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Enzimas Definição Praticamente todas as reações no organismo são mediadas por enzimas, as quais são proteínas catalisadoras que aumentam a velocidade das reações, sem sofrerem alterações no processo global. Dentre as muitas reações biológicas energeticamente possíveis, de forma seletiva, as enzimas canalizam reagentes (chamados de substratos) para rotas uteis. As enzimas comandam, assim, todos os processos metabólicos. Tipos: ● Proteicas (a maioria, e será nosso foco!) ● Ribozimas (Encontradas nos ribossomos, geralmente catalisando a quebra e a síntese de ligações fosfodiéster) Histórico Final de 1700 ● Componentes da degradação da carne pelos sucos gastrointestinais 1850 ● Louis Pasteur Açúcar ➔ álcool por leveduras ‘’ fermentos’’ inseparáveis de células. Importância das enzimas Atuam acelerando as reações necessárias ao nosso corpo. Elementos básicos de uma reação enzimática: ** As enzimas são capazes de catalisar reações químicas de outras substancias no organismo ** O substrato é aquele que constitui parte essencial do ser, a origem... ** Produto é a substancia que resulta de um processo químico. → As enzimas aumentam a eficiência da reação: 1015 = 100000000000000 Alguns exemplos de processos que utilizam enzimas Controle da pressão arterial Digestão Glicólise Reação enzimática As moléculas enzimáticas contêm uma região específica, em forma de fenda ou bolso, chamada de sítio ativo. Este sítio contém cadeias laterais de aminoácidos que participam da ligação com o substrato e da catálise. O substrato liga-se à enzima, formando um complexo enzima-substrato (ES). Acredita-se que a ligação cause uma alteração conformacional na enzima (encaixe induzido) que permite a catálise. O complexo ES é convertido no complexo enzima-produto (EP), que posteriormente se dissocia em enzima e produto. Enzima – substrato – produto Resumindo... As enzimas são moléculas catalisadoras, que atuam alterando a velocidade de uma reação química, que ou o que provoca catálise. Levam a redução do tempo necessário para que a reação ocorra. Modelo chave-fechadura As enzimas são altamente específicas, interagindo com um ou alguns poucos substratos e catalisando apenas um tipo de reação química. As reações catalisadas por enzimas são altamente específicas. O número de moléculas de substrato convertidas em moléculas de produto por uma molécula de enzima em um segundo é chamado de número de renovação (turnover) ou Kcat e tipicamente está na faixa de 102 a 104 s-1. Mecanismo de catálise Praticamente todas as reações químicas têm uma barreira de energia separando os reagentes dos produtos. Essa barreira é denominada energia livre de ativação, é a diferença entre a energia dos reagentes e aquela de um intermediário de alta energia, que ocorre durante a formação do produto. Devido à grande energia livre de ativação, as velocidades das reações químicas não catalisadas são frequentemente lentas. Para as moléculas reagirem, devem conter energia suficiente para superar a barreira de energia no estado de transição. Na ausência de uma enzima, somente uma pequena proporção da população de moléculas possui energia suficiente para atingir o estado de transição entre o reagente e o produto. A velocidade da reação é determinada pelo número dessas moléculas ‘’ energizadas’’. Em geral, quanto menor a energia livre de ativação, mais moléculas tem energia suficiente para superar o estado de transição e, assim, mais rápida é a velocidade da reação. Geralmente a enzima oferece à célula uma rota alternativa de baixa energia livre de ativação, assim ela não altera a energia livre dos reagentes ou dos produtos. Entretanto acelera a velocidade da reação. → Produto nunca volta a se ligar a enzima, portanto, a terceira etapa da reação não tem volta, não está correta. → ES significa um estado de transição. Alguns exemplos de processos que utilizam enzimas em nossas células: Mitocôndria Ciclo do ácido cítrico. Oxidação de ácidos graxos. Descarboxilação do piruvato. Citosol Glicólise. Ciclo das pentoses. Síntese de ácidos graxos. Núcleo Síntese de DNA e RNA. Lisossomo Degradação de macromoléculas complexas. Química do sítio ativo O sítio ativo não é um receptáculo passivo para a ligação do substrato mas sim uma máquina molecular complexa, empregando uma diversidade de mecanismos químicos para facilitar a conversão do substrato em produto. Diversos fatores são responsáveis pela eficiência catalítica das enzimas, entre eles: Estabilização do estado de transição: o sítio ativo frequentemente atua como um molde molecular flexível, que se liga ao substrato e inicia sua conversão para o estado de transição, uma estrutura na qual as ligações não são iguais àquelas do substrato ou do produto. Estabilizando o estado de transição, a enzima aumenta muito a concentração do intermediário reativo que pode ser convertido no produto e, assim, acelera a reação. Outros mecanismos: o sítio ativo pode fornecer grupos catalíticos que aumentam a probabilidade de o estado de transição se formar. Visualização do estado de transição: a conversão do substrato em produto, catalisada por enzimas, pode ser imaginada como remoção de um suéter de um bebê não cooperativo. O processo possui elevada energia de ativação, pois a única estratégia razoável para retirar a roupa requer que a agitação aleatória do bebê resulte em uma posição em que os dois braços fiquem completamente estendidos acima da cabeça – uma postura improvável. Propriedades: Holoenzimas Algumas enzimas precisam de outras moléculas além da proteína para a sua atividade enzimática. O termo holoenzima se refere à enzima ativa com seu componente não proteico, enquanto a enzima sem seu componente não proteico é chamada de apoenzima e é inativa. Se esse componente não proteico for um íon metálico como Zn2+ ou Fe2+, ele é chamado de cofator. Se esse componente for uma molécula orgânica pequena, é chamado de coenzima. Caso a coenzima estiver permanentemente associada à enzima retornar a seu estado original, é chamada de grupo prostético. São formadas por grupos prostéticos. São enzimas conjugadas. As holoenzimas dependem de outras moléculas para sua atividade, podendo ser: Metálicas: Cofatores – Zn2+ Não Metálicas: Coenzimas – NAD+ Grupo prostético formando a holoenzima... Alguns íons inorgânicos que servem de cofatores para enzimas: Íons Enzimas Cu2+ Citocromo-oxidase Fe2+ ou Fe3+ Citocromo-oxidase, catalase, peroxidase K+ Piruvato-cinase Mg2+ Hexocinase, glicose-6-fosfatase, piruvato-cinase Mn2+ Arginase, ribonucleotídeo-redutase Mo Dinitrogenase Ni2+ Urease Zn2+ Anidrase carbônica, álcool-desidrogenase, carboxipeptidases A e B. Regulação da atividade das enzimas A atividade enzimática pode ser regulada, isto é, as enzimas podem ser atividades ou inibidas, a fim de que a velocidade de formação do produto responda às necessidades da célula. Localização dentro da célula Muitas enzimas estão localizadas em organelas específicas dentro da célula. Essa compartimentalização serve para isolar o substrato ou o produto da reação de outras reações competitivas. Isso garante um meio favorável para a reação e organiza as milhares de enzimas presentes na célula em vias definidas. Nomenclatura Recomendada Exemplo: elastase, urease. Descrição da ação Exemplo: lactato-desidrogenase, Adenilato-ciclase. Nome sistemático União Internacional de Bioquímica e Biologia Molecular Divisão em seis classes: 1. Oxidorredutases: oxidorredução. 2. Transferases: transferências de grupos. 3. Hidrolases: quebra de ligações – hidrólises. 4. Liases: quebra de ligações C-C, C-S, C-N. 5. Isomerases: racemização de isômeros ópticos ou geométricos. 6. Ligases: formação deligações. Fatores que alteram a atividade enzimática 1. Condições do meio a. pH b. Temperatura 2. Tempo da reação 3. Concentração dos componentes da reação a. Enzima b. Substrato Variações de temperatura A velocidade da reação aumenta com a temperatura, até um pico de velocidade ser atingido. Isso ocorre devido ao aumento do número de moléculas com energia suficiente para atravessar a barreira da energia de ativação e formar os produtos da reação. → Ao contrário da curva em forma de sino no caso da atividade enzimática versus pH, a enzima só está desnaturada em temperaturas acima da temperatura ótima. Prefixo - Substrato + Sufixo – ase Vários são os fatores que afetam o funcionamento das enzimas como catalisadores. Alguns desses fatores são decorrentes da natureza protéica das enzimas, como o efeito do pH e da temperatura. Variação de pH → O pH ótimo de uma enzima flete variações no estado de ionização de resíduos de aminoácidos do sítio ativo. A enzima está pelo menos parcialmente desnaturada em pHs afastados do pH ótimo. Quando o substrato é uma molécula ionizável, o pH ótimo da enzima também reflete o seu estado de ionização. Tempo de reação e atividade enzimática 2. Tempo da reação 3. Concentração dos componentes da reação: Enzima Substrato A [substrato] cai na mesma razão em que a [produto] aumenta em função do tempo. A enzima existe sob duas formas: enzima livre E e complexo enzima-substrato ES. No início da reação, a [E] livre cai e a do complexo [ES] aumenta e atinge um máximo, em que não há mais [E] livre no meio. Nessa situação (indicada no retângulo cinza), diz-se que a enzima está saturada (só existe no complexo ES). A velocidade da reação é a máxima. Formato hiperbólico da curva de cinética enzimática A maioria das enzimas mostra uma cinética de Michaelis-Menten, na qual a curva de velocidade de reação inicial (Vo) em função da concentração de substrato ([S]) possui forma hiperbólica (semelhante a curva de dissociação do oxigênio da mioglobina). Em contraste, as enzimas alostéricas não seguem a cinética de Michaelis-Menten e frequentemente mostram uma curva sigmoide, semelhante na forma à curva de dissociação do oxigênio há hemoglobina.
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