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fisiologia – hormônio do crescimento GH: é liberado pelos somatotrofos (células da adenohipófise), vai para a corrente sanguínea e já vai direto para os seus receptores no corpo. Ao contrário dos outros hormônios, o GH não vai em direção a uma outra glândula/órgão. Obs.: a neurohipófise armazena hormônios que vieram do hipotálamo, como o ADH e a ocitocina. fisiologia do hormônio do crescimento Conhecido como hormônio do crescimento (GH), hormônio somatotrófico (STH) ou Somatotrofina. É um hormônio proteico adeno-hipofisário. Regulação hipotalâmica: hormônio liberador de GH (GRH ou GHRH). Hormônio inibidor da liberação de GH (GHRIH ou Somatostatina-SS). Hipotálamo -> Somatotrofos -> Hormônio do crescimento -> Fígado (IGF-1) -> Músculos, Ossos e Células de Gordura. hormônio liberador do hormônio do crescimento Liberado pelo hipotálamo. Pode ser chamado também de GHRH, RH ou Somatocrinina. É um hormônio hipotalâmico peptídico. É sintetizado principalmente pelos neurônios do núcleo arqueado hipotalâmico. Obs.: cada núcleo do hipotálamo tem uma produção principal de um determinado hormônio. hormônio inibidor da liberação do hormônio do crescimento Pode ser chamado também de GHRIH, SRIF, Somatostatina ou SS. É um hormônio hipotalâmico peptídico pan-inibidor. Inibe GH, TSH, Insulina e Glucagon (células pancreáticas delta). É sintetizado principalmente pelos neurônios dos núcleos periventriculares do hipotálamo anterior. Obs.: pré-pró-somatostatina: pode gerar algumas formas ativas que virarão somatostatina. Atenção: não confundir, porque núcleo periventricular é diferente do núcleo paraventricular! A SS também é produzida pelas células delta pancreáticas e células D antrais do estômago. síntese e liberação de ghrh e ss + síntese ou inibição de gh no somatotrofo - Mecanismo de ação nos somatotrofos: GHRH interage com receptores de membrana do somatotrofo, causando despolarização (influxo de sódio e cálcio). Com isso, há a estimulação do somatotrofo, que irão produzir o GH; SS interage com receptores do somatotrofo, causando a hiperpolarização (saída/efluxo de potássio), o que inibe a produção de GH. regulação da secreção de gh - Atuação no núcleo arqueado do hipotálamo (GHRH): endorfinas, glucagon, dopamina, serotonina (sono), NE receptor alfa (hipoglicemia e exercícios: alfa2), grelina e VIP. Estimulam o somatotrofo, aumentando a produção de GH. Grelina = maior liberação de GH pelos somatotrofos. Arginina = maior expressão de GH. - Atuação no núcleo periventricular do hipotálamo (SS): Inibem SS, o que estimula GH: VIP, acetilcolina, TRH, grelina, arginina e hipoglicemia. Estimulam SS, o que inibe GH: CRH, NE receptor beta, glicocorticoides E/P, hiperglicemia e HTs. Principal regulação: na medida em que tem muito GH e IGF-1, eles estimulam mais a produção de somatostatina (SS), que é a grande inibidora da produção de GH (adenohipófise) e de GHRH (hipotálamo). Obs.: o fígado também libera IGF-1, que é um fator de crescimento similar ao GH, e teve origem do próprio GH que foi produzido pelo somatotrofo. Obs2.: uma das funções do GH é manter a glicemia, visto que ele mantém a glicose constante no sangue. Se tiver uma hipoglicemia, há maior liberação de GH para manter a homeostase. alça de retroalimentação de gh e igf-1 O GH inibe sua própria secreção nos somatotrofos via mecanismo de feedback de alça curta. O IGF-1 pode ter ação autócrina, parácrina e endócrina. fatores que estimulam o hipotálamo Exercício físico e fome (grelina, que é liberada no estômago, hipotálamo e pâncreas). Ambos contribuem para o aumento do GHRH; O aminoácido arginina inibe SS no hipotálamo, e estudos dizem que também aumenta a expressão genica do GH na hipófise. O IGF-1 atua no hipotálamo aumentando a liberação de somatostatina, e inibe a liberação e síntese de GHRH. Ele também atua na hipófise, suprimindo a expressão genica do GH. hipotireoidismo: favorece a ação do trh em receptores nos somatotrofos (que geralmente são inibidos na presença dos hormônios tireoidianos) = aumento do gh Estimuladores de somatostatina = diminuem GH: estresse, cortisol e hormônios tireoidianos são alguns dos fatores. Obs.: se as catecolaminas liberadas no exercício físico atuarem no receptor alfa-adrenérgico, irá causar o aumento do GH. A via beta-adrenérgica, quando ativada, diminui o GH. influências neurais Via alfa-adrenérgica: aumenta GHRH, estimulando GH; Via beta-adrenérgica: inibe GHRH, diminuindo GH. É por onde os fatores de estresse atuam; Acetilcolina (sistema parassimpático): inibe somatostatina, aumentando GH. Obs.: a influência neural é menos importante do que a hormonal nesse caso. eixo hipotalÂmico-pituitário-hepático O hipotálamo libera GHRH, que atua no somatotrofo, que vai produzir o GH. O GH interfere em vários tecidos, como adiposo, muscular e ósseo. Ele também age no hepatócito, estimulando o fígado a produzir IGF-1. O IGF-1 age nos ossos, ajudando no crescimento de ossos longos. hormônio do crescimento (GH): Produzido por células acidófilas (somatotrofos), localizadas nas asas laterais da glândula adeno-hipófise. É um hormônio proteico e hidrossolúvel, ou seja, ele fica dentro de vesículas do somatotrofo, visto que a membrana plasmática é impermeável aos hormônios hidrossolúveis. A extrusão dessas vesículas ocorre graças ao influxo de cálcio na célula. - Variações do GH durante o dia: O GH é secretado em pulsos nos somatotrofos, com padrão de secreção circadiana. Há um pico de GH noturno (sono vigília), sendo que a secreção máxima ocorre dentre 1 a 2 horas após o início do sono de ondas lentas (estágios III e IV). transporte de gh no sangue: O GH liga-se fracamente às proteínas plasmáticas no sangue e, consequentemente, é liberado para os tecidos (tempo de meia-vida menor do que 20 minutos). Devido ao tempo de meia-vida, logo ele fica livre para realizar suas funções fisiológicas. O IGF-1 liga-se fortemente às proteínas transportadoras (IGFBP) no sangue, e a liberação para os tecidos é lente (meia vida de 20 horas). O cortisol estimula SS e aumenta a expressão das IGFBP, reduzindo a disponibilidade de IGF-1 para os tecidos. A insulina diminui a expressão das IGFBP, aumentando a biodisponibilidade de IGF-1. Obs.: importante lembrar que o hormônio precisa estar livre, sem proteínas carreadoras, para ir até os tecidos e realizar suas funções fisiológicas. - Mecanismo de ação: interage com receptores de citocinas (dimerizados na membrana plasmática da célula-alvo) GHR -> Após ligação do GH no seu receptor, este sofre rotação interna, resultado na fosforilação do JAK2 (proteína) -> Ocorre subsequente transdução de sinal (via Stat), que faz a transcrição do sinal no DNA. · Além do mecanismo, citado, há também a ativação da sinalização da MAPquinase (MAPK). Suspeita-se também do envolvimento do sistema Fosfolipase C-PKC. Resumindo: a sinalização de GH é mediada pela fosforilação da JAK2. efeitos biológicos – crescimento ósseo - Além da ação sistêmica, a própria placa epifisária (pré-condrócitos) sintetiza IGF-I, em resposta ao GH. Dessa maneira, pode haver uma ação autócrina e parácrina do IGF-I sobre as células do disco epifisário. O GH atua nos condrócitos e causa a produção de IGF-I (estimula a síntese hepática e renal) pelos condrócitos, resultando na proliferação celular e na síntese de colágeno no disco epifisário no caso dos ossos longos, ou seja, condrogênese ou crescimento ósseo. Obs.: IGF = fatores de crescimento insulina-similar. efeito direto e indireto do gh O GH age indiretamente no fígado, que faz ele produzir IGF-1. Nisso, o IGF-1 vai atuar principalmente nos ossos, mas também pode atuar em outros órgãos-alvo. - Ação dos IGFs: ativação da mitogênese, aumento do transporte de aminoácidos, aumento da síntese de DNA, RNA e proteínas etc. Há receptores de IGF-1 em condrócitos, hepatócitos, adipócitos, células musculares etc. efeitos biológicos – metabolismo das proteínas - O GH estimula a síntese proteica, diretamente ou indiretamente, através do IGF-1. Mecanismos diretos do GH: aumento do transporte de aminoácidose aumento do conteúdo intracelular de RNAm específicos, o que aumenta a síntese proteica. Obs.: crianças com desnutrição proteica apresentam tendências de níveis elevados de GH e níveis diminuídos de IGF-1, visto que o fígado não está recebendo uma reserva proteica ideal. Então, a quantidade de IGF-1 hepática diminui, o que causa a diminuição da somatostatina, o que aumenta o GH. Nesses casos, somente o tratamento com carboidratos não é suficiente! É necessário fazer o tratamento com proteínas também. efeitos biológicos – metabolismo dos carboidratos e lipídeos Diminuição de glicose pelos tecidos (mantém a glicose circulante), diminuição da resposta tecidual aos seus efeitos insulina-similares e promove o aumento da lipólise (devido ao aumento da atividade da enzima lipase hormônio-sensível). efeito adverso: efeito diabetogênico do gh Ocorre quando há um déficit proteico muito grande. Com isso, há a resistência à insulina (interferência na sua sinalização) e altos níveis de GH, o que gera o efeito diabetogênico do GH. efeito adverso: efeito cetogênico do gh Aumento exacerbado de GH: causa mobilização de gorduras do tecido adiposo (lipólise fica muito alta), o que causa aumento de ácido acético pelo fígado. Com isso, há a cetose (aumento de corpos cetônicos), ou seja, a deposição de gorduras no fígado. efeitos biológicos menores - Sistema Nervoso Central: melhora das funções cognitivas, do humor, da memoria e do sono. Receptores de GH no tronco encefálico, medula espinhal e hipocampo. - Sistema Imunológico: aumento da resposta de macrófagos e linfócitos aos antígenos, ajudando as células de defesa. excesso de gh Excesso primário: ocorre somente se o somatotrofo começar a produzir GH. Como exemplo, temos um carcinoma. Excesso central: ocorre quando o hipotálamo produz muito GHRH. Excesso periférico: ocorre quando um tecido produz muito GHRH. Excesso iatrogênico: ocorre quando há excesso de GH, quando tem um tecido que decidiu produzir muito GH ou quando há um uso externo por suplementação excessiva. gigantismo x acromegalia Gigantismo: há excesso de GH antes da puberdade, e ele age nos discos epifisários. Acromegalia: há excesso de GH após a puberdade. Ocorre o aumento de massa muscular esquelética, aumento da cartilagem nasal, falanges distais de mãos e pés, hepatomegalia, esplenomegalia e macroglossia (ação do IGF-1 e ação direta do GH). Não haverá crescimento do osso longo, já que o disco epifisário já não cresce mais. falta de gh Nanismo: o paciente também pode ter GH normal ou elevado. Nesse caso, há incapacidade hereditária do fígado de produzir IGF-1. Por isso, somente os níveis de GH não são eficazes para o diagnóstico de nanismo. pan-hipopituitarismo no adulto Causas: tumores que comprimem a hipófise ou trombose dos vasos sanguíneos hipofisários, ou seja, ela não produz hormônio nenhum. Diminuição de GH (ausência da mobilização de gorduras, o que causa o ganho de peso); hipotireoidismo (letargia); diminuição de glicocorticoides pelas glândulas adrenais e diminuição de hormônios gonadotróficos (perda das funções sexuais). envelhecimento e gh Conforme envelhecemos, em um processo fisiológico, a produção e secreção de GH cai. Com isso, diminui GHRH, responsividade dos somatotrofos e a atividade física também, e geralmente, nessa idade, ocorrem distúrbios do sono. - Sarcopenia (redução na massa magra e na força muscular): causada pela diminuição de GH, IGF-1, neurônio alfa-motores, hormônios andrógenos e estrógenos e ingestão inadequada de proteínas. A sarcopenia causa aumento da resistência a insulina e diminui o gasto energético. - Ações antienvelhecimento do GH: aumento da deposição de proteínas nos músculos; diminuição dos depósitos de gorduras e sensação de aumento de energia. Estudos demonstram que a terapia com GH para idosos saudáveis não é recomendada, pois pode acarretar resistência a insulina, diabetes, edema e artralgias.
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