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INFERTILIDADE CONJUGAL Definição → Tentativa de um ano sem sucesso. Investigação → Frequência da atividade sexual – recomendado é 2-3 vezes na semana; → Uso de método contraceptivo; Classificação → Primária – casal que nunca engravidou; → Secundária – casal que já tem filho. Fertilidade feminina → Período de maior fertilidade – 20-25 anos, com pico aos 25; → Declínio cruel aos 35 anos; → Chance do casal engravidar se tiver relação sexual no período fértil é de 20%; → Na curva da taxa de concepção, o platô ocorre aos 12 meses, por isso é o período mínimo para identificar infertilidade conjugal; → 15% dos casais são inférteis. Epidemiologia → Aumento da incidência; → As taxas são as mesmas entre classes altas e baixas. Causas → Fator ovulatório Anovulação → Fazer anamnese – questionar sobre menstruações infrequentes (oligomenorréia) → Identificação: - Dosagem de LH – ruim; - Dosagem de FSH – fala sobre a reserva ovariana – dosar no 3° a 5° dia do ciclo. Níveis > 10 estão associados a diminuição da qualidade e da quantidade de oócitos. - Dosagem de progesterona na fase lútea – não é padrão ouro; - Curva de temperatura – em desuso; - USG transvaginal – identifica folículos antrais de 2-10 mm no período perimenstrual seguido de outra ultrassom para identificar o corpo lúteo; - Biópsia de endométrio – padrão ouro! - identifica o endométrio secretor por ação da progesterona advinda do corpo lúteo. → SOP; → Hipogonadismo hipergonadotrófico – pouco estrogênio e muito FSH – Falência Ovariana Precoce; → Hipogonadismo hipogonadotrófico – causa central. → Fator masculino – 30% dos casos de infertilidade conjugal. Varicocele → Dilatação varicosa das veias testiculares; → A maioria não são inférteis, mas alguns não. Orquiepididimite → Sequela de gonococo e de clamídia. Sequela de paratidite → História de caxumba. História de criptorquidia; Cirurgias testiculares; Drogas espermotóxicas – Ex: isoniazida; Disgenesias gonadais – Ex: Kilnerffelter; 50% - idiopática. → Diagnóstico: Espermograma – abstinência por 3-5 dias, volume de esperma >1,5mL, número de espermas/mL: 15.000.000, vitalidade >58%, motilidade >40% com pelo menos >32% destes com motilidade progressiva, morfologia com pelo menos 4% de formas normais. → Se alterado, repetir em 15 dias! - Baixo volume pode falar sobre ejaculação retrógrada ou obstrução da ejaculação; - Oligoespermia – uso de testosterona é potencialmente reversível, pode ser por dano pós radio ou quimioterapia. Entretanto, excluídas essas causas, carece de teste genético; - → Fator tuboperitoneal Sequela de DIP – causa importante no Brasil. Clamydia nos tipos D, E, F G e Gonococo. Endometriose- fator ovulatório e tuboperitoneal. → Diagnóstico da DIP é por histerosalpingografia – identifica obstrução ou hidrossalpinge (achado especialmente nas infecções por clamídia); → Padrão ouro para sequela de DIP – Videolaparoscopia com injeção de azul de metileno no colo. → Fator uterino Aderências, Sinéquias; Miomas – quando são grandes e distorcem a cavidade uterina ou com componente submucoso. USG: verifica a presença de artefatos que dificultem a implantação, podendo diagnosticar malformações congênitas, miomas ou malformações ovarianas; Histerossalpingografia: avalia tamanho e forma da cavidade uterina, vefificando presença de má formações (úteto bicorno, septado) ou anomalias adquiridas (pólipo, mioma), vê permeabilidade das trompas, pode analisar alterações de motilidade tubária; Histerossonografia: evidencia presença de pólipos, sinéquias e miomas; RM: caracteriza lesões que podem ter sido vistas em exames iniciais; Histeroscopia: padrão-ouro para diagnóstico e tratamento de anormalidades presentes na cavidade uterina. É o exame indicado para quando o USG visualiza alterações. Investigação 1→ Investigar quando passar 1 ano de tentativas sem êxito; 2 → Exames: Hemograma; Tipagem sanguínea; VDRL; HbsAg; Anti-Hbs; Anti-HCV; Anti-HIV; Rubéola IgG – Se negativo ofertar vacina; HTLV I e II. 3-Quando a anamnese não revela suspeita, fazer: Histerossalpingografia → Se alterada → Videolaparoscopia diagnóstica; US transvaginal → Se ausênica de folículos → Fazer biópsia de endométrio → Se alterações uterinas → Histeroscopia; Espermograma → Se alterado → Repetir em 15 dias → Se alterado → Encaminhar para andrologista. OBS! Se paciente >35 anos, examinar a reserva ovariana: Hormônio anti-mulleriano – principal preditor – produzido pelas células da granulosa que causa atresia dos folículos que não irão ser selecionados – Marcador de atresia folicular – Se <1ng/mL é baixa reserva ovariana; inibina-A; FSH; Estradiol; USTV. → Caso todos os exames sejam normais, é diagnosticado infertilidade sem causa aparente. Tratamento Causa é fator ovulatório → SOP Perda de peso; Metformina – melhora fator metabólico; Se após a perda de peso não melhorar a ovulação → Induzir ovulação → Citrato de clomifeno – antiestrogênico que bloqueia o receptor de estrogênio no hipotálamo – aumenta os pulsos de GnRH – aumenta os picos de FSH. → Hipogonadismo hipogonadotrófico Ofertar FSH e LH para a paciente → Hipogonadismo hipergonadotrófico - FOP Doação de oócitos. Causa é tuboperitoneal → Tuba obstruida confirmada por cromotubagem negativa via VLPC FIV – punção do ovário da paciente para capturar oócitos + coleta de esperma do parceiro → Colocar em contato em uma placa de petre que apresente pH semelhante ao tubário → Coloca na estufa para criar condição de temperatura adequada. → Tuba com hidrossalpinge Salpingectomia da(s) tuba(s) obstruida(s) para melhorar o prognóstico da FIV. → Endometriose Cauterizar os focos de endometriose → Indicar tentativa nos próximos meses → Caso naturalmente não dê certo → FIV. Causa é fator masculino → Varicocele Verificar possibilidade corretiva cirúrgica. → Muitas vezes, faz-se inseminação artificial → Coleta o sêmen e seleciona-se os espermatozóides bons, removem-se glicoproteínas inflamatórias → Insemina o útero feminino. Causa é fator uterino → Histeroscopia cirúrgica corretiva. Causa não aparente FIV; Injeção intracitoplasmática de espermatozóide – também pode ser feita em quem fez vasectomia ou laqueadura tubária. Considerações éticas Quantidade de embriões → Mulher até 35 anos – transferir no máximo 2 embriões; → Mulher com 36-39 anos – transferir no máximo 3 embriões; → Mulher com 40-50 anos – transferir no máximo 4 embriões. Idade da mulher → Mulheres com mais de 50 anos podem gestar, mas os riscos devem ser esclarecidos. Casal homoafetivo → A mulher A pode ser a doadora do oócito e a mulher B pode gestar. Escolha do sexo → NÃO PODE, exceto se houver doença na família ligada ao sexo. Ex: hemofilia, opta-se pelo sexo feminino. Doação de gametas → Homem até 50 anos; → Mulher até 35 anos; → Gametas NÃO podem ser vendidos; → Não pode-se conhecer a identidade do doador; → Pode escolher as características. Útero de substituição → Deve ser de familiar de até 4º grau. Tempo de criopreservação → Optar pelo descarte a partir de 3 anos.
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