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UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal Irrigação • As vísceras abdominais são irrigadas por 3 ramos principais que saem da face anterior da parte abdominal da artéria aorta: - O tronco celíaco, que emerge imediatamente após a artéria aorta passar através do hiato aórtico no músculo diafragma. Altura de L1. - Aproximadamente um cm abaixo têm-se a artéria mesentérica superior. Altura de L1. - Pouco mais abaixo, a nível de L3, há a artéria mesentérica inferior. • Esses troncos principais vão gerar diversos ramos que vão irrigar todo o sistema digestório. • A figura é uma organização representativa do território que cada um desses segmentos arteriais vai irrigar. - O território que o tronco celíaco vai irrigar envolve o fígado, estômago, pâncreas, baço e a metade superior da parte descendente do duodeno. Até a abertura da ampola hepato-pancreática, que é a união do ducto poledo com o ducto pancreático principal. - Abaixo da papila maior do duodeno, seguindo pelo intestino delgado – jejuno e íleo – e uma parte do intestino grosso é irrigado pela artéria mesentérica superior. Vai até os 2/3 proximais do colo transverso. - O restante do sistema digestório é irrigado pela artéria mesentérica inferior. Até o reto. O canal anal já é uma via diferente. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal Estômago • São três ramos que saem do tronco celíaco: - Artéria esplênica, maior ramo do tronco celíaco. Ela segue em direção ao baço – localizado no hipocôndrio esquerdo. Passa posteriormente ao corpo do estômago, segue o caminho de forma tortuosa (importante porque algumas úlceras perfurantes do estômago podem atingir essa artéria, gerando grandes sangramentos). Dela, há dois ramos principais: artéria gastromental esquerda – que segue em direção à curvatura maior do estômago – e um ramo que segue em direção ao fundo do estômago para emitir as artérias gástricas curtas. - Artéria hepática comum, a qual segue à direita em direção ao fígado. Após emitir o seu primeiro ramo – artéria gástrica direita, que segue na curvatura menor do estômago – segue em direção ao fígado, emite seu segundo ramo – artéria gastroduodenal, que segue posteriormente à primeira parte do duodeno (úlceras perfuras da parte distal do estômago ou proximal do intestino podem perfurá-la e acabar gerando hemorragia). Após emitir a artéria gastroduodenal, a artéria hepática comum passa a ser chamada artéria hepática própria, que segue em direção à porta do fígado, região onde entram estruturas vásculonervosas para que essa se divida em artéria hepática direita e esquerda. A artéria gastroduodenal, antes de assumir a face posterior do duodeno, emite um pequeno ramo sobre a face anterior do duodeno, que é a artéria supraduodenal. Posteriormente ao duodeno, a A. gastroduodenal vai se dividir nas artérias pancreático-duodenais anterior e posterior. Essas pancreático-duodenais vão irrigar o duodeno e o pâncreas. A artéria pancreático-duodenal superior anterior emite um ramo gastromental direito, que segue na curvatura maior do estômago. Essa gastromental direita vai se anastomosar com a artéria gastromental esquerda. Essas podem ser chamadas de artérias hepiploicas direita e esquerda. - Artéria gástrica esquerda, menor ramo. Tem um trajeto ascendente em direção ao esôfago, curva-se e segue na curvatura menor do estômago, para se anastomosar com a artéria gástrica esquerda. Além disso, a artéria gástrica esquerda emite um pequeno ramo esofágico, que vai irrigar a parte abdominal do esôfago. • A artéria esplênica e a artéria hepática comum vão se anastomosar – no caso a artéria gastroduodenal que se comunica com a artéria esplênica. Duodeno • Vimos a artéria gastroduodenal, que sai da artéria hepática comum, segue a artéria hepática própria. • Tem a a. supraduodenal, que se origina da gastroduodenal. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal • Na imagem é possível observar o trajeto da artéria gastroduodenal superior em transparência, na face posterior do duodeno e sua divisão em artéria pancreático duodenal anterior e posterior. - Lembrando que há uma gastroduodenal inferior, que é ramo da artéria mesentérica superior. • Essas artérias que se dividem, artéria pancreáticoduodenal superior anterior e posterior irrigam o duodeno e o pâncreas – pois a cabeça do pâncreas está alojada na concavidade do duodeno. Delas saem diversos ramos menores que vão entrar nessa estrutura. Esses vasos pancreáticoduodenais superior anterior e posterior sofrem anastomose com as artérias pancreáticoduodenais inferior anterior e posterior – ramos da mesentérica superior. • Há uma terceira anastomose entre o trono celíaco e a artéria mesentérica superior. • Essas anastomoses são importantes porque em caso de uma torsão das alças intestinais, ao longo do mesentério, vai obstruir a artéria mesentérica e graças à anastomose não haverá tanto comprometimento da irrigação do pâncreas, que é uma glândula muito importante. O tronco celíaco estaria colaborando para a irrigação próxima às pancreáticoduodenais inferiores. • Foco na artéria mesentérica superior: - É possível observar melhor a anastomose das artérias pancreáticoduodenais superiores e inferiores. - As artérias pancreático duodenais inferiores saem por um tronco único comum e logo se dividem em posterior e anterior. • A artéria mesentérica superior vai emitir a artéria cólica média, seu segundo ramo. - Essa artéria emerge da face direita da mesentérica superior e vai irrigar o intestino grosso. • Da margem esquerda, serão emitidas diversas artérias jejunais e ileais. - Como a artéria foi seccionada na imagem, só é possível observar os 4 ramos referentes às artérias jejunais. Contudo, dessa margem esquerda emergem de 15 a 18 ramos que vão irrigar todo o intestino delgado. • Na figura é possível observar a artéria mesentérica superior que à margem esquerda saem os diversos ramos jejunais e ileais. - Irrigam em torno de 7 metros de intestino delgado. Envolve o jejuno e o íleo. - Não há uma demarcação clara entre o jejuno e o íleo, mas pode ser diferenciado por causa das características desses vasos. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal - Esses vasos jejunais arqueados mais proximais representam a parte mais larga e em menor número. Os vasos retos, que emergem da orla das arcadas, são maiores até chegar nas vísceras. (íleo) - Mais distal, as arcadas são menores e em maior número, aproximando-se mais do intestino delgado. Assim, os vasos retos são menores. (jejuno) • Último segmento da artéria mesentérica superior: - Artéria ileocólica, ramo final da margem direita da artéria mesentérica superior. Ela sai e em um certo ponto se divide em dois ramos, um ramo ascendente e um ramo descendente que vai se anastomosar com a artéria mesentérica superior. - Da arcada gerada pela anastomose saem algumas artérias em direção à parte inicial do intestino grosso, que é o ceco, assim como a parte distal do ID que é o íleo. Desses vasos vão sair uma artéria apendicular, responsável por irrigar o apêndice vermiforme, a artéria cecal – uma anterior e outra posterior, um pequeno ramo ileal, que vai para o íleo e pequenos ramos que já começam a irrigar a parte inicial do colo ascendente. Intestino grosso • A imagem traz uma visão ampla da rtéria mesentérica superior: - Artéria ileocólica se anastomosando com a artéria mesentérica superior. - A cólica média, que foi um dos primeiros ramos direitos. - Entre as duas, a artériacólica direita. Todas essas saem da margem direita da artéria mesentérica superior e se anastomosam umas com as outras: a a. cólica média se anastomosa com a artéria ileocólica, assim como um ramo ascendente da artéria cólica direita vai fazer anastomose com a cólica média. - A cólica média também se divide, um ramo para a direita e outro ramo para a esquerda que vai se anastomosar com a cólica esquerda – ramo da mesentérica inferior. Nessa união então ocorre a comunicação de ramos da mesentérica superior com a inferior. Todos os ramos mencionados anteriormente seguem em direção aos colos e sofrem uma anastomose que se margeando a margem medial de todo o intestino grosso, que é a artéria marginal. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal • Da artéria marginal saem pequenas artérias retas, que vão alcançar o IG. • Ramos da artéria mesentérica inferior: - Primeiro ramo, a. cólica esquerda. - Seguindo mais inferiormente, há 3 a 5 ramos sigmóides, que também se comunicam entre si e seguem em direção ao colo sigmóide. - Artéria retal superior, ramo final, que vai irrigar o reto e parte do canal anal – A parte proximal. Já a parte mais distal no canal anal será irrigado por ramos provenientes das artérias ilíacas. Canal anal e reto • Na imagem é possível visualizar a parte final do Sistema digestório. - A artéria retal superior, ramo da artéria mesentérica inferior, e sua área de irrigação. • A irrigação da parte distal do canal será por meio das artérias retais média e inferior. - A artéria retal média é um ramo direto da artéria ilíaca interna. (tronco anterior). - A artéria retal inferior é um ramo indireto do tronco anterior da artéria ilíaca interna, pois ela sai da artéria pudenda interna, que é um ramo direto do tronco anterior da ilíaca interna. - Os vasos médios e inferiores vão se anastomosar com a artéria retal superior. - Acontece comunicação entre as artérias ilíacas comuns e a artéria mesentérica inferior, que da origem à artéria retal superior. Drenagem • Os vasos equivalentes às artérias seguem para a veia porta, que é um sistema que permite a entrada do sangue proveniente do sistema digestório para o interior do fígado. O sangue drenado do sistema digestório é rico em nutrientes, por causa da absorção desses a partir do alimento. Embora seja sangue venoso, ele possui 40% a mais de oxigênio do que um sangue venoso típico. • Esse sangue portal entra no fígado e contribui mais significativamente para levar nutrientes e oxigênio ao órgão, do que a própria artéria hepática. O fluxo sanguíneo que entra no fígado, 80% dele chega por meio da veia porta. O sangue oxigenado que chega por meio de artérias, equivale somente a 20-25%, o que não seria suficiente para nutrir o fígado. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal • A veia porta é formada pela união da veia mesentérica superior com a veia esplênica. Essa união ocorre geralmente posteriormente ao pâncreas. • A veia mesentérica inferior drena para a veia esplênica. Raramente drena para a mesentérica superior ou pode drenar na união das veias esplênicas e veia mesentérica superior. • A veia gástrica esquerda drena para a veia porta. • As gastromentais direita e esquerda também seguem para entrar diretamente na veia porta ou na mesentérica inferior ou ainda a superior. • Podemos visualizar: - A veia gástrica esquerda e a direita. Elas tributam para a veia porta. - A veia gastromental esquerda, que segue em direção à veia mesentérica superior. - As veias pancreáticoduodenais superior anterior e inferior anterior drenam para a veia mesentérica superior. - A veia porta é formada posteriormente ao pâncreas, ao nível do colo. Depois de formada, mede em torno de 7 cm, dependendo de onde ocorrer a união das veias. Ela será envolvida por uma prega de peritônio, que é a margem anterior do omento menor. • Foi retirada uma parte do pâncreas, o que permite observar: - A formação da veia porta; - Chegada da veia gastromental, se unindo com as pancreáticas duodenais e seguem em direção à veia mesentérica superior. - Pequeno segmento da veia pancreáticoduodenal posterior superior, drenando diretamente para a veia porta. - Veias esofágicas que drenam para a veia gástrica esquerda, que vai em direção à veia porta. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal • Na imagem é possível observar o plexo retal interno e externo. • Formam-se dois plexos de veias: - Plexo retal externo é drenado para as veias retais inferior e médias, que vão drenar dentro das veias ilíacas comuns; - Plexo retal interno geralmente segue a veia retal superior, que vai drenar dentro na veia mesentérica inferior. Hemorroidas • Esses plexos retais determinam se há uma hemorroida, a dilatação desses plexos, porque houve prejuízo na drenagem superior. • A hemorroida interna é a dilatação do plexo retal interno, já a externa do plexo retal externo. • Associa-se a fezes muito secas, o que acaba lesionando a mucosa. Anastomose portossitêmica (canais colaterais) • A veia porta tem como via de passagem o fígado e vai se distribuir ao longo do parênquima hepático. - Depois esses vasos se anastomosam com as veias hepáticas, que tributam para a veia cava inferior. • Então, dentro do fígado, há uma comunicação entre a veia porta e a veia cava inferior. - Se o fígado se visse afetado por alguma cirrose, isso vai tornar o fluxo da veia porta prejudicado, por conta de mudanças morfológicas. Quando isso ocorre, o sangue é impedido de passar corretamente. Ele vai ter que entrar dentro da veia cava, através do fígado ou outras vias. - Como não há válvulas, o sangue pode ter um caminho retrógrado. • Há pontos de comunicação da organização portossistêmica, chamados canais colateriais: - Canal colateral da v gastroesofágica: a veia gástrica esquerda drena a parte abdominal do esôfago. Essas veias se anastomosam com veias superiores que também são esofágicas, as quais drenam para o sistema ázigo de veias. Ou seja, anastomosa as veias esofágicas que drenavam para a aporta com as do sistema ázigo. - Colateral v. periumbilicais: essas veias acompanham o ligamento redondo do fígado, que era a artéria umbilical. Elas se comunicam com veias sistêmicas, como veias UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal egástricas superiores e inferiores, que drenam para as veias ilíacas comuns (inf) e a veia torácica interna (sup). Logo, serão direcionadas para a veia cava inferior – epigástricas inferiores ou veia cava superior (epig, superiores). O sangue retorna e entra dentro do sistema caval de veias. - Colateral de v. anais. A veia retal superior, que drena para a mesentérica inferior. O sangue retorna da veia porta e acontece a comunicação das veias retais média e inferior, tributárias da v. ilíaca interna e, consequentemente da cava inferior – pela ilíaca comum. • Essas vias colaterais não são suficientes para suportar todo o sangue que vai para a veia cava. O que gera varizes nas paredes, hemorroidas... • As veias esofágicas ficam muito dilatadas e se estourarem, gera uma hemorragia de difícil controle. • É possível identificar esses problemas por meio de varizes umbilicais, como a cabeça de medusa; por meio de endoscopia (hipertensão portal). Drenagem linfática • Com relação aos linfáticos, a linfa dos órgãos abdominais vai para os linfonodos ao redor das vísceras. • Seus vasos eferentes são direcionados para linfonodos celíacos e linfonodos mesentéricossuperiores e inferiores, que vão drenar para o ducto torácico. Inervação • O sistema digestório recebe inervação simpática e parassimpática. • A inervação simpática: - Controla o fluxo sanguíneo para esse sistema, podendo gerar vasoconstrição dos vasos mesentéricos, direcionando sangue para áreas mais importantes em determinado momento. Os principais nervos são os nervos esplâncnicos torácicos, que envolve o nervo esplâncnico maior, menor e imo. Eles saem dos seguimentos entre T5 e T12/L1 da medula espinal. - O nervo e. maior envolve os segmentos de T5 a T9/T10. - O nervo e. menor é de T10/T11. - N. e. imo, T12, L1. UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal - Os nervos esplâncnicos lombares estão relacionados com os segmentos L1, L2 e L3. Eles também emitem fibras pré-ganglionares em direção a esse plexo gerado na face anterior da artéria aorta abdominal. - Uma parte simpática são os nervos esplâncnicos sacrais, que chegam ao plexo hipogástrico, a partir do qual acompanham as artérias para chegar no tecido-alvo. - Na imagem é possível observar os nervos esplâncnicos pélvicos, mas esses já são considerados nervos parassimpáticos. • Inervação parassimpática: - Pequena parte pélvica, nervos esplâncnicos pélvicos. - Nervo vago, responsável por inervar um vasto território, que envolve faringe, esôfago, estômago, fígado, pâncreas, baço até os 2/3 proximais do colo transverso. Ou seja, ele inerva a área equivalente à inervação do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior. - O terço distal do colo transverso, flexura esplâncnica, colo descendente, reto, canal anal são por meio dos nervos esplâncnicos pélvicos que saem dos segmentos de S2 a S4. • Plexo entérico: entre as camadas musculares; • Plexo submucoso: próximo da mucosa. • Eles atuam independente das vias superiores no SNA. Embora o SNA o regule, ele possui independência e consegue gerar peristaltismos mesmo sem a inervação dos nervos principais. As fibras simpáticas são relacionadas à motilidade do sistema digestório e vasodilatação. Vagotomia • Ocorre quando há um excesso de ativação nervosa vagal, em casos extremos de ansiedade. • É o corte do nervo vago que diminui o ácido gástrico pela diminuição da estimulação colinérgica das células parietais tornando-as menos responsáveis pela gastrina. A vagotomia pode ser dividida em três partes: 1) TRONCULAR: denervação vagal da porção distal do esôfago e proximal do estomago. 2) SELETIVA: denervação somente gástrica UFRJ Campus Macaé Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Anatomia Sistema Gastrointestinal 3) PROXIMAL SELETIVA: denervação somente da porção superior do estomago, mantendo a região do antro intacta. (não provoca: diarréia, gastroparesia, colelitíase ou dumping, que podem ocorrer na vagotomia troncular). Dor referida • As dores das vísceras gástricas vão seguir as fibras do sistema nervoso simpático. Logo, depende do segmento nervoso que está chegando àquela região.
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