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Farmacogenética e Tratamentos Personalizados

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GENÉTICA | Lis Abreu Barcelos 2026.2 
 
1 
 
FARMACOGENÉTICA 
A farmacogenética é considerada a ciência que examina 
as bases genéticas das variabilidades individuais, 
observadas nas respostas terapêuticas a tratamentos 
farmacológicos (METZGER, 2006). 
▪ A avaliação das características individuais visa o 
tratamento personalizado, cujo objetivo primordial é 
de reduzir as reações adversas e os Problemas 
Relacionados a Medicamentos. 
▪ Tendo em vista que é tão favorável, o maior 
problema é o alto custo dos exames personalizados 
para a determinação do patógeno específico. 
▪ Outra grande implicação são as condições sociais. 
A previsão, segundo estudos, é a segregação em grandes 
grupos. Ex.: remédios específicos para mulheres 
diabéticas e homens diabéticos; bem como, tratamentos 
de prevenção. O medicamento terá o ajuste para aquele 
desencadeamento genético. 
SURGIMENTO DA FARMACOGENÉTICA 
Os primeiros relatos farmacogenéticos documentados 
durante a 2ª Guerra Mundial. Busca por uma maior 
individualização terapêutica para melhor eficácia. 
PROBLEMAS DOS FÁRMACOS ATUAIS 
Prescrição baseada: 
▪ Diagnóstico; 
▪ Efeitos adversos; 
▪ Algumas informações do paciente. 
Não é baseada em diferenças individuais relacionadas a 
fatores genéticos. 
POSSIBILIDADES DE TRATAMENTO PARA 
ALGUMAS DOENÇAS ATRAVÉS DA 
FARMACOGENÉTICA 
Através do conhecimento genético e hereditário dos pais 
para os filhos. 
EM DOENÇAS NEUROLÓGICAS 
→ Epilepsia: alteração na atividade elétrica do cérebro. 
Muitas drogas epiléticas são ineficientes. Várias 
classes de proteínas transportadoras são alvo da 
farmacogenética; aumenta a capacidade do potencial 
da membrana. Afeta emocionalmente a família. 
 
→ Alzheimer: doença degenerativa do cérebro 
caracterizada por uma perda das faculdades 
cognitivas superiores. Sua ocorrência eleva-se em 
indivíduos com idade mais avançada. Os 
medicamentos que costumam ser usados são os 
inibidores de acetilcolinesterase. 
 
EM DOENÇAS CARDIOVASCULARES 
→ Enzimas CYP3A4 e CYP2D6: mais importantes no 
metabolismo de drogas utilizadas para tratamentos 
cardiovasculares; 
→ Varfarina: poderoso anticoagulante. A enzima 
metabolizadora possui duas variações alélicas; ou 
seja, em uns indivíduos será ativada de forma mais 
eficiente e outros nem terão a ativação; 
→ Beta-bloqueadores: eles são metabolizados pela 
enzima CYP2D6; 
Níveis elevados de colesterol, especialmente o LDL, 
constituem os principais alvos de tratamento para 
controle de doenças cardiovasculares. 
→ Estatinas: drogas inibidoras de HMG Coa redutase, 
relacionada com a sintase do colesterol endógeno. Na 
inibição, há diminuição dos níveis de LDL; 
→ Hipertensão Arterial: aumento da pressão arterial; 
entre diversos motivos, temos a predisposição 
genética; 
▪ Diuréticos: atuam no rim, aumentando o 
volume e o grau de diluição da urina. 
▪ Polimorfismo: gene codificante de proteína 
que regula a reabsorção de sódio. Essa 
alteração genética faz com que o sódio não 
seja excretado e o medicamento vai encaixar 
na membrana celular e informar ao REL E 
RER a excreção do sódio. 
→ Beta-bloqueadores: têm capacidade de antagonizar 
os receptores beta da noradrenalina; 
▪ Polimorfismo: Arg389 nos genes que 
codificam os receptores beta; 
GENÉTICA | Lis Abreu Barcelos 2026.2 
 
2 
 
→ Inibidores de enzimas conversoras de angiotensina: 
converte angiotensina I em angiotensina II; alteram a 
vasodilatação. 
▪ Polimorfismo: inserção/deleção no íntron 
16. Aparentemente, não modula efeitos 
significativos; 
DO DIABETES 
O diabetes é uma doença caracterizada por deficiência na 
produção de insulina. 
▪ Diabetes tipo 1: insuficiência absoluta de 
insulina; 
▪ Diabetes tipo 2: deficiência na secreção de 
insulina; 
→ Polimorfismo do diabetes tipo 1: envolvido com 
genes do complexo dos antígenos leucocitários 
humanos, que representam de 40 a 60% da 
susceptibilidade genética; 
→ Polimorfismo na diabete tipo 2: os determinantes 
monogênicos são conhecidos, diferentemente dos 
determinantes poligênicos. Não basta apenas 
apresentar a pré-disposição genética, é necessário 
que seja ativado. A idade pode proporcionar o 
ambiente corporal capaz de ativar a doença. 
DOENÇAS ONCOLÓGICAS 
As causas do câncer são sabidamente variadas, podendo 
ser externas ou internas ao organismo. As causas internas 
são, na maioria das vezes, geneticamente pré-
determinadas. Esses fatores causais podem interagir de 
várias formas, aumentando a probabilidade de 
transformações malignas nas células normais. 
Ex.: Angelina Jolie, a partir da pré-disposição genética 
hereditária ao câncer de mama, a atriz optou por retirar o 
tecido mamário e entrou com o processo de 
recomposição e silicone. Tendo em vista que o gene 
mutado não tem como ser alterado, o que pode ser feito 
é a retirada do alvo que será atingido a partir da ativação 
do gene. 
Sendo uma doença tão individual, faz-se necessária a 
pesquisa farmacogenética para que a indústria 
farmacêutica possa desenvolver um quimioterápico 
preocupado já com essa resposta individual. 
 
Se a mulher tem a tendência e a pré-disposição genética 
ao câncer de mama, é provável a pré-disposição ao câncer 
dos aparelhos reprodutores também, pois os genes estão 
intimamente ligados, devido a descarga hormonal. 
Frequentemente o tratamento quimioterápico tem que 
ser interrompido devido ao aparecimento de sintomas 
tóxicos inaceitáveis. Porém, aliado a área da 
farmacogenética, uma outra esperança é na 
caracterização molecular dos tumores, ou seja, na 
identificação dos principais genes e rotas de sinalização 
celular alteradas em tumores. 
Antes de iniciar um tratamento quimioterápico seria 
ideal saber quais são as pessoas que respondem bem 
aquele quimioterápico (devido as suas características 
genéticas), assim como quais são as principais alterações 
moleculares do tumor, a fim de escolher o melhor 
tratamento para cada paciente. 
 
GENÉTICA | Lis Abreu Barcelos 2026.2 
 
3 
 
VISÃO DOS PESQUISADORES 
VANTAGENS 
→ O tratamento não ocorrerá pela dose máxima eficaz, 
mas pela dose mínima terapêutica (ROCHA, 2004); 
 
→ A individualização posológica poderá melhorar os 
resultados, reduzir os efeitos adversos de curto e de 
longo prazo além de evitar insistência em terapias 
ineficazes e/ou danosas para determinados 
pacientes. 
 
→ A Farmacogenética permite a produção de 
medicamentos mais seguros, em tempo reduzido, 
além da determinação de grupos mais homogêneos 
para o tratamento. (COFRE, 2006). Não tão genético 
como temos hoje, mas também não tão 
individualizados. 
 
→ Na avaliação do pesquisador Guilherme Suarez-Kurtz 
“Termos uma população tão heterogênea é um 
grande diferencial, o País pode se transformar num 
laboratório para o mundo. Um estudo feito aqui 
levará em conta as características de cada uma 
dessas etnias.” 
DESVANTAGENS 
→ A heterogeneidade da população não permite a 
utilização de dados farmacogenéticos colhidos em 
populações relativamente homogêneas. (REFARGEN, 
2003). 
▪ Ex.: Desenvolvido em contextos 
homogêneos e ineficácia em países 
heterogêneos. Desenvolveu na China e vai 
ser usado no Brasil (?) Não tem como, 
repare a mistura de características do nosso 
povo. 
→ Dilema ético que preocupa os pesquisadores da área: 
o desenvolvimento das chamadas “drogas raciais” e o 
risco de haver uma discriminação farmacológica dos 
pacientes. 
 
→ Com a farmacogenética, a indústria produzirá 
medicamentos mais seguros, em tempo reduzido, 
além da determinação de grupos mais homogêneos 
para o tratamento. No entanto, para que ocorra essa 
grande expansão é preciso reduzir o tempo e o custo 
do desenvolvimento neste âmbito (COFRE, 2006). 
→ Para a indústria farmacêutica, a aplicação desse teste 
e do tratamento individualizado conduziria a uma 
possível redução do mercadoconsumidor, 
acarretando em redução dos lucros dos 
medicamentos (RODRIGUES, 2006). 
PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA A REALIZAÇÃO 
DE ESTUDOS FARMACOGENÉTICOS 
• Questões éticas 
O mapeamento genético individualizado irá 
possibilitar a quebra do sigilo do DNA acarretando 
assim, em problemas éticos relacionados à 
discriminação de indivíduos com determinadas 
características e à maneira de armazenagem desse 
material (LICINIO, 2001). 
• Relação custo-benefício 
O tratamento personalizado, diminuirá o impacto 
econômico sobre o sistema de saúde relacionado a 
altas incidências de mortes e internações, devido à 
redução da ineficácia ou toxicidade dos 
medicamentos (DEGRAVE, 2007). 
• Regulamentos legais que dificultam a implantação 
dessa ciência no Brasil e nos demais países 
Outra dificuldade para implantação da 
farmacogenética é o pequeno avanço da legislação 
em relação ao ritmo de descobertas científicas, o que 
demonstra dificuldade na aplicabilidade desse 
conhecimento técnico (PINTO, 2006). Atualmente 
não existe, no Brasil e no mundo, uma legislação 
regulamentando a prática dessas ciências. 
REGULAMENTAÇÕES LEGAIS 
No Brasil, existem duas resoluções nacionais nas quais os 
estudos farmacogenéticos se enquadram: 
→ RDC 340/04: descreve o que é Pesquisa em Genética 
Humana, os aspectos éticos que a regem, como 
devem ser o protocolo clínico e termo de 
consentimento livre e esclarecido para estes estudos, 
além da operacionalização para sua execução; 
→ RDC 347/05: descreve como deve ser feito o 
armazenamento e uso de materiais biológicos. 
PRINCIPAIS DIFICULDADES NO BRASIL 
A realização de pesquisas farmacogenéticas, sobretudo 
por Indústrias Farmacêuticas, é praticamente inexistente, 
devido aos entraves colocados por alguns CEPs e 
frequentemente pela CONEP, baseando-se sempre nas 
GENÉTICA | Lis Abreu Barcelos 2026.2 
 
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resoluções mencionadas anteriormente. Grande parte das 
Indústrias Farmacêuticas Internacionais têm de adaptar 
seus protocolos de pesquisa a fim de eliminar a parte de 
farmacogenética do estudo principal, a fim de evitar 
pendências impossíveis de serem cumpridas por parte do 
Patrocinador. Isso ocorre através de uma emenda ao 
protocolo, cujo conteúdo discorre sobre a não 
participação de sujeitos de pesquisa brasileiros nestes 
sub-estudos de farmacogenética. 
PERSPECTIVAS FUTURAS 
→ Maior desafio a ser vencido: Os marcadores 
genéticos; 
→ A farmacogenética é uma possibilidade 
extremamente eficiente para desenvolvimento de 
novos medicamentos; 
→ Mas, há um grande problema. Questões éticas 
relacionadas com questões econômicas e sociais.