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A FUNÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES RIBEIRO, Raquel Viana¹ ROMANÓ, Rosana Schwasee² RESUMO Sabe-se que o Coordenador Pedagógico exerce uma função extremamente necessária dentro do âmbito escolar, onde deve por meio de seu trabalho levar conhecimentos necessários para melhorar a prática pedagógica e a aprendizagem dos alunos, com isso este artigo tem o objetivo de conhecer a função do coordenador pedagógico, os desafios e as possibilidades encontradas diante do trabalho realizado na instituição de ensino. Dessa forma, estipulou-se a seguinte problemática: qual a função do coordenador pedagógico, os desafios e possibilidades vivenciadas dentro de uma instituição de ensino? O coordenador deve trabalhar de forma autônoma e democrática levando em conta diferentes visões e valorizando cada profissional e a comunidade escolar. Realizar esta pesquisa com o referido tema fez-se importante devido observar que a função do coordenador vai muito além da prática do dia a dia, ou seja, é necessário que ele tenha conhecimentos tanto práticos quanto teóricos e levar para o seu cotidiano o que aprendeu em sua formação, pois a escola é um espaço de articulação e de troca de conhecimentos e para que isso aconteça à gestão precisa trabalhar de forma democrática, articulando juntamente com professores, alunos, pais e comunidade em geral. Para a realização deste artigo houve a necessidade de realizar pesquisas teóricas. Por meio destes estudos compreende-se que o trabalho do coordenador requer muita atenção, compromisso e dedicação dentro de uma instituição de ensino, portanto, precisa estar sempre atento aos acontecimentos dando suporte a todos os profissionais que trabalham na organização da escolar. É necessário que haja segurança do que está fazendo, pois, nem sempre ele se sente preparado para suas atribuições, com isso precisa trabalhar em equipe. PALAVRAS – CHAVE: Coordenador Pedagógico. Desafios. Possibilidades. _______________________ ¹ Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário UNISEB. Pós-graduação em Psicopedagogia institucional pela FANAN. ² Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade de Santa Catarina, Especialista em Novas Tecnologias em Educação pelo Centro Internacional de Tecnologia de Software, CITS, Graduada em Artes Plásticas e Desenho pela Universidade Federal do Paraná. Professora Titular da FAEL – Faculdade da Lapa, como Orientadora e Avaliadora. 2 1. INTRODUÇÃO A escola é um espaço de transmissão de conhecimentos, valorização de culturas, é um local onde depara-se com diferentes costumes, hábitos e formas de pensar e agir, é nesse sentido que considera-se o papel do coordenador de suma importância, pois ele ajudará na organização de tais conhecimentos. Portanto, o tema abordado nesse artigo falou da Função do Coordenador: Desafios e Possibilidade. Entende-se que o coordenador desenvolve várias funções no âmbito escolar e estar sempre articulando com todos promovendo a participação, a interação e socialização. Os objetivos desse trabalho foram: conhecer os desafios vivenciados pelo coordenador dentro da instituição de ensino; compreender como se da à relação do coordenador e do professor frente ao ensino e aprendizagem. O problema é qual a função do coordenador pedagógico, os desafios e possibilidades vivenciadas dentro de uma instituição de ensino? A metodologia utilizada foram pesquisas puramente bibliográficas em livros, revistas e sites. A escola é um espaço de troca de informações, está composta por diferentes raças, pessoas de regiões diversificadas, sendo assim, é necessário que o trabalho coletivo respeite toda essa diversidade, então, a gestão deve estar atualizada e voltada para a democracia, ou seja, trabalhar de acordo com a legislação, com os acontecimentos atuais, e pautados num trabalho que valorize o seu meio social. É notório que o papel do coordenador pedagógico teve a sua devida importância conforme o passar dos anos, hoje em dia ele desenvolve um papel mais autêntico e valorizado. A função do coordenador dentro da instituição é relevante, considera-se que ele é o coração da escola, nesse sentido, precisa estar atento a todo o trabalho pedagógico, o que é relevante para o processo de ensino e aprendizagem. O coordenador deve trabalhar de forma autônoma e democrática levando em conta diferentes visões e valorizando cada profissional e a comunidade escolar. A realização da referida pesquisa com o tema citado acima fez-se importante devido observar que a o trabalho do coordenador vai muito além da prática do dia a dia, ou seja, é necessário que ele tenha conhecimentos tanto práticos quanto teóricos, pois a escola é um espaço de articulação e de troca de conhecimentos e para que isso aconteça à gestão precisa trabalhar de forma participativa. 3 2. A FUNÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES 2.1 PERFIL DO COORDENADOR O perfil traçado pelo coordenador pedagógico deverá atender as necessidades da comunidade escolar, ou seja, para que ele desenvolva esse papel precisará atender a uma gama de saberes e de conhecimentos necessários para o desenvolvimento de sua função na atualidade, onde a sua formação deverá contribuir para a superação das dificuldades e dos desafios que ele enfrenta no desempenho de sua função. A coordenação pedagógica em seu sentido estrito, consequentemente, não se caracteriza como dimensão mecânica e centralizadora, definidora da relação mando-submissão alienando-se das questões contextuais que inquietam professores, alunos e comunidade; muito pelo contrário, garante o espaço da dialogicidade fortalecendo a vitalidade projetiva do agrupamento de atores sociais, atendendo as perspectivas da comunidade extraescolar na luta por uma educação de qualidade e primando pela superação dos obstáculos que viabilizam as ações coletivas (LIMA, 2007, p. 83-84). A função coletiva ocorre por meio de diálogos, de interação, ou seja, de uma forma articuladora, onde o coordenador promova um trabalho relacionado à função social da escola, promovendo um clima acolhedor. Para que o trabalho do coordenador ocorra de forma satisfatória é necessário que haja com autonomia, de forma democrática e participativa. Nesse sentido Soares discorre que: A participação efetiva da comunidade escolar na gestão democrática é a meta a ser alcançada por todos aqueles que trabalham na escola: alunos, pais, professores, pedagogos, diretores e funcionários. Tal tarefa implica a reflexão e a tomada de decisão coletiva em todas as dimensões do trabalho pedagógico da escola (pedagógica, administrativa e financeira) (LIMA, 2007, p. 95). Mas, para que isso aconteça é necessário que a participação efetiva seja assumida por todos os segmentos que fazem parte da comunidade escolar (alunos, pais, professores, pedagogos, diretores, funcionários) e mais ter conhecimentos teóricos para que seja feito um diagnóstico e análise da realidade, percebendo as necessidades da escola e dos que a compõe. De acordo com Alonso: 4 A escola pode ser analisada como um tipo particular de organização cujos objetivos gerais são conhecidos de todos; [...] Por esse motivo os membros dessa organização chegam às mais diversas interpretações ao definirem sua atuação específica e respectiva importância no processo global. (ALONSO, 1998, p. 119) Portanto, todos que estão ligados direta e indiretamente na escola precisam ter uma olhar reflexivo e compreensivo, é um espaço em que necessita de diferentes visões, de diálogo e da participação de todos, com isso o coordenador contribui de forma significativa. Para Lima: O coordenador pedagógico é um profissional que deve valorizar as ações coletivas dentro da instituição escolar, ações essas que devem estar vinculadas ao eixo pedagógico desenvolvidona instituição. Ele deverá ser o articulador dos diferentes segmentos da mesma, elaboração de um projeto coletivo (LIMA, 2007, p. 85). É nesse sentido que o coordenador pedagógico vai muito além do desenvolvimento de sua função, ou seja, exige deste profissional uma reflexão da sua própria prática, permitindo a ele superar suas próprias dificuldades e encontrando novas possibilidades de ensino. Para Orsolon: Promover um trabalho de coordenação em conexão com a organização/gestão escolar: as práticas administrativas e pedagógicas desenvolvidas na escola desenham as relações e as interações que as pessoas estabelecem em seu interior e definem formas/modelos para o fazer docente. Quando os professores percebem movimentos da organização/gestão escolar direcionados para a mudança de determinado aspecto de sua prática, essa situação pode se constituir num fator sensibilizador para sua mudança (ORSOLON, 2006, p. 15) Entende-se que a coordenação e gestão devem trabalhar em parceria de forma com que vejam a melhor forma de ir em busca de novas alternativas de trabalho para os docentes, ou seja, conforme o trabalho realizado em equipe motiva os demais procurando cada vez mais melhorar em suas práticas pedagógicas. O trabalho dentro do ambiente escolar deve ocorrer de forma democrática por que a escola é um espaço democrático, onde existem diferentes olhares e todos precisam ser respeitados, conforme esse respeito os alunos também participam ativamente contribuindo assim para a sua aprendizagem. De acordo com Orsolon: Criar oportunidades e estratégias para que o estudante participe, com opiniões, sugestões e avaliações, do processo de planejamento do trabalho docente é uma forma de tornar o processo de ensino e de aprendizagem 5 mais significativo para ambos (constam dessas oportunidades espaço nos planos de ensino para unidades decididas pelo grupo, disciplinas eletivas, cuja temática seja construída a partir de sugestões e necessidades dos alunos; espaços para ouvi-los, sistematicamente, a respeito do processo escolar que estão vivenciando, entre outras) (ORSOLON, 2006, p. 24). Desde cedo os alunos precisam aprender a participar de uma sociedade democrática de uma forma crítica e autônoma, sendo assim a gestão precisa ser também democrática valorizando o meio social, todos que estão envolvidos no âmbito escolar. Para Boaventura (2004, p. 14) “Direito Educacional se compõe de normas, princípios e doutrinas que disciplinam a proteção da relação entre outros, professores, escolas e poderes públicos, numa situação formal de aprendizagem”. De acordo com o autor, por meio do direito educacional o cidadão aprende a se relacionar uns com os outros de forma autônoma valorizando a forma de pensar de cada. Conforme Di Palma (2008), a gestão democrática é a forma de gerenciar uma instituição norteada pelos princípios da descentralização, participação e transparência, e com isso para que a gestão trabalhe dessa forma é necessário construir um processo de participação baseada em relações de cooperação, de trabalho coletivo e sabendo dividir o trabalho, o diálogo, o respeito e às diferenças, garantindo a liberdade de expressão. Di Palma expõe que: Tendo em vista a complexidade do trabalho educativo, é necessário desenvolver uma compreensão melhor do ambiente escolar, de modo a permitir que as unidades escolares possam direcionar suas ações e decisões sem uma interferência muito significativa de outros organismos e movimentos cujos objetivos, em alguns casos, podem ser diversos daqueles específicos da escola. Essa percepção e compreensão é o que denominamos de autonomia (DI PALMA, 2008, p. 60). De acordo com Di Palma, os dirigentes de uma instituição devem agir de forma autônoma, tendo capacidade de organizar suas ações, com regras próprias sem interferências, levando em conta os princípios e valores em cada autonomia, administrativa, jurídica, financeira e pedagógica. Campos e Silva discorrem que: Autonomia de uma instituição significa ter o poder de decisão sobre seus objetivos e suas formas de organização, manter-se relativamente independente do poder central, administrar livremente recursos financeiros. As escolas públicas como não são organismos isolados, depende, do sistema central, das politicas e da gestão pública, possuem uma autonomia relativa, ou seja, a autonomia de uma escola pública pauta-se no planejamento, na organização, na orientação e o controle de suas 6 atividades internas estando sujeita a adequação e aplicação das diretrizes gerais que recebem dos níveis superiores da administração do ensino (CAMPOS E SILVA, 2009, p. 1867). Portanto, é necessário que uma gestão saiba organizar o seu trabalho, levando em conta as necessidades de toda a comunidade escolar, logo se entende que uma gestão democrática deve saber gerir uma instituição por meio da descentralização, participação e transparência, com um trabalho cooperativo e coletivo, por meio de um ato político, a esse respeito Barbosa cita que: Entre as características organizacionais, a capacidade de liderança dos dirigentes, especialmente do diretor, as práticas de gestão participativa, o clima de trabalho da escola, o relacionamento entre os membros da escola, as oportunidades de reflexão e de trocas de experiências entre os professores, a estabilidade profissional dos professores da escola, a participação dos pais, a existência de condições físicas, materiais, recursos didáticos, biblioteca e outros recursos necessários ao ensino e aprendizagem (BARBOSA, 2007 p. 10). Por meio de uma reflexão sobre as políticas de educação pode-se estar descrevendo a gestão da educação na escola tanto na rede estadual como municipal de ensino, pois as duas estão amplamente interligadas. Somente na década de 90 é que houveram as reformas educacionais, sendo assim, passam a ser usadas as palavras como descentralização, autonomia, gestão democrática, participação, qualidade, qualificação, competência entre outros, buscando uma política voltada para a educação mais eficiente e de qualidade, ou seja, a gestão escolar deixa de ter caráter gerencialista para cunho democrático e participativo. Navarro cita que: A democratização dos sistemas de ensino e da escola implica o aprendizado e a vivência do exercício de participação e tomadas de decisões. Trata-se de um processo a ser construído coletivamente, que considera a especificidade e a possibilidade histórica de cada sistema de ensino (municipal, distrital, estadual ou federal), de cada escola (NAVARRO, 2004, p. 23). Nessa perspectiva, Navarro discorre que a gestão democrática da escola deve trabalhar de forma organizada, em relação aos seus aspectos políticos, administrativos, financeiros, pedagógicos entre outros, de forma com que todos saibam como está sendo o trabalho realizado dentro da instituição, ou seja, onde passe por um processo de interação e socialização, para que todos possam 7 aprender trocando informações uns com os outros. Sendo assim, o trabalho do coordenador se articula com vários setores da escola, com pais, alunos, professores, funcionários e toda comunidade escolar, seu papel é de fundamental importância, pois ele deve ser articulador e promover a interação de todos, causando assim, uma conversação sadia que faça com que haja uma troca de experiência e enfatizado o trabalho pedagógico. O coordenador, ao mesmo tempo em que acolhe e engendra, deve ser questionador, desiquilibrador, provocador, animando e disponibilizando subsídios que permitam o crescimento do grupo, tem portanto, um papel importante, ajudando a elevar o nível de consciência. (VASCONCELOS, 2009, p. 89). Para Vasconcelos cabe ao coordenador pedagógico instigar e incentivar o professor a ir à busca de capacitação é função do coordenador de promover esta capacitação para os docentes,deverá acompanhar o grupo nas suas produções, criar métodos inovadores que ajudem os professores. O coordenador pedagógico organiza a escola e sua equipe, promove aos mesmos um local acolhedor que estimule incentive a participação de todos de forma crítica, autônoma e criativa, é necessário que todos os envolvidos exponham o seu ponto de vista. Urbanetz enfatiza que: Na organização escolar atual, o pedagogo passou a ser organizador do processo educativo, superando a dicotomização entre atender crianças (orientador educacional) ou atender professores (supervisor escolar). É ele quem, de maneira bem flexível, vai dando conta desse processo, articulando as relações humanas dentro da escola. (URBANETZ, 2008, p. 55). Com isso, o coordenador pedagógico além de fazer seu papel também exerce a função de orientador, pois ele é responsável em articular as relações humanas dentro da escola, pois ele está trabalhando com pessoas de diferentes classes, raças, regiões, como modos diferentes de pensar e agir. A função do pedagogo se faz muito necessária, pois a inciativa dentro da escola sempre parte dele, ou seja, ele é responsável de conquistar o professor, proporcionar um espaço para que os mesmos participem, onde deva ocorrer o diálogo, a formação, os questionamentos, onde o professor saiba da sua responsabilidade, ou seja, é necessário que haja um bom planejamento do coordenador antes dos seus encontros, para que nesses momentos ele sinta-se 8 seguro do que irá falar e fazer. Poderíamos dizer que a coordenação pedagógica é a articuladora do projeto Político-Pedagógico da instituição no capo pedagógico, organizando a reflexão, a participação e os meios para a concretização do mesmo. (VASCONCELLOS, 2009, p. 87) Portanto a responsabilidade da coordenação pedagógica não é fácil, requer muita dedicação e um trabalho com muito compromisso devido envolver toda a comunidade escolar, ou seja, requer comprometimento, dinamismo e muita inteligência, é necessário que ele saiba resolver determinados problemas, estando embasamento nos conhecimentos teóricos e saber utiliza-los também na prática, com isso ao construir o PPP da escola, o coordenador irá trabalhar juntamente com todos, pois é um trabalho participativo, cooperativo, que requer a atenção da comunidade escolar, pois serão ouvidos todos os anseios e necessidades dos envolvidos. O trabalho articulador do coordenador está sempre em consonância com a proposta pedagógica da escola. Luck expõe que: A eficácia da ação do supervisor escolar torna-se, pois diretamente ligada à sua habilidade em promover mudanças de comportamento no professor, isto é a aquisição de novas habilidades ou reforço a outras já existentes; o desenvolvimento de novas expectativas, ideias, opiniões, atitudes, etc. Isto porque, em última análise, o aprimoramento do processo ensino- aprendizagem, preconizado pela supervisão escolar, não depende tanto de diretrizes preestabelecidas e de planos prontos, muitas vezes poucos aceitos, ou aceitos passivamente pelo professor, mas de condições apresentadas por este profissional para implementá-lo. (LUCK, 2011, p. 21). É nesse sentido, que se enfatiza que o professor precisa de um suporte, onde a escola deve disponibilizar para ele, estimulando assim, uma formação continuada significativa. São inúmeros os desafios que o coordenador enfrenta dentro do ambiente escolar, por que assim como ele poderá agradar também desagradará então a sua atuação deverá ocorrer de forma consciente para que as possibilidades sejam melhores, e que ele possa colher bons frutos com o seu dinamismo. Nesse sentido, de acordo com Gadotti esse termo gestão democrática é algo novo em muitas escolas, pois ainda depara-se com escolas tradicionais, autoritárias, e que não valorizam o seu meio social. O art. 14 da LDB determina que os sistemas de ensino definam as normas, respeitando os princípios de participação: 9 Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto politico pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, LDB 9394/96, Art. 14). Dessa forma, para construir o projeto politico pedagógico da escola é necessário que todos que compõe a comunidade escolar estejam envolvidos (pais, alunos, professores e funcionários), ou seja, por meio do projeto todos poderão estar participando e expondo diferentes reflexões, como também na participação de Conselhos escolares. A gestão democrática é aqui compreendida então como um processo político no qual as pessoas que atuam na/sobre a escola/educação identificam problemas, discutem, deliberam e planejam, encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da própria escola/sistema na busca da solução daqueles problemas. Esse processo, sustentado no diálogo, na alteridade e no reconhecimento às especificidades técnicas das diversas funções presentes na escola/sistema, tem como base a participação efetiva de todos os seguimentos da comunidade escolar/sociedade, o respeito às normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos (VASCONCELLOS, 2009, p. 125-126). Vasconcellos (2009, p. 125-126) expõe que a gestão democrática acontece quando todos estão envolvidos em prol dos mesmos objetivos, ou seja, buscando qualidade no ensino, e é por meio do diálogo da conversação e da exposição de ideias uns com os outros é que isso se efetivará, ou seja, as pessoas precisam relacionar-se de forma consciente, sendo construídos entre família, escola e comunidade, todos lutando pelo desenvolvimento da criança. Nesse sentido, Vasconcellos (2009, p. 125-126), expõe também que a gestão democrática acontece quando todos estão envolvidos em prol dos mesmos objetivos, ou seja, buscando qualidade no ensino, e é por meio do diálogo da conversação e da exposição de ideias uns com os outros é que isso se efetivará, ou seja, as pessoas precisam relacionar-se de forma consciente, sendo construídos entre família, escola e comunidade, todos lutando pelo desenvolvimento dos discentes. Com isso, o coordenador encontra vários desafios que precisam ser enfrentados de acordo com o desenvolvimento do seu trabalho, para que assim, suas possibilidades sejam ampliadas dentro do ambiente escolar, dessa forma, seu trabalho será valorizado, pois estará trabalhando por uma educação melhor. 10 3. ANÁLISE DA PESQUISA A reflexão e a análise diante das práticas do coordenador mostram como que o sucesso ou o fracasso de uma equipe gestora dependem da união de um todo, ou seja, precisa de um conjunto de decisões e de ações construídas no coletivo e da tomada de rumos certos para que assim possam alcançar de forma positiva bons resultados, nesse sentido, as mudanças no decorrer do trabalho fazem parte para o avanço e para um ensino e aprendizagem significativa. Apesar do papel do coordenador ser fundamental, mas ele não conseguirá alcançar seus objetivos, é necessário que o trabalho em equipe se concretize, cabe ao pedagogo, ter a iniciativa de conquistar o professor em se vincular ao trabalho efetivo da escola, deixando os mesmos à vontade para discutirem sua formação, reivindicarem condições efetivas para o trabalho acontecer, mas para que isso aconteça é necessário que o coordenador planeje a ação educativa, sabendo o que fazer e por que fazer de forma com que contribua para um ensino de qualidade. Quando a gestão da escola age de forma democrática possibilita avanços nas escolas como um todo, principalmente na relação entre profissionais envolvidos resultandoem melhoria na qualidade do ensino, por meio das práticas pedagógicas dos professores, pois irão se sentir inseridos no processo da gestão. Nesse sentido, acredita-se que a coordenação pedagógica é fundamental dentro de uma estrutura escolar, e está por sua vez deve estar sempre envolvida com a gestão, trabalhando em parceria, seu trabalho precisa ser dinâmico, deve buscar parceria e proporcionar a troca de saberes e experiências no âmbito escolar. Nota-se que em muitas escolas o gestor desenvolve o papel de coordenador tendo total de responsabilidade de organizar todo o trabalho pedagógico, portanto, trona-se difícil para ele. Observa-se que o coordenador precisa ter uma formação que leve ele a ter conhecimentos tanto na teoria como na prática. Sabe-se que muitas escolas ainda não trabalham de forma democrática e participativa mesmo com tantas Leis, mas trabalho ainda não acontece como deveria, mas os professores questionam e acabam sendo taxados como professores implicantes e que gostam de fazer confusão, ou seja, quando lutam por uma gestão autônoma, participativa e que respeito o ponto de vista de todos acabam sendo mal vistos. Nesse sentido, analisando o atual contexto e comparando junto ao referencial teórico estudado, nota-se que ainda há muito que mudar dentro das 11 escolas em relação ao trabalho organizado e que leve e que respeito a visão de todos, nota-se que quando a escola trabalha juntamente com a comunidade escolar, quando o coordenador interage com os professores o ensino se torna de mais qualidade. Por meio das reflexões feitas constata-se que para o trabalho da coordenação pedagógica, é preciso que o profissional que desempenha essa função tenha a compreensão de que a situação educativa é complexa permeada por conflitos de valores e perspectivas, onde se deve levar em conta o respeito de forma ética e profissional, o trabalho precisa estar sempre ocorrendo de forma integrada. O coordenador deverá saber que irá lidar com situações de conflitos, onde precisará saber como resolver tais situações de forma autônoma, responsável e com muita tranquilidade. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desenvolver determinadas atividades dentro de uma instituição de ensino não é uma tarefa tão fácil, pois lidar com diferentes olhares críticos e reflexivos é muito complexo, é necessário aprender a valorizar, respeitar e aceitar diferentes visões, trabalhando de forma democrática e em equipe. Portanto, observa-se que o trabalho do Coordenador Pedagógico requer muita atenção e dedicação, ele é uma peça fundamental dentro da escola, desenvolve um papel de muita excelência, pois precisa estar sempre presente nos diferentes contextos da escola, participar de tudo que envolve a comunidade escolar, participar atentamente da construção do PPP de forma autônoma e participativa. Por meio dos estudos feitos para a realização deste trabalho, ocorreram diversas reflexões acerca do tema estudado, havendo assim uma melhor compreensão do papel do coordenador pedagógico, que não é uma tarefa fácil, ele é visto como o coração da escola, muitos consideram o trabalho mais difícil de realizar, pois exige dele muita dedicação, compromisso, precisando estar sempre atento e dar conta de todo o trabalho pedagógico, promovendo um espaço acolhedor e dinâmico para os professores se sentirem motivados, e por meio dessa motivação trocarão informações uns com os outros, ou seja, o coordenador deve 12 proporcionar tudo isso de forma organizada e planejada. Conforme a questão norteadora para a realização da pesquisa entende-se que para desenvolver a função de coordenador pedagógico é necessário realizar um trabalho com muita dedicação e compromisso, pois os desafios que encontrará não serão poucos, portanto requer um vasto conhecimento e estar preparado para atender as necessidades enfrentadas tanto pelos docentes quanto pelos discentes, nesse sentido, as possibilidades que o mesmo encontrará talvez não sejam tão vantajosas e que os ajude a realizar um trabalho com excelência, pois algumas escolas não dispõem de recursos, faltam funcionários e entre outros desafios que o coordenador precisará saber lidar com cada situação, para que não atrapalhe o processo de ensino e aprendizagem e diante de todo o exposto a hipótese do trabalho torna-se verdadeira, pois o papel do coordenador é de fundamental importância onde ele precisa trabalhar em parceria visando o melhor para a educação. Nesse sentido, entende-se que os objetivos traçados para o desenvolvimento da pesquisa foram alcançados, pois ao longo dos estudos e reflexões pode-se estar conhecendo a função do coordenador pedagógico, os desafios e as possibilidades encontradas diante do trabalho realizado na instituição de ensino, onde foi exposto que os desafios são muitos e as possibilidades irão depender muito da escola e do seu próprio esforço, portanto foi identificado a função do coordenador pedagógico que são várias, ele precisa ter conhecimentos tanto do que diz respeito ao pedagógico quanto trabalhar em parceira com o gestor e toda a comunidade escolar, onde acredita-se que este é um grande desafio para ele, necessita ter uma boa relação com todos da escola principalmente com o professor frente ao ensino e aprendizagem. Conforme o exposto questiona-se sobre como o coordenador pedagógico pode estar desenvolvendo um trabalho de excelência diante de uma gestão democrática? Nessa perspectiva os próximos passos da investigação serão por meio de consultas bibliográficas e de campo para que assim possa haver uma compreensão melhor ligando teoria e prática. Planeja-se para o futuro desenvolver uma função dentro da educação, com compromisso, dedicação, com um olhar crítico e reflexivo. 13 REFERÊNCIAS ALONSO, M. O Papel do Diretor na Administração Escolar, 4. ed., São Paulo: Atlas, 1998. BARBOSA, J. R. A. Construindo a escola para os novos tempos, Democratizar, Rio de janeiro, 2007. BOAVENTURA, E. M. Introdução ao Direito Educacional. Rio de Janeiro. Moderna: Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, 2004. BRASIL, Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. DF: Senado, 1988. ______. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Ministério da Educação. – Brasília: MEC, SEB, 2010. ______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394 de 20 de dezembro de 1996. CAMPOS, Marli; SILVA, Neide de Melo Aguiar. 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