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GESTÃO DE CONFLITOS Conhecimento fundamental para o seu sucesso pessoal e profissional Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros. Todos os direitos reservados para SCTP SOLUÇÕES EM CURSOS E TREINEMENTOS PROFISSIONAL LTDA. Lei 9.610/98 e atualizações 2 No momento atual, mediante tantos eventos que mudaram a vida de forma global, se faz absolutamente necessário buscar cada vez mais pela convivência harmônica e colaborativa entre nossos pares sociais, e todos que de alguma forma compartilham o mesmo tempo/espaço em determinados espaços públicos e/ou privados. A forma como conduzimos situações difíceis impacta direta e proporcionalmente nos resultados que desejamos atingir, sejam eles individuais ou coletivos. Introdução Neste e-book vamos entender um pouco mais sobre: • Conflitos • Como SURGEM os Conflitos • Níveis de CLASSIFICAÇÃO • Praticando ... Boa leitura. Ao final deste módulo você deverá reconhecer os elementos fundamentais de conceituação e tipos de conflito. 3 www.sematecsolucoes.com.br http://www.cdpconnect.com.br/ GESTÃODE CONFLITOS 4 www.sematecsolucoes.com.br http://www.cdpconnect.com.br/ Conceituação, análise e compreensão do termo conflito Gestão de conflitos são ações eficientes e assertivas para solucionar as divergências de opiniões entre pessoas ou equipes, buscando sempre soluções de ganha- ganha. ... Quando se utilizam técnicas de Gestão de Conflitos adequadas, as divergências que atravancam os projetos são facilmente identificáveis. O objetivo principal deste conteúdo é, entre outros, levar gestores e servidores públicos a REFLEXÃO acerca da condução/gestão dos conflitos no ambiente de trabalho, mas para tanto é necessário compreender primeiramente a definição do termo, e para Folger (1997), “conflito é a interação de pessoas interdependentes que percebem objetivos incompatíveis e interferências mútuas na consecução dos mesmos”. Há definições e conceitos diversos na doutrina, por essa razão, aqui será abordado como uma situação de incompatibilidade de ideias, ações ou interesses, um desacordo e/ou falta de entendimento, que pode ocorrer de forma individual, ou entre duas ou mais partes. Importante mencionar que nem sempre o conflito pode ser compreendido como algo ruim, se houver a condução correta e assertiva poderá trazer mudanças nos métodos e processos, de forma criativa e produtiva. Em muitos momentos o conflito poderá gerar uma oportunidade de diálogo e (re)análise do contexto conflitante, podendo inclusive colaborar para a solução de problemas. 5 Os conflitos podem surgir nas mais diversas esferas sociais, e por essa razão se faz tão imprescindível estarmos preparados para encontrar resolver situações conflitivas que surgem naturalmente quando há necessidade de convivência. Sobre as causas do surgimento do conflito, Figueiredo (2012) afirma que: Surgimento dos Conflitos TRÊS FATORES ANTECESSORES AO CONFLITO: Diferenciação: cada grupo se especializa mais na busca de eficiência. Esse processo acaba diferenciando os grupos dentro da organização, que passam a ter objetivos e interesses diferentes. Recursos compartilhados e limitados: a quantidade de recursos que circula em uma organização é fixa, limitada e deve ser compartilhada entre os diversos grupos. A percepção da necessidade e da forma como devem ser distribuídos e aplicados esses recursos pode gerar diversos conflitos. Interdependência de atividades: ocorre quando um grupo não pode realizar a sua tarefa, a menos que o outro grupo realize a sua. 6 Esta oposição ocorre quando existem perspectivas, interesses ou objetivos diferentes face a pessoas, objetos ou opiniões. No entanto, também podem existir conflitos criados por interesses iguais. A estas situações podemos chamar de concorrência ou competição e são inúmeros os exemplos que podemos apresentar: disputas por heranças, concorrência no trabalho, conflitos em divórcios, entre outros (p. 27). Algumas possíveis causas para o surgimento de conflitos são: • Frustração pessoal: Direções e interesses diferentes entre os pares envolvidos. • Temperamentos e personalidades: Fontes de agressões, descontentamentos e competições desnecessárias. • Metas diferentes: Insatisfação com colegas, superiores e clientes. • Percepções diferentes: Percebemos e analisamos o mundo de acordo com nossos modelos mentais. • No ambiente de trabalho é fonte de desentendimentos e inimizades. • Necessidade de status; • Competição entre funcionários; 7 Conceituação, análise e compreensão do termo conflito • Mudanças externas acompanhadas de medo, ansiedade e tensão; • Recursos limitados ou escassos; • Exploração e manipulação; • Ambiente adverso; • Diferenças ideológicas ou culturais; • Busca por autonomia. . 8 Conceituação, análise e compreensão do termo conflito Níveis e classificação do Conflito Para Berg (2012) existem três níveis de conflitos: pessoais, interpessoais e organizacionais. • Conflito pessoal: é a forma como a pessoa lida consigo e suas inquietações e dissonâncias podendo refletir questões morais, sociais, emocionais, culturais, etc. Como exemplo podemos mencionar o contraste entre o pensamos e como agimos. Esse tipo de conflito pode levar a determinados estados de estresse. • Conflito interpessoal: ocorre entre indivíduos, quando duas ou mais pessoas enfrentam a mesma situação de maneira distinta. Boa parte dos conflitos são causados por processos organizacionais, mas a maioria dos atritos é de cunho interpessoal. O conflito interpessoal surge no processo de interação comunicativa do indivíduo com o meio social, envolve: diferenças individuais, limitações dos recursos e diferenças de papéis. Conceituação, análise e compreensão do termo conflito • Conflito organizacional: esse tipo de conflito não é fundamentado em sistema de princípios e valores pessoais, e sim do resultado das dinâmicas organizacionais em constante mudança, muitas delas externas à empresa. Os conflitos organizacionais serão nossa principal abordagem neste material, por essa razão vamos especificar alguns tipo de conflitos comuns nas organizações: 9 O conflito é algo inato do ser humano, dessa forma é comum que no ambiente de trabalho haja divergências nas formas de agir e pensar, mas é importante que se reconheça a necessidade de um ambiente saudável e favorável, tendo em vista o tempo que estamos dedicados ao grupo de trabalho. É importante compreender a importância da gestão adequada dos conflitos para que se mantenha a qualidade no ambiente laboral de modo que mesmo havendo diferenças de idéias, é possível convergir para um resultado comum em um espaço compartilhado e sadio para todos os envolvidos. Conceituação, análise e compreensão do termo conflito espaço para imagem ou ia :D 10 O conflito poderá apresentar várias fases de escalonamento e, de acordo com cada autor, pode adotar diferentes números de fases e diferentes nominações, como conceito dado por Robbins (2009), pelo qual existiria 5 níveis de conflitos: Escalonamento do conflito 11 a) Incompatibilidade / potencial de oposição: consiste na possibilidade de se existir um conflito, possibilidade essa que pode ser ocasionada por falha comunicacional, estrutural ou pessoal; b) Conhecimento / personalização: ocorre quando as situações da fase anterior causam um efeito negativo sobre algo ou alguém. Nesta fase pode ser que ocorra a percepção do conflito por apenas uma das partes e não ser assumido como conflito pela outra; c) Intenções de resposta: as emoções desencadeadas na fase anterior agora começam a se relacionar com as intenções, comportamento e ação. Podendo se resumir as intenções em quatro, são elas: I- competição, na qual o seu interesse deve prevalecer; II- colaboração, onde se busca o bom senso; III- evitamento, onde acaba por fingir que o conflito não existe e se resolva sozinho;IV- acomodação, quando uma das partes cede para evitar o escalonamento do conflito e deixa a vontade da outra parte prevalecer; d) Manifestação do comportamento: esta é a fase onde se tem o maior nível de interação e é o ápice do escalonamento, é neste ponto que pode ser definido se as consequências do conflito serão construtivas ou destrutivas; e) Resultados e efeitos: nesta fase é onde se tem real conhecimento se o conflito convergiu para uma melhoria da relação ou para uma piora. Glasl, Friedrich(2012) -Autoajuda em Conflitos. São Paulo: Antroposófica Há ainda autores que trazem outras classificações, entretanto o que é unânime na doutrina é que quanto antes o conflito é identificado e tratado com a devida importância, menores serão os danos e prejuízos que poderão ocorrer em relação aos resultados e envolvidos na situação conflitante. O conflito sempre tem seu ponto de partida, mas é necessário compreender que é muito importante haver a conscientização do conflito, identificando seu momento e agindo de forma a interromper a escalada, para que não se intensifique ainda mais, tornando assim ainda mais difícil a resolução da situação conflitante. Observar cautelosamente o contexto do conflito é importante para que tenhamos as referências necessárias, para intervir com ações, comportamentos e atitudes estratégicas no intuito de reverter uma situação conflitiva para algo positivo aos pares. Com o passar do tempo a situação poderá tomar proporções complicadas devido a ruídos na comunicação, contaminando o espaço laboral. Importante apontar alguns dos principais impactos negativos que os conflitos tendem a depositar no clima organizacional: •Queda de rendimento das pessoas envolvidas — ou mesmo de quem envolveu-se indiretamente, como os colegas da mesma equipe; •Desmotivação; •Falta de engajamento; •Problemas internos que se propagam como pequenos incêndios ao redor de uma grande fogueira (o problema principal); Demissões e afastamentos. Para dar seguimento ao nosso estudo, é importante compreender que o conflito ocorre em diversas ocasiões em qualquer ambiente social, é necessário compreendê-lo primeiramente em si mesmo, as suas motivações, lembrando ainda que carregamos nossos próprios conflitos internos, e ainda precisamos conviver com conflitos interpessoais (quando envolve terceiros) e por sua vez com os conflitos internos de cada um dos nossos pares sociais. Por essa razão é imprescindível compreender que o conflito é cíclico e tem diversas fases, considerando que para cada etapa do conflito é necessária uma ação adequada. Após identificados os conflitos precisam ser administrados, muito importante que antes de qualquer tomada de decisão, seja observado e investigado os fatos ocorridos, assim como as partes envolvidas, suas condutas, desempenho, entre outros. Evitando que injustiças sejam cometidas e o conflito tenha um final satisfatório. Abordagens do Conflito 14 a) Abordagem estrutural: consiste na busca pelo controle do conflito mudando elementos criadas pelas condições de: Reduzir a diferenciação dos grupos: trata-se de identificar objetivos comuns entre os membros e reagrupando indivíduos, fazendo com que os grupos conflitantes se tornem membros de uma mesma unidade maior; Interferir nos recursos compartilhados: Desenvolver sistemas de recompensa formais e de incentivos para recompensar o desempenho conjunto e combinado de dois ou mais grupos, criando um objetivo comum; Reduzir a interdependência: Separar os grupos tanto fisicamente quanto estruturalmente. É necessária cautela e análise das suas incompatibilidades, mas a distância e o baixo nível de interdependência reduz consideravelmente a possibilidade de conflito. b) Abordagem de processo: essa abordagem procura reduzir conflitos por meio da modificação de processos, podendo ser realizada por uma parte do conflito, por pessoas de fora ou uma terceira parte, e pode ser conduzida de três formas: Desativação do conflito: quando há cooperação por uma das partes, promovendo o acordo; Reunião de confrontação entre as partes: abertos os motivos do conflito de maneira mais direta entre os envolvidos; ou Colaboração: que ocorre após passadas as etapas anteriores, com as duas partes buscando uma solução vantajosa para todos. 15 c) Abordagem mista: Busca administrar o conflito tanto na estrutura quanto no processo. Permite duas maneiras: • Adoção de regras: Utiliza meios estruturais para influenciar no processo de conflito, criando regras e regulamentos que delimitam a ação das pessoas. Papéis integradores: consiste em criar terceiras partes dentro da organização, atuando como mediadores, na busca de soluções favoráveis dos conflitos que possam surgir. Estilos de administração de Conflitos Há várias maneiras de mediar conflitos, entretanto uma das mais eficientes é o “Estilos de administração de Conflitos”, método criado por Kenneth Thomas e Ralph Kilmann, que propõem cinco formas de administrar conflitos, conforme a seguir: a) Competição: é uma atitude assertiva, mas não cooperativa, onde prevalece o poder individual de uma das partes. Ao competir o indivíduo procura atingir seus próprios interesses em detrimento dos da outra pessoa, é um estilo agressivo onde o indivíduo faz uso do poder para vencer. b) Acomodação: Oposta a competição, a acomodação é uma atitude inassertiva, cooperativa e autossacrificante, onde a pessoa renuncia aos seus próprios interesses em razão da outra parte. c) Afastamento: é uma atitude inassertiva e não cooperativa, pois não há o empenho na busca da solução ou mesmo em satisfazer os seus interesses e nem tampouco coopera com a outra pessoa. O indivíduo se coloca à margem do conflito procrastinando sua resolução. d) Acordo: é uma condição intermediária entre a assertividade e cooperação, onde o indivíduo procura soluções que satisfaçam, mesmo que parcialmente, os dois lados. O acordo significa concessões mútuas. e) Colaboração: ação assertiva e cooperativa, há colaboração entre os envolvidos no conflito, buscando uma solução que satisfaça plenamente os interesses das partes. 17 Não é possível estabelecer métodos fixos para a resolução de conflitos, ou mesmo mensurar certezas ou erros, é necessário análise imparcial, atenção às causas, às falas e argumentação das partes, é preciso empatia e confiança, regular e equilibrar as divergências fazendo uso das várias alternativas à nossa disposição para a mediação saudável do conflito. Conclusão Referências: BERG, E. A. As 5 formas de administrar conflitos. In: BERG, E. Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a dia. Curitiba: Juruá, 2012. Disponível em: https://www.jurua.com.br/bv/conteudo.asp?id=22080&pag=16 Acesso em: 24 abril. 2021. CARVALHAL, Eugênio et al. Negociação e administração de conflitos. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2009. MARTINELLI, Dante P.; ALMEIDA, Ana Paula de. 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