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PEDAGOGIA DAS LUTAS E DAS ARTES MARCIAIS E-book 4 Fábio Rodrigo Ferreira Gomes Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 A PRÁTICA DAS MODALIDADES DE LUTAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA ������������������������������������������4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS E MÉTODOS DE ENSINO APLICADO A LUTAS E ARTES MARCIAIS ��������������������13 ASPECTOS TÉCNICOS E TÁTICOS DAS LUTAS E ARTES MARCIAIS ����������� 22 LUTAS E A PROMOÇÃO DA SAÚDE ����27 TREINAMENTO DE LUTAS E ARTES MARCIAIS ����������������������������������������������������30 CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 32 SÍNTESE ������������������������������������������������������� 33 2 INTRODUÇÃO O objetivo deste módulo é apresentar um entendi- mento científico, no que tange à formatação da aula de um profissional de lutas e professor de Educação Física, pensando no perfil de seus clientes e alunos. Assim, ao saber qual é o objetivo da sua aula, o pro- fissional terá possibilidade de escolher as ferramen- tas mais apropriadas para atingir seus objetivos. 3 A PRÁTICA DAS MODALIDADES DE LUTAS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Para pensar na pedagogia das lutas, especifica- mente no processo ensino-aprendizagem, deve-se observar a interação de três componentes: professor, aluno e conteúdo – que se referem ao objetivo de proporcionar mudanças relativamente permanen- tes (aprendizagem) nas habilidades, capacidades e competências do aluno. Ao focar crianças e adolescentes, estamos falando do aluno e podemos partir do princípio de que o co- nhecimento sobre o processo de desenvolvimento motor humano integra um elemento crucial, quando o conteúdo de ensino é o esporte. Evidentemente, não somente esse conhecimento depende dessa relação, mas, sem tal conhecimento, fica muito mais difícil deliberar sobre o que, para que, quando e como ensinar. Para exemplificar, usemos a iniciação espor- tiva precoce e todas suas implicações negativas, tão bem conhecidas e divulgadas na área da Educação Física (TANI, 2001). Existe um entendimento que, no cotidiano, ocorre uma falha na relação entre a estrutura técnica de uma modalidade esportiva (conteúdo ou matéria) e o estágio de desenvolvimento motor (fase motora 4 do aluno), ocasionando uma superestimulação, ou seja, a docilidade do aluno a uma prática para a qual ainda não está totalmente preparado. E essa falha pode resultar, opostamente, na subestimulação, isto é, na suposição de um conteúdo aquém das capaci- dades já assimiladas do aluno, o que resulta na falta de interesse para a aprendizagem e diminuição de motivação (TANI; BASSO; CORREA, 2012). O conjunto de conhecimentos sobre o processo de desenvolvimento motor concede, para começar, elucidar os significados das habilidades motoras nas diferentes fases do ciclo de vida do ser humano (TANI, 1987, 1998). Tais conhecimentos proporcionam uma observação e avaliação mais apropriada dos movimentos de cada criança ou adolescente, durante o processo de aprendizagem, possibilitando melhor acompanha- mento nas alterações no seu comportamento motor. Podcast 1 Ainda que apresente potencial de contribuição e que os conhecimentos acerca do desenvolvimento motor e aprendizagem motora têm para o ensino do esporte, são constantes as situações em que seus conceitos básicos são esquecidos, desconsidera- dos e até mesmo ofendidos. Por exemplo, crianças submetidas à aprendizagem de natação, ginástica e até lutas em tenra idade (não que não possam ser praticadas, mas, em relação à especificidade motora 5 com que são conduzidas) que culminam em aban- donos precoces, consequentemente, com grande rotatividade de alunos nas academias ou clubes de esporte. Nesse mesmo sentido, adultos universitá- rios que demonstram um padrão de movimento de rebatida com a mão não dominante similar ao das crianças com seis anos de idade (SANCHES, 1989). Para melhor entendimento, vamos pensar no de- senvolvimento motor, pois nele estão embutidas duas situações: inicialmente é o conceito de pron- tidão, que, de acordo com Haubenstricker e Seefeldt (2002), para alcançar o desempenho em determi- nado movimento, o corpo do indivíduo, bem como suas estruturas cognitivas, devem estar preparados biologicamente (por exemplo, está relacionado ao ser humano só se posicionar em pé – bipedia – no momento em que a musculatura apresenta força o bastante para nos sustentar nessa posição; outro ponto é um acréscimo à própria prontidão, em que designa a ideia de que, mesmo que o corpo esteja preparado para execução e determinadas habilida- des ou movimentos, caso o ambiente não proporcio- ne a exigência de sua execução, não é apresentada melhora no desempenho). Assim, se justifica o modelo heurístico, pautado no desenvolvimento físico, cognitivo e ambiental que ajuda a qualificar as fases de desenvolvimento mo- tor, indicando que o desenvolvimento das habilida- des motoras deve acontecer do fácil para o difícil, ou melhor, do geral para o específico. Inicialmente, são trabalhadas as habilidades fundamentais, 6 posteriormente suas combinações e, somente de- pois, as habilidades específicas ou culturalmente determinadas. Agora, neste capítulo, a ideia é caracterizar as fases desse desenvolvimento e, logo após, a explanação de cada fase. Dessa forma, vale destacar que as modalidades de lutas, no que tange a suas habi- lidades motoras, são constituídas de habilidades especializadas ou culturalmente determinadas – diferentemente de outras modalidades esportivas, que possibilitam estabelecer uma ponte direta entre as habilidades motoras fundamentais e suas com- binações. Por exemplo, o arremesso de beisebol (e o arremessar fundamental); pequenas relações podem ser atribuídas às lutas que utilizam chutes, mas, mesmo assim, existem pontos para discutir tal relação. Para um professor de modalidades de lutas ou artes marciais, conhecer bem as “habilidades motoras fundamentais” é primordial, visto que o profissional seleciona os conteúdos que podem ser abordados em suas aulas. O período entre 2 e 7 anos de idade é tratado por segunda infância (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Nessa fase, as crianças estão inseridas ativamente na participação e exploração de várias habilidades motoras fundamentais, podendo ser classificadas em três grandes grupos: estabilidade; locomoção e manipulação. 7 • Habilidades de estabilidade: São as habilidades que se referem às posturas e movimentações do corpo e o seu equilíbrio, com ajustes na base de apoio. Nas aulas, sujeitar a criança a condições de movimentação incomum, por exemplo, o desloca- mento com os pés em linha, equilíbrio em um só pé, movimentos axiais, rotação do tronco, rolamentos movimentos de esquivar. Nas lutas, grande parte da movimentação dos artistas marciais e lutadores são habilidades construídas decorrentes de movimentos de estabilidade. • Habilidades de locomoção: São movimentos bá- sicos, pois a locomoção está no nosso dia a dia – relacionada ao deslocamento efetivo pelo am- biente, como andar, saltar, correr. Nas lutas, a mo- vimentação é muito restrita, pois o deslocamento é ajustado mediante as regras, principalmente as regras competitivas. • Habilidades de manipulação: São aquelas que abrangem a aplicação de força em um objeto exter- no ao corpo do indivíduo; como lançar, rebater e a própria recepção estão dentro dessa categoria. Essa categoria se destaca em lutas que utilizam armas ou que agarre o oponente. 8 SAIBA MAIS Para aprofundar seus conhecimentos, assista aos vídeos: Diferença de desenvolvimento motor e aprendi- zagem motora https://youtu.be/C6AZjgZLJWw O que é desenvolvimento Motor https://youtu.be/CGHkioOat5Q Vários autores apontam que é na segunda infân- cia que a criança tem de vivenciar e desenvolver esse grupo de habilidades (GALLAHUE, OZMUN E GOODWAY, 2013, SEEFELDT E HAUBENSTRICKER, 1982). Além dos próprios fatores maturacionais, as con- junturas do ambiente – especialmenteaquelas referentes à orientação, oportunização à prática e incentivo dos pais, professores e colegas – devem ser consideradas no processo de desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais (TANI, 2011). Todos os itens citados podem influenciar a forma com que a criança irá desempenhar uma habilidade. Assim, Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) estabe- leceram três estágios para as habilidades motoras fundamentais: estágio inicial; elementar; e maduro. • No estágio inicial (2-3 anos), os movimentos fun- damentais retratam o início da prática da criança orientada a um objetivo. Atribui-se baixo desem- 9 https://youtu.be/C6AZjgZLJWw https://youtu.be/CGHkioOat5Q penho em certos movimentos de maturação. Há pouco controle, por exemplo, ao equilibrar-se em um pé, sua sustentação sem apoio é momentânea, os olhos se apresentam direcionados aos próprios pés e há a utilização excessiva dos braços como asas. • O estágio elementar (4-5 anos) apresenta evolução coordenativa rítmica e maior controle. Atribui-se a sincronização dos aspectos temporais e espa- ciais do movimento, mas os padrões de movimento, nesse estágio, ainda são frequentemente restritos ou exagerados; embora mais bem coordenados, apresentam pouca fluência. Por exemplo, o pulo, nesse momento, é similar a uma corrida alongada; os braços atuam para ajustar o equilíbrio e não para ajudar no maior desempenho na habilidade. • Já no estágio maduro (6-7 anos), os movimentos fundamentais apresentam mecânica eficiente, sendo mais coordenados e controlados. Deve-se dar aten- ção às habilidades manipulativas. Embora vários profissionais creiam que as crianças normalmente atingem o estágio maduro por conta da maturação, grande parte delas não atinge tal desempenho du- rante toda a infância. Vale atentar para a modalidade de luta que será lecionada, e perceber as habilidades fundamentais que passam se relacionar com as habilidades específicas. E também aproveitar a fase sensível para o desenvolvimento de habilidades, bem como explorar aquelas que não são compreendidas dentro da modalidade. 10 O desenvolvimento motor pode ser observado a par- tir de um modelo utilizando pirâmides (Figura 1) para auxiliar na elaboração de um plano que ajude o professor na estruturação de aulas para diferentes faixas etárias. Essa proposta baseada em pirâmides é uma alu- são à quantidade necessária de ambas habilida- des – fundamentais e específicas – que devem ser trabalhadas no decorrer da infância, nas aulas das modalidades de Lutas. Nesse sentido, o professor, ao elaborar o plano de aula, deve perceber que, quanto maior a área da pirâmide, maior aquela categoria de habilidades deve ser utilizada. Por exemplo, na faixa-etária entre 3 e 4 anos de idade, proporcional- mente, a maior parte da aula deve enfatizar o desen- volvimento das habilidades motoras fundamentais e somente uma pequena parte o desenvolvimento de habilidades específicas. Vale destacar que esse processo de desenvolvimen- to das habilidades abrange a aula toda, de forma que o professor/técnico pode conciliar o desenvolvimen- to de ambas as habilidades por meio de diversos jogos e brincadeiras nos diferentes momentos da aula (aquecimento, parte principal e finalização da aula). A criatividade do professor deve ser aplicada para que ele promova o desenvolvimento de várias habilidades, tornando assim sua aula mais dinâmica (GOMES; SANTOS, 2016). 11 Habilidades Motoras Fundamentais Habilidades Motoras Específicas das Lutas 3 e 4 anos 5 e 6 anos 7 e 8 anos 9 e 10 anos Figura 1: Pirâmides com as bases invertidas representando a apli- cação das habilidades em cada fase do desenvolvimento (Fonte: adaptado de GOMES & SANTOS, 2016). 12 ASPECTOS PEDAGÓGICOS E MÉTODOS DE ENSINO APLICADO A LUTAS E ARTES MARCIAIS Como a ideia aqui é extrapolar o que ocorre no dia a dia das academias de luta – com base no senso comum –, este capítulo tem como objetivo apre- sentar alguns métodos de treinamento buscados cientificamente, ao longo da história. Na verdade, a procura de uma solução para ques- tões relacionadas ao ensino do esporte, dentre eles as lutas ao longo da história, tem sido realizada na área da Educação Física e Esporte – em que surge uma gama de métodos de ensino (GARGANTA, 1998; GRAÇA & OLIVEIRA, 1994; GRECO, 1998; DE ROSE JUNIOR, 2006; CORRÊA & TANI, 2006; ROSSETTO JUNIOR, COSTA & D’ANGELO, 2008; TAVARES, GRAÇA, GARGANTA & MESQUITA, 2008). Mas, no que tange à verificação experimental desses métodos, poucos estudos têm sido mencionados na literatura (CORRÊA, SILVA & PAROLI, 2004). Em outros termos, o que ocorre é a proposição de belas recomendações de métodos de ensino, mas, ainda pobres de veri- ficação empírica sistemática mediante pesquisas. Alguns pioneiros trouxeram contribuições valoro- sas, por volta de 1960. Por exemplo, Naylor & Briggs (1963) apresentaram conceitos-chave sobre a es- colha de um método apropriado, levando em consi- 13 deração a complexidade e a organização da habili- dade, em que: a complexidade refere-se ao número de partes ou componentes de uma habilidade; e a organização refere-se à intensidade de relação ou interação das partes ou componentes. Com base na inter-relação desses dois componentes, iden- tificados nas habilidades, foi sugerido que, para o ensino de habilidades com características de baixa complexidade e alto nível de organização, o mais adequado é o método das partes, no qual uma ha- bilidade é fracionada para a realização da prática. Mas, quando ocorre alto nível de complexidade e baixa organização, sugere a prática pelo todo. No entanto, existe uma ressalva, pois há o entendimento de habilidades que envolvam níveis intermediários de complexidade e organização, em que se deve combinar os métodos. Essa tomada de decisão pode ser mais bem visualizada na FIGURA 2, sugerida por Singer (1980). Alta Prática do todo Baixa Organização Combinação parte e todo Complexidade Baixa Prática por partes Alta Figura 2: Relação de complexidade e organização da tarefa. Fonte: Adaptado de Singer (1980). 14 Por outro lado, um autor contemporâneo a Naylor & Briggs, Mosston (1966), apresenta sua proposta focando a interação entre o professor e o aluno. Ele abordou o conceito chamado de “estilos de ensino”, que são métodos de ensino. Tais primícias resulta- ram em um espectro de ensino pela interação pro- fessor/aluno (MOSSTON; ASHWORTH, 1986), base- ada também nas alternativas tomadas de decisão (do aluno ou do professor) e no uso de “feedback”. SAIBA MAIS Para aprofundar seus conhecimentos, assista ao vídeo Aprendizagem das quedas. Disponível em: https://youtu.be/Vs8h5Ev9ZQI E leia esta dissertação de mestrado: h t t p s : / / t e s e s . u s p . b r / t e s e s / d i s p o n i - ve is/39/39132/tde-05112008-165752/ en.php Os métodos propostos são: • Comando – em que o professor toma as decisões (vale ressaltar que no ensino tradicional das lutas esse método é o mais frequente ou o principal); • De prática – a qual os alunos dirigem as tarefas determinadas pelo professor; • De reciprocidade – em que os alunos trabalham duplas ou grupos, enfatizando a cooperação; 15 https://youtu.be/Vs8h5Ev9ZQI https://teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-05112008-165752/en.php https://teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-05112008-165752/en.php https://teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-05112008-165752/en.php • De autochecagem – na qual os alunos qualificam o seu próprio desempenho em detrimento de deter- minado critério; • De inclusão – em que o objetivo é potencializar a participação, ou seja, ajudar os outros a ter sucesso; • De descoberta guiada – em que os alunos solu- cionam os problemas; • Divergente – em que a resposta dos problemas acontece sem interferência do professor; • Individual – na qual existe a divisão de tarefas, quando é responsabilidade do professor o planeja- mento macroscópico e, ao aluno, o programamicro; • De iniciativa do aluno – em que o aluno realiza o planejamento e o professor somente orienta; • De autoensino – em que o aluno se encarrega de toda a responsabilidade da aprendizagem. Dos métodos contemporâneos de ensino do espor- te, existe destaque para estudos nas modalidades coletivas, em que o foco recai sobre a tática. Por outro lado, é possível pensar nessas estratégias, principalmente quando nos referimos aos esportes de combate, em que as lutas apresentam o aspecto competitivo. Em suma, pode-se pensar que a tática implica saber “o que fazer”, de maneira que o seu ensino deve anteceder “o como fazer”, ou seja, a técnica. Assim, na prática, observa-se que diferentes níveis de análise (estruturas funcionais que poderiam se 16 apresentar em diferentes níveis de complexidade) poderia provocar a melhora da capacidade de as- sociar o “como fazer” (técnica) com o “o que fazer” (tática). Para fazer uma analogia acerca do uso do méto- do tático, Pagnano-Richardson e Henninger (2008) mostram um “continuum” de competências para tomadas de decisões táticas a serem obtidas, em que foi relacionada a capacidade de operar habilida- des motoras e realizar decisões táticas apropriadas durante o jogo, observando quatro níveis de com- petências, com foco: 1. em si e na realização da habilidade; 2. em si e nos outros do time (em esporte coletivo); 3. em si, nos colegas de time (em esportes coleti- vos) e nos oponentes; 4. em si, nos colegas de time (em esportes coleti- vos), nos oponentes e na situação de jogo. Observando situações de luta, resume-se em três variáveis: em si mesmo, no oponente, e na situa- ção da luta. No primeiro nível (item 1), os lutadores são orientados a prestarem atenção em sua própria execução, tendo pouca preocupação as outras infor- mações contextuais que podem interferir no desem- penho, não abordando conceitos e estratégias; mas somente sua própria execução como solução para melhorar o combate. Já o segundo nível (item 2) não será levado em consideração, pois a luta é individual. No terceiro nível (item 3), os lutadores devem iniciar 17 o reconhecimento da presença de seu oponente e considera como eles reagem às suas ações. E no nível quatro (item 4) eles devem atestar a capaci- dade de realizar habilidade e tática num grau que resulta em alta capacidade de tomada de decisão e participação. Nesse nível, os lutadores utilizam uma perspectiva mais holística da luta para tomar decisões (postura própria e do oponente, tempo da luta, pontuação na luta, momento da luta relacionada à pontuação, posicionamento de ambos os lutadores na área de competição. Esse modelo é bastante si- milar à iniciação esportiva universal (GRECO, 1998), que apresenta um entendimento sobre as estruturas funcionais, como situações de jogo semiestrutu- radas que abrangem comportamentos individuais e coletivos, situações básicas retiradas do jogo e que podem não abarcar a razão total de jogo, mas apresentam seu elemento central. Utilizando Greco (1998) como pano de fundo, com esse método situacional, e Garganta (1998) e seu pressuposto teórico do método de jogos condicio- nados, foi criado um método de ensino específico para o Judô, de Olivio & Drigo (2015); método este que pode ser extrapolado para outras artes marciais. Para elaboração de tal método, Olivio e Drigo (2015), corroborando com trabalhos acadêmicos sobre aná- lise de luta competitiva de alto rendimento – com- petições nacionais e internacionais (MIARKA et al., 2012; MIARKA, 2014; MIARKA et al., 2014) –, foi elaborado um novo ponto de vista, com a ideia de tornar o atleta mais eficiente, fragmentando a luta 18 de judô em unidades funcionais, com o objetivo de identificar falhas no processo de aplicação de golpes e para criar referenciais situacionais que atendes- sem cada uma das fases da luta. Desenvolver ações próximas ao contexto real e às características apresentadas pode ser determinante na aprendizagem e na aquisição de habilidades, visto que trabalhar com variações de prática e contexto é um dos fatores primordiais para a obtenção de sucesso em transferências futuras, conseguindo fazer com que o praticante execute o que aprendeu em situações diversas e com mudanças constan- tes. Outro ponto que provavelmente foi levado em consideração está relacionado ao contexto da luta inserido no processo de aprendizagem dos golpes de judô, em que estratégias com maior interferência ambiental (com movimentos ou recriando situa- ções mais próximas das lutas) apresentaram melhor desempenho na aprendizagem dos golpes de judô (GOMES, et al., 2002; GOMES, 2007; GOMES, 2016; GOMES, et al., 2017). Com esse método baseado nas situações de lutas, entende-se que o lutador desenvolverá aspectos básicos da técnica, mas deve estar dentro de situa- ções padrões e funcionais para o desenvolvimento, correção e adaptação dele. Para não ficar em um linguajar específico do judô e assim melhorar as possibilidades de entendimento, utilizando diferentes tipos de lutas, abaixo estão 19 exemplos de aspectos situacionais, em que o golpe de ataque será nomeado como “X”: • Situação 1: o aprendiz do golpe (atacante) deve- rá tentar executar o golpe “X”, porém o oponente deverá impedir a aproximação do ataque (em lutas de contato) ou que segure as duas mãos (lutas de domínio); • Situação 2: o aprendiz do golpe deverá tentar exe- cutar o golpe “X”, porém o oponente permanece- rá em movimento o tempo todo, e o aprendiz terá um tempo determinado para realizar o ataque (por exemplo, 10 segundos); • Situação 3: o aprendiz deverá tentar executar o golpe “X”, porém o oponente vai pressioná-lo em um espaço reduzido (simulando limites físicos da área de combate), tentando levar o aprendiz para fora da área de luta; • Situação 4: o aprendiz deverá tentar executar o golpe “X”, porém o oponente cria uma postura de- fensiva (por exemplo, no judô, segurando as duas mangas); • Situação 5: o aprendiz deverá tentar executar o “X”, porém o oponente vai se movimentar e poderá contragolpear; • Situação 6: o aprendiz deverá tentar executar o golpe “X” inicialmente, mas, como pode se movi- mentar e contragolpear, será permitido ao aprendiz executar outras técnicas e possíveis combinações. 20 Percebe-se o aumento da complexidade ou de ele- mentos, iniciando na situação 1 até a situação 6. Assim, o aprendiz estará desenvolvendo tanto o aspecto técnico (padrão de movimento) como as soluções para executar o gesto (aspecto tático ou situacional). 21 ASPECTOS TÉCNICOS E TÁTICOS DAS LUTAS E ARTES MARCIAIS Para discutir e elucidar os aspectos técnicos e tá- ticos das lutas, vale relembrar o conteúdo que cria subdivisões para as lutas decorrentes de seu uso: artes marciais, esportes de combate, lutas folclóricas e técnicas de ataque e defesa. Delas, as artes mar- ciais e as técnicas de ataque e defesa pressupõem situações de imprevisibilidade, que são aquelas em que não se está em estado de atenção para uma luta, seja para guerra ou mesmo para se desvencilhar de um ataque surpresa. Essas lutas normalmente treinam a partir de aspec- tos situacionais possíveis. Por outro lado, as lutas folclóricas (cooperativas ou competitivas) e os es- portes de combate apresentam uma situação “dual”, em que o lutador é atacante e defensor ao mesmo tempo. Para melhor entendimento do conteúdo, vale pensar em três tipos de combate que abrangem to- das as lutas: Lutas de domínio, em que o objetivo e submeter o oponente à desistência de projetá-lo; esses tipos de modalidades têm como premissa agarrar (uniforme ou corpo do oponente). Por exem- plo: judô, jiu-jítsu, luta olímpica; lutas de contato, são aquelas modalidades que se ganha por meio de golpes traumatizantes (chutes, socos, cotoveladas, joelhadas, etc.), em que existe o contato, mas não 22 se agarra. Por exemplo: boxe, taekwondo, caratê ; e as lutas que combinam as duas situações, como uma luta livre,conhecida também como vale-tudo ou, mais recentemente, MMA (mix martial arts). Assim, ao elucidar os aspectos táticos de uma mo- dalidade específica, observe os princípios acima citados para estabelecer relações. É de concordância entre os especialistas que o êxito em combinações técnico‐táticas nos combates está ligado à prática contextualizada nos treinamentos. Treinos mais eficientes procuram simular situa- ções competitivas (MIARKA; JULIO; DEL VECCHIO; CALMET; FRANCHINI, 2010). A relevância desses aspectos permite mais ênfase sobre as análises notacionais em competições, em relação à estrutura temporal e técnico‐tática (BARNA, 2013; LÓPEZ- GONZÁLEZ & MIARKA, 2013). Os aspectos temporais em relação ao combate fornecem informações sobre o plano estratégico escolhido pelo atleta (principalmente de elite), pois ele está centrado nas demandas do combate. Mas, por conta de fatores como categoria de peso, idade, gênero e das modificações que ocorrem nas regras, ao longo do tempo, consequentemente, as ações durante o confronto também mudam. Assim, de maneira genérica, vale ressaltar alguns aspectos técnicos que devem ser pensados para estruturar um treino: 23 Variáveis sobre o tempo de luta: início e final das lu- tas, considerando o placar a favor, contra ou neutro; Variáveis ofensivas: buscar o ataque, privilegiar a defesa, privilegiar o contra-ataque, considerando o placar a favor, contra ou neutro; Situações de deslocamento: localização dos luta- dores na área de combate, considerando o placar a favor, contra ou neutro; Situações pré-agarre para lutas de domínio: em lutas de domínio, ocorre um momento em que os lutadores não estão segurando um no outro (roupa ou corpo do oponente); existe um ponto de aproximação para realização de uma pegada dominante; Situações distanciamento para lutas de contato: são as situações pré-golpe, em que se treina as possi- bilidades de distância com os diferentes oponentes, considerando acumuladamente as situações acima; Situação de continuidade de luta após a pontuação: no judô, jiu-jítsu e luta olímpica, após uma situação de projeção, a luta pode ter continuidade (verifique regras de cada modalidade para melhor entendi- mento), e esses aspectos devem ser treinados para melhor aproveitamento de cada situação. Para um entendimento mais específico, explico o desmembramento técnico-tático de MMA; não que seja uma modalidade, mas o MMA é um tipo de com- petição que permite participação de atletas de qual- quer modalidade, inclusive, abrange a luta de contato 24 e confronto ao mesmo tempo, sendo seu objetivo principal o nocaute ou desistência do oponente. O que se pode entender como principal nesse es- porte de combate é sua complexidade especial de estrutura inconstante, ao longo do tempo de luta, assim considerado acíclico, com tarefas abertas (tarefas realizadas em ambiente com modificações constantes), envolvendo habilidades de contato (so- cos, chutes, joelhos e cotovelos), além de ações de domínio (passes ofensivos, torções, projeções usan- do pernas) e finalização – com estrangulamentos, chaves articulares ou de pressão (MIARKA; BRITO; AMTMANN, 2017). O MMA pode ser dividido em três fases: (a) fase de livre circulação, (b) fase de clinch e (c) fase de solo. Na fase de livre circulação, os atletas trabalham a manutenção de distância, em que ambos têm ca- pacidade de organizar estratégias e movimentos, sem a limitação do contato corporal. Nessa fase, os golpes mais usados são socos, chutes, joelhadas e cotoveladas. A fase de clinch refere-se ao momento em que os dois atletas se seguram um no outro por meio do contato corporal, durante o combate em pé; nesse momento, os lutadores tentam efetivar a queda (projeção) do oponente para levar a luta para a fase de solo, para realizar finalizações, estrangu- lamentos e técnicas de articulação e travamento; algumas vezes, tais técnicas de finalização ocorrem ainda em pé. 25 Recentemente, James et al. (2016) tentaram de- terminar os indicadores de desempenho que apre- sentam maior influência na classificação dos re- sultados de elite do MMA e estabelecer a eficácia da análise de tomada de decisão para explicar as características da vitória, quando comparados com métodos estatísticos alternativos e indicadores de desempenho e precisão. Apesar de esses relatórios terem fornecido informações relevantes para atletas e treinadores, acredita-se que os atletas de MMA necessitem de análise específica de ações técnico- -táticas associadas ao sucesso competitivo, pois há uma grande variedade de desmembramentos na luta, que envolvem ações de um conjunto diversificado de habilidades, incluindo: orientações variadas de ataque (por exemplo, cabeça, corpo, perna), quedas e ações de base com mudanças espaço-temporais (mantendo distância, o clinch e solo), enquanto o relacionamento entre essas habilidades represen- tam os aspectos principais do MMA – sistemas de ataque. Outros aspectos táticos dos ataques do MMA podem ser afetados pelo resultado, o que pode interferir na variedade de ações, em situações específicas. A identificação das diferenças de resultados como um potencial indicador de sucesso pode auxiliar no entendimento de como os vencedores organizam suas ações técnico-táticas para se adaptarem rapi- damente às modificações espaço-temporais durante o combate (MIARKA; BRITO; AMTMANN, 2017). 26 LUTAS E A PROMOÇÃO DA SAÚDE A prática da luta pode passar por vários objetivos: aspectos competitivos, defesa pessoal e qualidade de vida, entendendo-a como uma atividade física. Para melhor entendimento, é preciso esclarecer que estudos epidemiológicos mostram que o baixo nível de condicionamento físico colabora para o surgi- mento precoce de doenças cardiovasculares, e sua progressão está relacionada a um risco de morte prematuro (VANHEES et al., 2005). E o que carac- teriza o estilo de vida sedentário é a realização de exercício físico em um tempo menor que 30 minutos por dia, sendo esse estilo considerado o principal fa- tor que causa prejuízos à saúde (WHO/FIMS, 1995). Existem cinco componentes relacionados à aptidão física e à saúde (composição corporal, aptidão ae- róbica, força muscular, resistência muscular e fle- xibilidade) que devem ter atenção equilibrada, visto que cada um tem a sua contribuição para o conjunto (ACSM, 2006; CASPERSEN et al., 1985), conforme detalhado abaixo. Schwartz (2011) realizou uma refinada revisão acerca desses cinco componentes e as artes marciais, que aqui será apresentada de maneira enxuta (importante ressaltar que os estudos foram realizados com homens): Composição Corporal: Foram analisados 54 traba- lhos acadêmicos (caratê, 14; jiu-jítsu, 1; judô, 22; 27 kung fu, 4; taekwondo, 13), em que metade da amos- tra apresentava o peso normal, uma parte um pouco menor apresentava sobrepeso e uma pequena parte, não chegando a 10%, apresentava obesidade. Esses trabalhos utilizaram IMC, outros como medidas de cintura/quadril, e alguns apresentaram testes de percentual de gordura. Força e resistência muscular: Foram analisados 25 estudos (jiu-jítsu, 7; judô, 11; taekwondo, 7), e ob- servados uma gama variada de testes de força e resistência, com baterias de testes gerais e testes específicos. Em um plano geral, os praticantes de modalidades de luta apresentaram resultados de bom a excelente; somente uma pequena parte dos trabalhos, que não chega a 10% dos lutadores, apre- sentou baixo desempenho. Flexibilidade: Foram observados 14 estudos (jiu- -jítsu, 5; judô, 4; taekwondo, 4; kung fu, 1), no teste de sentar e alcançar. Os lutadores apresentaram flexibilidade na média ou acima da média; somente nos estudos com judô os resultados foram mais variados, mas, mesmo assim, com um resultado positivo em relação a esse teste. Judocas apresen- taram resultados piores em testes de flexibilidade de ombro, mas não foi predominante, os resultados foram variados. Aptidão física:Foram observados 24 estudos (ca- ratê, 7; judô, 12; taekwondo,5; jiu-jítsu, 1), em que no caratê foram observados resultados variados (bom e mau desempenho). Os próprios estudos ar- 28 gumentaram a característica da luta diferente das demandas dos testes. Já os resultados dos judocas, em sua maioria, estavam acima da média; mas vale ressaltar que a maioria desses estudos foi feita com atletas de rendimento. O resultado do único estudo com jiu-jítsu demonstrou uma excelente condição física dos lutadores. Já para os atletas de taekwon- do, os resultados mostraram condicionamento na média ou acima da média. Assim, considerado como exercício físico, as lutas apresentam resultados positivos para a saúde. SAIBA MAIS Leia esta dissertação sobre aptidão física e qualidade de vida em praticantes de lutas. Dis- ponível em: https://teses.usp.br/teses/dis- poniveis/39/39132/tde-17022012-085028/ en.php 29 https://teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-17022012-085028/en.php https://teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-17022012-085028/en.php https://teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39132/tde-17022012-085028/en.php TREINAMENTO DE LUTAS E ARTES MARCIAIS Para o encerramento deste módulo, vale a pena não exatamente se posicionar, mas levantar uma questão: este material foi desenvolvido para a for- mação de profissionais de Educação Física que não necessariamente são praticantes de alguma luta ou de arte marcial. Ao mesmo tempo, quando se pensa em melhorar sua didática, entender o funcionamento do corpo com embasamento científico, o único curso que apresenta tal contribuição é a Educação Física. Assim, o conteúdo apresentado aqui teve como pre- tensão contribuir para o indivíduo que não pratica arte marcial e irá atuar na escola apresentando o valor da luta como um jogo e uma ferramenta educativa, sem o compromisso com uma modalidade ou outra, sem a pretensão de graduar alunos, pois ele mesmo não está inserido nesse contexto. Por outro lado, esta disciplina também atende ao profissional de luta que porventura ingressou no curso de Educação Física para melhorar a qualidade das suas aulas. Sem querer entrar no mérito da legalidade da pro- fissão, no sentido que o profissional de luta deveria ou não fazer Educação Física, vale entender como se dá a formação de um lutador ou artista marcial. 30 O profissional das lutas é concebido em uma for- mação de artesão (ou mestre) que está relacionada à prática de longa dada como aprendiz e, quando é utilizada a palavra “prática”, é porque a formação está no prisma do saber essencialmente, do saber executar (sujeito habilidoso). Nesse sentido, os graduados em lutas ou artes mar- ciais são exímios executores e, na maioria das vezes, todo seu conhecimento sobre a arte fica restrito ao conhecimento do seu mestre (o que tem mudado com a globalização de conhecimento – internet), mas em nenhum momento existe uma preparação profissio- nal para tornar o aluno um futuro professor. Assim, normalmente o aluno inicia ajudando o professor e, após algum tempo, replica o conhecimento da mesma maneira que o seu foi adquirido. O corpo de conhecimento da Educação Física é de grande valia para todo profissional que se depara com instrução do corpo em movimento, seja pelos aspectos fisiológicos/mecânicos, seja pelas estraté- gias didáticas. Entendemos que existem vários con- teúdos (esportes específicos) em que o profissional da luta tem de ser aprovado para conquistar seu diploma – não no mérito do papel ou do certificado, mas no mérito do corpo de conhecimento adquirido para ministrar exercícios práticos com consciência do que está fazendo. 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final deste módulo e disciplina, e com o conheci- mento apresentado, vale pensar no quanto o conhe- cimento científico e teórico em lutas pode contribuir tanto para o futuro profissional de Educação física que não tem afinidade com as artes marciais quan- to com o profissional das artes marciais que está cursando Educação Física para enriquecer o seu conhecimento e melhorar a qualidade da sua aula. Podcast 2 32 Síntese • São apresentados os aspectos técnicos e táticos relacionados às modalidades de lutas, pois esse entendimento completa um ciclo para a organização pedagógica do professor. • Após verificar o sujeito que participa da aula de luta, é discutido como esse conteúdo pode ser abordado: os aspectos pedagógicos da aula, de maneira que se pode perceber como o objetivo de aprendizagem pode ser atingido. Há possibilidade de experimentação pedagógica, mas com consciência de seus efeitos no alunos. Por exemplo, para responder o que é aprendido com a repetição mecânica do movimento sem interferência do próprio aluno durante a prática; • A partir dos conceitos e das explicações sobre o que ocorre no corpo da criança e do adolescente na dimensão motora, as futuras aulas podem ser preparadas de acordo com as competências dos alunos; • As lutas ou artes marciais, inicialmente, não foram elaboradas para crianças. Com as modificações no mundo, no último século, foram feitos ajustes, ressignificando a luta para várias idades e para vários propósitos (esportivo, formação de caráter, como exercício físico, defesa pessoal); AS LUTAS E A PRÁTICA ESPORTIVA PEDAGOGIA DAS LUTAS E DAS ARTES MARCIAIS Referências Bibliográficas & Consultadas AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (ACSM). Manual do ACSM para avaliação da aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. BARNA, T. Elite wrestlers orientation to tactical information. International Journal of Wrestling Science, v. 3, n. 1, pp. 14-20, 2013. CASPERSEN, C. J.; POWELL, K. E.; CHRISTENSON, G. M. Physical activity, exerci- se and physical fitness. Public Health Reports, Rockville, v.100, n.2, pp. 126-131, 1985. CORRÊA, U. C.; TANI, G. Esportes coletivos: alguns desafios quando abordados sob uma visão sistêmica. In: Modalidades esportivas coletivas. pp.15-23. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2006. CORRÊA, U. C.; SILVA, A. 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