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Meritíssimo(a) Juiz(a) de Direito. 
Comarca de MG. 
Juizado Especial Cível 
 
 
 
 
 
URGENTE 
 
Contém pedido de tutela de urgência. 
 
 FULANA DE TAL...devidamente qualificada, vem, à presença de V. Exa., propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER E REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS, em face de ....., sociedade anônima aberta, inscrita no CNPJ sob o n......, com sede localizada na Rua...., com supedâneo no art. 5o, inciso X da Constituição Federal, arts. 12 e 21 do Código Civil de 2002, art. 273, do Código de Processo Civil e demais disposições legais afetas, onde, com apoio nos seguintes substratos fáticos e jurídicos, expõe e requer: 
 
1. Preâmbulo: 
 
O desiderato da presente ação é declarar a inexistência de débito da autora, bem como a condenação da ré a devolver o cheque que foi devolvido por motivo 11 e devidamente quitado perante a empresa ré, bem como condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais. 
 
2. Dos fatos. 
 
A autora realizou em 12/12/2016 o pagamento de sua fatura de cartão de credito vencida em 05/12/2016 no valor de R$1.865,71 perante a ré, através de um cheque, qual seja este cheque n.000284, conta, Ag:..., de sua titularidade.  Ocorre que, por problemas financeiros particulares, não conseguiu arcar com o pagamento de tal cheque, sendo que o mesmo foi devolvido a ré pelo motivo 11 perante o Banco Santander, banco onde a autora mantem conta bancária. 
 
Pois bem, em 12 janeiro de 2017, a autora realizou o pagamento em dinheiro do total de sua fatura vencida em 05/01/2017, no valor de R$2.472,12. Neste dia, tentou realizar o pagamento do cheque que tinha voltado, entretanto, lhe foi dito que seria impossível, pois o mesmo não havia sido devolvido à loja. 
 
Em 27 de janeiro de 2017, a autora novamente retornou na empresa ré e tentou realizar o pagamento do cheque, sendo que lhe foi dito que o mesmo não havia chegado, mas que o pagamento poderia ser realizado. Foi então que a autora foi orientada a realizar o pagamento da fatura que venceria em 05/02/2017 (valor de R$2.499,13) no valor exato do cheque entregue em dezembro de 2016, já que dessa forma o valor entraria como crédito e o cheque poderia ser devolvido. Assim a autora fez e realizou o pagamento no valor de R$1.865,71 em 27/01/2017.  
 
Pois bem, a fatura vencida em 05/03/2017 veio acrescida do valor de R$1.865,71, sendo que o valor total da fatura alcançou a quantia de R$5.059,89, valor este pago integralmente pela autora. Dessa forma, além dos gastos referentes ao mês de fevereiro de 2017, foi incluso o débito de R$1.865,71 referente ao cheque de dezembro de 2016.   
Como o valor foi pago integralmente, não restam duvidas que o mesmo foi devidamente quitado. 
 
Assim veio ocorrendo nos próximos meses, sendo que ate a presente data, as faturas foram pagas integralmente corretamente e a ré se nega a devolver o cheque da autora. 
 
A autora já compareceu no estabelecimento réu inúmeras vezes para buscar seu cheque, já que esta negativada perante seu banco, e lhe foi informado que o cheque será entregue, entretanto, não podem precisar a data.   
 
Dessa forma, imperiosa se faz a intervenção judicial, de forma dura e exemplar, a fim de coibir tais práticas abusivas das empresas que agem de forma negligente e indiferente aos sentimentos morais das pessoas. 
   
 
  2. Da tutela de urgência. 
 
  2. Da tutela provisória de urgência. 
 
Assim dispõe o art. 294 e 300 do CPC: 
 
Art. 294.  A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
Parágrafo único.  A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. 
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
Diante desse quadro, mister a concessão da tutela antecipada, pois presentes os pressupostos processuais, para determinar que a autora de devolva o cheque à autora. 
 
A doutrina tem definido prova inequívoca como sendo aquela que apresenta alto grau de convencimento, afastada qualquer "dúvida razoável, ou, em outros termos, cuja autenticidade ou veracidade seja provável". Significa a plena aptidão para produzir no espírito do magistrado o "juízo de verossimilhança", capaz de autorizar a antecipação da tutela. 
 
A autora carreia aos autos a copia do cheque onde demonstra que o mesmo foi devolvido por motivo 11, o que significa que perante o Banco, a autora esta negativa e impedida de contratar qualquer crédito. 
 
Portanto, o direito invocado é plenamente plausível, restando cristalina a verossimilhança do alegado. 
 
A lei exige ainda que a demora processual possa acarretar a autora um dano, com características de irreparabilidade ou de difícil reparação. O fundado receio será invocável com base em dados concretos. 
 
 A probabilidade do dano à pessoa da autora é evidente, uma vez que seu nome encontra-se cravado no rol de emitentes de cheque sem fundos, restringindo sua credibilidade no banco a qual mantem conta e em outras instituições financeiras. 
 
  
Destarte, verificados os pressupostos de concessão da tutela de urgência, requer a Vossa Excelência que seja determinado imediatamente, no prazo a ser determinado por V.Exa., que a ré entregue a autora o cheque n., de titularidade da autora para apresentação perante o Banco Santander, sob pena de multa diária a ser arbitrada por V.Exa.. 
 
3 – Do direito ao ressarcimento pelo dano moral sofrido. 
 
O dano sofrido pela autora em face da conduta desastrosa e irresponsável da ré deverá ser ressarcido. 
 
 O nome da autora vem sendo mantido no Cadastro de Emitente de Cheques sem fundos interno do banco por culpa única e exclusiva da ré, o que sem duvidas esta lhe causando danos morais. 
 
A Constituição Federal de 1988 traz, como fundamento do Estado Brasileiro, princípios que norteiam todo o ordenamento jurídico como o da dignidade da pessoa humana , que nos ensinamentos do insigne doutrinador ALEXANDRE DE MORAES (“Direito Constitucional,13ª ed., 2003,  Editora Atlas, São Paulo,  pp.50), se consubstancia in verbis: 
 
“A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos.” 
 
Em consonância com o princípio fundamental acima mencionado a Constituição Federal assegura, no título "Dos Direitos e garantias fundamentais", no art. 5°, inciso V, o "direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem" e no inciso X,  declara invioláveis "a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.  
T 
tal princípio encontra-se consubstanciado na regra do art. 186 e art. 187 c/c art. 927 do Código Civil em vigor, onde prescrevem que: “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito e fica obrigado a repará-lo”. 
 
A responsabilidade da Ré pelos prejuízos causados a terceiros e ligados à prestaçãode serviços governa-se pelos mesmos critérios e princípios vetores da responsabilidade do Estado, conforme preceituado o artigo 37, § 6°, da Magna Carta. 
 
Assim, a responsabilidade em questão é objetiva, ou seja, para que seja instaurada, prescinde-se de dolo ou culpa da pessoa jurídica, bastando a relação causal entre a atividade e o dano. 
 
A responsabilidade civil da Ré é evidente, conforme o exposto. Como cediço, a atividade da requerida está incluída no mercado de consumo, mediante remuneração, e por isso está sob a égide da Lei n° 8.078/90. 
       
Isto é, se, na relação jurídica estabelecida, de um lado estiver o consumidor, e de outro o fornecedor do serviço, a relação é típica de consumo e está protegida pelo CDC. Em suma, o caso em tela está protegido pelo CDC. 
 
O Código de Defesa do Consumidor, no seu artigo 6º, incisos VI, VII e VIII enumera como direitos básicos do consumidor: a prevenção e reparação dos danos patrimoniais e morais; o acesso ao judiciário para dirimir os conflitos e ainda, a facilitação de sua defesa.  
 
Assim sendo, mister se faz a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII da lei 8.078/90 (CDC). 
 
 
A dominante doutrina conspira em favor da autora. Vejamos as palavras do mestre YUSSEF SAID CAHALI, Dano Moral, 2ª ed., 1998, RT, SP, pg 358, in verbis:  
 
“A reputação pessoal integra-se no direito da personalidade, como atributo da honra do ser humano, merecendo, assim, a proteção das normas penais e das leis civis reparatórias”. 
“Sob a égide dessa proteção devida, acentua-se cada vez mais na jurisprudência a condenação daqueles atos que molestam o conceito honrado da pessoa, colocando em dúvida a sua probidade e seu crédito”. 
 
Estão presentes, pois, todos os pressupostos exigidos por lei para que exista a responsabilidade civil e a indenização, ou seja, o dano, a culpa da Ré e a relação de causalidade entre o fato culposo e o dano. 
 
Destarte, requer a condenação da ré a indenizar a autora pelos danos morais causados devido a dar causa a manutenção do nome da autora no cadastro de emitente de cheques sem fundos. 
 
4. Dos pedidos: 
 
ISTO POSTO, requer a V. Exa.: 
 
a) Com fulcro nas disposições contidas no art. 294 do Código de Processo Civil, seja determinado imediatamente, no prazo a ser determinado por V.Exa., que a ré entregue a autora o cheque n, conta Ag: , de titularidade da autora para apresentação perante o Banco Santander, sob pena de multa diária a ser arbitrada por V.Exa, e que, como meio pratico de cumprimento da decisão, nos termos do art.497 do CPC, seja oficiado diretamente ao Banco Santander para que retire o nome da autora de seu Cadastro Interno de Emitentes de Cheque sem fundos. 
 
b) Seja confirmada a tutela de urgência requerida e que sejam julgados procedentes os pedidos, a fim de que seja condenada a ré a obrigação de devolver o cheque n.000284, conta , de titularidade da autora à esta, bem como seja condenada a realizar o pagamento em favor da autora, a título de danos morais a quantia correspondente a R$10.000,00 (dez mil reais) corrigidos monetariamente e com juros até a data do efetivo pagamento. 
 
c) Declarar a inexistência da dívida proveniente do cheque n. , de titularidade da autora, no valor de R$1.865,71 uma vez que a mesma já foi devidamente quitada. 
 
d) A citação da Ré via postal, no endereço registrado no preâmbulo, para, querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão; 
 
e) A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII da lei 8.078/90 (CDC); 
 
f) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente testemunhal, documental e depoimento pessoal do representante legal do requerido, sob pena de confissão, caso não compareça ou comparecendo se recuse a depor; 
 
f) Requer, por fim, o deferimento dos benefícios da Justiça gratuita.  
 
Dá-se á causa o valor de R$11.865,71 (onze mil oitocentos e sessenta e cinco reais e setenta e um centavos). 
Termos em que pede deferimento. 
                         ...., 23 de maio de 2017. 
 
 
ADVOGADO
OAB

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