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Case BAE Aeroporto Denver _ Aluno Lúcio Nunes

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Pós Graduação em Engenharia de Produção 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Lúcio da Silveira Florêncio Nunes 
 
 
 
Trabalho da disciplina Projetos de Engenharia 
 Tutor: Prof. Ary Manoel Gama da Silva 
 
 
Campos dos Goytacazes 
2020 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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BAE AUTOMATED SYSTEM(A): SISTEMA DE MANEJO DE BAGAGEM DO 
AEROPORTO INTERNACIONAL DE DENVER 
 
 
Referências: APPLEGTE, Lynda M.; MONTE ALEGRA, Ramiro; NELSON, H. 
James; KNOOP, Carin Isabel; Harvard Business School. BAE Automated 
System - Sistema de Manejo de Bagagem do Aeroporto de Denver, nov. 
1996 . 
 
 
O artigo sugerido para a resenha discorre sobre uma má sucedida tentativa de 
implementação de um sistema integrado para manejo de bagagens no aeroporto 
internacional de Denver que estava em construção, o “Novo Aeroporto” que ficaria a 
Nordeste de Denver, seria o maior e mais eficiente aeroporto do país pois sendo construído 
“do nada”, ele não teria limitações, porém já haviam indícios de problemas no início do 
projeto que teve atrasos, adiando várias vezes a construção, em 1992 os projetistas 
decidiram, com a intenção de melhorar a eficiência na entrega das bagagens, implementar 
um projeto integrado de automação, reduzindo o tempo de solo e de preparação para 
operações no hub. Mas havia uma série de variáveis e grandes riscos devido à complexidade 
do projeto. 
Intervenções e pressões políticas externas, indefinições de orçamentos e de custos, 
falhas e ruídos no fluxo da comunicação, e um modelo “design construção” (que teria como 
proposta a construção do aeroporto enquanto se fazia o projeto) são algumas das 
complexidades que trariam problemas durante a implementação do sistema automatizado de 
bagagem. Existiam tantas variáveis contrárias que já se esperava um processo não muito 
tranquilo e organizado. Sendo um projeto financiado por diversas fontes e sendo uma obra 
pública, os administradores do projeto tinham que equilibrar demandas administrativas, 
políticas e sociais. 
O Aeroporto Internacional de Denver (DIA) iria possuir 3 HUBs de empresas que iriam 
ser de operações permanentes divididas em três Asas: a Asa A alojaria a Continental 
Airlines, a Asa B a United Airlines e a Asa C iriam operar outras companhias aéreas em 
conjunto. Então a United Airlines, observando que o projeto tinha perdido o controle, 
principalmente no que diz respeito a operação de bagagens, decidiu contratar a empresa 
 
 
 
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BAE para atender as suas próprias necessidades e desenvolver sistema de manejo de 
materiais e bagagens na Asa B, um sistema automatizado, com a previsão de término em 2 
anos e meio com um custo inicial de $20 Milhões. 
A empresa BAE que nasceu como uma divisão da Docutel Corporation em 1968, tinha 
experiências em desenvolver sistemas de bagagens automatizados sobre trilhos, já tinha 
construído um sistema automatizados para a United Airlines no Aeroporto de São Francisco, 
quando passou por dificuldades financeiras, então a empresa Boeing assumiu essa empresa 
a pedido da United Airlines, que passou a ser chamada de Boeing Airport Equipment, 
posteriormente ela foi vendida para os acionistas da Boeing que a rebatizaram de BAE 
Automated Systems, onde operava em projetos em todo os EUA, na Europa e Austrália. 
Dentre as competências da BAE estavam em desenvolver, projetar, fabricar, instalar e 
prestar assistência a vários projetos e também provia serviços de consultoria, engenharia 
para gerenciamento para projetos de aeroportos e várias aplicações de manejo de materiais. 
A BAE já estava no projeto da United Airlines quando a Cidade de Denver decidiu 
lançar uma licitação pública para implementar um projeto integrado de manejo de bagagens 
que abarcaria todo o aeroporto em construção, o sistema de bagagem tinha que atender a 
toda a complexidade do aeroporto, do que adiantaria os equipamentos mais modernos em 
operação, várias pistas de pouso e decolagem, arquitetura avançada, com a proposta de 
atender milhares de pessoas por dia, mas com um sistema arcaico de manuseio de 
bagagens, com carrinhos e rebocadores, o sistema deveria fazer justiça a dimensão do 
projeto, o mais importante para as pessoas em um aeroporto é o tempo, do que adiantaria 
tanto investimento se pudesse haver insatisfação com atrasos com a bagagem. 
A empresa BAE acabou sendo a escolhida devido a sua significativa experiência e 
expertise na área, lhe foi pedido então para estudar se o conceito que seria aplicado no 
projeto da United poderia ser estendido para um sistema integrado que serviria a todo o 
aeroporto, a BAE era responsável por 90% das vendas de equipamentos de manuseio de 
bagagens nos EUA, e sabia da complexidade do sistema e do projeto a ser construído, tanto 
que eles pediram de pelo menos mais um ano no prazo, isso desde o início do planejamento, 
mas não foram ouvidos. Apesar de mais caro do que um sistema convencional, o sistema 
proposto pela BAE seria o mais complexo e confiável já construído, prometia reduzir a força 
de trabalho e facilitar o manejo das bagagens, mas uma série de condições foram 
apresentadas pela BAE para colocar em andamento o projeto, as questões relativas aos 
 
 
 
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prazos eram as mais preocupantes, o design mecânico do projeto, o design do software, a 
provisão de energia adequada para o sistema automatizado e as salas de controle, além do 
acesso liberado e irrestrito a todo o aeroporto. Os representantes da Cidade de Denver 
concordaram com os requisitos, e se comprometeram com o acesso irrestrito ao 
equipamento da BAE, por conta dos prazos apertados a BAE teria acesso prioritário a 
qualquer área necessária para se instalar o sistema. 
Em outubro de 1992, Slinger o Engenheiro chefe do Aeroporto, que estava envolvido 
diretamente nas negociações com a BAE morre, essa perda na equipe foi crucial para o 
andamento do projeto, pois ele era o solucionador dos problemas, o acesso da BAE que até 
então era irrestrito perdeu prioridade, muitas empresas estavam trabalhando nas áreas que a 
BAE precisava acessar com o seu equipamento, houve muito conflito e consequentemente 
mais atrasos. 
As datas de inauguração do aeroporto foram alteradas várias vezes, mesmo com 
seguidas alterações não foi possível cumprir o prazo, para complicar ainda mais as empresas 
aéreas começaram a solicitar mudanças no design do sistema tanto mecânico como de 
software, isso à 6 meses antes da inauguração prevista do aeroporto. A incapacidade da 
Cidade em gerar energia “Limpa” para suprir o sistema também foi um grande problema, 
picos de energia e flutuações danificavam equipamentos sensíveis, a legislação da Cidade 
de Denver em relação a contratação de mão de obra local também foi um problema, 
aumentou os custos do projeto, greves locais prejudicaram os prazos e o andamento da 
obra. 
No final de Abril de 1994 a Cidade de Denver chamou alguns repórteres e decidiu 
fazer o primeiro teste do sistema de bagagem, sem notificar a BAE, muitos problemas 
ocorreram, erros no software do sistema, erros mecânicos, erros nos sistemas óptico e 
câmeras, colisão de carrinhos, o teste foi um desastre. 
Depois do teste o prefeito da Cidade decidiu prorrogar indefinidamente a inauguração 
do aeroporto, e contratou a empresa Logplan para avaliar o estado do sistema automatizado 
de bagagens, que recomendou um sistema de backup que foi avaliado em $50 milhões. A 
partir daí a Cidade de Denver e as companhias aéreas decidiam acionar seus advogados 
para entrar com processos judiciais, várias multas milionárias foram impostas a BAE, a 
relação da Cidade de Denver e das companhias aéreas com a empresa se deterioraram, e a 
comunicação só se fazia através de ações, notificações, processos judiciais e advogados. 
 
 
 
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A gestão do projeto apresentou vários erros desde o seu início,a falta de um escopo 
bem definido, falha nos cálculos e delimitações dos riscos, falhas e ruídos no fluxo da 
comunicação, planejamento limitado, tudo contribuiu para que o projeto não tivesse o êxito 
esperado.

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