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Carbúnculo Hemático: É uma enfermidade infecciosa e contagiosa. Acomete ruminantes (mais sensíveis), equinos e seres humanos (bomba biológica). Etiologia: O agente etiológico é o Bacillus anthracis, bactéria gram-positiva, em forma de bacilos, arredondadas e imóveis, tem a capacidade de formar esporos, ou seja, aumenta a resistência, ele pode usar tanto o oxigênio quando o gás carbônico para efetuar a respiração- aeróbia facultativo. Possuem uma cápsula de poli- D- glutamato polipeptídeo é importante para adquirir resistência a bactéria. Epidemiologia: Possuem distribuição mundial em climas tropicais e subtropicais, preferem locais com alta densidade pluviométrica e estão presentes no solo, principalmente com a presença de matéria orgânica- fatores que favorecem os surtos. No Brasil são comuns nos estados RS, SP, MG e RJ- principalmente em bovinos. No nordeste é comum em bovinos e caprinos. Os fatores ambientais que favorecem a multiplicação da bactéria são: períodos chuvosos (umidade favorece crescimento bacteriano), a transição de períodos chuvosos com seca prolongada, faz com que haja esporulação; temperatura elevada; pastagem seca e firme, visto que causa lesões na mucosa oral e favorece a penetração do agente etiológico. Os esporos são encontrados nas pastagens e solo, farinha de carne e osso, concentrado proteico, excreções, sangue e carcaças. A morbidade e mortalidade da doença são elevadas. E há maior suscetibilidade em ruminantes, depois em equinos e depois suínos. A infecção ocorre através da ingestão do esporo na água ou alimentação, utilização de fômites contaminados, agulha contaminada, inalação (menor importância para animais), picadas de insetos (Stomoxys e tabanídeos). Patogenia: Após a ingestão dos esporos é necessário que haja uma lesão na mucosa para que os esporos possam penetrar, atingem o sistema linfático carreados por macrófagos para linfonodos, causando uma linfadenite ou linfangite, atingem principalmente o baço, levando a uma septicemia. A cápsula de poli-D- glutamato é o fato de disseminação do bacilo e de inibição de leucócitos- inibe a fagocitose. O agente produz 3 tipos de exotoxinas. O fator II é responsável pela fixação da toxina e da bactéria no macrófago; o fator I que é a toxina do edema- adenilato ciclase que causa alteração no consumo dos fatores de coagulação, faz com que tenha sangramento, hemorragia. O fator III é a toxina letal que é responsável pelas lesões no sistema cardiorrespiratório e fígado, quanto mais proteases, lise celular sepse até entrar em choque séptico. Sinais clínicos: Bovinos: forma hiperaguda- ocorre no início dos surtos, evolução clínica de 1-2h, apático e febril, convulsões, morte- sangramento das narinas, boca, ânus e vulva. Bovinos: forma aguda: evolução clínica de 48h, hipertermia (maior de 41°), FC elevada, respiração rápida e profunda, mucosas congestas e hemorrágicas, anorexia, diminuição ou atonia ruminal, pode ocorrer diarreia e abortos, edema de glote, garganta, esterno, períneo e flancos. Equinos: forma aguda: evolução clínica de 48-96h, infecção por ingestão (septicemia com enterite e cólica), infecção por picada de insetos (tumefações edematosas, doloridas e firmes no tecido subcutâneo), hipertermia (39,5-40ºC), dispneia, depressão. Patologia: Não realizar necropsia-contaminação do solo, infecção por inalação (esporos), ausência de rigor mortis, devido a septicemia, presença de líquido sanguinolento espumoso nos orifícios espumoso nos orifícios naturais; carcaça inchada-posição de cavalete. O animal apresenta esplenomegalia, tecido subcutâneo com gás e material gelatinoso, amolecimento (liquefação) do parênquima do baço, ruptura espontânea do baço, ausência de coagulação sanguínea, hemorragia dos órgãos, fluido serosanguinolento nas cavidades, enterite. Lesões no local da infecção de bovinos e equinos, como enterite hemorrágica, edema hemorrágico de garganta, congestão e consolidação pulmonar. Histopatologia o baço tem polpa vermelha e branca pouco evidentes com presença de leucócitos e cadeias de bacilos. Diagnóstico: Identificação do Bacillus anthracis- fluido serosanguinolento ou sangue (morto), fluido do edema ou sangue periférico (vivo), coloração por azul de metileno, cápsula corada de rosa, bordas de aposição quadradas e bordas livres arredondadas. Isolamento e cultivo do Bacillus anthracis- ágar sangue + inoculação em camundongos- material: orelha, canela, sangue por aspiração cortando a base da orelha ou jugular, fluidos, baço e linfonodos. Como diagnóstico diferencial tem descargas elétricas, carbúnculo sintomático, edema maligno, hemoglobinúria bacilar, leptospirose. Controle e profilaxia: ➔ Destruição imediata de carcaças e fluidos- incineração, enterrados com profundidade de 2m + cal ➔ Desinfecção dos fômites- forma vegetativa: desinfectantes comuns/calor de 60°C ➔ Forma esporulada: formalina 40%/hidróxido de sódio 5-10% ➔ Controle do surto: isolamento dos animais enfermos; aplicação de penicilina ou tetraciclina. ➔ Vacinação- Sterne- cepa atenuada, esporulada e acapsulada. Primovacinação 3-6 meses, reforço após 30 dias, revacinação anual.
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