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Ação dos Hormônios Tireoidianos.

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Resumo pós-aula: Ação dos HT: 
➢ Ativação/inativação dos HT pela desiodase: Como visto no 
ultimo resumo, possuem em sua estrutura um aminoácido 
chamado de selênio (Deficiência do mesmo pode interferir na 
síntese da enzima e no metabolismo dos HT, observada em 
pacientes que recebem dieta parenteral total por longo período, 
dieta para fenilcetonúria, fibrose cística ou na nutrição não 
balanceada em crianças e idosos). 
. D1 e D2 catalisam a desiodacao do anel externo de T4, gerando o 
T3 (5’-desiodacao). A D1 pode estar presente no tecido periférico 
(fígado e rins), sendo responsável pela conversão de T4-T3 na 
circulação, ademais, exerce uma fraca atividade para a remoção 
do anel interno de T3 e de T4-> T2 e T3r respectivamente (5-
desiodacao). 
. D3: Não produz T3, atividade exclusiva de 5-Desiodacao, seu 
papel é inativar T4/T3 em T3r e T2 respectivamente. 
➔ Principal proteína carreadora: TBG: 
. Estrógenos: Aumentam a síntese de TBG-> Diminuindo a fração de 
hormônio livre circulante (ativo) 
. Andrógenos: Diminuem a síntese de TBG-> Aumenta a fração do 
hormônio livre circulante (ativo) 
➢ Mecanismos de ação do hormônio tireoidiano: 
➔ Ação genica (nuclear): Mais lenta: HT entra na célula T3 
proveniente do plasma ou convertida intracelularmente de T4 
(ação da D3)-> liga-se ao receptor nuclear de HT que está 
acoplado ao receptor de retinoide X (RXR), ligado a regiões 
especificas do DNA (TRE ou Região dos elementos de resposta 
hormonal tireoidiana)-> agregação de diversas proteínas 
correguladoras a esse complexo-> auxiliando na inativação ou 
ativação da transcrição dos genes da célula alvo. 
Exemplo: Na adeno-hipófise: 
- Nos somatotrofos, T3 se liga ao receptor nuclear-> realiza a 
cascata descrita acima-> Ativando a transcrição e induzindo a 
produção de GH. Feedback positivo. 
- Nos tireotrofos: T3 se liga ao receptor nuclear-> cascata de 
eventos-> Inativando a transcrição genica do TRH e TSH-> 
inibindo a produção de ambos. Feedback negativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ Não genica: Ação não nuclear, observada dentre segundos ou 
minutos, ocorre na membrana plasmática e na mitocôndria, sem 
depender de síntese proteica. Ligação de T3/T4 ao receptor de 
membrana Integrina αVβ3-> ativa uma cascata de sinalização 
intracelular (MAPK)-> Fosforilação da serina-> Podendo 
contribuir de forma indireta na ação genômica do HT, 
acelerando o trafego intracelular de proteínas coativadoras na 
transcrição genica. Na ação não genômica, nota-se um efeito 
mais potente de T4 do que T3, indicando uma função importante 
de T4, além de funcionar como uma condição de pró-hormonio 
do T3. Alguns efeitos não genômicos: 
1. Rápido aumento da atividade das calmodulinas e 
transportadores iônicos nos cardiomiócitos e miócitos. 
2. Aumento da captação 
de glicose. 
3. Controle do transporte 
de cálcio e da 
remodelação da actina, 
modificando o 
citoesqueleto em vários 
tecidos. 
 
 
 
 
 
 
➢ Ações fisiológicas dos HT: 
➔ Termogênese obrigatória: A temperatura corporal é mantida por 
volta dos 37 graus-> Para manter essa temperatura 
independente da temperatura externa variável, o calor é 
produzido pelo mecanismo chamado de Termogênese 
obrigatória/basal. Entretanto, em ambientes extremamente 
frios, é necessário ativar a termogênese facultativa. 
• Termogênese obrigatória: Mecanismos: 
. Calor é gerado pelas células através do desacoplamento 
mitocondrial, proteínas mitocondriais UCP facilitam o retorno do 
próton do espaço intramembranoso para a matriz mitocondrial 
(desacoplamento fisiológico da mitocôndria-> produzindo o calor-> 
HT’s aumentam a das proteínas UCP1 (No tecido adiposo marrom), 
2 (No fígado e tecido adiposo), 3 (No musculo esquelético, coração 
e tecido adiposo marrom), também são capazes de estimular a 
lipólise (quebra de lipídeos), componente essencial para o 
desacoplamento. 
. HT’s promovem, direta ou indiretamente, o influxo de 
sódio e efluxo de potássio, construindo um gradiente 
eletroquímico, que aumenta a atividade das bombas de 
Na+/K+/ATPase e Ca2+/ATPase-> aumento do consumo 
de ATP-> gerando o calor, ocorre predominantemente 
no intestino e rins. 
 
 
➔ Termogênese facultativa: É ativada pelo Sistema nervoso 
autônomo e modulada pelos HT’S, na ausência do hormônio 
animais/humanos expostos ao frio ficam hipotérmicos, por não 
conseguirem sustentar essa termogênese apenas com o 
estimulo noradrenérgico, quadro se reverte com administração 
de HT. Em ambientes com frio extremo-> HT’s irão agir 
estimulando o aumento da expressão de UCP1, 2, 3. 
➔ Ação no músculo esquelético: Irão atuar na regulação da 
expressão dos genes que codificam os diferentes tipos de 
cadeia pesada da miosina (MHC) e sobre transportadores de 
cálcio-> ↟ Da atividade da bomba de cálcio ATPase-> Nesse 
viés, facilitam o processo de contração muscular! Um leve 
aumento já causa uma reação mais vigorosa da contração, 
entretanto, no Hipertireoidismo (grandes quantias) -> ocasiona 
uma grave fraqueza muscular (miopatia tireotóxica), sendo 
revertida com a normalização dos hormônios. 
➔ Ação no coração: Desempenha 2 efeitos: Aumenta a expressão 
da miosina MHCα, predominante na região atrial-> aumento 
súbito da velocidade da contração cardíaca. 
. Cronotrópico: HT potencializa a ação dos receptores beta-
adrenérgicos-> aumentando o ritmo cardíaco. 
. Inotrópico: Aumenta a resposta diante as catecolaminas-> 
aumentando a força de contração cardíaca. 
➔ Ação no cérebro: 
. Exerce efeitos excitatórios no SNC-> aumenta a velocidade da 
atividade cerebral, sua falta reduz ocasiona a diminuição. 
Individuos com hipertireoidismo, frequentemente, apresenta muito 
nervosismo, tendencias psiconeuróticas (Complexos de ansiedade, 
preocupação excessiva e paranoia) 
.. HT é importante durante o desenvolvimento fetal, principalmente 
do Sistema nervoso-> Durante a mielinização, crescimento e 
desenvolvimento dos axônios. 
. Cretinismo: Intenso retardo mental e déficit de crescimento 
decorrentes do hipotireoidismo intrauterino (congênito) em regiões 
de grave carência de iodo, que persiste mesmo após o nascimento, 
pois o leite materno não conterá a quantia suficiente para síntese 
de HT no RN-> comprometendo ainda mais o desenvolvimento, se 
não tratado, afeta o desenvolvimento neurológico e intelectual da 
criança a longo prazo! 
➔ Efeito no sono: 
. Hipertireoidismo: Por conta do HT exercer um efeito exaustivo no 
SNC e musculo-> pessoa frequentemente se queixa de cansaço 
constante, entretanto, devido aos efeitos excitatórios nas 
sinapses, o sono é dificultado. 
. Hipotireoidismo: Sonolência é extrema, sono de 12-14 horas por 
dia. 
➔ Efeito no crescimento dos músculos esqueléticos: É essencial 
para o crescimento normal e maturação óssea, apesar da 
função, não possui relação com a regulação do GH humano. 
. Na falta de HT-> Atraso do desenvolvimento e no crescimento. 
➔ Efeito na hematopoese: Aumenta a eritropoese-> eleva o nível 
de 2,3-DPG, promovendo a dissociação de O2 da hemoglobina-> 
aumentando a disponibilidade de O2 nos tecidos-> Estes 
mecanismos ocorrem como uma compensação ao crescimento 
do consumo de oxigênio induzido pelo HT. Em caso de 
hipotireoidismo ocorre o inverso-> havendo menor consumo de 
oxigênio e diminuição da eritropoese. 
➔ Efeito no tecido adiposo/metabolismo lipídico: 
. HT acelera a maturação dos pré-adipócitos em adipócitos: 
. Intensifica a lipólise no tecido adiposo: Degrada lipídeos-> 
aumentando os ácidos graxos livres no plasma. 
. Aumento de HT (hipertireoidismo)-> Diminuição do colesterol e 
aumento de ácidos graxos, também promove o aumento de 
receptores de LDL no fígado-> removendo-os do plasma e liberando 
na bile. 
. Hipotireoidismo: Aumento do nível sérico de colesterol, por conta 
da elevação do mesmo e da LDL. 
➔ Ação sobre o metabolismo de carboidratos: 
. Intensifica a açãoda epinefrina-> aumento da glicogenólise e 
gliconeogênese. 
. Potencializa a ação da insulina na utilização da glicose e na 
síntese de glicogênio-> Aumenta a taxa de absorção intestinal e 
entrada de glicose em diferentes tecidos, consequentemente 
estimulando a expressão e disponibilidade das proteínas 
transportadoras de glicose (GLUT). 
➔ Efeito intestinal: Aumento da motilidade gastrointestinal: 
. Aumento do apetite, junto a uma maior ingesta alimentar-> HT 
aumenta tanto a produção de secreções digestivas como a 
motilidade do trato gastrointestinal. Hipertireoidismo 
frequentemente resulta em diarreia, e Hipotireoidismo resulta em 
uma constipação (dificuldade para evacuar as fezes), aumento do 
peso (metabolismo lento). 
➔ Efeito no peso: 
. Uma quantidade elevada de hormônio tireoidiano 
(hipertireoidismo), quase sempre reduz o peso corporal 
(metabolismo acelerado), e a quantidade muito reduzida, quase 
sempre aumenta o peso. Nem sempre ocorrem esses efeitos, visto 
que o Hipertireoidismo aumenta o apetite, servindo de “mecanismo 
compensatório” 
➢ Hipertireoidismo: Diante todas as ações percebe-se um 
metabolismo mais acelerado. 
➢ Hipotireoidismo: Metabolismo mais lento, ganho de peso. 
 
 
 
 
Casos clínicos:

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