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Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital Autores: Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 14 de Março de 2021 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 1 101 Sumário Métodos cromatográficos (parte 2) .............................................................................................................. 3 1 – Considerações Iniciais .......................................................................................................................... 3 2 – Visão geral da cromatografia gasosa ................................................................................................... 3 2.1 – Colunas para cromatografia gasosa .............................................................................................. 5 2.2 – Forno - Programação de temperatura do método ........................................................................ 7 2.3 – Gás de arraste ............................................................................................................................. 10 2.4 – Injetor e tipos de injeção de amostra .......................................................................................... 11 2.5 – Detectores .................................................................................................................................. 15 2.5.1 – Detector por condutividade térmica (DCT ou TCD) .................................................................. 16 2.5.2 – Detector de ionização de chama (DIC ou FID) .......................................................................... 17 2.5.3 – Detector de captura de elétrons (DCE e ECD) .......................................................................... 18 2.5.4 – Detector por espectrometria de massa .................................................................................... 18 3 – Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ou HPLC) .................................................................. 20 3.1 – Coluna para CLAE ....................................................................................................................... 23 3.2 – Fase normal e fase reversa .......................................................................................................... 26 3.3 – Tipos de eluição .......................................................................................................................... 31 3.4 – Detectores para CLAE ou HPLC .................................................................................................. 34 3.4.1 – Detectores espectrofotométricos ............................................................................................ 35 3.4.2 – Detector por espalhamento de luz ........................................................................................... 37 3.4.3 – Detectores por índice de refração ............................................................................................ 37 3.4.4 – Detector eletroquímico ............................................................................................................ 37 3.5 – Escolha do tipo de cromatografia líquida .................................................................................... 40 Questões Comentadas ............................................................................................................................... 45 Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 2 101 Lista de Questões da Aula .......................................................................................................................... 76 Gabarito ..................................................................................................................................................... 93 Principais Pontos da Aula ....................................................................................................................... 94 Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 3 101 MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS (PARTE 2) 1 – Considerações Iniciais Olá, pessoal, tudo joia? Na introdução da aula passada, já havia mencionado a importância do estudo da cromatografia, tópico muito cobrado em concursos na área de química e farmácia. Hoje finalizaremos o estudo desse conteúdo, abordando tanto a cromatografia gasosa (CG) quanto a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Nossa aula será dividida em dois capítulos, um para CG e outro para CLAE. Como os fundamentos da cromatografia em coluna já foram ensinados na aula passada, nosso foco hoje será na análise instrumental, ou seja, no estudo dos cromatógrafos. No início de cada capítulo, farei uma abordagem geral do instrumento e, na sequência, abordaremos cada componente dele de forma mais detalhada. Temos muito conteúdo para hoje e também muitos exercícios para resolver. Então, sem mais demora, vamos iniciar nosso conteúdo de hoje. Desejo-lhe uma boa aula e lembre-se de me procurar pelo fórum caso fique com alguma dúvida. Bons estudos! Instagram: Prof.DiegoSouza Facebook: Prof. Diego Souza YouTube: Prof. Diego Souza 2 – Visão geral da cromatografia gasosa A cromatografia gasosa e líquida se diferencia pela fase móvel (FM) utilizada. Se for utilizada FM líquida, temos um experimento de cromatografia líquida (CLAE). Por outro lado, se for utilizada FM gasosa, obtém-se um experimento de cromatografia gasosa (CG). Um equívoco bastante comum é o candidato achar que a CG é aplicável apenas para amostras gasosas. Na verdade, amostras líquidas também podem ser analisadas por CG conforme explicado no quadro abaixo. É possível ainda a análise de uma amostra sólida, desde que ela seja dissolvida em um solvente líquido. O que permite amostras líquidas serem analisadas/separadas por CG é a presença do forno nos cromatógrafos gasosos. Em geral, as amostras já são evaporadas na câmara do injetor antes delas entrarem na coluna cromatográfica. O forno é responsável por manter a Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 4 101 coluna aquecida e manter a amostra volatilizada. Pois bem, para que você não erre esse tópico em prova, listo abaixo os pré-requisitos para uma amostra ser separada por CG: I- Os constituintes da amostra precisam apresentar uma certa solubilidade no gás de arraste (fase móvel - FM) utilizado; e II- Os constituintes da amostra precisam ser voláteis. Em geral, precisam apresentar pontos de ebulição de até 300°C e serem termicamente estáveis (não se decomporem) à temperatura utilizada no forno. Agora que já sabemos que CG é aplicável tanto à amostra gasosa quanto à amostra líquida, desde que respeitado alguns pré-requisitos, vamos agora discutir a estrutura de um cromatógrafo gasoso de maneira mais geral. Observe a figura abaixo e correlacione com a discussão a seguir. Visão geral de um sistema de cromatografia gasosa O reservatório de gás corresponde a um cilindro de alta pressão de um gás de alta pureza. Esse gás, que pode ser He, N2 ou H2, recebe o nome de gás de arraste porque, no interior do cromatógrafo, será responsável por arrastar os componentes da amostra através da coluna cromatográfica. Antes de adentrar no equipamento, a pressão do gás comprimido vindo do cilindro é regulada para uma pressão desejada por um regulador de pressão (manômetro). A amostra é injetada no equipamento por um sistema de injeção, na figura acima, a amostraestá sendo injetada por uma seringa cuja agulha perfura um septo (um disco de silicone), responsável por fornecer vedação ao sistema cromatográfico. O interior do injetor e o forno já se encontram aquecidos no momento da injeção, promovendo a rápida evaporação dos constituintes da amostra, os quais são arrastados pelo gás de arraste através da coluna cromatográfica contida no forno, a qual também está aquecida para permitir uma eluição em tempo razoável. Por fim, os diferentes constituintes chegam em tempos diferentes ao detector, o qual é responsável por gerar o sinal continuo que irá constituir os picos de cada componente e, ao final da corrida cromatográfica, compor o cromatograma. Ressalta-se que o detector se encontra a uma temperatura superior à coluna para que os constituintes permaneçam no estado gasoso. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 5 101 Após essa visão geral, vamos discutir separadamente os componentes dos cromatógrafos gasosos, apresentando os diferentes tipos de cada componente, suas características e respectivas aplicações. (COMPERVE - Técnico de Laboratório - Química - UFRN - 2015) A figura representa um sistema destinado à análise por cromatografia a) por troca iônica. b) líquida. c) por partição. d) gasosa. Comentários A presença do manômetro (regulador de pressão), componente 2, e do forno, componente 4, indicam que o instrumento ilustrado corresponde a um cromatógrafo gasoso. Apenas complementando a interpretação, temos: Componente 1: reservatório de gás analítico pressurizado; Componente 3: injetor; Componente 5: coluna cromatográfica; Componente 6: detector; e Componente 7: sistema de registro do cromatograma. Resposta: letra D 2.1 – Colunas para cromatografia gasosa Na aula passada, por meio da interpretação da equação de van Deemter, vimos que o efeito dos caminhos múltiplos (= diferentes caminhos com diferentes comprimentos para o soluto seguir através da coluna) resulta em um maior alargamento do pico, um aumento da altura do prato teórico, diminuindo, portanto, a resolução (= capacidade de separação) da coluna cromatográfica. Nesse sentido, a separação realizada em colunas cromatográficas mais espessas sofrerá maior efeito dos caminhos múltiplos e apresentará menor resolução. Por isso, colunas capilares, que são mais estreitas, apresentam maior resolução (picos mais Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 6 101 estreitos) que as colunas empacotadas, que são mais espessas. Esses dois tipos de coluna são ilustrados na figura abaixo. Coluna capilar: se assemelha a um fio fino, o qual é enrolado na forma de bobina para ocupar um menor espaço dentro do equipamento. Coluna empacotada: mais espessa e muito mais curta que a coluna capilar. Apresento abaixo uma tabela que lista os dois tipos de colunas cromatográficas utilizadas em CG e as respectivas características que você deve conhecer. Tabela com as principais características das colunas para cromatografia gasosa Coluna capilar ou coluna tubular aberta Coluna empacotada ou coluna recheada de parede recoberta revestida com suporte Revestimento externo Geralmente aço, alumínio, cobre ou Poliamida (polímero que resiste a temperatura de 350°C) Aço ou vidro Dimensões Estreita e cumprida L: 15 a 100 m (normalmente em torno de 30 m); : entre 0,10 e 0,53 mm Espessa e mais curta L: 1 a 5 m; : entre 2 e 6 mm Suporte Sílica fundida Sílica Composição interna Filme de 0,1 a 5µm de FE líquida sobre a parede interna da coluna Filme de ~30 µm Partículas finas, as quais podem funcionar como FE ou podem ser recobertas por uma FE líquida Capacidade de amostra Baixíssima Intermediária Elevada Resolução (desempenho, capacidade de separação) Elevada Intermediária Baixíssima (muito ruim) Aplicação Utilizadas na maioria das separações por cromatografia gasosa Utilizada em cromatografia preparativa ou para separação de gases de baixa retenção Em que L: comprimento da coluna, : diâmetro da coluna e FE: fase estacionária. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 7 101 Note que temos dois tipos de coluna capilar: coluna tubular aberta de parede recoberta; e coluna tubular aberta revestida com suporte. A escolha entre uma e outra dependerá da quantidade de amostra que se deseje analisar e também da resolução desejada. Conforme apresentado na tabela, a do tipo revestida com suporte apresenta capacidade de amostra mais elevada. Por outro lado, a do tipo parede recoberta é a mais indicada em separações cromatográficas mais complexas que seja requerido uma maior resolução. Para finalizar nosso estudo sobre os tipos de coluna para CG, explico que colunas mais estreitas, colunas capilares, exigem uma maior pressão do gás de arraste para viabilizar a eluição dos constituintes da amostra. Além disso, no caso em que a FE é sólida, quanto menor a granulometria (tamanho das partículas), maior será resolução e maior será a pressão exigida. Aproveito o espaço desta seção para falar rapidamente de dois componentes distintos, que, embora cumpram funções distintas da coluna cromatográfica, apresentam composição parecida a ela. Listo abaixo esses dois componentes com as respectivas funções: o Pré-coluna: apresenta composição química semelhante à coluna cromatográfica. Apresenta comprimento entre 3 e 10 m e são posicionadas antes da coluna. É fabricada com menor rigor C analítico que as colunas e, por isso, apresentam um menor custo. Cumpre a função de reter impurezas ou contaminantes não voláteis que poderiam comprometer o desempenho da coluna cromatográfica e diminuir sua vida útil. Portanto, podemos dizer que a pré-coluna melhora a qualidade da análise e preserva a coluna cromatográfica. Eventualmente, se faz necessário cortar a parte inicial da pré-coluna, região em que se acumula os contaminantes não voláteis. o Coluna de retenção: apesar do aquecimento realizado pelo forno, algumas gotículas podem persistir antes da evaporação completa da amostra e seguir no interior da coluna cromatográfica. Essas gotículas promovem uma liberação lenta dos constituintes da amostra, produzindo irregularidades nos picos. Para resolver esse inconveniente analítico, utiliza a coluna de retenção que impede que a amostra entre na coluna antes de sua evaporação completa. Sendo assim, a pré-coluna e a coluna de retenção melhoram a resolução e a reprodutibilidade do método. 2.2 – Forno - Programação de temperatura do método A respeito do forno, é importante saber que é possível escolher uma temperatura constante pré-definida para o método ou também ser programado uma rampa de temperatura, em que a temperatura é alterada durante a corrida (análise) cromatográfica de uma amostra. E por que isso é importante? De início, vale relembrar que a temperatura do forno, no qual a coluna cromatográfica está contida, deve ser suficientemente elevada para evaporar os diferentes constituintes e permitir que os mesmos sejam arrastados pelo gás de arraste através da coluna. Ok! Isso já sabíamos, mas e quanto à rampa de temperatura... qual a sua utilidade? Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 8 101 O aumento da temperatura da coluna resulta num menor tempo de equilíbriodo soluto entre as fases estacionária (FE) e móvel (FM), reduzindo, portanto, o tempo de eluição (tempo necessário para atravessar a coluna e chegar ao detector). Uma elevação já no início da análise pode, em alguns casos, prejudicar a separação dos primeiros picos a sair, os quais são mais finos. Entretanto, o aumento da temperatura durante a análise (= rampa) pode acelerar a eluição dos últimos picos, bem como afiná-los. Ressalta-se que os últimos picos são mais largos, já que houve um tempo maior para o efeito da difusão longitudinal (estudado na aula passada). Como se vê, a utilização da rampa de temperatura pode, em alguns casos, trazer vantagens para o método, tais como: i. melhorar a resolução para alguns constituintes da amostra; ii. diminuir o tempo de eluição (menor retenção do soluto pela coluna); e iii. diminuir o tempo de análise, aumentando a produtividade. Por outro lado, a utilização de rampas deve ser realizada com certa parcimônia, sempre respeitando a resistência térmica da coluna. O fabricante indica no manual da coluna dois limites elevados de temperatura. O mais baixo deles indica a temperatura isotérmica, à qual a coluna suporta ser aquecida e mantida por um longo período sem sofrer alterações ou decomposições do conteúdo interno. A outra temperatura mais elevada corresponde ao limite máximo em que a coluna consegue ser mantida por períodos mais curtos, em geral, por minutos. Temperatura demasiadamente elevadas podem promover o “sangramento” da coluna, que consiste na liberação lenta de uma parte da fase líquida imobilizada da coluna. Aumento da linha de base do cromatograma, alteração do tempo de retenção de um padrão e distorção dos picos são indicativos de degradação da coluna em decorrência do seu “sangramento”. Diante do discutido, fica claro que o controle de temperatura é importante não só para a boa qualidade da análise, mas também para o aumento da vida útil da coluna. Nesse sentido, destaco algumas características desejáveis de um forno de CG: o Temperatura estável e reprodutível: o forno deve apresentar boa exatidão (erro ≤ 0,1°C) e precisão (desvio padrão ≤ 0,1°C); o Rápido aquecimento e resfriamento: essa característica aumenta a velocidade da análise em métodos que se utiliza rampas de temperatura; o Ampla faixa de trabalho: em geral, é desejável uma faixa entre temperatura ambiente e 400°C; o Uniformidade de temperatura: é desejável que o forno mantenha a mesma temperatura em todo seu interior, o que pode ser conseguido por sistemas de ventilação inteira; Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 9 101 o Bom isolamento térmico para que o aumento de sua temperatura não resulte no aumento da temperatura dos demais componentes do equipamento; e o Facilidade no acesso à coluna: essa característica permite maior rapidez na troca de coluna, o que é interessante para equipamentos que são utilizados para diferentes métodos com diferentes colunas. Por fim, vale mencionar que alguns equipamentos modernos possuem controle eletrônico de pressão do gás de arraste. Desta forma, no programa do método pode ser previsto não só a alteração da temperatura durante a corrida, mas também alteração da pressão. Essa possibilidade é uma boa alternativa para análise de compostos termicamente instáveis, pois, a partir do aumento da pressão, é possível diminuir o tempo de eluição sem elevar significativamente a temperatura. Abaixo está apresentado um cromatógrafo gasoso com a tampa frontal aberta, permitindo a visualização interna do forno, dentro do qual está instalada uma coluna capilar. A ventoinha posicionada atrás da coluna promove a circulação de ar no interior do forno, melhorando a homogeneidade da temperatura em seu interior. Visão interna do forno de um CG (CESGRANRIO – Técnico Químico de Petróleo Júnior – Petrobras – 2012) Considere um sistema de cromatografia gasosa, formado por uma fase móvel gasosa e inerte, e uma fase estacionária líquida, imobilizada em um suporte capilar que compõe a coluna. Uma dada análise é conduzida no referido sistema a partir da injeção de uma amostra, que é carreada para a coluna e separada ao longo da passagem por essa coluna. Com relação a potenciais amostras líquidas a serem analisadas nesse sistema, sabe-se que elas são a) vaporizadas ao longo do seu carreamento pela coluna. b) vaporizadas antes de alcançarem a coluna. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 10 101 c) vaporizadas parcialmente antes de alcançarem a coluna. d) impossíveis de serem analisadas por essa técnica. e) carreadas através da coluna na forma líquida. Comentários Já no injetor, componente anterior (que vem antes) à coluna, a amostra é vaporizada para, em seguida, adentrar à coluna cromatográfica. Resposta: letra B 2.3 – Gás de arraste O gás de arraste corresponde à fase móvel (FM) em cromatografia gasosa (CG). Recebe esse nome porque não interage com a amostra e porque é responsável por arrastar os constituintes de uma amostra (mistura complexa) através da coluna. Podemos destacar as seguintes características desejáveis para um gás de arraste: o Inerte: o ideal é que ele não reaja com nenhum material que esteja em contato, quais sejam amostra, FE e superfícies diversas do instrumento; o Elevada pureza: apesar do elevado custo, são requeridos gases com elevado grau de pureza, frequentemente chamados de gases analíticos. As impurezas podem degradar a FE da coluna, a exemplo da presença de oxigênio que pode oxidar compostos do interior da coluna. Além disso, algumas impurezas podem ser incompatíveis com determinados tipos de detectores: água e oxigênio são incompatíveis com detector por captura de elétron (DCE); enquanto que hidrocarbonetos são incompatíveis com detector por ionização em chama (DIC); e o Compatível com o detector: cada tipo de detector apresenta compatibilidade com um grupo de gases de arrastes específicos, conforme apresentado na tabela abaixo. Escolha do gás de arraste de acordo com o tipo de detector do instrumento Tipo de detector Gases de arraste compatíveis Detector por condutividade térmica (DCT ou TCD) He, H2 Detector por ionização em chama (DIC ou FID) Ne, H2 Detector por captura de elétrons (DCE ou ECD) N2 SS (super seco), Ar + 5% CH4 (mistura P5) Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 11 101 O gás hidrogênio (H2) produz boas separações em tempos reduzidos de análise, o que é uma grande vantagem. Além disso, confere elevada robustez ao método, mantendo boa resolução (capacidade de separação), em relação à utilização de diferentes vazões. O principal receio dos analistas, quanto ao uso desse gás, era o risco de explosão caso o hidrogênio entrasse em contato com oxigênio em proporções adequadas. No entanto, hoje é possível a utilização de um gerador de hidrogênio, que produz hidrogênio em pequenas quantidades requeridas pelo instrumento, substituindo, portanto, a utilização de cilindros de gás de hidrogênio. Nesse caso, o risco de explosão é praticamente inexistente. A pureza dos gases analíticos é expressa em uma nomenclatura pouco usual em nosso dia a dia. Apesar disso, essa nomenclatura permite a identificação rápida do gás presente e de sua pureza. Veja abaixo como funciona: Representação geral: Nome do Gás X.Y Em uma escala de 0% a 100%: X representa o número de “noves” da pureza do gás Y representa o último dígito da pureza, podendo assumirvalores entre 0 e 8 Exemplos: O2 5.0: corresponde ao gás oxigênio a uma pureza de 99,999% (cinco “noves”); He 4.5: corresponde ao gás hélio a uma pureza de 99,995 (quatro “noves” seguidos de “cinco”). 2.4 – Injetor e tipos de injeção de amostra O injetor é, sem dúvida, um componente determinante para a boa reprodutibilidade da análise cromatográfica. Conforme estudamos na aula passada, existe uma variância decorrente da injeção pois, a amostra não pode ser injetada na coluna em uma variação de tempo (Δt) infinitesimalmente pequena, ou seja, com Δt tendendo a 0. Por isso, a banda já apresenta uma certa largura, a qual pode ser estimada por Δt≠0. Esse alargamento diminui a resolução da coluna (= capacidade de separação das bandas), conforme ilustrado na figura abaixo. Portanto, o ideal é que a injeção seja realizada no menor tempo possível para reduzir esse efeito negativo. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 12 101 Ilustração do efeito da velocidade de injeção na separação de bandas. Além da velocidade de injeção, outra variável crítica, no processo de injeção da amostra, é a quantidade de amostra injetada na coluna. Como vimos, as colunas capilares, que fornecem melhores resoluções, apresentam baixa capacidade de amostra. Por isso, muitas vezes, para se obter boas resoluções, são injetados volumes muito pequenos (≤ 1µL). Outra alternativa é utilizar uma injeção com divisão de fluxo, na qual apenas 0,2-2,0% segue para a coluna cromatográfica. Para entender melhor essas variantes, vamos analisar a estrutura física de um injetor e, na sequência, estudar os diferentes tipos de injeção de amostra em colunas capilares. Na figura abaixo está apresentado um injetor do tipo injeção direta na coluna ou “on- column”. A estrutura do injetor não carece de muitas explicações, já que seu funcionamento é intuitivo. Na parte superior, tem-se o septo (disco de silicone), o qual é perfurado pela agulha no momento da introdução da amostra no equipamento. A tubulação em vermelho corresponde à entrada do gás de arraste, que é responsável por conduzir a amostra através da coluna. A extremidade da coluna cromatográfica fica conectada na parte inferior do injetor. Note ainda que a estrutura do bloco é metálica, o que permite seu rápido aquecimento, que se faz necessário para a volatilização dos componentes da amostra. Ilustração do injetor do tipo on-column (injeção direta na coluna). Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 13 101 Para compreender os três tipos de injeção em colunas capilares, observe as figuras abaixo e descrição seguinte. Ilustração dos três tipos de injeção1 Injeção com divisão de fluxo (split): no desenho da esquerda acima, note que são introduzidos 102 ml/ min (fluxo) do gás de arraste. Desses, um fluxo 1 mL/min é escapado pela purga do septo, a grande maioria deixa o injetor pela abertura de divisão (parte inferior), 100 mL/min, e apenas um fluxo de 1 mL/min atinge o interior da coluna. Nesse tipo de injeção, injeta-se em torno de 1µL, apenas cerca de 0,2-2,0% da amostra injetada chega-se à coluna, o que, em muitos casos, é mais que suficiente para uma detecção adequada. Estima-se que uma boa quantidade para detecção seja de apenas ≤ 1ng (10-9g) de cada constituinte da amostra. A injeção com divisão de fluxo é indicada, portanto, para amostras mais concentradas. Ressalta-se que a temperatura do injetor é alta (~350°C), temperatura para evaporar instantaneamente toda a amostra. Uma desvantagem desse tipo de injeção é a baixa reprodutibilidade obtida na divisão de fluxo. Injeção sem divisão de fluxo (splitless): apropriada para amostras com baixíssimas concentrações (concentrações traço). Injeta-se cerca de 2µL (volume maior) de amostra, a qual não evapora totalmente, já que a temperatura do injetor é mais reduzida (~220°C). A temperatura, em geral, está abaixo do ponto de ebulição do solvente. Desta forma, o solvente na entrada da coluna impede a entrada dos constituintes na amostra (também chamado de aprisionamento). Em seguida, inicia a elevação da temperatura até que o 1 HARRIS, Daniel C. Química analítica quantitativa. Rio de Janeiro: LTC Editora, p. 469, 2001. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 14 101 solvente evapore e entre juntamente com os constituintes da amostra dentro da coluna. Esse aprisionamento permite a formação de picos finos e faz com que amostra permaneça cerca de 1 minuto na câmara interna do injetor. Nesse tipo de injeção também há um fluxo de gás de arraste, só que aqui esse fluxo é muito inferior, cerca de 2 mL/min. Por fim, vale destacar que cerca de 80% da amostra alcança o interior da coluna cromatográfica. Injeção direta na coluna (on-column): em geral, são utilizadas seringas analíticas com agulhas finas de sílica. A agulha alcança o interior da coluna, daí o nome injeção direta na coluna. Esse tipo de injeção é aplicável a amostras que se decompõe acima do seu ponto de ebulição, o que inviabilizaria o seu aquecimento prévio no injetor. A amostra líquida fica retida no início da coluna e começa a eluir após o início do aquecimento da coluna. Nesse tipo de injeção, são utilizadas as menores temperaturas possíveis para evitar ou pelos menos diminuir a degradação dos constituintes da amostra. Vale lembrar que compostos sólidos podem ser analisados por CG, desde que sejam dissolvidos em um solvente adequado para posterior injeção no equipamento. Você pode ser questionado ainda sobre o volume de injeção na CG. Embora as faixas de volume de injeção sejam relativamente amplas, devemos lembrar que colunas capilares apresentam capacidade de amostra muito interior às colunas empacotadas. Para responder esse tipo de questionamento, use a tabela abaixo: Tipo de coluna Amostras líquidas Amostras gasosas Capilar 0,01 µL a 3 µL 0,001 mL a 0,1 mL Empacotada 0,2 µL a 20 µL 0,1 mL a 50 mL (IBFC – Perito Criminal – Farmácia – PC-RJ – 2013) A cromatografia com fase gasosa vem, ao longo dos anos, evoluindo no sentido de oferecer opções ao analista. Sobre esta técnica, selecione a alternativa verdadeira. a) As principais colunas usadas hoje em dia são as capilares, cujas dimensões geralmente situam-se entre 0,15 a 0,75mm de diâmetro interno, 10 a 30m de comprimento e 0,5 a 2,5µm de espessura de filme líquido. b) As derivações (ou derivatizações), reações feitas nas moléculas dos analitos para torná-los analisáveis por cromatografia gasosa, visam introduzir nelas grupos específicos para diminuir sua volatilidade ou aumentar sua detectabilidade. c) No modo de injeção sem divisão (splitless), toda a amostra é introduzida no sistema cromatográfico; esta técnica é adequada particularmente na análise de traços, bastante comum em peritagens. d) O número de pratos teóricos, em cromatografia gasosa, normalmente é associado à coluna: quanto maiores o seu comprimento e seu diâmetro interno, maior será sua eficiência. e) A resolução é inversamente proporcional à raiz quadrada de eficiência. Ao duplicar o comprimento da coluna, duplica- se o tempo de análise. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 15 101 Comentários Letra A: incorreta. Conforme estudamos, as principais colunas capilares utilizadas apresentam as seguintes características: :entre 0,10 e 0,53 mm; L: 15 a 100 m (normalmente em torno de 30 m); Filme de ~30 µm para coluna tubular aberta revestida com suporte. Letra B: incorreta. Conforme estudaremos mais adiante, a derivatização consiste em ligar covalentemente grupos fluorescentes ao analito. Desta forma, o produto formado entre o analito e o grupo ligado passa a apresentar fluorescência, viabilizando a determinação do analito por meio desse tipo de detector que é mais sensível ou de maior detectabilidade. Letra C: correta. Traz a correta definição da injeção sem divisão de fluxo e um exemplo de sua utilização. Lembro que peritagem é a análise realizada por peritos. Letra D: incorreta. Colunas mais espessas apresentam menor eficiência devido ao agravamento do efeito dos caminhos múltiplos, estudados na aula passada. Letra E: incorreta. Resolução e eficiência são diretamente proporcionais. Uma maior eficiência produz picos mais estreitos, o que melhora a separação (resolução) dos picos. Resposta: letra C 2.5 – Detectores O detector é o componente que gera um sinal elétrico proporcional à quantidade de mols de analito que chega até ele. Esse sinal é traduzido na forma de gráfico. Respeitados os limites inferior e superior de concentração, a área do pico é diretamente proporcional à concentração, de modo que é possível se estabelecer uma equação linear que correlacione área do pico (variável y) com a concentração (variável x). Essa equação, chamada de reta de calibração do equipamento, permite estimar a concentração das amostras, após ser obtidas as respectivas áreas. Os detectores podem ser classificados quanto à sua especificidade ou seletividade (= capacidade de distinguir o analito em relação às demais substâncias presentes) em: o Universais: produzem sinal para todas as substâncias eluídas, independentemente de suas características físico-químicas; o Seletivos: detectam apenas um grupo específico de substâncias que apresentam em comum uma dada propriedade físico-química; e o Específicos: detectam apenas substâncias que apresentam determinado grupo de átomos, a exemplo de uma função orgânica, ou determinado elemento. É o tipo de detector mais específico. Mais de 50 tipos de detectores já forma utilizados em cromatografia gasosa. Vamos nos restringir ao estudo de apenas 4 deles, os quais correspondem a maioria das aplicações. Sem mais delongas, vamos discutir as principais características, funcionamento e aplicações desses 4 tipos. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 16 101 2.5.1 – Detector por condutividade térmica (DCT ou TCD) O funcionamento do detector DCT se baseia na variação de condutividade térmica do eluato gasoso, no momento da passagem do analito pelo detector. O hélio (He) é o gás de arraste mais utilizado no caso do DCT. Esse gás apresenta uma alta condutividade térmica, sendo menor apenas que o hidrogênio (H2). Por isso, durante a passagem do He pelo detector, a passagem de qualquer outra substância produzirá uma diminuição da condutividade. Essa diminuição da condutividade promove o aquecimento do filamento metálico (figura abaixo), a resistência também é aumentada, o que gera uma diferença de potencial que é medida e convertida em um pico cromatográfico. Muitos equipamentos dividem o fluxo do gás de arraste entre duas celas de leitura do tipo DCT, uma será tida como cela de referência e a outra cela da amostra. A vantagem desse tipo de configuração é que permite que flutuações naturais da leitura possam ser corrigidas. Detector de condutividade térmica Principais características do detector por condutividade térmica (DCT ou TCD) que você deve lembrar: o Princípio: variação de condutividade térmica do eluato gasoso, no momento da passagem do analito pelo detector; o Gás de arraste: geralmente He; o Seletividade: UNIVERSAL; o Sensibilidade: intermediária e inferior a dos demais detectores; o Área do pico é dependente da vazão do gás de arraste. Em linhas gerais, dizemos que o DCT é mais sensível quanto menor for o fluxo do gás; o Quanto menor a condutividade térmica do analito, maior será o aquecimento do filamento (DICA: quanto mais isolante for o analito, menos da corrente elétrica será conduzida e isso resultará no aquecimento do filamento, já que a corrente estará sendo continuamente fornecida ao sistema); o Aplicação: análise de compostos que não geram sinal em outros detectores, a exemplo de gases nobres e gases fixos. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 17 101 2.5.2 – Detector de ionização de chama (DIC ou FID) Esse detector se baseia no aumento da condutividade elétrica devido a formação de íons oriundos da queima dos compostos contendo carbono (excetuados carbonos provenientes de carbonilas ou carboxilas) em uma chama de hidrogênio (H2) + oxigênio (O2). Aplica-se uma diferença de potencial entre a extremidade do queimador (flame tip), figura abaixo, que funciona como o eletrodo negativo e o coletor (eletrodo positivo). Na chama de H2 + O2 não há íons, mas quando chega ao detector um composto constituído de carbonos, o mesmo é queimado produzindo íons CHO+, conforme reação apresentada abaixo. A presença de íons permite o fluxo da corrente elétrica, a qual é convertida em diferença de potencial, mensurada e finalmente traduzida como um pico cromatográfico. Detalhe da chama de H2 + O2, no momento em que é gerado íons, permitindo a condução da corrente elétrica (i). Arquitetura do detector de ionização de chama. Segue abaixo a reação de formação de íons a partir de radicais CH: CH + O → CHO+ + e- Apenas uma quantidade muito pequena dos átomos carbonos, 1 a cada 105, são transformados em íons, mas já é suficiente para permitir que a resposta seja proporcional à quantidade de carbono. Por fim, listo abaixo as principais características do detector de ionização de chama (DIC ou FID) que você deve lembrar: o Princípio: aumento da condutividade elétrica devido a formação de íons oriundos da queima dos compostos contendo carbono; o Gás de arraste: Ne, H2, N2, He; o Seletividade: detector seletivo para substâncias que contém ligações do tipo C-H; o Sensibilidade: excelente. Apresenta limite de detecção 100 vezes menor que o detector DCT. Por isso, é perfeitamente aplicável ao uso de colunas capilares; o Aplicação: sensível a hidrocarbonetos em geral; e o Alguns compostos que não produzem sinal no DIC: H2, O2, N2, CO, CO2, CCl4, NH3, H2O e HCOOH. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 18 101 2.5.3 – Detector de captura de elétrons (DCE e ECD) Baseia-se na diminuição (supressão) de elétrons lentos devido a absorção dos mesmos por espécies eletrofílicas, que, nesse caso, corresponde aos analitos. No detector, o gás de arraste é ionizado por elétrons de alta energia (radiação β-), conforme apresentado na reação abaixo, emitidos por uma lâmina radioativa, que é normalmente constituída de 63Ni ou 3H (na forma de Ta3H3). Os elétrons gerados dessa ionização produzem uma corrente elétrica constante entre o cátodo e ânodo. Parte dos elétrons são absorvidos por analitos eletrofílicos (moléculas que “gostam de elétrons”) que chegam ao detector, resultando em uma diminuição da condutividade no plasma (mistura gasosa com espécies iônicas formada no detector). Como de costume, listo abaixo as principais características do detector de captura de elétrons (DCE ou ECD) que você deve levar para prova: o Princípio: diminuição (supressão)de elétrons lentos devido a absorção dos mesmos por espécies eletrofílicas; o Gás de arraste: N2 SS (super seco), Ar + 5% CH4 (mistura P5); o Seletividade: sensível a substância que apresentem halogênio, carbonilas conjugadas, nitrilas, nitrocompostos e compostos organometálicos; o Baixa sensibilidade a cetonas, álcoois e hidrocarbonetos; o Sensibilidade: extremamente sensíveis. Sua sensibilidade se assemelha à espectrometria de massa; o Aplicação: determinação de substâncias eletrofílicas. 2.5.4 – Detector por espectrometria de massa A espectrometria de massa (MS) não é um assunto que vamos desenvolver na aula de hoje, pois já tivemos uma aula mais dedicada ao seu estudo. Por enquanto, você deve se lembrar que o detector por espectrometria de massa pode ser utilizado em cromatografia gasosa (CG), combinação de técnicas muito conhecida pela sigla CG-MS. Você se lembra da aula passada, em que discutimos que na cromatografia em camada delgada (CCD), duas substâncias podem apresentar o mesmo fator Rf e, por isso, não poderíamos utilizar a CCD para identificar as substâncias de forma categórica? Pois é.... Embora pouco provável, isso também pode acontecer na cromatografia em coluna, ou seja, duas substâncias com características semelhantes podem apresentar o mesmo tempo de retenção, sob certas condições analíticas. É nesse ponto que se destaca a principal vantagem do detector por espectrometria de massa, o qual pode ser utilizado não só para quantificação, mas também para identificação confiável de substâncias presentes na amostra. A seguir, vamos relembrar algumas características desse tipo de detector: o Princípio: detecção, por meio de suas relações massa/carga (m/z), dos íons produzidos a partir da fragmentação de moléculas maiores; o Seletividade e sensibilidade: muito elevadas; o Aplicação: ampla. Aplicável a amostras com diferentes níveis de complexidade; e o Custo: elevado tanto de aquisição como manutenção. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 19 101 Para finalizar nosso estudo sobre cromatografia gasosa (CG), lembro que vários outros tipos de detectores podem ser utilizados em CG, a exemplo de: o Detector nitrogênio-fósforo (detector de chama alcalino): detector de ionização em chama (DIC) adaptado para detecção de compostos contendo N e P; o Detector fotométrico de chama: baseia-se na emissão de luz por espécies atômica de fósforo, chumbo, dentre outros elementos; o Detector de plasma: também se baseia na emissão atômica, só que aqui essa emissão ocorre no plasma. (NUCEPE - Perito Criminal – Química - PC-PI - 2018) A cromatografia gasosa é um método físico de separação dos componentes de uma mistura através de uma fase gasosa móvel sobre um adsorvente estacionário. Depois de separados, os componentes da mistura podem ser quantificados por um detector adequado, situado na saída da coluna de separação. Sobre as características dos diversos tipos de detectores, NÃO é correto afirmar: a) O de condutividade térmica (DCT) é um detector considerado universal, não destrutivo e sensível à concentração. b) O detector por captura de elétrons (DCE) é praticamente insensível a hidrocarbonetos, mas é muito utilizado na análise de pesticidas. c) O detector por ionização de chama (DIC) é muito utilizado na detecção de compostos orgânicos por não ser destrutivo. d) Os cromatógrafos com DIC normalmente utilizam hidrogênio como gás de arraste. e) O cromatógrafo gasoso acoplado à espectrometria de massa permite, além da separação dos compostos, a determinação da razão m/z dos fragmentos dos compostos separados. Comentários Letra A: correta. Apresenta três das principais características do detector por condutividade térmica (DCT). Letra B: correta. O DCE apresenta baixa sensibilidade a cetonas, álcoois e hidrocarbonetos. Por outro lado, apresenta alta sensibilidade a halogênio, carbonilas conjungadas, nitrilas, nitrocompostos e compostos organometálicos. Letra C: incorreta. O DIC é destrutivo. Quando chega ao detector um composto constituído de carbonos, o mesmo é queimado produzindo íons CHO+. Letra D: correta. O hidrogênio é muito utilizado como gás de arraste para detector DIC porque permite a formação da chama H2 + O2. Letra E: correta. A determinação da razão m/z dos fragmentos dos compostos separados é justamente o que permite a identificação das substâncias pela espectrometria de massa. Resposta: letra C Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 20 101 (CESPE - Perito Criminal - Farmácia - Polícia Científica - PE - 2016) A cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-MS ou CG-MS/MS) tem substituído cada vez mais as técnicas de cromatografia gasosa (CG) acoplada a outros detectores, como o de ionização de chama (CG-FID) e o de captura eletrônica (CG-ECD). Com relação às técnicas e aos detectores citados, assinale a opção correta. a) O espectrômetro de massas só pode ser utilizado para a análise de moléculas pequenas, cuja massa molar seja de no máximo 300 g/mol. b) O detector de ionização de chama é seletivo a compostos nitrogenados, o que torna a técnica mais adequada para a análise de proteínas. c) O detector de captura eletrônica é altamente sensível a compostos que tenham halogênios, aminas ou álcoois como grupos funcionais, mas não é sensível a compostos eletronegativos. d) Utilizando-se o espectrômetro de massas, é possível obter informações sobre a massa molecular e a estrutura química do analito durante a análise. e) Os equipamentos de CG-MS ou CG-MS/MS tem menor custo que os de CG-FID e CG-ECD. Comentários Letra A: incorreta. Não há limitação de massa molar a 300 g/mol para utilização de espectrômetro de massas. A cocaína, por exemplo, que pode ser analisada por CG-MS (cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa) possui massa molar 303,4 g/mol. Letra B: incorreta. O detector de ionização de chama é seletivo a hidrocarbonetos em geral e não a compostos nitrogenados. Letra C: incorreta. Conforme estudamos, no detector de captura eletrônica (DCE), parte dos elétrons gerados no detector são absorvidos por analitos eletrofílicos (moléculas que “gostam de elétrons”) que chegam ao detector, resultando em uma diminuição da condutividade no plasma. Como se vê, esse tipo de detector é sensível a compostos eletronegativos. Letra D: correta. Conforme estudamos, é possível quantificar e identificar substâncias a partir da espectrometria de massa. Letra E: incorreta. Detectores por espectrometria de massa (MS) apresentam elevados custos de aquisição e manutenção em relação a detectores de ionização em chama (FID) e de captura de elétrons (ECD). Resposta: letra D 3 – Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ou HPLC) Uma vez estudados os fundamentos da cromatografia em coluna, ensinados na aula passada, e a cromatografia gasosa, capítulo anterior, fica muito mais fácil e objetivo o estudo da cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ou HPLC). Vamos então à análise instrumental e experimental de CLAE. Antes, porém, relembro que é a utilização da fase móvel (FM) líquida que configura o experimento de CLAE. Caso a FM seja utilizada uma FM gasosa, então teremos um experimento de cromatografia gasosa. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 21 101 Observe a figura abaixo e correlacione com a discussão a seguir. Visão geral de um sistema de cromatografia líquida de alta eficiência. Naaula passada, no estudo da cromatografia em camada delgada (CCD), discutimos que a utilização de uma mistura de solvente como fase móvel (FM) poderia melhorar a separação cromatográfica. O mesmo acontece em CLAE. A diferença é que, em um sistema CLAE, o próprio equipamento faz a mistura dos solventes na proporção indicada pelo operador. Observe na figura acima que pode ser utilizado mais de um solvente como FM. Vamos dividir a explicação do sistema CLAE em tópicos para facilitar a visualização: 1. As bombas, duas no exemplo acima, são responsáveis por bombear esses solventes, os quais são misturados na proporção desejada pelo misturador. 2. A amostra é injetada na válvula do sistema, que tem a função de direcionar o fluxo de amostra e da FM para o caminho correto. De início, a válvula assume a posição load (de carregamento), em que a amostra lava o loop de amostragem (alça de amostragem) e, persistindo a injeção de amostra, o loop acaba sendo totalmente preenchido pela amostra. Note que o volume do loop de amostragem é fixo e, desta forma, sempre será injetada a mesma quantidade de amostra. Loops maiores ou menores poderão ser requeridos a depender da concentração dos analitos na amostra. 3. Em seguida, a válvula muda para posição inject (modo de injeção), conforme estudaremos com mais detalhes adiante, e a FM vinda do misturador é responsável por carrear (“empurrar”) a amostra pelo sistema. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 22 101 4. A amostra chega então à coluna cromatográfica, na qual ocorre a separação dos seus constituintes. 5. Cada constituinte da amostra elui em tempos diferentes, possibilitando ao detector mensurar o pico cromatográfico de cada um. 6. Por fim, o eluato líquido (fase móvel + amostra) chega ao resíduo ou descarte da análise. Perceba que há um outro frasco coletor de resíduo conectado diretamente à válvula. Esse tem a função de receber o excesso de amostra que passa pelo loop de amostragem durante a etapa de lavagem do mesmo. (IDECAN - Técnico em Química - CNEN - 2014) Analise o esquema que mostra um sistema genérico usado para cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ou HPCL – High Performance Liquid Chromatography), a qual, independente do fabricante e do modelo atual, apresenta os seguintes princípios. Os componentes identificados pelas letras A, B e C são, respectivamente a) manômetro, válvula injetora e coluna cromatográfica. b) manômetro, filtro de solvente e coluna cromatográfica. c) manômetro, detector de amostra e coletor de amostra. d) medidor de fluxo de eluente, pré‐coluna cromatográfica e coletor de amostra. e) medidor de fluxo de eluente, pré‐coluna cromatográfica e coluna cromatográfica. Comentários O dispositivo A é um medidor de pressão ou manômetro; B, situado antes da coluna, corresponde à válvula injetora; e C é a coluna cromatográfica. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 23 101 Resposta: letra A (FGV - Engenheiro Químico - CAERN - 2010) Em relação aos tipos de ensaios cromatográficos existentes, é correto afirmar que a) a cromatografia supercrítica é um tipo de cromatografia líquida. b) a cromatografia gasosa é classificada, em relação à forma física do sistema cromatográfico, como cromatografia planar. c) a cromatografia em papel é uma técnica de partição líquido-vapor. d) a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) emprega uma bomba para a eluição da fase móvel. e) no contexto da cromatografia gasosa, é imprescindível que a amostra não seja volátil. Comentários Letra A: incorreta. Não abordei a cromatografia supercrítica na parte teórica porque raramente suas particularidades são cobradas em prova, já que é um tipo de cromatografia ainda pouco explorado comercialmente. No entanto, cabe aqui uma rápida explicação, a cromatografia supercrítica é um tipo de cromatografia diferente da gasosa (CG) e da líquida (CLAE) e que despertado o interesse da pesquisa por reunir vantagens tanto de CG quanto de CLAE. Em geral, a cromatografia supercrítica emprega CO2 à alta pressão, liquefazendo e produzindo o chamado fluído supercrítico. Esse fluído reuni a maior permeabilidade da fase móvel pela coluna (característica de gás) e também facilita a solubilização de compostos (característica de FM líquida). Julgo que o informado na resolução desta alternativa seja suficiente para sua prova. Letra B: incorreta. A cromatografia gasosa é classificada como cromatografia em coluna. O gênero cromatografia planar engloba a cromatografia em camada delgada e cromatografia em papel. Letra C: incorreta. Na cromatografia em papel, a própria água presente na superfície do papel funciona como fase estacionária e a FM também é líquida. Portanto, temos uma cromatografia do tipo líquido-líquido por partição. Letra D: correta. A bomba é responsável por empurrar fase móvel e amostra através da coluna, resultado na eluição dos mesmos. Letra E: incorreta. É desejável que a amostra seja volátil ou que, pelo menos, seja termicamente estável para viabilizar a sua evaporação no forno antes da eluição através da coluna. Resposta: letra D 3.1 – Coluna para CLAE A coluna cromatográfica para CLAE é preenchida por partículas muito finas (3 a 10 µm) e é isso que proporciona uma alta resolução para técnica. Quanto mais finas as partículas da fase estacionária (FE), mais eficiente é a separação e, portanto, maior será o número de pratos teóricos. Mas por que a separação é mais eficiente com a diminuição do tamanho das partículas? Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 24 101 Para responder a essa questão, devemos recorrer à equação de van Deemter, discutida na aula passada e representada abaixo. Uma menor granulometria das partículas diminui as constantes A e C associadas, respectivamente, ao efeito de caminhos múltiplos e de tempo de equilíbrio. Para entendermos melhor esse efeito sobre C, podemos comparar a interação do analito com a FE a uma reação, já que, quanto maior a superfície de contato, mais rápida será a reação e, nesse caso, mais rápida será a interação e mais rapidamente o analito volta para a FM. Caminhos Difusão Tempo de mútiplos longitudinal equilíbrio x x B H A C u u + + No entanto, devemos lembrar que, quanto mais finas e empacotadas forem as partículas da FE, maior a pressão necessária para forçar a passagem da amostra através da coluna. Ouvi de um professor há muito tempo que a passagem da amostra pela coluna é similar a forçar a passagem de um líquido através de uma parede. Impressionante, não é mesmo? Daí temos uma ideia da pressão necessária para um sistema CLAE. Outro fator que influi na pressão necessária é o raio da coluna cromatográfica. Quanto menor ele for, maior será a pressão requerida para a amostra e FM atravessarem a coluna. Pressões elevadas melhoram a resolução (= capacidade de separação), além de diminuir o tempo de eluição dos compostos. Sistemas de cromatografia líquida que trabalha com partículas da FE muito pequenas (entre 1,5-2µm) requerem pressões ainda mais elevadas e são chamados de Cromatografia Líquida de Ultraeficiência (CLUE ou UPLC do inglês Ultra Performance Liquid Chromatography). A tabela abaixo ilustra o efeito do tamanho das partículas da FE sobre o tempo de retenção, número de pratos teóricos e pressão requerida pelo sistema CLAE. Efeito do tamanho das partículas sobre parâmetros do método CLAE2 Tamanho departícula (µm) Tempo de retenção (min) Número de pratos teóricos Pressão requerida, bar (psi) 5,0 30 25000 19 3,0 18 42000 87 1,5 9 83000 700 1,0 6 125000 2300 Dados de desempenho de uma coluna capilar de 33 µm de diâmetro interno e 25 cm de comprimento. 2 MACNAIR, John E.; PATEL, Kamlesh D.; JORGENSON, James W. Ultrahigh-pressure reversed-phase capillary liquid chromatography: isocratic and gradient elution using columns packed with 1.0-μm particles. Analytical chemistry, v. 71, n. 3, p. 700-708, 1999. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 25 101 Atenção! Há diferentes tipos de coluna, mas as mais amplamente utilizadas apresentam as seguintes características: i. Empacotadas com partículas muito finas (3 a 10 µm), fase estacionária; ii. Comprimento (L): entre 5 e 30 cm; iii. Diâmetro interno (): entre 1 e 5 mm; iv. Revestimento externo: em aço ou plástico v. Suporte: sílica com alta uniformidade do tamanho das partículas; e vi. Fase estacionária (FE): composto orgânico química ou fisicamente ligados ao suporte. Exemplos de colunas cromatográficas para CLAE de comprimentos e diâmetros diversos. O suporte e a FE em conjunto são comumente chamados de recheio da coluna. Como eu disse, existem outros tipos de coluna para CLAE, a exemplo das colunas capilares e colunas preparativas. Na tabela abaixo resumo algumas características dos principais tipos de coluna para CLAE. É bom ter uma noção geral dessas características. Por isso, organizei a tabela numa ordem crescente de comprimento, diâmetro interno, vazão e tamanho de partículas. Visão geral de características dos principais tipos de coluna cromatográfica para CLAE Tipo de coluna Comprimento Diâmetro interno (mm) Vazão (µL/min) Tamanho de partícula (µm) Colunas capilares 1m a 100m 0,01 a 0,5 0,1 a 20 entre 1 e 3 ou com filme líquido ligado ao suporte Colunas rápidas 3cm a 10cm 2 a 6 1000 a 5000 3 Convencional ou analítica* 5cm a 30cm 2 a 6 1000 a 3000 3 a 5 Colunas preparativas maior que 20 cm maior que 10 mm maior que 1000 maior que 10 * tipo de coluna mais amplamente utilizado Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 26 101 Embora muitos métodos via CLAE sejam executados em temperatura ambiente, o aquecimento da coluna pode ser empregado em alguns métodos. O aumento da temperatura diminui a viscosidade da FM, resultando em uma eluição mais rápida da amostra, além de melhorar a reprodutibilidade do método. Do mesmo modo que discutimos em cromatografia gasosa (CG), em CLAE também devemos ficar atento à temperatura máxima de trabalho da coluna. Caso contrário, com o aquecimento excessivo, a FE pode degradar, o que diminui consideravelmente a vida útil da coluna. Vale lembrar que, assim como na CG, em CLAE, também se utiliza a pré-coluna ou coluna de guarda. A pré-coluna apresenta a mesma FE da coluna cromatográfica e é responsável por reter partículas finas e solutos que se adsorvem fortemente. Em se tratando de uma coluna empacotada, não podemos cortar a pré-coluna como acontece em CG. Por isso, em CLAE, a pré-coluna é frequentemente substituída. A função desse dispositivo é a mesma em CG e CLAE: melhorar a qualidade da análise e preservar a coluna cromatográfica. Por fim, destaco alguns cuidados com a coluna cromatográfica a fim de preservá-la, aumentando, assim, sua vida útil: o Realizar a limpeza da coluna antes de guardá-la, removendo sais e tampões; o Manter suas extremidades vedadas durante o seu armazenamento, evitando contaminações da sua FE; o Evitar mudanças abruptas de pressão e de temperatura e choques mecânicos; o Usar solventes grau cromatográficos. A soluções utilizadas devem ser filtradas para evitar a entrada de sólidos suspensos na coluna; o Observar o sentido da coluna; o Utilizar coluna de proteção; o Manter a solução que atravessa a coluna dentro da faixa de pH indicada pelo fabricante. Em geral, 2,0 < pH < 8,0 (acima de 8, por exemplo, ocorre a dissolução da sílica). Em muitos métodos, são utilizadas substâncias tampões para estabilizar o pH dentro de uma faixa desejável; e o Evitar precipitações durante a corrida cromatográfica por meio da escolha da FM adequada. 3.2 – Fase normal e fase reversa Vimos na aula passada que Dá se o nome fase normal aos experimentos cromatográficos nos quais se utiliza uma fase estacionária (FE) de caráter mais polar e uma fase móvel (FM) de caráter mais apolar. Por outro lado, recebe o nome de fase reversa nas situações em que é utilizado uma FE de caráter mais apolar e uma FM de caráter mais polar. A sílica tem sido amplamente utilizada como suporte em colunas cromatográficas devido a sua boa estabilidade térmica; por ser mecanicamente estável, estar disponível em uma grande variedade de tamanho de partículas; apresentar elevado número de grupos silanóis3; e pode ser facilmente modificada... Pessoal, vamos discutir melhor essa última vantagem da sílica. Embora a sílica “nua” (sem nenhuma 3 Grupos em que há pelo menos uma hidroxila ligada ao silício. Ex: (CH3)3-Si-OH; (CH3)2-Si-(OH)2. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 27 101 modificação) possa ser utilizada como FE, o mais comum é que ela seja modificada para se obter uma nova constituição como FE. Observe a equação genérica abaixo em que o hidrogênio da hidroxila da sílica é substituído por um grupo R, o qual pode ser vários grupos diferentes. Se R for um grupo mais polar, então teremos uma FE polar e cromatografia será de fase normal. Por outro lado, se R for um grupo mais apolar, então a FE será apolar, a qual é normalmente utilizada em fase reversa. A esse tipo de fase estacionária dá se o nome de fase estacionária quimicamente ligada, a qual é obtida a partir da reação entre os grupos silanóis e os compostos contendo grupos polares (fase normal) ou apolares (fase reversa). Esses grupos estão ligados covalentemente à sílica como se vê na figura acima. Na tabela abaixo são apresentados os principais grupos R de fases polares e fases apolares. Fases estacionárias mais comuns4 Fases polares comuns Fases apolares comuns R = (CH2)3NH2 amino R = (CH2)17CH3 octadecil, C18 R = (CH2)3C≡N ciano R = (CH2)7CH3 octil, C8 R = (CH2)2OCH2CH(OH)CH2OH diol R = (CH2)3C6H5 fenil R = (CH2)3C6F5 F5-fenil As fases estacionárias (FE) de baixa polaridade são comumente referidas pela nomenclatura C + número de carbonos. Por exemplo, C8 é a FE com 8 carbonos; C4, 4 carbonos e assim por diante. A coluna C18 é, sem dúvida, a mais aplicada em fase reversa, pois permite desde a separação de substâncias hidrossolúveis e iônicas até substâncias hidrofóbicas. Precisamos agora estabelecer um paralelo entre fase normal e fase reversa, discutindo suas principais características, vantagens e desvantagens e em que situações podemos aplicar uma ou outra. Sistematizei essas informações em forma de tabela, observe abaixo. Essa tabela não é para ser totalmente decorada, pois muitas das suas informações são deduzíveis. Por exemplo, se utilizamos uma FE polar, obviamente os compostos apolares eluirão mais rapidamente (menor tempo de retenção, tR), enquanto os polares ficarão mais tempo retidos por apresentar maior afinidade com a FE. Se, em outra situação, desejamos eluir mais rapidamente um soluto apolar através de uma FE apolar, então devemos diminuir a polaridade da FM. Por meio desse tipo de raciocínio, você conseguirá completar muitasinformações da tabela sem ter que memorizá-las. Beleza? Fica como dica de estudo. 4 HARRIS, Daniel C. Análise Química Quantitativa. Grupo Gen-LTC, 2000. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA ==bc3d1== 28 101 Paralelo com as principais características das fases normal e reversa Fase normal Fase reversa Fase estacionária De caráter mais polar De caráter mais apolar Fase móvel Solventes de baixa e média polaridade. Ex: hexano, clorofórmio, acetonitrila (ACN), tetrahidrofurano (THF), isopropanol e metanol (MeOH) Solventes de média e alta polaridade. Ex: água, acetonitrila (ACN), metanol (MeOH) e tetrahidrofurano (THF) Quais solutos eluem primeiro? Os mais apolares, já que apresentam menos afinidade com a FE polar Os mais polares Como aumentar o tempo de retenção de um soluto? Diminuindo a polaridade da FM Aumentando a polaridade da FM Como diminuir o tempo de retenção de um soluto? Aumentando a polaridade da FM Diminuindo a polaridade da FM Aplicação Substâncias insolúveis em água (ex: lipídeos, hidrocarbonetos). Também usado na separação de isômeros. Ampla aplicação, podendo ser aplicados tanto para compostos hidrofílicos (polares e iônicos) quanto para compostos hidrofóbicos (apolares). Principais vantagens 1. Estabilidade da coluna em relação à FM aquosa; 2. Muitas substâncias orgânicas são mais solúveis em FM apolar; 3. Aplicável a amostras incompatíveis com água; e 4. Versatilidade satisfatória obtida por meio de alterações da FE e/ou FM. 1. Ampla gama de aplicação (separação de compostos polares e apolares); 2. Maior reprodutibilidade, a qual não é afetada pela presença de umidade; 3. A água pode ser utilizada como FM e é um solvente muito barato; 4. Os modificadores mais utilizados (metanol e acetonitrila) são de fácil obtenção; 5. Ordem de eluição mais facilmente previsível; 6. Eluição em gradiente facilitada (estudaremos esse tópico a seguir); e 7. Menor ocorrência de adsorção irreversível. Principais desvantagens 1. Ruim para separar compostos iônicos; 2. Eluição mais demorada devido a maior força de interação entre solutos e FE; 3. Baixa resolução; 4. Custo elevado dos solventes orgânicos; e 5. Maior tendência a formação de caldas (distorção do pico). Exatamente por praticamente não apresentar desvantagens que a fase reversa corresponde a maioria das aplicações. Em fase normal, a utilização de agentes de supressão iônica melhora a resolução cromatográfica. São normalmente utilizados ácidos acético ou fórmico para análise espécies ácidas; e amônia ou trietilamina para a análise de espécies com caráter básico. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 29 101 Eu prefiro sempre que você entenda um dado efeito do que você o decore. Portanto, vamos lá! Como o próprio nome diz, esses agentes são responsáveis por diminuir a concentração de espécies iônicas. Ao adicionar um ácido acético a um meio, estamos aumentando a concentração de H+ e esse aumento desloca o equilíbrio (apresentado abaixo) do outro ácido HA, que é nosso analito, para a esquerda, ou seja, para a forma não iônica HA em detrimento da concentração de A-. O raciocínio análogo explica a supressão iônica para espécies básicas. Havendo menos espécies iônicas, a passagem por uma coluna polar será mais rápida. HA H+ + A- (FGV - Tecnologista em Saúde - Farmacocinética - FIOCRUZ - 2010) O sucesso de uma análise cromatográfica depende, fundamentalmente, da coluna escolhida conforme a natureza das substâncias que se deseja determinar. As colunas de fase reversa são as mais utilizadas na separação por CLAE. Não é correto afirmar, sobre as colunas de fase reversa, que: a) são colunas de fase ligada. b) a retenção pode ser aumentada, reduzindo a polaridade da fase móvel. c) a polaridade da fase móvel utilizada é alta. d) a amostra mais polar, elui mais rapidamente. e) as do tipo C18, C8 e C2 são exemplos. Comentários Letra A: correta. Podemos ter coluna de fase reversa, cuja fase estacionária seja líquida e esteja ligada ao suporte. Letra B: incorreta. Em fase reversa, a retenção é diminuída, reduzindo a polaridade da fase móvel ou, em outras palavras, aumentado sua apolaridade. Nesse caso, a fase móvel mais apolar compete com a fase estacionária (FE) na interação com moléculas apolares, o que acaba diminuindo a interação dessas substâncias com a FE, o que resulta em uma maior velocidade de eluição. Letra C: correta. Em fase reversa, a fase estacionária (FE) é apolar e FM, polar. Letra D: correta. Em fase reversa, a FE é apolar e, por isso, solutos mais polares eluem mais rapidamente. Letra E: correta. As colunas C18, C8 e C2 são exemplos utilizados em fase reversa, em que o número indica a quantidade carbono da fase estacionária. Resposta: letra B Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 30 101 Eluição em cromatografia iônica: um caso à parte Precisamos examinar em mais detalhes, como se dá a eluição em cromatografia iônica. A fase estacionária será uma resina trocadora de íons, pois vai receber um íon e liberar outro de mesma carga. Portanto, podemos a fase estacionária (FE) serão grupos aniônicos ou catiônicos imobilizados (–SO3- ou –N(CH3)3+). Diante dessas informações, como podemos prever a ordem de eluição? Para tanto, devemos considerar duas regras: 1. O fator principal de atração entre os íons analitos e a FE é a sua carga. Quanto maior a carga, mais fortemente se ligará à FE. Por exemplo, se tivermos uma resina de troca catiônica (FE) do tipo –SO3-, o cátion Ca2+ por ser bivalente será mais fortemente atraído pela FE do que o Na+ que é monovalente, já que, quanto maior a carga dos íons, maior será a atração eletrostática; 2. Caso dois íons apresente a mesma carga, aí devemos considerar fatores menos diretos como polarizabilidade e grau de hidratação. No caso da polarizabilidade, basta lembrarmos que está diretamente relacionado ao raio do íon, quanto maior o seu raio, mais polarizável (mais sua nuvem de elétrons pode ser distorcida pela aproximação de outro íon). Por exemplo, o fluoreto (F-), que tem raio menor, é menos polarizável que o cloreto (Cℓ-), que tem raio maior. Sendo assim, em uma cromatografia iônica, os haletos apresentarão a seguinte ordem de eluição: F- (mais rápido), Cℓ-, Br- e I- (mais demorado). Considerando esses dois aspectos, que não são seguidos exatamente à risca, segue a ordem de eluição crescente (do mais rápido para os mais lentos) de alguns cátions e ânions: Cátions: Li+, H+, Na+, K+, NH4+, Rb+, Cd2+, Be2+, Cs+, Ag+, Mn2+, Mg2+, Zn2+, Cu2+, Ni2+, Co2+, Ca2+, Sr2+, Pb2+, Ba2+, Aℓ3+, Fe3+, Th4+. Ânions: F-, OH-, Cℓ-, Br-, I-, acetato-, MoO42-, PO43-, NO3-, tatarato2-, citrato3-, CrO42-, SO42-. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 31 101 3.3 – Tipos de eluição Frequentemente os solventes utilizados como fase móvel (FM) são comparados pela a sua força eluente ou força de eluição. A força de eluição é a capacidade da FM de conduzir os solutos através da fase estacionária em um menor tempo, ou seja, com um menor tempo de retenção. Um solvente mais polar apresentará maior força de eluição em fase normal (FE polar). Por outro lado, um solvente mais apolar apresentarámaior força de eluição em reversa (FE apolar). Não confunda isso. Esquematizo abaixo para facilitar a revisão. Comparando força de eluição de solventes polar e apolar nas fases normal e reversa FM Fase normal Fase reversa Polar Maior força de eluição Menor força de eluição Apolar Menor força de eluição Maior força de eluição A eluição pode ser realizada de duas maneiras: Eluição isocrática: realizada utilizando FM com composição constante, que pode ser um único solvente ou uma mistura de solventes com proporções constantes do início ao fim da corrida (análise) cromatográfica; e Eluição por gradiente: a proporção entre os solventes da FM é alterada de maneira contínua. Por exemplo, suponhamos um FM formada pelos solventes A e B. Em uma eluição com gradiente, o solvente A pode ter sua proporção aumentada no misturador, enquanto a participação do solvente B é diminuída, durante a corrida cromatográfica. Esse tipo de eluição é muito apropriado em casos em que a eluição a uma proporção constante é muito demorada para alguns solutos. Essa estratégia possibilita que a polaridade da FM seja alterada durante a eluição, melhorando, em muitos casos, a resolução e resultando em picos mais finos. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 32 101 Observe na figura abaixo, a diferença de um cromatograma obtido por eluição isocrática e o cromatograma para a mesma amostra, por eluição por gradiente. O tempo total da corrida necessário para eluir os 11 componentes diminuíram de aproximadamente 16 min para menos de 10 min, ao substituir a eluição isocrática pela eluição por gradiente. Além disso, nota-se que os picos ficaram mais finos, o que melhora a resolução da análise. Eluição isocrática Eluição por gradiente Comparação entre eluição isocrática e eluição por gradiente. Segue abaixo os parâmetros de um método por gradiente apenas como exemplo: o Coluna C18, L: 20 cm, : 4,5 mm; o Gradiente linear: 20 a 90% de acetonitrila (ACN), 45’’; o Fluxo da FM: 2,0 mL/min; o Volume de injeção: 20 µL de amostra. No exemplo acima, a concentração de ACN será elevada de 20 a 90% no intervalo de 45 segundos. A complementação dos 100%, nesse caso, será realizada com água. Então, se a um dado instante a concentração de ACN for 75%, então 25% será água. O gradiente aplicado foi linear, ou seja, a concentração aumenta de forma linear com o tempo. Outros tipos de gradiente podem ser aplicados para obter melhores resultados. Existem métodos que misturam os dois tipos de eluição, realiza o gradiente por um período, depois torna constante (isocrática) a proporção entre os solventes. Para fins de prova, você deve considerar o seguinte: Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 33 101 Houve variação da proporção entre os solventes? Se sim → eluição por gradiente Se não → eluição isocrática Abaixo dois exemplos de eluição por gradiente. Na figura (a), tem-se um gradiente linear em que a concentração de um dado solvente é elevada de 5 a 95%. Na figura (b), tem-se também uma eluição por gradiente, mas com intervalo isocrático mantendo a concentração em 40% por um certo período. Ainda na comparação das figuras (a) e (b), nota-se que houve uma melhor separação na figura (b). (a) Eluição por gradiente linear (b) Eluição por gradiente com intervalo isocrático Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 34 101 3.4 – Detectores para CLAE ou HPLC Assim como acontece em cromatógrafos gasosos, em CLAE, o detector é o componente que gera um sinal elétrico proporcional à quantidade de mols de analito que chega até ele. Após a separação ocorrida na eluição pela coluna cromatográfica, cada constituinte chega separadamente ao detector e tem seus respectivos sinais detectados e monitorados. Respeitados os limites inferior e superior de concentração, em CLAE, a área do pico também é diretamente proporcional à concentração, de modo que é possível estabelecer uma equação linear que correlacione área do pico (variável y) com a concentração (variável x), chamada reta de calibração. Podemos destacar algumas características desejáveis para detectores: o fornecer, em uma ampla faixa, área diretamente proporcional à quantidade de mols (linearidade); o elevada sensibilidade; o boa capacidade de identificação e quantificação de substâncias; o estabilidade de leitura e boa precisão; o robustez em relação a variações de temperatura, de pressão e de fase móvel; o elevada especificidade em relação ao analito; o de fácil operação e manutenção; e o não ser destrutivo (não destruir a amostra analisada). Os principais detectores utilizados em cromatógrafos líquidos (CLAE) são: o Espectrofotômetros UV-VIS (espectroscopia de absorção molecular); o Detector de Fluorescência (espectroscopia de emissão molecular); o Detector por espalhamento de luz; o Detectores eletroquímicos (ex: amperométrico, condutométrico, polarográfico e potenciométrico, detector sensível à constante dielétrica); o Detector de índice de refração; e o Espectrômetro de massa. Apresento abaixo um quadro comparativo da sensibilidade dos diferentes detectores e na sequência falaremos um pouquinho sobre alguns deles. Quadro comparativo da sensibilidade de diferentes detectores5 Detector Limite de detecção (ng) UV-VIS 0,1-1,0 Fluorescência 0,001-0,01 Espalhamento de luz 0,1-1 Eletroquímico 0,01-1 Índice de refração 100-1000 Espectrometria de massa 0,1-1 5 HARRIS, Daniel C. Química analítica quantitativa. Rio de Janeiro: LTC Editora, p. 469, 2001. Diego Souza, Equipe Diego Souza 1 Aula 20 Química p/ Polícia Federal (Perito Criminal - Área 14 - Farmácia) 2021 Pré-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 771025 00010280146 - WILLIAM CARRARA DA SILVA 35 101 3.4.1 – Detectores espectrofotométricos Detectores espectrofotométricos são os mais utilizados em CLAE e englobam os detectores UV-VIS e os por fluorescência. A diferença básica entre ambos: o UV-VIS: baseia na absorção de radiação eletromagnética pelas espécies analisadas. o Fluorescência: baseia na emissão de radiação eletromagnética pelas espécies analisadas. Outra diferença é que, conforme tabela acima, detectores por fluorescência são muito mais sensíveis que detectores UV-VIS (NOTA: explico o motivo dessa diferença em nossa aula sobre espectroscopia UV-VIS, não deixe de revisá-la. Nela discuto de forma mais aprofundada o funcionamento dos detectores espectrofotométricos). Em uma rápida revisão de nossa aula sobre espectroscopia UV-VIS, destaco cinco componentes (ilustrados na figura abaixo) principais dos equipamentos espectroscópicos: (1) uma fonte emissora de radiação eletromagnética; (2) um seletor de comprimento de onda que permite a passagem apenas da faixa da luz de interesse para a análise; (3) um recipiente para amostra; (4) um detector que transforma o sinal luminoso em corrente elétrica; e (5) um processador eletrônico associado a um display de saída de sinal, que, nos equipamentos atuais, pode ser um microcomputador configurado com o software do equipamento. Componentes principais de um espectrofotômetro de absorção molecular UV-VIS Os detectores UV-VIS e por fluorescência para CLAE apresentam a mesma configuração acima com uma única diferença, como a análise é em fluxo, há uma célula de fluxo, ilustrada abaixo, no lugar da cubeta. Célula de leitura em fluxo (dispositivo que substitui a cubeta
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