginal, tamanho, posição e mobilidade uterina, massas pélvicas ou nodularidades no fundo de saco vaginal e ligamentos uterossacros, dor à mobilização do colo do útero FATOR OVULATÓRIO o 20 a 30% dos casos são devido fator ovulatório o Anamnese - regularidade menstrual o Dosagem progesterona: confirma ovulação. Ideal é colher 7 dias antes da data provável da menstruação, para dosar o pico da progesterona. Na gravidez, não tem queda da progesterona para continuar com endométrio espessado o Previsão de ovulação: ultrassom seriado – logo que mentrua para ver os folículos antrais, depois próximo a ovulação (ver se o folículo cresceu, por volta dos 20 mm ele ovocita), 7 dias antes da menstruação para ver o corpo lúteo o Curva temperatura basal, kits preditores ovulação, biópsia de endométrio o Causas mais frequentes: SOP (é mais frequente), obesidade, ganho ou perda importante de peso, exercícios físicos extenuantes, disfunção tireoidiana e hiperprolactinemia Isabela Matos – T5 FATOR UTERINO Anomalias uterinas, anatômicas ou funcionais são causas incomuns, mas devem ser excluídas. Estão mais associadas com aborto de repetição: paciente consegue engravidar mas não mantem a gravidez. Métodos para avaliar o US – 2D (igual imagem do US seriado), 3D e RNM o HSG - tamanho e contornos da cavidade (útero unicorno, septado ou bicorno, mioma submucoso). Usado pra visualizar principalmente tuba uterina o Histerossonografia com solução salina: método com ultrassom. Passa sonda vesical no colo do útero com solução salina. Avalia contorno do útero. Pode ter um pólipo no endométrio linear ou secretor que só é visível com a solução salina, fica preto na imagem. o Histeroscopia – padrão ouro (diagnóstico e tratamento de patologias intrauterinas). Pode tirar as lesões com esse procedimento. Intramural: não cursa com aborto e nem sangramento uterino Submucoso: ele abaúla a cavidade uterina. Aumenta sangramento e dificuldade de engravidar FATOR TUBÁRIO Alterações que devem ser excluídas – obstruções e aderências pélvicas. Pode ocorrer por infecção, endometriose, cirurgia prévia Técnicas para avaliação: o Histerossalpingografia (HSG) – VPP (valor preditivo positivo) 38% VPN (valor preditivo negativo) 94% o Histerossonografia com solução salina – observação de fluido no fundo de saco, não diferencia a permeabilidade unilateral da bilateral. Observa-se bolhas brancas saindo da tuba e indo para o útero o Videolaparoscopia com cromotubagem com azul de metileno ou índigo carmim – padrão ouro. Passa uma sonda especificas pelo colo do útero e injeta azul de metileno. Com a vídeo, avalia o extravasamento do azul de metileno na cavidade uterina. Observa se a morfologia da trompa é normal também → HSG É um exame ginecológico de raio-x com contraste utilizado para verificar possíveis anomalias nas trompas e na cavidade uterine FATORES PERITONEAIS o Endometriose e aderências pélvicas: o 25 a 50% causas tubárias, uterinas e peritoneais o História e/ou exame físico – suspeitas de alterações o US – pode identificar o endometrioma, ou seja, endometriose no ovário o Laparoscopia – não está indicada para avaliação rotineira, mas pode beneficiar pacientes com > 3 anos de infertilidade sem causa aparente (já fez todas asoutras identificações) RESERVA OVARIANA Representa a população de folículos primordiais remanescentes Avaliação capaz de predizer quais mulheres responderão bem ou mal aos protocolos de estimulação ovariana Como avaliar: o FSH (fase folicular precoce) o AMH – hormônio antimülleriano o US – avaliação da contagem de folículos antrais Tratamento Baixa complexidade: orienta sobre quando ter a relação, fazer estimulação o Coito programado o Inseminação intrauterina (IUI) Alta complexidade: pacientes que não engravidam com coito programado ou IUI o Fertilização in vitro (FIV) TRATAMENTO – INDUÇÃO DA OVULAÇÃO Independente se for baixa ou alta complexidade, realiza a indução da ovulação Objetivo: desenvolvimento de 1 a 3 folículos com consequente ruptura folicular Medicamentos: o Recrutamento folicular e crescimento folicular ▪ Citrato de clomifeno (SOP) Isabela Matos – T5 ▪ Gonadotrofinas: para pacientes com insuficiência hipotálamo-hipofisária ▪ Letrozol (câncer de mama) o Desencadear a ruptura folicular ou a ovulação: para fazer o folículo romper ▪ Gonadotrofina coriônica humana (hCG) ESCA: pacientes com infertilidade sem causa aparente Fator cervical: pacientes que tiveram lesão do colo do útero Fertilização: todas as pacientes que preencher critério para coito programado e para inseminação são pacientes em potenciais para FIV ICSI: injeta o espermatozoide dentro do ovulo OBJETIVOS NA AVALIAÇÃO DA INFERTILIDADE Os quatro objetivos básicos do gerenciamento da infertilidade são: 1. Identificar e corrigir causas específicas de infertilidade, quando possível. Com avaliação e tratamento adequados, a maioria das mulheres alcançará gravidez. 2. Para fornecer informações precisas e dissipar as informações erradas comumente ganhos com amigos, mídia de massa e Internet. 3. Para fornecer apoio emocional durante um período difícil 4. Orientar os casais que não concebem com outras formas de tratamento a alternativas, incluindo fertilização in vitro, uso de gametas de doadores (ovócitos ou espermatozoides) e adoção e para ajudar aqueles que rejeitam ou falham no tratamento a fechar O melhor dia para engravidar é antes da ovulação com relações sexuais frequentes. Após o termino da menstruação, o ideal é que a paciente já comece a ter relação frequente porque no período de 2 dias antes da ovulação (independente se a paciente souber se vai ovular ou não) vai haver espermatozoide disponível para o ovócito. Após a ovulação, a chance é menor porque o ovócito dura em média 24 horas.
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