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Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG Doenças bacterianas e viróticas-@mpaula.vet Carbúnculo Hemático Também são chamados de carbúnculo maligno, antraz, febre esplênica, carbúnculo bacteriano, afeta animais, principalmente herbívoros, e humanos (zoonose), a manifestação da doença é rápida que culmina com a morte. É uma bactéria gram positiva, aeróbicas, capsuladas, imóveis, na presença de oxigênio elas formam esporos, possuem toxinas extremamente potentes, a virulência tem a ver com produção da toxina proteica complexa (pX01) e cápsula (pX02). Na presença de O2 e na temperatura de 12°C a 43°C elas conseguem esporular, isso leva aproximadamente 48 horas, são extremamente resistentes ao ambiente, seja em meios sólidos ou líquidos, só sai da forma esporulada quando faz a lise. Os esporos sofrem pouca influência da dessecação (perca de umidade), se mantem por até 10 minutos em temperatura de 140°C e até 3 horas em locais secos, no estábulo e esterco podem ficar meses ativa, recebendo luz solar direto podem ficar por 100 horas, permanecem no sangue de animais putrefatos ficam por até 11 anos, no suco gástrico a forma esporulada não é inativada, se submetida a temperatura de fervura, 20 minutos em autoclave e altas concentrações de desinfetantes podem ser inativados apenas a forma vegetativa e não a esporulada. Na forma vegetativa é inativada quando submetida a fervura e pasteurização, em animais em estado de putrefação (24 a 48 horas) podem se manter por 30 dias, na salmoura consegue inativar após 45 dias e desinfetantes comuns consegue inativar. Acomete todos os mamíferos, mas em especial os herbívoros, os carnívoros são muito resistentes. Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG O principal reservatório é o solo, os esporos podem ficam durante décadas, em solos ricos em matéria orgânica, moderadamente alcalinos, altas concentrações de Ca (é o mais importante para constituição do esporo) e nitrogênio possuem condições ideais para a esporulação da bactéria, esses lugares que possuem essas características normalmente são regiões endêmicas, ocorrem surtos elevados de mortalidade. As terras férteis, ricas e humus, matéria orgânica, calor e umidade, esporos podem voltar a formar vegetativa para se replicar e depois esporulam novamente. Em muitas vezes as regiões de café, cana de açúcar e laranjas podem ter grande risco do ambiente ser contaminado. Frequentemente existem surtos associados com carcaças de animais no ambiente, aragem, inundações, escavações, importação de fertilizantes contaminados, couro, farinhas de carne e osso, água residuais de fabricas de curtumes, lavadouros de lã, irrigação com água contaminada, adubação com esterco de origem animal contaminado. Não há formação de esporos nos animais infectados ou intactos, ocorre apenas no ambiente As fontes de infecção são animais doentes ou convalescentes que contaminam o ambiente, a forma vegetativa pode ser transmitida por secreções e excreções hemorrágicas, leite de vacas que recuperam, fezes de carnívoros alimentados com carne de animais infectados, urina, saliva, quando o animal vai a óbito pode ocorrer a formação de esporo. A principal forma de transmissão é a ingestão desses esporos em pastos e água contaminados por contato direto com secreções ou excreções Casos primários: tem a infecção pela fonte primária de esporos, por exemplo, um fertilizante contaminado, o animal ingere o pasto junto com o fertilizante e acaba se contaminando. Casos secundários: infecção por contato com os esporos eliminados pelos primeiros animais que adoeceram. Os herbívoros são mais contaminados pela frequente exposição de esporos na terra, ingestão de ração, farinha de ossos, carne, sangue, peixe contaminados não autoclavados, contaminação por comércios de animais entre países, farelo, milho, feno, silagem contaminados, pela terra, pelo ou lã, em locais que há lesões na cavidade oral causada pelos pastos, periodontite, erupção e troca de dentes, transcutânea, aerossóis (menos comum, mas em humanos ocorre em acidentes em laboratório), ingestão de carne e raramente por contato direto pelo animal doente, pode acontecer contaminação por insetos hematófagos. A transmissão acontece por todo ano, mas pode haver surtos em épocas que ocorre chuvas torrenciais após seca, a morbidade é variável de acordo com a região, a mortalidade é alta em equinos e ruminantes, em suínos alguns recuperam e carnívoros a morte é evitada com tratamento. Pode ocorrer por via digestória (principal), inalatória e percutânea. Ocorre a ingestão, a bactéria passa de esporulada para vegetativa para se multiplicar na porta de entrada, pode atingir macrófagos, linfonodos regionais, vias linfáticas e hemácias, é disseminado para vários órgãos, ocorre alta multiplicação na circulação e tecidos daí ocorre a produção e liberação de toxinas, elas que causam as lesões nos animais, Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG como edemas, hemorragias generalizadas, choque séptico, falência renal e respiratório, podendo chegar ao óbito). Elas possuem uma cápsula que dificulta a fagocitose dos macrófagos e destruição. Quando ocorre por via inalatória, ocorre fagocitose por macrófagos alveolares, ela circula livre ou fagocitada pelos macrófagos, passa da forma esporulada para a vegetativa, produz toxinas e pode ocorrer pneumonia hemorrágica, linfadenite mediastínica ou sepse, em poucas horas o animal vai a óbito. Na via percutânea (precisa ter uma lesão porque ela não é invasiva), ela passa para a forma vegetativa, forma toxina e ocorre pústulas, necrose central, essas lesões podem ficar restritos aos tecidos ou disseminar para outros locais (linfonodos e circulação). É comum acontecer em humanos (laboratórios), em equinos e bovinos (insetos). Cápsula e toxina proteica completa: possui 3 fatores que trabalham em conjunto (sinergia). Fator 1 (edema): tem uma atividade maior na presença de calmodulina (presente no ambiente), auxilia na dificultar a fagocitose, favorece o edema e hemorragia. Fator II (antígeno protetor): ligação entre fator I e III, é essencial para o efeito, atua na ação antifagocitária. Fator III (fator letal), associado com enzimas, ativa citocinas, sinergismo, favorece lesões neurológicas e respiratórias. A expressão desde plasmídeos depende da temperatura do hospedeiro e da concentração de CO2, a espécie também afeta a inibição da germinação (esporulado para vegetativo). Sinergismo I, II e III: isoladamente não tem efeitos patogênicos, possui efeitos antifagocitários, aumento da permeabilidade vascular, resulta na alteração de coagulação, morte de fagócitos, bloqueio de ação opsonizante do sistema complemento, hipóxia tecidual, trombose e necrose, esse efeito sinérgico resulta para o animal edema generalizado, hemorragia, asfixia, falência orgânica e óbito por choque. O período de incubação nos mamíferos é de 1 a 7 dias (comum entre 1 e 2 dias), tem as formas super agudas ou agudas, ocorre edema e pústulas cutâneas, eliminação de sangue não coagulável pelas cavidades naturais e dispneia. Quando ocorre a forma superaguda, essa formula normalmente é associada nos casos primários, vão a óbito de 1 a 3 horas, manifestam decúbito repentino, tremores, febre, crises epilépticas, óbito, eliminação de sangue pelos orifícios naturais. Na forma aguda, acontece mais, vão ter progressão de até 48 horas, começam com prostração intensa, febre alta, tremores, dispneia, atonia ruminal, mucosa congesta e hemorrágica, excitabilidade seguida de depressão,incoordenação, taquicardia, crises epilépticas, colapsos, óbito em 48 horas. No subagudo acontece em período maior de 48 horas, acontece urina escura, hematúria, fezes escuras com sangue, secreção nasal sanguinolenta, edemas subcutâneos generalizados, edemas, agalaxia, abortos, leite amarelados. Na forma crônica é raro, a progressão é de 15 a 30 dias a meses, bem lenta, pode acontecer Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG emagrecimento progressivo, necrose nos locais de edema. No geral irá ter hemorragias por cavidades naturais pouco antes ou logo após o óbito, elevação da temperatura mesmo após o óbito (sepse), posição de cavalete em poucos minutos, inchaço precoce na carcaça (em 1 hora). O período de incubação é de 3 a 7 dias, são associados a doença em ruminantes, tem frequentemente o curso agudo (óbito em 48 a 96 horas), ocasionalmente a forma hiperaguda. Possuem cólica, enterite, sangue nas fezes, apatia, dispneia, cianose, hiperexcitabilidade, tremores, hipertermia, edemas, sepse, grandes tumefações edematosas, febre, depressão dispneia (local do edema), hemorragia após o óbito. Tem ocorrência maior de casos inaparentes, ocorrência maior por ingestão. Podem ter 3 formas: Cervical (faríngea): edema na região cervical, linfadenopatia regional, febre, anorexia, incoordenação, disfagia, cianose e óbito Entérica: diarreia com ou sem presença de sangue, anorexia, crises epilépticas e óbito Septicêmica: é rara, fatal e comum em leitões, ocorre morte súbita. Até 50% dos que tem a cervical ou entérica podem evoluir para crônico e se recuperar. É incomum, existem espécies mais frequentes (vison e guepardos), principal transmissão é por via oral, o período de incubação é de 3 a 7 dias. Ocorre anorexia, febre, letargia, gastroenterite hemorrágica, linfadenomegalia cervical, edema de cabeça e pescoço. Em cães e gatos a manifestação cutânea é incomum. Elevação da temperatura corporal pós mortem, secreção sero sanguinolenta ou hemorrágica de cavidades naturais, enegrecida, não coagulável, rigor mortis incompleto com carcaça entrando rapidamente em decomposição, não deve ser realizada a necropsia do animal a campo (a forma esporulada não está presente no animal, mas a partir do momento que abrimos o animal e ela entra em contato com o oxigênio ela esporula e contamina o ambiente). Podem ser observado extenso edema subcutâneo, gelatinoso, conteúdo sanguinolento na cavidade interna, petéquias e equimoses nas serosas, esplenomegalia, órgãos parenquimatosos hemorrágicos e escurecidos, liquefação do baço. Associar histórico do animal, sinais clínicos e achados anatomopatológicos. A coleta do material deve ser feita de forma cuidadosa, com proteção individual, coleta asséptica (com a seringa) do líquido sero-sanguinolento dos edemas, sangue das veias periféricas, fezes, biópsia de pele, lavado traqueal líquor, se não conseguir do animal pode ser pego do ambiente (água, solo, fragmentos teciduais), deve ser refrigerado, evitar enviar pelo correio, as amostras devem ser incineradas após análise. Coloração (lâminas) Cultura de isolamento PCR Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG IFA Sorologia em cães A evolução é rápida na maioria dos herbívoros por isso é difícil de tratar, é utilizado a penicilina, fazer sempre reposição hidroeletrolítica e dexametasona (5mg/kg). Na maioria das vezes é feito em animais que foram expostos, porque animais que foram testados positivos serão eutanasiados. A notificação é imediata e obrigatória, aplicação de medidas de defesa sanitária animal, a propriedade é interditada, ter cuidado com o trânsito, descarte adequado dos animais, fazer incineração, desinfecção, administrar penicilina benzatina nos animais potencialmente expostos. Evitar a contaminação, ter cuidado com alimentos, farinhas, compra c de materiais e insumos, não fazer a necropsia em campo, a vacinação é importante, mas ainda não há consenso da melhor. É uma zoonose grave, é utilizado como bioterrorismos, possui riscos ocupacionais, pode ocorrer acidentes, inalação, ingestão. Nos humanos a manifestação comum é cutânea, levando a pústulas de centro enegrecido, manipulação de animais ou produtos animais com esporos, a letalidade é acima de 70% e o período de incubação é variável podendo durar de dias a meses.
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