Buscar

Caso Gloria

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
CENTRO DE HUMANIDADES 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
TEORIAS E TÉCNNICAS PSICOLÓGICAS I 
PROFESSOR: VALDIR BARBOSA NETO 
 
 
 
PAULO VICTOR ALVES LIMA 
 
 
 
 
 
 
RESENHA – CASO GLÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2021 
 
 
 
O Caso Glória foi uma série de atendimentos gravados de uma mulher chamada Glória, por 
três abordagens terapêuticas distintas e seus respectivos fundadores. O objetivo era mostrar para o 
mundo três diferentes perspectivas do movimento humanista: Terapia Racional Emotiva, a Gestalt 
Terapia e a Terapia Centrada no Cliente, esta última de Rogers. A paciente tinha pouco mais de 
meia idade, há pouco tempo divorciada e mãe de uma menina. Ela aparenta ter dificuldades em 
comunicar sua “vida de solteira” (sic) com sua filha, o que incluía suas relações amorosas e 
sexuais. O cerne da sessão de Glória, perpassa por essa tensão, em não conseguir se comunicar 
sobre esses assuntos, apesar de saber que isso faz parte da sua nova vida e desejos. Ela se critica 
por não conseguir conversar abertamente sobre isso com sua filha e ao mesmo tempo se sente em 
uma posição de incômodo por manter essas relações. 
Nesse sentido, observa-se que Rogers identifica Glória como uma pessoa vulnerável, que 
se deve pelo seu processo de autoaceitação, em que ela não consegue desenvolver um olhar 
compreensivo sobre si mesma. Assim, para desenvolver esse contato da cliente com Rogers e o 
contato dela consigo mesma, ele busca criar um clima psicológico favorável. Nessa lógica, 
segundo Rogers, a nossa realidade é formada por nossas experiências no mundo, e ninguém melhor 
do que nós mesmos a conhecemos. Aqui, percebe-se a influência da fenomenologia no pensamento 
de Rogers. Por isso, ele entende que as experiências de cada pessoa formam seu mundo e ninguém 
tem acesso completo a este. Assim, cada pessoa deve buscar a solução para seus próprios 
problemas, pois ele só pode ser visto através de dentro. Portanto, o papel do terapeuta não é 
meramente oferecer conselhos, mas ajudar as pessoas a encontrarem suas próprias soluções: 
 Verificou que conselhos e advertências poucos resultados produziam. O contato 
informal que às vezes ocorria com seus "pacientes" foi tornando Rogers consciente de 
que o cliente, melhor do que qualquer terapeuta, é capaz de se julgar, de fazer suas 
próprias opções. Quando julgamos os outros, assim procedemos segundo nossos 
referenciais, que podem ser pessoais ou sociais, e nos esquecemos dos referenciais do 
outro que também existem. (PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO; 1998, p.3) 
 
Diante disso, Rogers começa a permitir entradas em sua fala para que a paciente possa 
entrar. Logo, Gloria passa a verbalizar seus desejos e inquietudes de forma mais aberta e 
espontânea possível, principalmente seus impulsos sexuais e a vergonha de falar das suas relações 
para a própria filha. Rogers começa a fluir no mundo das experiências da cliente, sem interrompê-
la e escutando atenciosamente, o que passa extrema segurança no relacionamento entre os dois 
naquele momento. Portanto, fica bem marcado que Rogers usa aqui um dos três recursos descritos 
por ele para uma mudança construtiva na pessoa, como resultado de trocas interpessoais: o recurso 
da aceitação incondicional, com o propósito de que Glória expresse abertamente seus sentimentos 
sem precisar usar uma máscara ali: 
O psicólogo aceita o cliente tal como ele é e sente vontade de ajudá-lo. Vivência 
calor humano real [...]. O psicólogo vê a pessoa no seu contexto real, compreende seus 
problemas e o porquê de seus temores, sofrimentos e defesas. Preza o cliente de um modo 
tal que não aprova nem reprova suas reações. É o sentimento positivo, sem reservas e sem 
julgamento. (PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO; 1998, p.2) 
 
Além disso, para esse contato de Glória consigo mesma, Rogers utiliza dois outros fatores 
essenciais para a Terapia Centrada na Pessoa. Em primeiro lugar, quando Rogers afirma que 
“estava genuinamente envolvido” (sic) e “minha resposta também foi bastante espontânea”, 
observa-se aí os conceitos de empatia e congruência. A primeira significa viver temporariamente 
a vida do outro, movimentando-se em seu mundo sem fazer julgamentos, olhando as coisas pelo 
olhar do cliente para que ele não se sinta julgado nem ameaçado. Já a segunda ocorre quando o 
indivíduo é autêntico, tem contato com seu eu real e consegue se expressar abertamente seus 
sentimentos pensamentos, sem usar máscaras diante do cliente. 
Pela análise de Glória, Rogers percebe que ela vivia de acordo com o que ela acreditava 
que devia ser. Isto é, um tipo de mascara que ela devia usar, na qual por de trás ela ocultava seus 
mais verdadeiros desejos e legítimas vontades. Por esse ângulo, muitas pessoas recebem condições 
de valor, ou seja, só são amadas e aceitas sob certas condições. Assim, ela aprende que o amor e 
aceitação perpassam certas condições. A maioria das pessoas passam por essa condição de se 
sentirem amadas ou não por conta de seus atos. Logo o indivíduo passa a se ver a partir das 
condições de valores dos outros, fazendo com que se distancie do seu eu real e busque sempre a 
atender as expectativas dos terceiros. 
A vida dela se baseava nesse desejo de querer ser alguém que ela idealizava, mas não aquilo 
que era o seu verdadeiro eu. Dessa forma, Rogers acreditou e demonstrou que era possível que 
Glória aprendesse a fluir e despertar-se para uma vida mais autêntica. Ter as necessidades de 
consideração positiva satisfeitas, pelo menos parcialmente é pré-requisito para a autoconsideração 
positiva. Assim, no momento em que somos amados e valorizados por pessoas importantes, 
aprendemos a nos amar e nos valorizar também, sendo autônoma e independente das outras 
pessoas: 
Quanto mais um indivíduo é compreendido e aceito, maior tendência tem para 
abandonar as falsas defesas que empregou para enfrentar a vida, e para progredir num 
caminho construtivo. (ROGERS; 1997, p.26) 
 
REFERÊNCIAS 
 
A importância da obra de C. Rogers. Psicol. cienc. prof. , Brasília, v. 8, n. 1, pág. 34-36, 
1988. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98931988000100018&lng=en&nrm=iso>. acesso em 13 de fevereiro de 
2021. https://doi.org/10.1590/S1414-98931988000100018 . 
 
https://doi.org/10.1590/S1414-98931988000100018
ROGERS, Carl R. Tornar-se Pessoa. 5 a ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997

Outros materiais