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A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 1 | 9 Genética DNA: Estrutura e Replicação DNA: Material Genético • James Watson e Francis Crick em 1953 → estrutura em dupla hélice = 2 cromátides de nucleotídeos ligados que se enrolam uma na outra. • Primeira metade séc XX → DNA é material genético e não outra molécula biológica (carboidrato, proteína, etc). • O que se sabia antes do modelo de dupla hélice: ✓ Genes (fatores hereditários = Mendel) → associados a características específicas, mas sem conhecer sua natureza física. Mutações conhecidas como alteração do funcionamento do gene, mas não era compreendida exatamente. ✓ Hipótese 1 gene – 1 proteína → genes controlam a estrutura das proteínas. ✓ Genes são levamos nos cromossomos. ✓ Cromossomos = DNA + proteínas. ✓ DNA → material genético. Transformação - Griffith • Frederick Griffith – 1928 → bactérias Streptococcus pneumoniae + camundongos • 2 linhagens: 1. Tipo virulento mortal → encapsuladas em polissacarídeos, colônias com aspecto liso = S. 2. Tipo não-virulento mutante: cresce, mas não é letal → não encapsuladas, colônias com aspecto rugoso = R. • Matou algumas virulentas por calor • Células virulentas mortas → camundongos viveram. • Mistura de células virulentas mortas e não-virulentas vivas → camundongos morreram. • Restos de células S aquecidas converteram R vivas em S vivas → transformação. • O que causou a transformação? ✓ Algo mudou o genótipo da linhagem receptora. ✓ Polissacarídeos → candidato óbvio → não = foram destruídos e mesmo assim houve transformação. ✓ Mistura perdia capacidade → enzima desoxirribonuclease (DNase) → quebra o DNA. ✓ DNA → material genético. • Demonstração que genes são compostos de DNA. Experimento de Hershey – Chase • Cientistas relutaram em aceitar o DNA (e não proteínas). • Fago T2 → infecta bactérias → devia injetar a informação para a reprodução de novas partículas virais → descobrir qual o material injetado. • Marcar DNA e proteínas com radioisótopos - rastreio: ✓ Fósforo → está no DNA, mas não na proteína. ✓ Enxofre → está na proteína, mas não no DNA. • Injetaram duas culturas de E. coli com partículas virais → uma com S marcado e outra com o P. ✓ Fósforo → material radioativo dentro das células → DNA do fago entrou na célula. ✓ Enxofre → material radioativo fora das células. • DNA → material genético. Estrutura do DNA • Cada célula do organismo tem mesma constituição → replicação fiel do DNA é crucial. • Conteúdo informacional → codificar uma constelação de proteínas. • Deve ser capaz de mudar em raras ocasiões (mutações), mas deve ser estável para que os organismos possam se basear em sua informação codificada. A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 2 | 9 Estrutura antes de Watson e Crick Blocos Estruturais do DNA • Componentes básicos: ✓ Fosfato ✓ Açúcar → desoxirribose. ✓ Bases nitrogenadas → adenina, guanina, timina e citosina. • Átomos de carbono nas bases e no açúcar → tem numeração → números primos. • Ex: desoxirribose → H no carbono 2’ / ribose → OH no carbono 2’. • Adenina e guanina → estrutura de dois anéis → purinas. (ÁGua pura) • Citosina e timina → estrutura de um anel → pirimidinas. • Nucleotídeo = fosfato + pentose + base nitrogenada (DNA: A, C, T ou G). ✓ Base nitrogenada → ligada no carbono 1’ ✓ Hidroxila livre → ligada no carbono 3’ ✓ Grupo fosfato → ligado no carbono 5’ Regras de Chargaff da Composição de Bases • Quantidade pirimidínicos (T + C) = Quantidade purínicos (A + G). • T = A / C = G → quantidades. • A + T é diferente de C + G → quantidades. • Proporção varia entre indivíduos diferentes, mas é igual para os tecidos de um mesmo organismo. Análise de Difração de Raios X do DNA • Dispersão dos raios X do DNA → pontos em filme fotográfico. • Ângulo → informações sobre posição. • Dados → DNA é longo e fino, tem 2 partes similares paralelas e é uma molécula helicoidal (em espiral). Dupla hélice • Duas cadeias lado a lado de nucleotídeos torcidos na forma de uma dupla hélice → escada em espiral. • Nucleotídeos → mantidos juntos por pontes de hidrogênio entre as bases nitrogenadas. • Arcabouço de cada filamento formado por unidades alternadas de fosfato e desoxirribose → conectadas por ligação fosfodiéster → arcabouço açúcar-fosfato. • Ligação fosfodiéster → conecta grupo fosfato (carbono 5’) de um nucleotídeo à hidroxila livre da pentose (carbono 3’) do nucleotídeo adjacente. Cada ligação tem uma polaridade 5’ para 3’. • Molécula bifilamentar de DNA → dois arcabouços em direção oposta → polaridade oposta. • Cada base → ligada ao carbono 1’ da pentose no arcabouço de cada filamento → voltada para dentro até a base no outro filamento (ficam de fora do arcabouço). • Filamentos nucleotídicos pareados com polaridade inversa → conformação de dupla-hélice (principalmente pela interação das bases). • Pares de bases → empilham-se uns sobre os outros no centro → dá estabilidade à molécula, excluindo as moléculas de água dos espaços entre os pares de bases. A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 3 | 9 ✓ Forma mais estável → 2 tamanhos distintos de sulcos correndo em uma hélice → sulcos maior e menor. ✓ Maioria associações DNA-proteínas → sulcos maiores. • Todas as moléculas insolúveis (hidrofóbicas) → ficam voltadas para o interior → garante maior estabilidade da molécula de DNA. • Um único filamento de nucleotídeos não tem estrutura helicoidal. • Dados dos raios X → explicados se uma purina fizesse par com uma base pirimidina (por lig de H) → responde à regularidade de Chargaff. • G pareia com C e A pareia com T. 𝐺 ≡ 𝐶 𝐴 = 𝑇 • DNA contendo mais pares de G – C é mais estável. • Calor → filamentos se separam → dissociação (melting) do DNA ou desnaturação do DNA. ✓ Conteúdo maior G – C → requer maiores temperaturas. Cromossomos • Material genético → grande. ✓ Diploide ✓ Dividido em porções → cromossomos → todo condensado. • 23 pares de cromossomos. • Tipos de cromossomo → depende da posição do centrômero ✓ Metacêntrico → centrômero no meio ✓ Submetacêntrico → centrômero deslocado para uma das extremidades. ✓ Acrocêntrico → bem na porção terminal. • Máxima condensação dos cromossomos → fase da metáfase (tanto na mitose quanto na meiose). • Primeiro nível de compactação → associação da molécula de DNA a proteínas do tipo histonas. • Histonas → proteínas básicas → papel estrutural → H1, H2a, H2b, H3 e H4. ✓ Cerne formado por 8 proteínas básicas → DNA se enrola em volta → forma estrutura = nucleossomo. • Proteínas não-histonas → proteínas ácidas. • Níveis de compactação → estrutura de DNA não é encontrada da mesma forma em todas as etapas do ciclo celular. ✓ Precisa estar mais aberta, liberta (acessível) → processo de síntese do DNA. ✓ Fases de compactação e descompactação. • Segundo nível de compactação → dobramento → aproximando nucleossomos → forma estrutura = solenoide (não é o último nível de compactação). A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 4 | 9 • Proteínas não-histonas → se associam às estruturas ✓ Funcionam como suporte/esqueleto sobre o qual o DNA é organizado. ✓ Conhecidas como scaffold proteins (proteínas do esqueleto). • Centrômero → constrição do cromossomo. ✓ Nele que as fibras do fuso se ligam → para que cromátides-irmãs ou cromossomos homólogos possam se separar (anáfase). • Telômeros → sequência curta de DNA (TTAGGG) que é repetida várias vezes na ponta do cromossomo. ✓ Evita a degradação por exonucleases. ✓ Evita fusão das pontas com outrasmoléculas de DNA. ✓ Término → região unifilamentar rica em G no filamento 3’. ✓ Telomerase ✓ Proteínas de ligação ao telômero (TRF-2) ✓ Telomerase → enzima responsável pela replicação do telômero. Ponta do cromossomo sempre termina com uma extremidade de fita simples → último primer gera essa estrutura sobressalente (pedacinho unifilamentar). Telomerase → enzima com molde interno de RNA com sequência complementar à sequência do telômero. Quando telomerase reconhece a ponta → se associa e anela à sequência presente no telômero → gera um molde → para que filamento possa se estender → com extremidade 3’ a polimerase consegue chegar. Estrutura do RNA • Não possui estrutura muito diferente. • Açúcar → ribose (hidroxila – OH – no carbono 2’) • Base nitrogenada → C, G, A e U (uracila, não tem timina) • É unifilamentar → tem arcabouço, mas não possui o outro filamento → mais instável que o DNA. A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 5 | 9 • DNA x RNA Divisão Celular • Meiose → divisão reducional. ✓ 1ª etapa → divisão dos cromossomos homólogos ✓ 2ª etapa → separação das cromátides irmãs. • Mitose → células se divide e forma 2 células com mesmo n° de cromossomos que a original. • Toda célula → antes de passar por seu processo de divisão → precisa ter seu material genético replicado. Replicação Semiconservativa • 3 modos diferentes hipotéticos que uma molécula parental pode estar relacionada às moléculas-filhas. 1. Replicação semiconservativa → uma cadeia parental de nucleotídeos e uma recém- sintetizada. 2. Replicação conservativa → parental é preservada, 2 filamentos recém-sintetizados. 3. Replicação dispersiva → cada filamento contendo segmentos de ambos = parentais e recém-sintetizados. Replicação Semiconservativa • Deselicoidização dos 2 filamentos → expõe as bases de cada um. Base exposta → potencial para parear com nucleotídeos livres na solução. • DNA impõe requisitos rígidos de pareamento → base complementar → G – C e A – T. • Cada um dos filamentos → molde para estruturas uma dupla hélice idêntica à original. ✓ Cada molécula filha → uma cadeia parental de nucleotídeos e uma recém-sintetizada. Experimento de Meselson – Stahl • Compreensão se mecanismo é semiconservativo, conservativo ou dispersivo. • Distinguir DNA de densidades diferentes. • DNA → se semiconservativo = metade da densidade velha e metade nova → densidade intermediária → repetiram por mais 2 gerações → semiconservativo. A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 6 | 9 Forquilha de Replicação • Previsão do modelo Watson-Crick. • Forquilha = zíper de replicação → local onde a dupla hélice é desenrolada para produzir os 2 filamentos únicos que serão moldes para a cópia. DNA polimerases • Problema para compreender → como as bases são trazidas até a dupla hélice? • 1959 → isolada a DNA polimerase da E.coli • Adiciona desoxirribonucleotídeos à extremidade 3’ (molde = único filamento de DNA). • 3 funções das polimerases: ✓ Atividade polimerase → catalisa crescimento da cadeia no sentido 5’-3’ ✓ Atividade exonuclease → 3’ para 5’ → remove pareamentos errados de bases → função revisora. o Adicionou nucleotídeo errado → volta no sentido 3’-5’ → retira o nucleotídeo → volta para síntese no sentido 5’-3’. o Permite que taxa de mutação na replicação seja reduzida. ✓ Atividade exonuclease → 5’ para 3’ → degrada dupla hélice de DNA (capaz de retirar nucleotídeos da ponta 5’). • Durantes muitos anos acreditava-se que existia uma única DNA polimerase → existem mais de 5 identificadas em procariotos e em eucariotos existe muito mais. ✓ Exerce a síntese → DNA polimerase III → velocidade de polimerização muito alta. Consegue sintetizar e revisar. ✓ Única que exerce as 3 atividades → DNA polimerase I. • DNA polimerase III (verdadeira sintetase) → holoenzima de estrutura dimérica → tem várias subunidades. Replicação do DNA - Procariotos • Procariotos e eucariotos → processo semelhante. • Replicação bacteriana ✓ Único cromossomo = cromossomo principal é circular. ✓ Existe um ponto específico que a replicação é iniciada = origem de replicação. ✓ A partir do ponto → replicação ocorre nos 2 sentidos (bidirecional) → aparato de enzimas. A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 7 | 9 Processo de Replicação Abertura das Fitas de DNA • Enzima que atua → helicase → prende e “desliza” → rompendo as ligações de hidrogênio → ocorre no ponto de origem. • Não demanda de uma energia alta → região rica em A e T (2 pontes de hidrogênio = menor energia). • Uma vez aberta → podem haver complicadores: • Fita simples → pequenas sequências que se complementam dentro da fita simples → começam a se parear e surgem grampos = hairpins → não permite que a molécula seja copiada. ✓ Evitar que o filamento volte a se hibridizar com o filamento complementar e o aparecimento de hairpins → existem proteínas de ligação ao DNA unifilamentar (SSB) → se associam aos filamentos simples. • Força constante de abertura → à frente vai formando as super hélices (super enrolamento) → pode acontecer durante a replicação. ✓ TOPOISOMERASE I → alivia a tensão → alivia super enrolamento afrente das forquilhas de replicação. ✓ Enzima corta um dos filamentos → segura cada uma das pontas numa extremidade (pontos verdes na 3ª imagem) → passa sobre o outro filamento e liga de novo → alivia um giro no DNA e alivia tensão. ✓ Podem atuar de 2 formas → topoisomerase do tipo I e do tipo II (chamada DNA girase). ✓ DNA GIRASE → age em super hélices mais complexas → as vezes enrolamento é tão grande que não adianta cortar um só filamento, tem que cortar os dois (corta e religa). ✓ Evitar que haja algum bloqueio. Formação da Forquilha de Replicação • Abertura de DNA → gera uma bolha de replicação como é direcional, cada aparato de enzimas que atuará para cada um dos lados atua em uma forquilha de replicação. • Move-se na síntese a partir da deselicoidização do DNA. A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 8 | 9 Leitura do Filamento-mãe • Próximo passo → leitura do filamento-mãe e síntese do novo filamento. • Síntese de DNA → responsável = DNA polimerase → pega nucleotídeos livres e incorpora na cadeia de DNA (filamento que está sendo formado). ✓ O nucleotídeo novo sempre será adicionado na extremidade 3’ OH da cadeia em crescimento. Crescimento da cadeia = síntese do DNA → sentido 5’-3’. • Precursor da síntese → desoxirribonucleosídeo 5’ trifosfato. • DNA polimerase não consegue começar o processo de síntese (colocar 1° nucleotídeo) → quando molécula de DNA se abre não existe uma extremidade 3’. • PRIMER → existe uma enzima de RNA = primase (grupo de proteínas = primossomo) → não tem esse pré-requisito → coloca os primeiros nucleotídeos do filamento novo → são de RNA, mas conseguem exercer papel de gerar a extremidade 3’ → (esses nucleotídeos = primer). ✓ Leading → apenas um primer inicial. ✓ Lagging → cada fragmento de Okazaki precisa de seu primer. • O que acontece com o primer? Depois será retirado e aquela porção substituída por moléculas de DNA. Síntese do Novo Filamento • Sempre no sentido 5’-3’ • Filamento contínuo = leading → sintetizado de forma contínua (de um lado da molécula) no sentido da forquilha. • Do outro lado → tem que ser na direção 5’-3’ → então a síntese terá que ser em direção oposta ao andamento da forquilha → não pode ficar assim muito tempo → fragmentos. ✓ Não tem uma síntese que é contínua → sintetizada em pedaços → filamento lagging. ✓ Cada filamento= fragmento de Okazaki. ✓ Vários primers precisam ser retirados → polimerase I tem capacidade de exonuclease 5’- 3’ → ela degrada o primer e preenche os espaços vazios com DNA. A l u í s i a T a v a r e s – X X I I I 9 | 9 • Última ligação fosfodiéster → DNA LIGASE → junta ponta 3’ do DNA preenchedor à ponta 5’ do fragmento de Okazaki posterior. ✓ Última ligação entre grupo fosfato do carbono 5’ e a hidroxila livre (OH) no carbono 3’. Replissomo • Marco da replicação → velocidade. • Replissomo → complexo nucleoproteico que coordena as atividades na forquilha de replicação. • Cerne catalítico da DNA pol III → faz parte de um complexo maior: • Holoenzima polimerase III 2 cernes catalíticos e proteínas acessórias. ✓ Um cerne para o filamento contínuo e o outro para o descontínuo. ✓ Proteínas → conexão que faz ponte entre os 2 cernes. • Grampo β → circunda o DNA como um “donut” → mantém a pol III ligada ao DNA. ✓ Pol III deixa de adicionar 10 nucleotídeos (enzima distributiva) para adicionar dezenas de milhares (enzima processiva). ✓ Primase não toca o grampo → atua como enzima distributiva → apenas alguns nucleotídeos, apenas o necessário para o ponto inicial. Eucariotos x Procariotos • Eucariotos → replicação ocorre na fase S → cromossomos mais descondensados. ✓ Cromátide se duplica para sofrer o processo de condensação para conseguir se dividir. • Eucariotos → não existe uma única origem de replicação, são vários cromossomos → várias origens, todas com replicação bidirecional → forquilhas vão crescendo até se encontrarem umas com as outras. • Eucariotos → existem mais DNA polimerases. ↑ Ref= Griffiths – Cap 7 DNA: Estrutura e Replicação
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