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Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Com certificado online 40 horas Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares Dayanne Rakelly de Oliveira Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares Dayanne Rakelly de Oliveira 40 horas Com certificado online SUMÁRIO EPIDEMIOLOGIA DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ........................................ 4 DEFINIÇÕES ........................................................................................................................... 5 2.1 CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................................. 5 2.2 FISIOPATOLOGIA ................................................................................................................ 7 2.3 ATENDIMENTO INICIAL NA EMERGÊNCIA AO AVC HIPERAGUDO ........................ 8 2.4 TERAPIA TROMBOLÍTICA ................................................................................................. 9 DOR TORÁCICA ISQUÊMICA .......................................................................................... 11 3.1 DEFINIÇÕES ....................................................................................................................... 11 3.2 FATORES DE RISCO E SINTOMATOLOGIA .................................................................. 11 3.3 ABORDAGEM NA EMERGÊNCIA .................................................................................... 13 3.3.1 Medidas Terapêuticas Gerais .......................................................................................... 13 3.4 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 14 AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 15 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 18 Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 4 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 01 EPIDEMIOLOGIA DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda causa mais frequente de óbitos em todo o mundo, com repercussões dramáticas na qualidade de vida dos indivíduos acometidos por essa condição, dado o grau de incapacidade adquirida que o AVC impõe. Vale ressaltar que a mortalidade apresenta variação significativa em relação ao nível de desenvolvimento socioeconômico do país. Assim, cerca de 85% dos óbitos por AVC e suas consequências, concentram-se em países em desenvolvimento, com impacto, em um terço dos casos, sobre a população economicamente ativa, o que reafirma a importância de estratégias de saúde pública para controle desse agravo. Condição semelhante é encontrada nas estatísticas brasileiras, as quais trazem o AVC como a principal causa de morte, considerando a população adulta em geral (em torno de 10%), com registro de taxas em média de 108 casos por 100 mil habitantes. O AVC também constitui causa importante de internação hospitalar (10% em hospitais públicos no país). Estima-se que nos primeiros trinta dias após o AVC, a mortalidade seja de 10%, sendo que no primeiro ano do icto, esta passa a ser em torno de 40%, o que demonstra o grau de complicações associadas e seu potencial de letalidade. A necessidade de terapia de reabilitação para os usuários vítimas de um AVC é muito comum e a incapacidade de retorno para o trabalho gira em torno de 70% (impacto econômico/social). É importante considerar que significativos avanços têm sido observados nas duas últimas décadas, em especial na abordagem de pacientes na fase aguda do AVC, relacionados ao uso da terapia trombolítica e da internação em unidades de cuidados em AVC, as quais contam com equipe especializada. Unidade 2- Definições 5 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 02 DEFINIÇÕES O Acidente Vascular Cerebral (AVC) se refere ao desenvolvimento rápido de sinais e sintomas neurológicos, com alteração focal ou global da função cerebral, de origem vascular, com déficits nas funções cognitivas e sensório-motoras, sendo importante considerar que o tempo de 24 horas ou mais de duração destes sintomas, foi revisado após os avanços obtidos através de exames de neuroimagem, tendo em vista que na verdade, cerca de um terço dos pacientes que possuem clínica de Ataque Transitório Isquêmico (AIT), possuem, evidência de infarto cerebral. A partir dos avanços tecnológicos, redefiniu-se o AIT como um episódio transitório de disfunção neurológica, associada a um processo isquêmico cerebral focal, na medula espinhal ou retina, sem a ocorrência de infarto agudo. De forma geral, o AVC é caracterizado pelo surgimento repentino de comprometimento neurológico focal, que mantém relação com o local e a extensão da lesão, com manifestações de fraqueza, dormência, alterações visuais, diratria, disfagia ou afasia. 2.1 CLASSIFICAÇÃO O Acidente Vascular Cerebral se caracteriza por uma falha/interrupção no suprimento sanguíneo ao tecido cerebral, sendo classificado em dois tipos. Quando decorrente de oclusão por trombos, denomina-se de Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCi), tendo como etiologia: aterosclerose de grandes artérias, oclusão de pequenos vasos, cardioembolia, entre outras causas. Já o Acidente Vascular Cerebral hemorrágico (ACVh) decorre da ruptura espontânea de um vaso, sendo subclassificado em hemorragia intraparenquimatosa (HIP) e hemorragia subaracnóidea (HSA). Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 6 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DO AVCi E DO AVCh Fonte: Adaptada de American Heart Association (2018). QUADRO 1: CAUSAS E PRINCIPAIS SINTOMAS, DE ACORDO COM O TIPO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Variável Isquêmico Hemorrágico Causas Trombose de grandes artérias; Trombose de pequena artéria penetrante; Cardioembolia; Causa desconhecida. Hemorragia intracerebral; Hemorragia subaracnóidea; Aneurisma cerebral; Malformações arteriovenosas. Oclusão do fluxo sanguíneo por trombo para uma área do cérebro. Sangramento proveniente da ruptura de um vaso. Unidade 2- Definições 7 Este material é parte integrante do curso online"Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Sintomas principais Dormência ou fraqueza na região da face, braços, pernas, que tende a ser mais comum em um dos lados do corpo. “Cefaleia explosiva” – pior dor de cabeça da vida; Rebaixamento do nível de consciência. Fonte: Adaptado de Brunner; Suddarth (2018). 2.2 FISIOPATOLOGIA O fluxo sanguíneo cerebral (FSC) necessário para uma adequada função tecidual neuronal é de 50 a 100 mL/100g de cérebro/minuto, sendo que taxas inferiores a 10 mL/100g de cérebro/min conduzem a infarto e morte celular. Nesse intervalo, chama a atenção a área de penumbra, na qual se encontra um fluxo sanguíneo entre 22 a 10 mL/100g de cérebro/min., sendo particularmente interessante que as medidas de reversão da isquemia sejam realizadas nesse momento, considerando que há hipofluxo, entretanto, as células preservam a sua capacidade de recuperação. Diz-se portanto, que em se tratando de AVC, “tempo é cérebro”. Tem-se início a “cascata isquêmica” decorrente da interrupção do suprimento sanguíneo cerebral, com um fluxo sanguíneo inferior a 25 mL/100g de cérebro minuto, com predomínio da respiração anaeróbica, provocando um desequilíbrio eletrolítico, conforme fluxograma apresentado na figura 2. A isquemia cerebral acarreta disfunção nas bombas de sódio e potássio e despolarização das membranas, levando à excitotoxicidade e excesso de cálcio no meio intracelular, desencadeando reações em cascata, mediadas por enzimas, que conduzirão à fosfolipase das membranas neuronais e morte celular. O edema cerebral decorrente deste processo de excitotoxicidade constitui o principal fator de agravamento e morte nos pacientes. Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 8 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). FIGURA 2: CASCATA ISQUÊMICA DO AVC Fonte: Adaptado de Brunner; Suddarth (2018). 2.3 ATENDIMENTO INICIAL NA EMERGÊNCIA AO AVC HIPERAGUDO A unidade especializada no cuidado à vítima de AVC deve possuir um protocolo sistemático de atendimento, com vistas ao reconhecimento rápido e preciso de sinais e sintomas, estabelecimento de prioridades e etapas no atendimento, bem como, o início de terapêutica específica. O protocolo de condutas recomenda a avaliação do padrão respiratório, sendo que para os pacientes que apresentam rebaixamento do nível de consciência, deve-se iniciar assistência ventilatória, a fim de se manter um saturometria > 94%. Manter a monitorização Isquemia Insuficiência de energia Acidose Aumento do cálcio intracelular Despolarização Glutamato aumentado Decomposição de membranas celulares e proteínas Formação de radicais livres Produção e proteína diminuída Lesão e morte celulares Unidade 2- Definições 9 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). cardíaca por no mínimo, as primeiras 24 horas após o icto. Controlar rigorosamente a hiper e a hipoglicemia, manter paciente normoglicêmico, e tratar a hipertermia com antipiréticos. A avaliação inicial deve seguir as etapas preconizadas pelo Advanced Cardiac Life Support (ACLS) – abordagem baseada no ABC (airway, breathing, circulation). QUADRO 2: METAS/TEMPOS ESTABELECIDOS PELO National Institute of Neurological Disorders (NINDS) NO ATENDIMENTO AO PACIENTE COM AVC. CONDUTA TEMPO Porta-médico ≤ 10 minutos Porta-time AVC ≤ 15 minutos Porta-realizar TC de crânio ≤ 25 minutos Porta-interpretação da TC de crânio ≤ 45 minutos Porta-início do fibrinolítico ≤ 60 minutos Porta-admissão na unidade de AVC ≤ 3 horas *TC: tomografia computadorizada. 2.4 TERAPIA TROMBOLÍTICA Uma vez determinado o tipo de AVC, o tratamento será definido e, para os casos de AVCi, a terapia trombolítica estará indicada em até 4 horas e 30 minutos a contar do início dos sintomas. Esse tratamento fundamenta-se na recanalização arterial por trombólise química ou mecânica. O uso do rtPA por via endovenosa está aprovado desde 1996, possuindo na atualidade, uma janela terapêutica, com desfechos clínicos mais relevantes, entre 3 horas a 4 horas e 30 minutos. Logo, uma vez aplicados os critérios de elegibilidade para a terapia trombolítica, esta deve ser infundida na dose de 0,9 mg/kg, sendo 10% da dose administrada em 1 minuto e o restante infundido em 1 hora, não excedendo a dose máxima de 90 mg. Faz-se necessário a monitorização do paciente em uso da terapia trombolítica, com especial atenção para a ocorrência de sangramento, razão pela qual não se deve administrar heparina, antiagregante plaquetário ou anticoagulante, nem realizar passagem de sondas ou cateteres, nas primeiras 24 horas desta terapia. Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 10 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). A avaliação do paciente, com destaque para o controle rigoroso da função neurológica, deve ser realizada através da aplicação de instrumentos, sendo um dos mais utilizados no mundo, o escore de AVC do National Institutes of Health, a NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale). Esta escala é composta por onze itens mesuráveis, com objetivo de avaliar o nível de consciência e o grau de comprometimento neurológico, devendo ser aplicada a cada 15 minutos durante a terapia trombolítica, a cada 30 minutos durante as seis horas seguintes e, a cada hora, até que se complete as 24 horas. Unidade 3 – Dor Torácica Isquêmica 11 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 03 DOR TORÁCICA ISQUÊMICA 3.1 DEFINIÇÕES A Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é terminologia empregada para um amplo espectro de variações clínicas decorrentes do comprometimento no suprimento sanguíneo ao miocárdio, que em um primeiro momento, na abordagem ao paciente, podem se manifestar de forma muito similar, por vezes, indistinguíveis. Essas variações vão desde um quadro de angina instável (AI) até o infarto agudo do miocárdio (IAM), com graus variáveis de obstrução. A diferenciação entre a síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (SCASST) e o infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) se faz pelo grau de isquemia e dano miocárdico, ambos os espectros clínicos provocam alterações nos marcadores de necrose miocárdica. O IAMSSST é o espectro mais grave, decorrente da obstrução total de um segmento da artéria coronária envolvida com intensa isquemia. A não resolução rápida e precisa deste evento isquêmico conduz a necrose e perda da capacidade contrátilao miocárdio. 3.2 FATORES DE RISCO E SINTOMATOLOGIA A Doença Arterial Coronariana (DAC) decorre da presença de aterosclerose das artérias coronárias. As placas ateroscleróticas provocam o estreitamento progressivo da luz do vaso sanguíneo, com diminuição do fluxo sanguíneo (figura 3). Dentre os fatores de risco modificáveis para a DAC, tem-se: O sedentarismo Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 12 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). O tabagismo A obesidade A hipertensão arterial sistêmica (principal fator) Uso abusivo de álcool Diabetes Dislipidemia. No que diz respeito aos fatores de risco não modificáveis para a DAC, estão a idade, sexo, raça e história familiar (especial atenção para DAC em menos de 55 anos em homens e menos de 65 anos em mulheres). Classicamente, a dor tem sido apontada como um dos principais sintomas da isquemia miocárdica, que tende a ser descrita como uma sensação de opressão (aperto) no peito ou queimação, com irradiação para a região da mandíbula, membros superiores, epigástrio e dorso. No IAM, a dor torácica típica costuma durar mais de 20 minutos, sendo irresponsiva a medidas de repouso ou mudança de posição. É importante considerar que alguns grupos populacionais específicos (mulheres, idosos e diabéticos) não irão apresentar a dor torácica típica observada no IAM, mas sim equivalentes de isquemia miocárdica: dispneia, palidez cutânea, diaforese e síncope. Para essa população, a atenção deve estar direcionada a essa sintomatologia, com vistas a não retardar o diagnóstico. FIGURA 3: ETIOLOGIA DA ISQUEMIA MIOCÁRIDICA ETIOLOGIA Fonte: Linha de cuidado IAM/BRASIL (2011). Fatores desencadeantes mais comuns das SCA Instabilização da placa aterosclerótica Progressão de lesão aterosclerótica Aumento da demanda de Oxigênio pelo miocárdio Unidade 3 – Dor Torácica Isquêmica 13 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 3.3 ABORDAGEM NA EMERGÊNCIA Na abordagem do paciente com suspeita de SCA, no momento da classificação de risco, pode-se empregar como mnemônico para a avaliação da dor torácica, a sigla PQRST*: P = o que provoca a dor? Causas? Q = o paciente deve qualificar a dor; R = irradiação – a dor irradia para algum lugar? S = severidade (intensidade) – na escala de 0 a 10, qual é a severidade da dor? T = há quanto tempo a dor começou? É contínua ou intermitente? *Nursing Crib (2018). Preconiza-se a realização do eletrocardiograma em menos de 10 minutos da chegada do paciente ao serviço de emergência, que apresente sinais clínicos de SCA. Deve-se mensurar os marcadores bioquímicos de necrose miocárdica, na admissão, e repetidos de 3 a 6 horas. As troponinas T e I são os marcadores de escolha para o diagnóstico. 3.3.1 Medidas Terapêuticas Gerais O paciente com dor torácica e diagnóstico eletrocardiográfico de IAMSSST deve ser submetido à terapêutica de recanalização coronariana, através de fibrinólise ou angioplastia primária. Na ausência de SSST, mas com ECG demonstrando alterações compatíveis com isquemia, deve-se iniciar a terapia anti-isquêmica imediatamente: morfina, oxigênio, nitrato, ácido acetilsalicílico (AAS), betabloqueadores (BB), clopidogrel e heparina (MONABCH). A morfina é a droga analgésica de escolha na dor torácica de origem isquêmica, com efeitos sobre a redução da resistência vascular sistêmica, da pré e pós-carga ventricular esquerda, na dose de 3 a 5 mg (IV), a cada 5 a 30 minutos. Na presença de dor torácica isquêmica, recomenda-se a administração de oxigênio em pacientes com saturação < 94% ou sinais de hipóxia. A terapia com nitratos é efetiva na redução da dor, pelo efeito vasodilatador sobre as coronárias, na dose de 5 mg sublingual, de 5 em 5 minutos, no máximo, três vezes. O AAS é efetivo na inibição da reoclusão coronariana, antiagregante plaquetário, atuando na diminuição de recorrências da isquemia, na dose de 160 a 325 mg (mastigados). Já a ação dos BB ocorre através do bloqueio da estimulação simpática sobre a frequência cardíaca e a contratilidade miocárdica, diminuindo o consumo de oxigênio. Devem ser Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 14 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). iniciados nas primeiras 24 horas. Os anticoagulantes são indicados a todos os pacientes portadores de SCA. 3.4 CONCLUSÕES As urgências cerebrovasculares e cardiovasculares são causas comuns de procura por serviço de emergência, no atendimento pré-hospitalar e de pronto socorro, com repercussões dramáticas sobre a população acometida. Representam as principais causas de óbito na população em geral, no mundo e no Brasil, sendo que em países em desenvolvimento, os fatores implicados no atraso quanto ao reconhecimento de sinais e sintomas e na condução adequada dos casos (protocolos) são aspectos envolvidos na maior mortalidade. As linhas de cuidados ao acidente vascular cerebral e ao infarto agudo do miocárdio oferecem estratégias de organização da Rede de Atenção às Urgências, de modo a melhor condução dos casos e adoção de práticas de manejo desde os fatores de risco modificáveis até as medidas no setor de emergência e no seguimento destes pacientes. Avaliação 15 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). AVALIAÇÃO Responda a avaliação abaixo em sua conta, no site www.enfermagemadistancia.com.br. Você precisa atingir um aproveitamento igual ou superior a 60% para poder emitir o seu certificado. 1. A Doença Arterial Coronariana (DCA) é a causa principal de mortalidade no Brasil. Assinale a alternativa que apresenta o fator de risco mais importante para esse evento. a. Obesidade. b. Idade. c. Tabagismo. d. Hipertensão arterial. 2. Em qual espectro clínico da Síndrome Coronariana Aguda, indica-se a fibrinólise? a. Angina instável. b. IAM sem SSST. c. IAM com SSST. d. Angina estável. 3. A dor torácica típica é o principal sintoma de SCA. Entretanto, populações de idosos, mulheres e diabéticos costumam apresentar equivalentes de isquemia miocárdica. Opte pela alternativa que possui o mais importante destes sintomas. a. Náuseas. b. Dispneia. Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 16 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). c. Dor epigástrica. d. Cefaleia intensa. 4. O eletrocardiograma (ECG) é o principal exame complementar na investigação inicial de pacientes com suspeita de SCA. Segundo os protocolosclínicos, este exame deve ser realizado na emergência, com tempo máximo após a chegada do paciente de: a. 10 minutos. b. 5 minutos. c. 20 minutos. d. 15 minutos. 5. Recomenda-se a administração de oxigênio em pacientes com SCA na emergência em qual das situações? a. Deve-se administrar oxigênio a todos os pacientes. b. Excepcionalmente, quando saturação de oxigênio < 94%. c. Apenas quando presente dor torácica refratária à nitratos. d. Sinais de hipoxemia 6. A área de penumbra no AVCi, é particularmente importante para as medidas de reversão da isquemia, uma vez que as células neuronais preservam a sua capacidade de recuperação. Nesta condição, é possível encontrar: a. Fluxo sanguíneo cerebral entre 22 a 10 mL/100g de cérebro/min. b. Fluxo sanguíneo cerebral < 10 mL/100g de cérebro/min. c. Fluxo sanguíneo cerebral > 100 mL/100g de cérebro/min. d. Fluxo sanguíneo cerebral em torno de 50 mL/100g de cérebro/min. 7. A cascata isquêmica no AVC é desencadeada por uma série de eventos de excitotoxicidade, mediada por aminoácidos excitatórios, em resposta ao comprometimento na produção de ATP. Assinale o principal fator de morte em pacientes com AVC. Avaliação 17 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). a. Pneumonia. b. Sepse. c. Edema cerebral. d. Úlcera por pressão. 8. A trombólise no AVCi, é o único procedimento específico comprovado para a terapêutica em sua fase aguda. Com relação ao tempo “porta-início do fibrinolítico”, este deve ser: a. ≤ 45 minutos. b. ≤ 60 minutos. c. ≤ 3 horas. d. ≤ 25 minutos. 9. O uso do rtPA endovenoso na terapia trombolítica do AVCi é aprovado desde 1996. Estudos atuais recomendam uma janela terapêutica para a utilização do rtPA de: a. Estendida a 24 horas pós-icto. b. Inferior a 3 horas pós-icto. c. Entre 3h e 4:30 horas pós-icto. d. Por no máximo, 90 minutos pós-icto. 10. Durante a administração da terapia trombolítica no AVCi, deve-se monitorar rigorosamente, a função neurológica do paciente, através da aplicação de escore de AVC, a intervalos: a. A cada 1h durante a terapia trombolítica. b. A cada 30 minutos durante as seis horas seguintes à terapia trombolítica. c. A cada 15 minutos durante as seis horas seguintes à terapia trombolítica. d. 24 horas após a terapia trombolítica. Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 18 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). REFERÊNCIAS Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda mais o seu conhecimento. AMERICAN HEART ASSOCIATION. Impact of Stroke (Stroke Statistics) [internet]. In: American Stroke Association; 2016, BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral. Brasil: MS, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Manual instrutivo da Rede de Atenção às Urgências e Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS)/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. 84 p. BRUNNER, L.S.; SUDDARTH, D. S. Brunner & Suddarth: manual de enfermagem médico-cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2015. COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. Linha de cuidados em Acidente Vascular Cerebral (AVC) na rede de atenção às urgências e emergências. Brasília: CONITEC; 2018. GÓIS, A. F. T. de. Emergências médicas. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017. GOLIN, V.; SPROVIERI, S. R. S. Condutas em urgências e emergências para o clínico. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2012. MONTEIRO, N. C. A. et al. Assistência de enfermagem a pacientes com acidente vascular cerebral hiperagudo em unidades de emergência. In: PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Urgência e Emergência. Ciclo 6. Volume 2. Associação Brasileira de Enfermagem: organizadora-geral. Porto Alegre: Artmed Panamericana, 2018. NURSING CRIB. Remember PQRST for pain assessment [internet]. 2018. Referências 19 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). PROENF Programa de Atualização em Enfermagem: Urgência e Emergência. Ciclo 6. Volume 1. Associação Brasileira de Enfermagem: organizadora-geral. Porto Alegre: Artmed Panamericana, 2018. Atualização em Urgências Cerebrovasculares e cardiovasculares 20 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). Quer nos contar o que achou do curso ou tirar alguma dúvida sobre o material? Envie um e-mail para contato@enfermagemadistancia.com.br para que possamos melhorar nossos cursos cada vez mais. Aguardamos seu contato. . 21 Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Urgências Cerebrovasculares e Cardiovasculares" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). GOSTOU DESTE CURSO? 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