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ESTUDO DE CASO CLÍNICO – A L.A.D.S., 55 anos, sexo masculino, afrodescendente, ensino médio completo, microempresário, religião declarada espiritismo, natural de Juazeiro (BA). Divorciado, três filhos maiores, reside com um dos filhos e sua nora, em casa própria de alvenaria, com cinco cômodos, provida de saneamento básico e luz elétrica. Portador do HCV, diagnosticado em fevereiro de 2008, e da Síndrome de Raynaud. Admitido na unidade de internação de um hospital público de ensino de Salvador (BA), em 11 de maio de 2009, via ambulatório. Apresenta redução da acuidade visual à direita; refere dor abdominal de forte intensidade, difusa, mais intensa em hipogástrio, tipo cólica, com piora aos movimentos e melhora com o repouso, ressaltando que não diminuía com analgésicos comuns e eliminação de flatos; dor e astenia em MMII. Sua história clínica teve início em fevereiro de 2008, posterior a uma crise hipertensiva que determinou sua internação. Para elucidar o diagnóstico, foi realizada uma biópsia renal e constatado um quadro clínico de glomerulonefrite. Apresentava equimoses na pele, da qual foi realizada uma biópsia e constatada uma vasculite. Referia conhecimento da sua patologia e comorbidades, bem como tinha consciência da necessidade do tratamento e da internação. Estava bastante confiante em sua recuperação. Mostrava-se esperançoso, colaborativo, disposto e satisfeito com o apoio da família e dos profissionais que o assistiam. Demonstrava saudade da sua casa, do trabalho e do convívio social. Relatou bom relacionamento com os filhos. Gostava de ler jornal e livros espíritas durante a internação e demonstrava dificuldades de leitura, devido à “mancha” no olho D. Relatou padrão de sono normal; pouca aceitação da dieta, por ser hipossódica; falta de privacidade para a realização dos desejos sexuais; função intestinal e vesical sem alterações. Negou alergia alimentar e/ou medicamentosa, etilismo e tabagismo e história de doenças na família. Informou uso de suplementos energéticos parenteral “Neo cebetil” e “Glucoenergan”, com compartilhamento de agulhas e seringas na juventude. Exame físico por sistemas achados no paciente: Percepção/ Cognição: consciente e orientado aparência de tranquilidade, disposto e colaborativo vígil e comunicativo. Cabeça couro cabeludo: sem alteração, acuidade visual diminuída à D, acuidade auditiva preservada, escleróticas ictéricas (++/4+), mucosas hipocrômicas (+/4+) dentição incompleta (uso de prótese) face edemaciada (+/4+). Pescoço: ausência de gânglios palpáveis. Tórax simétrico, com boa expansibilidade respiração espontânea. Ausculta Pulmonar: ausculta pulmonar com murmúrios vesiculares bem distribuídos. Ausculta Cardíaca: sem alterações perceptíveis. Abdômen levemente distendido timpânico, referia dor em região hipogástrica, tipo cólica. RHA presentes. Genitália não visualizada, porém, relatou ausência de alterações. Pele: presença de petéquias em região torácica e membros superiores (MMSS). Extremidades: membros superiores e inferiores com mobilidade preservada, porém os membros inferiores (MMII) apresentavam-se levemente edemaciados (+/4+); pulso periférico, cheio e rítmico. Sinais Vitais: PA = 130 x 80 mmHg, P = 75 bpm, R = 20 inc/min e T.ax. = 35˚C. Terapia medicamentosa: durante a internação Anlodipina, Losartan, Predinisona, Complexo B, Ácido Fólico, Dimeticona, Cilostazol, Hidroclorotiazida, Interferon, Eritropoetina e Ribavirina. ESTUDO DE CASO CLÍNICO – B V.S.N, 29 anos, casada, 2 filhos, sendo um recém-nascido de 25 dias, admitida no dia 09/08/2015, às 20h, proveniente da emergência em franca insuficiência respiratória, a qual foi imediatamente intubada na unidade de terapia intensiva-adulto e instalada ventilação mecânica. Durante a intubação, houve eliminação de secreção espumosa pelo tubo, sugestivo de EAP (edema agudo de pulmão). Os diagnósticos médicos foram: miocardiopatia periparto e EAP hipertensivo. Evoluindo satisfatoriamente da insuficiência respiratória, foi iniciada pela manhã o desmame da ventilação mecânica no dia 11/08/2015. Às 15h desse dia foi extubada, permanecendo com suporte de oxigênio através da máscara de Venturi, por cerca de 2 h. Por volta das 17h, apresentou pico hipertensivo com EAP, que não respondeu a VMNI (ventilação mecânica não invasiva), e novamente foi intubada e reinstalada VM (ventilação mecânica). Apresentou PCR (parada cardiorrespiratória) com FV (fibrilação ventricular) a qual foi desfibrilada com 200 joules e procedidas manobras de reanimação por 18 minutos. Após reanimação, realizada cateterização da artéria pulmonar. Seguindo sob sedação e analgesia, evoluiu pós PCR com mioclonias, convulsão, pupilas midriátidas e pouco reagentes. A avaliação do neurologista concluiu: encefalopatia hipóxica severa, coma vígil, déficit motor dos quatro membros e prognóstico muito reservado com respeito à recuperação cerebral. Encontra-se em 14/09/2015 traqueostomizada, sob ventilação mecânica, no módulo SIMV (ventilação mandatória intermitente sincronizada), acordada, mas não interativa com o ambiente, responsiva aos estímulos dolorosos, escala de coma de Glasgow totalizando 8 pontos, sendo: abertura ocular (4), resposta verbal (1), e resposta motora (3). Pupilas isocóricas e fotoreagentes. Apresentou convulsão. Presença de roncos bilaterais difusos à ausculta pulmonar, e eliminação de secreções traqueobrônquicas sanguinolenta, por ocasião das aspirações traqueobrônquicas, sugestivas de trauma. Hoje 22/ 09 houve tentativa de desmame da ventilação mecânica sem sucesso. Após medidas terapêuticas da equipe multiprofissional, paciente permanece em sincronia com ventilação artificial, com boa expansibilidade torácica. Ritmo cardíaco regular, sinusal, com sobrecarga das câmaras esquerda. Pulsos periféricos palpáveis, rede venosa pouco visível, dissecção venosa em veia jugular externa. Edema de membros superiores e inferiores. Sinal de cacifo positivo (+++). Turgor cutâneo diminuído, pele hidratada e íntegra. Abdomes globosos, flácidos, com fígado palpável. Com dieta por sonda enteral 1.416 kcal/24 horas. Presença de fezes diarreicas, diurese espontânea nas fraldas. Restrita no leito. Com sangramento transvaginal. Presença de leite. Fazendo uso de antimicrobiano, diurético, anticonvulsivante, insulina, anticoagulante. ESTUDO DE CASO CLÍNICO – C Paciente M.C.S.M., 59 anos, casada, queixa dores no lado direito do tórax e abdômen. Hipertensa, sofreu Acidente Vascular Encefálico (AVE) em 2012. Relata que esse surgiu após choque emocional, devido à perda de dois familiares. Realizou cirurgia para retirada de fecaloma em 2011 e cirurgia ortopédica (data não informada) para corrigir doença de esporão no calcâneo. É sedentária e nega alcoolismo, tabagismo, diabetes. Têm 03 filhos, V.S., de 37 anos, filho de J., ex-companheiro; C.S.M., 22 anos, portadora de epilepsia e sequelas da paralisia infantil; e B.S.M., de 20 anos, que são filhos de E.S.M., esposo da cliente. Sobre os seus familiares, os pais eram L.A. que possuía reumatismo e sua mãe A.L. que era hipertensa. Ambos faleceram, mas a paciente não soube relatar a causa. Possui oito irmãos. Quatro deles são portadores de HAS e uma irmã possui problemas mentais. O marido, E.S.M., possui bronquite e helmintos (Taênia). Faz uso contínuo de medicações captopril 25mg, atenolol 25mg, amlodipina 5mg, e marevam 5mg. Informa alimentar-se regularmente e de forma adequada; e eliminações vesicointestinais presentes e espontâneas. Afirma ter sono prejudicado devido a dores na coluna lombar, nos membros inferiores (MMII) e por acordar várias vezes no período noturno para ir ao banheiro. Seu lazer é visitar as irmãs e cuidar das galinhas. Relata vida sexual ativa, ausência de corrimento vaginal e dor. Menarca aos 15 anos. Teve três gestações, três partos e nenhum aborto (G3P3A0), sendo dois partos normais e uma cesariana, o último seguido por laqueadura. Emsua residência há rede de esgoto, água tratada e energia elétrica, e a rua onde está localizada a casa é asfaltada. Cliente encontra-se consciente, orientada em tempo e espaço, pupilas isocóricas, escleras anictéricas, audição e visão preservada, eupneica, respiração em ar ambiente, mucosas labiais normocoradas e hidratadas, ausência de lesões na mucosa oral, língua saburrosa, ausência de alguns dentes e presença de caries. Verbaliza com dificuldade. Ausência de nódulos palpáveis na tireoide. Apresenta expansão torácica simétrica, pele normocorada, ausência de nódulos e massas palpáveis, frêmito torocovocal preservado. Ausculta pulmonar com presença de murmúrios fisiológicos vesiculares e bulhas cardíacas em dois tempos e normofonéticas. Apresenta bradicardia e pulsos cheios. Membro superior direito com mancha de coloração amarronzada de aproximadamente 1,5 cm, com sensibilidade preservada. Hipercromia acentuada nas extremidades dos membros superiores. Relata que a mão direita adormece com frequência. Perfusão tissular preservada em ambos os membros. Abdômen simétrico e globoso, ausência de massas palpáveis. Cicatriz umbilical e ruídos hidroaéreos presentes. Abdômen timpânico, com presença de cicatriz, a qual cliente relata ser de cirurgia intestinal para retirada de fecaloma. MMII com pele íntegra, hipercorados. Queixa algia ao toque no membro inferior direito. Edema em ambos os MMII, cacifo positivo (+/++++) e pequena marca de lesão próxima à tíbia do membro inferior direito. Pressão Arterial:130x70 mmHg; temperatura corpórea: 36,2 ºC; incursões respiratórias: 20 rpm; pulso: 50bpm; Quadril: 109 cm; Cintura: 98 cm; RCQ: 0,899. ESTUDO DE CASO CLÍNICO – D J.F.S, 58 anos, sexo masculino, cor parda, ensino fundamental incompleto, pedreiro autônomo, não possui religião, natural de Irecê- BA. É casado, dois filhos, mora com a esposa, filhos e nora, em casa própria de alvenaria, com sete cômodos, provida de saneamento básico e luz elétrica. Portador de hipertensão arterial há quinze anos e cirrose hepática há cinco meses. Em uso domiciliar de captopril 25mg – 2x/dia e aldactone 25mg/dia. Relata não estar usando a medicação há alguns dias. Deu entrada na unidade de emergência de um hospital público de Brasília, em setembro de 2005, apresentando quadro clínico de icterícia e prurido generalizados, distensão e desconforto abdominais, dispneia, anorexia, náusea, edema em membros inferiores, sinais estes que tiveram início há cerca de cinquenta dias e, desde então, têm progredido. Passado de internação hospitalar por hipertensão, e intoxicação alcoólica e cirrose hepática (há cinco meses). Pai falecido de insuficiência cardíaca. Não fuma há dez anos, relata ter sido tabagista por 20 anos, com uso diário de 20 cigarros; etilista há 44 anos, refere ingestão de cerca de um litro/dia de “conhaque e 51” durante os quatorze dias anteriores à hospitalização. Faz 2 refeições ao dia (almoço e jantar), baixa ingestão de legumes e frutas; não se alimenta em alguns dias devido à ingestão excessiva de álcool; ingere entre 2-2,5 litros de líquidos. Refere alteração no ritmo circadiano há cinquenta dias, dorme muito durante o dia e pouco durante a noite. Verbaliza ansiedade e insistência em receber alta hospitalar. Demonstra ciência de que seu estado é complicado, porém manifesta pouco interesse em adotar medidas para controlar a progressão da doença. Não consegue verbalizar, mesmo que de forma simples, conhecimentos sobre sua patologia. Não possui grandes expectativas de vida. Ao exame físico: consciente e orientado, com períodos de alucinações, comunicativo e cooperativo. Deambulando pouco e com auxílio, marcha lenta. Apresentando icterícia generalizada, turgor de pele diminuído. Aparelho Respiratório: tórax simétrico, expansibilidade simétrica diminuída, respiração espontânea, superficial, com auxílio de O2 úmido a 4litros/min. Por cânula nasal, murmúrios vesiculares fisiológicos. Aparelho Cardiovascular: sem alterações perceptíveis. Abdome: ascítico, vasos sanguíneos proeminentes, tenso, palpação do fígado impossibilitada pela ascite, RHA diminuídos. Eliminações: oligúria, urina concentrada; evacua a cada 6-8 dias, fezes endurecidas de cor marrom-amarelada. Extremidades: membros inferiores – edema em cacifo ++/4+, perfusão periférica diminuída. Medidas antropométricas: Circunferência abdominal = 145cm, Peso = 105,5 Kg, IMC = 38,67%. SSVV: PA = 170 x 100 mmHg, P = 98 bpm, R = 26 rpm e T.ax. = 36,9°C. Durante a internação o paciente estava sobre terapia medicamentosa com: captopril 25mg 2x/dia, furosemida 40mg, 12/12h, aldactone 25mg 1x/dia, rocefin 2g 1x/ dia e gentamicina 80 mg 8/8h. Exames laboratoriais alterados: Ht = 32%, Hb = 9,5mg/dL; ureia = 119mg/dL; creatinina = 3,3mg/dL; albumina = 2,5g/dL; TGO = 96U/L; TGP = 36U/L; BT = 59,5mg/dL; BI = 33,4mg/dL; e, BD = 26,1mg/dL. ESTUDO DE CASO CLÍNICO – E M.A.S., 48 anos, cor branca, casada, aposentada, natural de Ferros, reside em Coronel Fabriciano-MG, evangélica não praticante. Vive em uma casa de cinco cômodos, com duas filhas e o marido. Residência possui água encanada e tratada, energia elétrica, e coleta de lixo. Queixa principal: ferida em local de amputação. História Atual: relata ser diabética há cerca de 4 anos, nega ser etilista e tabagista. Faz uso das seguintes medicações: Insulina NPH e regular e Metformina. Possui mobilidade física prejudicada relacionada à amputação dos dedos do membro inferior esquerdo há 4 meses. Esteve internada devido a abscesso cutâneo axilar, relata ter adquirido pneumonia durante a internação, o qual foi realizado tratamento no próprio domicílio. História patológica pregressa: feridas bolhosas no membro inferior esquerdo, que levou à amputação dos dedos. Histórico Familiar: A paciente alega ter histórico de diabetes em parentes próximos, como mãe, pai e irmãos. Exame físico: anictérica, acianótica,lucida, orientada, turgor de pele diminuído. Aparelho Respiratório: tórax simétrico, apresenta tosse produtiva expansibilidade simétrica preservada, respiração espontânea e superficial sem auxílio de O2, apresentando murmúrios vesiculares fisiológicos bilateralmente, lesão derivada de drenagem de abscesso na região axilar. Aparelho Cardiovascular: sem alterações perceptíveis. Abdome: globoso, vasos sanguíneos proeminentes, flacido, indolor a palpação superficial e profunda, RHA diminuídos. Eliminações: padrão vesical preservado, urina concentrada, relata evacuações diárias com aspecto das fezes pastosas de cor marrom. Extremidades: membros inferiores – discreto edema em cacifo +/4+, perfusão periférica diminuída, lesão na região amputada, pele ressecada, presença de crepitações à ausculta pulmonar, apresenta sinais de depressão relacionada à perda dos dedos do pé esquerdo. Sinais vitais: PA=160x100 mmHg Glicemia= 480 mg/dl FR= 24 rpm FC= 84 bpm TC: 37,5 C°. Descrição da ferida: ferida superficial, de estágio 2, presença tecido de granulação, exsudato seroso sem odor, bordas lisas em processo de cicatrização, membro ao redor hiperemiado. A limpeza da ferida está sendo realizada com soro fisiológico 0,9%, a cobertura é feita com sulfadiazina de prata 1% no leito da ferida e óleo de girassol ao redor, sendo necessária cobertura secundária (gases e atadura), o curativo é trocado todos os dias.
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