Buscar

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS

Prévia do material em texto

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS.
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS RESPIRATÓRIAS E CIRCULATÓRIAS
As emergências são situações que precisam de ação imediata e que não
podem se estender. Em situações de emergência, as manifestações são repentinas e inesperadas, necessitando de ações rápidas e urgentes. 
Nessas circunstâncias é primordial a aplicação de práticas de primeiros socorros para tentar minimizar os efeitos do quadro até a chegada da equipe especializada para realizar o atendimento. Uma das causas de maior procura por pronto atendimento são as emergências clínicas.
EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
Em casos de emergências respiratórias, o socorrista deve identificar os sintomas e sinais da complicação respiratória, podendo a respiração estar mais lenta ou mais rápida. Neste caso, os primeiros socorros têm como propósito conservar Dentre as emergências respiratórias destacamos a insuficiência respiratória, a asma, a embolia pulmonar e edema agudo de pulmão.
HIPERVENTILAÇÃO
A hiperventilação se caracteriza pela respiração muito rápida, acarretando uma instabilidade entre as concentrações de oxigênio e dióxido de carbono no
sangue.
Pode ocorrer devido a um choque emocional, excesso de esforço físico, dor intensa, sobreoxigenação, abstinência por drogas, práticas de respiração artificial por longos períodos, pessoas que já possuem algum tipo de perturbação respiratória relacionada ao sono. De acordo com Brunet et al. (2014, p. 92), os sintomas e sinais são:
• Respiração rápida, profunda e ofegante. A vítima tem a sensação de falta de ar, de não ser capaz de inspirar ar suficiente, apenas de aspirar uma quantidade superior à habitual.
• Dor torácica que se intensifica com a respiração.
• Formigamento, entorpecimento.
• As mãos e os pés podem estar frios e os dedos curvos e fletidos para a mão.
• Fraqueza, tonturas.
• Perda de consciência.
ASMA
A crise de asma ocorre devido a estreitamento dos brônquios decorrente de espasmos musculares, normalmente associados a processos inflamatórios ou irritação pulmonar. A crise asmática pode ocorrer devido a:
• Alergias, pólens, pó, pelos de animais, medicamentos, picadas de insetos.
• Fumo dos cigarros.
• Vapores tóxicos, gases irritantes, odores fortes e poluição atmosférica.
• Estresse, emoções fortes e fadiga.
• Vento, o abaixamento brusco e acentuado de temperatura, atividades
ao ar livre com o tempo frio.
• Esforços violentos e exercícios em certos casos.
• Infecções virais (BRUNET et al., 2014, p. 92).
Existem ainda fatores que podem agravar a asma, tais como:
• História familiar de asma e outras manifestações de atopias.
• Exposição precoce ao cigarro (gestação e ao nascimento).
• Infecções virais, principalmente o VSR (Vírus Sincicial Respiratório).
• IgE elevada.
• Rinite e/ou dermatite atópica.
• Sibilância desencadeada por alérgenos.
Os sintomas e sinais são:
• Angústia muito forte e sensação de opressão no peito.
• Respiração difícil, sibilante e rápida (mais de 30 respirações por minuto).
• Esforço para respirar, com distensão dos vasos do pescoço, quando a vítima está sentada ou inclinada para frente.
• Sensação de sufocamento, de falta de ar, quando na realidade há demasiado ar nos pulmões e esse ar não pode sair.
• Azulamento dos lábios e batimento das asas do nariz.
• Tosse que por vezes produz escarros, sobretudo esbranquiçados
(BRUNET et al., 2014, p. 92).
Lembre-se de que o frio é uma das causas do desencadeamento de uma crise asmática, logo, evite expor a vítima ao frio.
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
A insuficiência respiratória (IR) é uma das emergências que requer maior atenção devido à sua gravidade. Ela refere-se à dificuldade no transporte e captação do oxigênio ou na eliminação do gás carbônico devido à falta de capacidade do sistema respiratório em preservar as trocas gasosas em níveis aceitáveis. A insuficiência respiratória pode ser aguda ou crônica. 
A IR pode ser causada por doenças relacionadas ao sistema respiratório ou não. De acordo com Melo, Dias e Pancieri, as enfermidades mais comuns são “doença pulmonar obstrutiva crônica, a asma, a insuficiência cardíaca, a pneumonia, dispneia de origem psicogênica (causada por estresse e choque emocional) e o uso de sedativos em altas doses”.
Para Fortes et al. (2010, p. 74), ainda existem os motivos indiretos para
manifestação da insuficiência respiratória, que podem ser:
• Obstrução da via aérea: Obstrução por corpo estranho, broncoaspiração, asma, bronquiolite, bronquite crônica, enfisema, bronquiectasia, fibrose cística.
• Dificuldade respiratória: Apneia do sono, obesidade, intoxicação por substâncias tóxicas ou medicamentos.
• Debilidade da musculatura respiratória/acessória: Lesão da medula espinhal, miastenia, distrofia muscular, poliomielite, esclerose lateral amiotrófica, síndrome de Guillain-Barré.
• Alteração do tecido pulmonar: Reação a fármacos, tumores, queimaduras, radiação, fibrose pulmonar, doença pulmonar de origem ocupacional.
• Alteração da caixa torácica: Ferida aberta no tórax (trauma penetrante).
Conforme Melo, Dias e Pancieri (2011, p. 116), os sintomas podem ser:
• Dificuldade respiratória.
• Sensação de cansaço e ansiedade ou agitação (devido à falta de O2 no sistema nervoso central).
• Sons atípicos durante a respiração.
• Antecedente de crises semelhantes prévias.
• Tosse.
• Cianose (falta de O2 no sangue).
• Formigamento e contratura muscular em extremidades na dispneia de origem psicogênica (causada por fatores emocionais).
EDEMA AGUDO DE PULMÃO
O edema agudo de pulmão (EAP) é o acúmulo de líquido no interior dos alvéolos pulmonares, que, segundo Fortes et al. (2010, p. 74), pode ocorrer devido à “[...] insuficiência cardíaca, principalmente a insuficiência cardíaca esquerda, coronariopatias, valvopatias, arritmias e crise hipertensiva; ou não cardiogênicas, como a hipoxemia, afecções respiratórias em que haja diminuição da complacência pulmonar e alterações da relação ventilação perfusão”.
Segundo Valente et al. (2012, p. 19), os sintomas e sinais para casos de edema agudo do pulmão podem ser:
Dispneia.
• Cianose.
• Ansiedade e agitação.
• Expectoração rosada e espumosa.
• Sensação de afogamento.
• Aumento da frequência respiratória.
• Aumento da frequência cardíaca.
• Aumento da pressão arterial (na maioria dos casos).
• Palidez e sudorese.
• Respiração ruidosa tipo farfalheira, comparável ao som provocado por uma panela de água a ferver.
EMERGÊNCIAS CIRCULATÓRIAS
Enquanto as emergências respiratórias impedem a passagem de oxigênio e, consequentemente, a sua absorção pelos pulmões, as emergências circulatórias interferem na distribuição de oxigênio no sangue, afetando coração, cérebro e vasos sanguíneos.
Quando existe deficiência de oxigênio no músculo cardíaco ou no cérebro, pode desencadear um ataque cardíaco ou um AVC (Acidente Cardiovascular), por exemplo. 
No caso de uma hemorragia ou estado de choque fisiológico, e consequente baixa de oxigênio no sistema circulatório, pode ocorrer uma parada cardiorrespiratória ou lesão irreversível no cérebro (BRUNET et al., 2014). 
Existem alguns fatores que podem agravar as doenças cardiovasculares, sejam controláveis ou não. O quadro a seguir nos traz esses fatores.
Dentre as emergências clínicas associadas ao sistema cardiovascular,
estudaremos a angina de peito, arritmias cardíacas, infarto agudo do miocárdio (infarto do coração), crise hipertensiva e o acidente vascular cerebral.
ANGINA DE PEITO
A insuficiência de oxigênio no músculo do coração pode gerar uma sensação de pressão e/ou uma dor torácica, o que caracteriza a angina. Estresse emocional ou esforços físicos exigem maior desempenho do coração, assim, maior fluxo de sangue e oxigênio para o músculo cardíaco. Logo, a deficiência de oxigênio no miocárdio fará a vítima sentir dor.
A angina de peito é causada pela obstrução das artérias coronárias, tornando o fluxo de sangue insuficiente na região do miocárdio. Normalmente, isso ocorre devido ao acúmulo de gordura eoutros sedimentos nas artérias coronárias. 
Como já mencionado, o estresse e o esforço físico intenso agravam o problema, pois requerem maior concentração de oxigênio nessa região. Outro fator que pode gerar a angina é o excesso de trabalho e as condições extremas de temperatura, pois aumentam a frequência cardíaca. Os principais sintomas e sinais são:
• Dor torácica retroesternal ou precordial (às vezes, desconforto), desencadeada
por esforço físico, estresse, refeição volumosa ou exposição a temperaturas muito frias.
• A dor pode irradiar-se para membros superiores, ombros, mandíbula e porção superior do abdome. Raramente ultrapassa dois a cinco minutos, desaparecendo com repouso e uso de vasodilatador sublingual (SIATE, 2006, p. 312).
A angina pode surgir de duas formas: a angina variante e a instável. Na angina variante a dor surge mesmo a vítima estando em repouso e é causada por contrações nas artérias coronárias e se deslocam ao longo da superfície do coração. 
Já na angina instável ocorre a variação dos sintomas clássicos e podem demonstrar uma evolução rápida da doença, seja devido a um avanço na obstrução da artéria pelo rompimento de um ateroma ou pela criação de um coágulo. A angina instável é uma urgência médica, pois o risco de ocorrer um enfarte é alto.
ARRITMIAS CARDÍACAS
As arritmias cardíacas são alterações na geração, condução e/ou propagação do impulso elétrico variando o ritmo cardíaco. Sua gravidade é decorrente ao “risco iminente de morte quando associada a agravos, como insuficiência cardíaca congestiva (ICC), tromboembolismo e choque cardiogênico” (FORTES et al., 2010, p. 82).
A arritmia pode variar conforme o batimento cardíaco. Quando os batimentos são mais acelerados, chamamos de taquicardia, e quando os batimentos são mais lentos, temos a braquicardia. Já quando o coração apresenta batimentos irregulares, a iminência de morte súbita cardíaca (MSC) aumenta.
As arritmias podem ser assintomáticas ou apresentar alguns sintomas,
tais como:
• Incômodos como peso ou dor no peito.
• Batimentos cardíacos acelerados ou lentos.
• Palpitações ou taquicardias.
• Falta de ar.
• Tonturas.
• Desmaios.
• Palidez.
• Sudorese.
• Confusão mental.
• Fraqueza.
• Pressão baixa.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Emergência desencadeada pela obstrução de uma das artérias coronárias (artérias que irrigam o músculo cardíaco) por um coágulo, formado devido à não oxigenação da região, gerando uma necrose no local afetado. Mesmo se tratando de uma lesão grave, a vítima de infarto agudo de miocárdio não sofre, necessariamente, uma parada cardíaca. A parte comprometida com a lesão não bombeará sangue de forma eficaz, podendo acarretar uma parada cardíaca. A chance de uma parada cardíaca causada por uma arritmia é maior.
Normalmente o ventrículo esquerdo é o mais acometido por essa doença, pois apresenta a pressão arterial mais elevada devido ao fato de sua parede ser mais espessa. Conforme Melo, Dias e Pancieri (2011, p. 116), os sintomas podem ser:
• Dor intensa no peito, podendo irradiar-se para ombros, região cervical, mandíbula, abdome e braço esquerdo.
• Dificuldade respiratória.
• Pele fria, úmida e pálida.
• Fraqueza, perda da consciência.
• Ansiedade, náuseas e vômitos.
• Pulso fraco.
• Parada cardiopulmonar.
7. Se a vítima possuir e fizer uso habitual de medicação sublingual, e ainda não tiver usado a medicação, o socorrista pode auxiliar para sua administração.
8. Iniciar suporte básico de vida em caso de parada respiratória ou cardiorrespiratória.
9. Transportar a vítima ao encontro de uma unidade de suporte avançado ou proceder ao transporte para hospital de referência, segundo orientação do médico regulador.
Algumas vezes se falou no método SAMPLE, você sabe que método é esse?
Vamos lhe explicar: Esse método se refere às seguintes observações:
CRISE HIPERTENSIVA
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil e no mundo. 
Representa um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com diabete, 50% dos casos de insuficiência renal terminal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006 apud FONTES et al., 2010, p. 91).
A crise hipertensiva caracteriza-se pela elevação súbita da pressão arterial, podendo gerar danos a órgãos importantes, tais como o sistema nervoso central, coração e rins. 
O aumento rápido da pressão sistólica a níveis superiores a 169 mmHg e da pressão diastólica além de 109 mmHg são considerados prejudiciais.
A crise hipertensiva pode ocorrer em qualquer idade.
Alguns fatores geram maior risco para o desencadeamento de uma crise hipertensiva, são eles:
• Glomerulonefrite (inflamação no interior dos rins)
• Pielonefrite (inflamação do sistema excretor renal)
• Arteriosclerose
• Diabete
• Sedentarismo e obesidade
• Liberação de catecolaminas secretadas por tumores das glândulas
suprarrenais (feocromocitomas)
• Ingestão de inibidor da monoaminoxidase
• Colagenose
• Toxemia da gravidez (pré-eclâmpsia leve e pré-eclâmpsia grave)
• Mulheres após a menopausa
• Fumo
• Dieta rica em sal e gorduras (BRASIL, 2003, p. 91).
Os principais sintomas e sinais são:
• Vítima normalmente tem história de hipertensão arterial, em tratamento medicamentoso ou não.
• Cefaleia.
• Náuseas.
• Ansiedade.
• Zumbido nos ouvidos.
• Alteração visual (turvação visual ou pontos brilhantes no campo visual).
• Hemorragia nasal.
• Formigamento em face e extremidades (MELO; DIAS; PANCIERI,
2011, p. 114).
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE)
é responsável pelo grande número de invalidez precoce. Geralmente, a vítima fica dependente de cuidadores, pois ocorrem déficits neurológicos frequentemente.
Esse problema requer que a família crie estratégias para auxiliar o paciente, uma vez que ele pode apresentar vários graus de severidade da lesão e pode se estender por longos períodos de tempo.
O AVC é caracterizado por um mal súbito que se desenvolve rapidamente e
pode prejudicar um ou mais vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes a alguma região do cérebro.
AVC isquêmico produz lesões estruturais irreversíveis devido a um infarto cerebral ocasionado pelo bloqueio do fluxo sanguíneo. Fortes et al. (2010, p. 100) dizem ainda que:
A principal causa do AVE isquêmico é o tromboembolismo arterial em decorrência de embolias cardíacas ou ainda de grandes vasos, que incluem as artérias aorta, carótida e vertebrais. Situações de oclusão de pequenos vasos, vasculites, dissecção vascular e ainda discrasias sanguíneas, enxaqueca, cardiopatias congênitas também são consideradas fatores etiológicos.
Já o Ataque Isquêmico Transitório (AIT) é caracterizado pela reversibilidade
da lesão, na qual sinais e sintomas desaparecem em menos de 24 horas. Estudos recentes mostram, através de exames adequados, que uma porcentagem (15% a 20%) dos pacientes acometidos por AIT apresenta algum tipo de infarto cerebral.
Como podemos verificar se existe um acidente vascular cerebral?
Observando os seguintes sinais:
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS GERAIS
Coma Diabético
O organismo tentará superar a falta de açúcar em suas células usando outros alimentos como fonte de energia, e isto será feito através da gordura armazenada. O uso desta fonte é ineficaz, os produtos de degradação da gordura usada para fornecimento de energia normal aumentam acentuadamente a acidez do sangue. Se a perda de líquidos e o aumento da acidose forem muito intensos, haverá o desenvolvimento de coma diabético. Nesta condição, o nível sanguíneo de açúcar é muito alto, porém não é ele que causa diretamente o coma. A presença no sangue de produtos ácidos de degradação e a perda de líquidos é que leva o diabético ao coma.
O desenvolvimentodo coma geralmente ocorre quando um paciente diabético não tratado, ou que não faz uso da insulina prescrita, sofre algum tipo de estresse, ou uma infecção.
CONVULSÃO

Continue navegando