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LUÍSA BOMBASSARO – MED UFR – TURMA IV Trauma renal ETIOLOGIA - As lesões contusas/fechadas são mais comuns do que as penetrantes/abertas. - Os traumas contusos são causados principalmente por acidentes automobilísticos, seguido de quedas de altura e agressões físicas. - PONTO IMPORTANTE DA HISTÓRIA DO TRAUMA: magnitude da desaceleração envolvida no mecanismo do trauma. Trauma fechado com rápida desaceleração acarreta estiramento da artéria renal com lesão da camada íntima vascular e trombose arterial. - Os traumas penetrantes geralmente são devido a ferimentos por arma de fogo ou perfurocortantes. - Suspeitar de acometimento renal: ferimento penetrante em abdome superior, flanco e tórax inferior. - Patologias preexistentes como rim em ferradura, hidronefrose, rins policísticos ou tumores, aumentam a suscetibilidade a lesões por trauma. CLÍNICA - SINTOMA MAIS FREQUENTE: hematúria (intensidade NÃO correlaciona com gravidade). - Lesões vasculares renais graves não necessariamente cursam com hematúria mas pequenas contusões podem acarretar hematúria macroscópica. - PODEM INDICAR TRAUMA RENAL: dor e/ou equimose em flanco; lesão hepática ou esplênica; fratura de arcos costais inferiores e de processos transverso de vértebras lombares. CLASSIFICAÇÃO - Grau I: contusão ou hematoma subcapsular não expansivo, sem laceração parenquimatosa; - Grau II: hematoma perirrenal não expansivo ou laceração do córtex renal menor do que 1 cm; sem extravasamento urinário; - Grau III: laceração do córtex renal maior do que 1 cm (estende-se até a medula renal); sem ruptura do sistema coletor ou extravasamento urinário; - Grau IV: laceração maior do que 1cm atingindo córtex, medula e sistema coletor ou lesão da artéria ou das veias renais segmentares com hemorragia contida, trombose vascular; - Grau V: várias lacerações de grau IV ou avulsão do pedículo renal. LUÍSA BOMBASSARO – MED UFR – TURMA IV DIAGNÓSTICO - PADRÃO-OURO: tomografia computadorizada com contraste intravenoso - Se não puder fazer TC – Urografia excretora - PACIENTES INSTÁVEIS COM INDICAÇÃO DE EXPLORAÇÃO CIRÚRGICA: fazer exploração do retroperitôneo com inspeção renal. As lojas renais devem ser abordadas cirurgicamente apenas em casos de hematoma pulsátil ou em expansão. - Outra opção no transoperatório é a pielografia intravenosa – administra-se 2ml/kg de contraste iodado e faz a pielografia 10 min depois.. - INVESTIGAÇÃO RADIOLÓGICA: trauma fechado com hematúria macroscópica; trauma fechado com hematúria microscópica; PAS < 90 mmHg em qualquer momento da ressuscitação; trauma penetrante com hematúria macro ou micro. - TRAUMA ABDOMINAL FECHADO: lembrar que crianças são mais suscetíveis do que adultos Apresentam maiores níveis de catecolaminas circulantes durante o trauma – permite a manutenção dos níveis tensionais até que 50% do volume circulante seja perdido. TRATAMENTO - Traumas fechados geralmente tem tratamento conservador. - Traumas penetrantes geralmente requere exploração cirúrgica – maior gravidade e necessidade de avaliar órgãos adjacentes. - INDICAÇÕES ABSOLUTAS DE EXPLORAÇÃO CIRÚRGICA: instabilidade hemodinâmica; hematoma perirrenal pulsátil ou em expansão; sangramento persistente. - MANEJO CONSERVADOR: requer - diagnóstico e classificação precisa por meio de TC; internação em UTI; repouso; acompanhamento clínico/laboratorial rigoroso; banco de sangue disponível. - MANEJO CIRÚRGICO: laparotomia mediana. Sempre que possível tentar a cirurgia reconstrutiva renal. NEFRECTOMIA: só para lesões renais extensas em que a vida é posta em risco. LEMBRAR: antes de acessar o retroperitôneo, deve-se dissecar o hilo renal com controle vascular das suas estruturas. - RECONSTRUÇÃO RENAL PÓS-TRAUMA: completa exposição renal, debridamento de tecidos inviáveis, hemostasia por meio da ligadura dos vasos sangrantes, fechamento da via coletora renal, aproximação do parênquima renal. - SE LESÃO POLAR NÃO PODE SER RECONSTRUÍDA: nefrectomia parcial com cobertura com flap do omento maior/ enxerto de peritônio/ gordura retroperitoneal do parênquima renal exposto . - ESTIRAMENTO DA ARTÉRIA RENAL + ROMPIMENTO DA CAMADA ÍNTIMA VASCLAR = TROMBOSE: rápido diagnóstico pela TC com contraste ou angiografia -> revascularização renal com by-pass vascular ou com stents vasculares. COMPLICAÇÕES - FORMAÇÃO DE URINOMA: manejada com antibiótico sistêmico - EXTRAVASAMENTO PERSISTENTE: cateter duplo J. - INFECCÇÃO DO URINOMA: forma-se absecsso perfinefrético -> tratar com drenagem percutânea ou cirúrgica. - SANGRAMENTO TARDIO: até 3 semanas depois do trauma – manejar clinicamente com repouso e hidratação. Se refratário = angiografia com embolização. - HIPERTENSÃO ARTERIAL: é rara e se apresenta com hematúria macroscópica persistente. Mais comum em traumas penetrantes – tratada com embolização ou cirurgia nas fístulas arteriovenosas maiores.
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