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Anamnese do aparelho cardiovascular

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Aspectos que compõe a 
anamnese 
 No raciocínio diagnóstico, os elementos 
fundamentais da anamnese são: 
 
Identificação do paciente 
 
1. Idade 
Na identificação do paciente, é importante 
considerar a idade do paciente, pois existem muitas 
anomalias ligadas a determinadas faixas-etárias: 
a) Jovens e crianças: anomalias congênitas e 
episódios iniciais de doença reumática; 
b) Entre os 20 e os 50 anos: doença de Chagas e 
hipertensão arterial; 
c) Acima dos 50 anos: doença arterial coronariana 
(angina no peito e infarto agudo do miocárdio). 
 
2. Sexo 
a) Mulheres: lesões mitrais (estenose e prolapso da 
valva mitral); 
b) Homens: aterosclerose coronária. 
Essas doenças predominam em cada sexo até 
os 45 anos de idade. A incidência dela passa a ter a 
mesma proporção após essa idade. 
 
3. Cor da pele 
A hipertensão arterial acomete mais a 
população negra, aparecendo também em faixas-
etárias mais baixas e de evolução mais grave para 
esse grupo populacional. 
4. Profissão 
A profissão do paciente apresenta relação 
direta com doenças cardíacas, como: 
a) Profissões que demandam esforço: riscos de 
insuficiência cardíaca; 
b) Estresse emocional: cardiopatia isquêmica e 
hipertensão arterial. 
 
5. Naturalidade e local de residência 
Podem se relacionar com as doenças 
endêmicas, especialmente a doença de Chagas. 
 
Queixa principal 
 A queixa principal é aquele motivo que fez 
com que o paciente buscasse ajuda médica. 
 
História da doença atual 
 Momento de destrinchar a queixa, a doença, 
questionando: 
a) Época de surgimento daquele sintoma (início 
súbito ou gradativo, presença ou ausência de 
fator desencadeante); 
b) Evolução do sintoma e como ele se apresenta no 
momento da consulta clínica; 
c) Características: localização, duração, 
intensidade, frequência; 
d) Fatores de piora ou melhora. 
 
Interrogatório dos diversos aparelhos 
 Na consulta cardiovascular, queixas 
associadas ao sistema respiratório e ao sistema 
digestório podem se relacionar ao aparelho 
cardiovascular, por isso devem ser investigadas. 
Antecedentes pessoais 
 Dos antecedentes pessoais, podem se 
relacionar as infecções estreptocócicas 
(microrganismos gram-positivos que causam muitos 
distúrbios): 
a) Bucofaringe; 
b) Lesões orovolares de etiologia reumática. 
Algumas relações também podem ser fatores 
desencadeantes para doenças do sistema 
cardiovascular: 
a) Alimentação rica em lipídios e aterosclerose; 
b) Lesões renais e hipertensão arterial; 
c) Perturbações emocionais e manifestações 
cardiovasculares de ansiedade e/ou depressão. 
 
Antecedentes familiares 
 A influência dos fatores genéticos podem ser 
avaliadas pelos antecedentes familiares: 
a) Hipertensão arterial; 
b) Cardiopatia isquêmica. 
Cirurgias cardíacas e problemas 
cardiovasculares de um modo geral, na família, 
podem influenciar nas doenças do paciente. 
 
Hábitos de vida 
 Os principais hábitos de vida relacionados às 
doenças do aparelho cardiovascular são: 
a) Tabagismo; 
b) Alcoolismo; 
c) Sedentarismo. 
Esses hábitos podem estar associados ao 
aparecimento da hipertensão arterial. 
 
Condições socioeconômicas e culturais 
 As más condições alimentares e habitacionais 
podem levar ao aparecimento da doença reumática, 
por exemplo, dificultando o tratamento precoce. 
Sinais e sintomas 
 Os sinais e sintomas do aparelho 
cardiovascular podem ser de origem cardíaca ou de 
diferentes órgãos, que podem repercutir no 
funcionamento cardíaco. 
 
Dispneia 
 A dispneia, definida como dificuldade 
respiratória, pode ser referida pelo paciente como: 
a) Falta de ar; 
b) Cansaço ou canseira; 
c) Fôlego curto; 
d) Fadiga ou respiração difícil. 
Essa dificuldade respiratória pode vir 
acompanhada de respiração irregular e respiração 
acelerada, com alterações na frequência respiratória 
normal. 
 
1. Maneiras semiológicas de se avaliar a dispneia 
Existem duas maneiras de se avaliar 
semiologicamente a dispneia: 
a) Maneira subjetiva: dificuldade respiratória 
sentida e referida pelo paciente; 
b) Maneira objetiva: evidencia-se pela aceleração 
dos movimentos respiratórios (taquipneia) e 
pela participação ativa da musculatura 
acessória da respiração (pescoço na inspiração e 
músculos abdominais da expiração). 
 
2. Principais causas da dispneia 
As causas da dispneia podem ser divididas 
em causas cardíacas e causas pulmonares: 
Causas cardíacas Causas pulmonares 
Disfunção ventricular 
(insuficiência cardíaca 
congestiva) 
Doença pulmonar 
obstrutiva crônica 
(DPOC) 
Lesões valvares (mitral 
e aórtica) 
Lesão parênquima 
pulmonar 
Anomalias congênitas Bronquite e asma 
brônquica 
Insuficiência 
ventricular esquerda 
Embolia e infarto 
pulmonar 
Estenose mitral Atelectasia 
 
3. Diagnóstico diferencial 
 Além disso, além de causas cardíacas e 
pulmonares, a dispneia também pode estar associada 
a outras causas, como: 
a) Deformidades da caixa torácica (escoliose, 
lordose, cifose, cifoescoliose); 
b) Ansiedade e anemia; 
c) Obesidade e baixo condicionamento físico; 
d) Lesões traumáticas da parede torácica e tumores 
no mediastino; 
e) Pneumotórax e derrame pleural; 
f) Neoplasias broncopulmonares; 
g) Fibrose e micose pulmonar; 
h) Pneumoconiose e pneumonias; 
i) Gravidez; 
j) Astenia: sensação de cansaço e fraqueza. 
 
4. Tipos de dispneia 
Existem quatro tipos de dispneia: 
a) Dispneia do esforço: aparece quando o paciente 
executa esforços físicos (grandes, pequenos e/ou 
médios esforços), sendo o principal tipo na 
insuficiência ventricular esquerda; 
b) Dispneia de decúbito: surge quando o paciente 
fica na posição deitada; 
c) Dispneia paroxística: ocorre com mais 
frequência à noite, consiste em o paciente 
acordar com intensa dispneia acompanhada de 
sufocamento, tosse seca e opressão torácica; 
d) Dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes: 
períodos de apneia seguidos de movimentos 
superficiais, que vão se tornando mais profundos 
até chegar a um máximo e, depois, diminuem 
gradativamente até uma nova fase de apneia. 
 
5. Classificação da dispneia 
A dispneia pode ser súbita ou progressiva: 
a) Dispneia súbita: aparece repentinamente, 
normalmente associada a embolia pulmonar, 
pneumotórax, edema agudo pulmonar, infecção 
respiratória e obstrução de vias aéreas: 
b) Dispneia progressiva: aparece gradativamente, 
associada a insuficiência cardíaca congestiva. 
Além disso, a dispneia também pode estar 
associada às crises de pânico (hiperventilação) e, no 
caso de aparecimento de sibilos, relaciona-se com a 
asma brônquica. 
 
6. Dispneia da insuficiência ventricular 
esquerda 
A dispneia da insuficiência ventricular 
esquerda apresenta algumas especificidades quanto: 
a) Tempo de duração; 
b) Evolução; 
c) Relação com o esforço (atividades habitualmente 
exercidas pelo paciente); 
d) Posição adotada pelo paciente. 
Todos os tipos de dispneia que aparecem na 
insuficiência ventricular esquerda acompanham-se 
da elevação da pressão nos vários segmentos do 
leito vascular pulmonar: 
Aumento da pressão no átrio esquerdo ou 
enchimento do ventrículo esquerdo → pressão 
elevada nas veias e nos capilares pulmonares → 
extravasamento de líquido para o espaço intersticial 
pulmonar → congestão pulmonar 
A congestão pulmonar é a causa básica de 
dispneia dos pacientes com cardiopatia, pois ela 
provoca um aumento do espaço morto pulmonar, 
levando a uma maior resistência das vias aéreas e, 
consequentemente, a hipoxemia (baixa concentração 
de oxigênio no sangue). 
A hipoxemia, por sua vez, vai ser capaz de 
estimular os bulbos carotídeos, aumentando a 
resposta do centro respiratório, aumentando a 
ventilação-minuto, estimulando, por sua vez, a 
sensação de dispneia. 
 
7. Escala de dispneia modificada (mMRC) 
A escala de dispneia é uma tabela com 
categorias que averiguam a incapacidade funcional 
basal, devidoa dispneia (principalmente em 
pacientes com DPOC): 
 
 A categoria 0 de dispneia não é patológica, e 
sim, fisiológica, associada à prática de atividades 
físicas, sem relações com doenças. 
 
Dor torácica ou precordial 
 A dor torácica ou dor precordial não é 
sinônimo de dor cardíaca, pois ela pode ter origem 
em outros órgãos, mas afetar regiões próximas ao 
coração. 
 Na avaliação semiológica da dor torácica, 
todas as características devem ser pontuadas: 
a) Localização; 
b) Irradiação; 
c) Caráter; 
d) Intensidade (avaliada em escala de 1/10); 
e) Duração; 
f) Frequência; 
g) Fatores desencadeantes ou agravantes e fatores 
atenuantes; 
h) Sintomas associados que procedem, 
acompanham ou sucedem a dor. 
Quando o paciente leva a mão ao peito, 
englobando toda a área cardíaca, temos o sinal de 
Levine. Muitas vezes, a dor torácica não é referida 
como tal, mas como uma “opressão” e sensação de 
“peso” no peito. 
 
1. Causas da dor torácica 
A dor torácica pode ter origens cardíacas ou 
não cardíacas: 
 
 Outras causas de dor torácica podem incluir: 
a) Taquicardia; 
b) Causa musculoesquelética; 
c) Trato gastrointestinal; 
d) Psiquiátricas. 
 
2. Características semiológicas dor torácica 
Diversos aspectos relativamente à dor 
torácica devem ser levados em consideração. 
 
2.1 Localização 
 A localização mais típica é a retroesternal, 
podendo ser sentida à esquerda (mais 
comum) ou à direita (mais raro); 
 Pode ser restrita a uma pequena área ou 
ocupar toda a região precordial; 
 A origem deve ser bem definida, inclusive 
algumas podem ter origem emocional. 
 
2.2 Irradiação 
 Relaciona-se com a sua intensidade; 
 Quanto mais intensa a dor, maior a 
probabilidade de irradiação. 
 
2.3 Caráter ou qualidade 
 Dor anginosa: sensação de dor ou 
desconforto no centro do peito, de localização 
mal definida, definida como aperto ou peso; 
 A dor anginosa é de origem constritiva, por 
isso a sensação de que algo aperta a região 
torácica ou retroesternal; 
 Outras formas de referência da dor 
anginosa: aperto, opressão, peso, queimação 
e sufocação; 
 Outros tipos de dor: queimação ou ardência 
no precórdio, formigamento ou facada. 
 
2.4 Duração 
 A dor anginosa no peito costuma durar 2 a 3 
minutos, mas caso ela seja irregular, pode 
durar mais de 20 minutos; 
 No IAM, a dor pode durar de 20 minutos a 1 
hora. 
 
2.5 Intensidade 
 A intensidade da dor varia de acordo com o 
grau de comprometimento isquêmico, 
podendo ser leve, moderado ou intenso; 
 Intensidade leve: peso ou desconforto; 
 Intensidade moderada: incomoda muito e se 
agrava nos exercícios físicos; 
 Intensidade forte: dor que se agrava nos 
pequenos esforços, acompanhada de 
sudorese, palidez, angústia e sensação de 
morte iminente. 
 
2.6 Fatores desencadeantes ou agravantes 
 A dor na angina do peito ocorre após o 
esforço físico, podendo também ser 
desencadeada por outras condições que 
atrapalhem o trabalho cardíaco; 
 No IAM, a dor costuma aparecer quando o 
paciente está em repouso; 
 Dores que se agravam com a tosse: podem 
estar associadas à pericardite ou pleurite. 
 
2.7 Fatores atenuantes da dor 
 Na angina do peito, a dor é aliviada com o 
repouso, bem como o uso de vasodilatadores 
coronários. 
 
2.8 Sintomas associados (concomitantes) 
 IAM: precordialgia intensa, náuseas, vômitos 
e sudorese fria; 
 Isquemia provocada por taquiarritmia: dor 
precordial durante crises de palpitações. 
 
 
 
3. Potenciais riscos de vida 
Na dor torácica, os potenciais riscos de vida 
devem ser urgentemente avaliados, em prol do bem-
estar e da reversibilidade do quadro do paciente: 
a) Síndrome coronariana aguda; 
b) Dissecação aguda da aorta; 
c) Embolia pulmonar; 
d) Pneumotórax hipertensivo; 
e) Tamponamento cardíaco; 
f) Ruptura e perfuração do esôfago. 
 
4. Características da dor não anginosa 
Grande parte da dor torácica se associa à dor 
anginosa, porém dores não anginosas também 
podem se manifestar no paciente com doença 
cardíaca, e devem ser avaliadas: 
a) Pleurítica (aguda, facada, desencadeada por tosse 
ou respiração); 
b) Desconforto na porção média ou inferior do 
abdome; 
c) Localização da dor com a ponta de um dedo; 
d) Dor com palpação do tórax; 
e) Dor com duração de várias horas; 
f) Dor com duração de alguns segundos. 
 
 
 
Palpitação 
 Palpitações significam percepção incômoda 
dos batimentos cardíacos. 
 
1. Causas da palpitação 
As palpitações podem ter causas cardíacas ou 
não cardíacas: 
Causas cardíacas Causas não cardíacas 
Arritmias Hipertireoidismo 
Insuficiência cardíaca Anemia 
Miocardites Esforço físico 
Miocardiopatias Emoções e síndrome 
do pânico 
Hipertensão arterial Medicamentos 
 Uma outra causa de palpitação é a chamada 
hipertonia vagal, uma condição que leva ao 
aumento da atividade parassimpática do sistema 
nervoso autônomo, levando a diminuição acentuada 
da frequência cardíaca. 
 
2. Caracterização da palpitação 
As palpitações podem ser referidas pelo 
paciente de diferentes formas, como: 
a) Batimentos mais fortes; 
b) Arrancos, galopes ou batedeiras; 
c) Paradas ou batidas fora do tempo; 
d) Tremor no coração; 
e) Coração deixando de bater; 
f) Coração aos pulsos ou batimentos no pescoço; 
g) Disparos no coração ou socos. 
 
3. Frequência da palpitação e fatores de melhora 
ou piora 
O paciente deve ser questionado sobre a 
frequência da palpitação, bem como fatores 
desencadeantes e de alívio e horário preferencial 
para a ocorrência das palpitações. 
Devemos questioná-lo se as atividades 
físicas e o repouso são fatores de melhora ou piora. 
 
4. Definição do ritmo 
O ritmo da palpitação pode ser regular, 
quando segue um padrão, ou irregular, quando 
ocorre de maneira desordenada. 
 
5. Sinais de instabilidade hemodinâmica 
Os sinais de instabilidade hemodinâmica 
desencadeados pelas palpitações podem ser: 
a) Dor precordial; 
b) Tontura; 
c) Pré-síncope ou síncope. 
 
Edema 
 As expressões “inchaço” e “inchume” são as 
mais utilizadas pelos pacientes para relatar o edema. 
Caracteriza-se pela expansão do componente 
extravascular do líquido intersticial (extracelular) 
proveniente do plasma sanguíneo. 
 Históricos de inchaço, aumento de peso, 
dificuldades para calçar sapatos e “empachamento” 
são características do paciente que contém edema. 
 
1. Classificação do edema 
O edema pode ser localizado ou 
generalizado: 
a) Edema localizado: em uma região específica; 
b) Edema generalizado: aparece em várias regiões. 
 
2. Fóvea 
A ocorrência do edema é marcada pela fóvea, 
uma depressão na região edemaciada. Se esse edema 
for recente, a pele da região edemaciada torna-se lisa 
e brilhante. Os edemas de longa duração têm um 
aspecto mais áspero. 
3. Edema cardíaco 
O edema cardíaco tem a insuficiência 
ventricular esquerda como causa básica, por 
aumento da pressão hidrostática associado à 
retenção de sódio. 
a) Localização: inicialmente, nos membros 
inferiores, podendo progredir até a raiz desses 
membros; 
b) Bilateral e assimétrico: mais intenso em um dos 
membros → existência de outra doença associada 
(varizes ou trombose venosa); 
c) Costuma se intensificar ao longo do dia, podendo 
diminuir ou desaparecer no repouso noturno. 
Quando o edema compromete todo o corpo, 
incluindo o rosto, denominamos essa condição de 
anasarca. 
Devemos observar os seguintes aspectos 
relativamente ao edema: 
a) Localização; 
b) Períodos de manifestação e agravamento ao 
longo do dia; 
c) Relação com a posição; 
d) Sintomas associados; 
e) Uso de drogas (bloqueadores de canais de cálcio 
- pacientes hipertensos - e corticoides) 
 
4. Fisiopatologia do edema 
O edema é provocado por alterações na força 
de Starling (força responsável pelo movimento 
fluido entre compartimentos) que atuam na 
microcirculação. 
As forças de Starling(pressão hidrostática e 
pressão oncótica) devem estar em perfeito estado de 
equilíbrio dinâmico em condições normais. Quando 
isso não acontece, há formação de edema. 
Associada ao aumento da filtração da 
extremidade arterial e diminuição de absorção de 
extremidade venosa ou bloqueio da drenagem 
linfática. 
Principais alterações fisiopatológicas que 
atuam no processo de formação edematosa: 
a) Integridade vascular; 
b) Desequilíbrio das forças de Starling; 
c) Inflamação; 
d) Obstrução linfática. 
 
5. Causas de edema 
O edema pode ter diversas causas, incluindo 
causas cardíacas e não cardíacas. 
Causas Exemplos 
Cardíacas Insuficiência cardíaca; 
Mal-formações. 
Pulmonar Tromboembolismo 
pulmonar. 
Hepática Hepatite crônica; 
Cirrose. 
Renal Glomerulonefrite; 
Doença renal crônica. 
Venosa Trombose venosa; 
Insuficiência venosa. 
Linfática Obstrução (infecção, 
tumores, traumas). 
Hormonal Menstrual; 
Gravidez; 
Síndrome de Cushing. 
Fármacos Corticoides; 
Bloqueadores de canal 
de cálcio. 
 
6. Classificação do edema 
O edema é avaliado em: 
a) Intensidade (cruzes); 
b) Magnitude (milímetros); 
c) Extensão (desaparecimento). 
 
 
 
7. Diagnóstico diferencial do edema 
Algumas características marcantes do edema 
possibilitam o diagnóstico diferencial: 
a) Trombose venosa profunda: unilateral, sem 
sinais inflamatórios, pode ter trauma recente ou 
fatores de risco para estase; 
b) Celulite: unilateral, outros sinais inflamatórios, 
febre; 
c) Insuficiência cardíaca: bilateral, aumenta à 
tarde, ortostatismo, crônica; 
d) Uso nifedipina: tornozelos, simétricos e sem 
sinal inflamatório; 
e) Síndrome nefrótica: olhos, face (principalmente 
ao acordar), simétrico e crônico; 
f) Urticária: súbito, prurido intenso, generalizado; 
g) Hipotireoidismo: generalizado, lento, associado 
ao ganho de peso e à sonolência. 
 
Tosse e expectoração 
 A tosse é o estímulo local nos receptores da 
mucosa do trato respiratório ou central (patogênica), 
podendo ser de origem inflamatória, mecânica, 
química ou térmica. 
 É um sintoma frequente na insuficiência 
ventricular esquerda (tosse seca e intensa à noite), 
constituindo um mecanismo de valor na manutenção 
da permeabilidade da árvore traqueobrônquica. 
 Toda a semiologia da tosse deve ser 
investigada nesse momento: 
a) Frequência; 
b) Intensidade; 
c) Presença de secreção (expectoração); 
d) Relação com decúbito. 
Quando a tosse é acompanhada de secreção, 
temos a expectoração, que é o produto eliminado 
por intermédio da tosse, procedente das vias 
respiratórias. 
Expectoração de pacientes com 
insuficiência ventricular esquerda: serosa, de 
pouca consistência, contém ar e rica em albumina 
(conferindo-lhe aspecto espumoso). 
 
1. Caracterização e possíveis etiologias da tosse 
De acordo com a caracterização da tosse e da 
expectoração, podemos sugerir possíveis causas 
desse quadro clínico: 
a) Seca: irritação da laringe, pleura, mediastino; 
b) Produtiva: bronquite e outras infecções 
pulmonares; 
c) Hemoptise (expectoração com eliminação de 
sangue): infarto pulmonar, neoplasia pulmonar e 
tuberculose; 
d) Com secreção rosa: edema agudo pulmonar; 
e) Rouca em tabagistas: laringite crônica; 
f) Seca e dispneia aos esforços: DPOC e ICC; 
g) Atopia e fatores irritativos: asma. 
 
Cianose 
 A cianose é a coloração azulada da pele e das 
mucosas, em razão do aumento da hemoglobina 
reduzida no sangue capilar ou hemoglobina anormal 
no sangue. Ela é de fácil identificação, exceto em 
pacientes com a coloração mais escura da pele. 
 Devem ser avaliados os lábios, a ponta do 
nariz, a região malar (bochechas), lóbulos da orelha, 
língua, palato, faringe e extremidades da mão e dos 
pés. 
 
1. Tipos de cianose 
A cianose pode ser generalizada ou 
localizada: 
a) Generalizada: observada em todo o corpo; 
b) Localizada: restrita a determinados segmentos 
corporais, como o cefálico. 
 
2. Classificação da cianose 
A cianose pode ser, ainda, classificada de 
quatro maneiras distintas: 
 
2.1 Cianose central 
 Níveis de hemoglobina reduzida no leito 
capilar são maiores que 5g/dL ou 1,5g/dL de 
metaemoglobinemia (DPOC, embolia 
pulmonar e cardiopatias congênitas); 
 Diminuição da tensão de O2 no ar inspirado; 
 Distúrbio da ventilação pulmonar; 
 Distúrbio da difusão; 
 Distúrbio na perfusão em consequência de 
cardiopatias congênitas, por exemplo; 
 Curto-circuito (shunt) de sangue. 
 
2.2 Cianose periférica 
 Principal causa está associada à 
vasoconstricção cutânea por baixo débito 
cardíaco ou exposição ao frio; 
 Perda exagerada de oxigênio ao nível da rede 
capilar, com cianose caracterizada por 
aparecer em áreas distais e acompanhadas de 
pele fria. 
 
2.3 Cianose mista 
 Os mecanismos da cianose central associados 
aos da cianose periférica provocam a cianose 
mista. 
 
2.4 Cianose por alteração da hemoglobina 
 Deve-se a alterações bioquímicas que 
impedem a fixação do oxigênio pelo 
pigmento. 
 
3. Características investigadas da cianose 
No exame do paciente cianótico, certas 
características são importantes para o raciocínio 
diagnóstico, destacando-se: 
a) Intensidade: leve, moderada ou grave; 
b) Duração: se presente desde o nascimento, pode 
estar associada a cardiopatias congênitas; 
c) Presença ou ausência de hipocratismo digital: 
deformidade dos dedos com aumento de volume 
(formato de baqueta). 
A combinação de cianose com baquetamento 
é frequente em pacientes com cardiopatias 
congênitas e com doenças pulmonares. 
 
Hemoptise 
 A hemoptise é a expectoração de sangue puro 
ou com secreções de tosse, habitualmente um 
vermelho vivo. Costuma ser procedente da traqueia, 
dos brônquios ou dos pulmões. 
 As características da hemoptise devem ser 
bem avaliadas, para esclarecer se ela está relacionada 
com causas cardíacas ou pulmonares: 
a) Hemoptise + expectoração espumosa e rósea: 
edema pulmonar agudo causado por 
insuficiência ventricular esquerda; 
b) Expectoração “cor de tijolo”: pneumonias 
torácicas; 
c) Raias de sangue recobrindo grumos de muco: 
bronquites e hemorragias das neoplasias 
brônquicas; 
d) Sangue escuro + expectoração mucosa: infarto 
pulmonar e pneumonia necrosante; 
e) Hemoptise volumosa com sangue vivo: ruptura 
dos vasos bronquiais. 
Outro ponto extremamente importante é 
diferenciar a hemoptise da hematêmese. A 
hemoptise é a eliminação de sangue durante a 
expectoração, podendo ser referida pelo paciente 
como “escarro de sangue” ou vômito de sangue”. 
Porém, o vômito de sangue propriamente dito é a 
hematêmese. 
Fadiga 
 A fadiga é um sintoma muito comum e de 
difícil elucidação, relacionado com a indisposição 
para realizar tarefas, fraqueza, cansaço e desânimo. 
Está associada à diminuição do débito cardíaco e má 
oxigenação dos músculos esqueléticos. 
 Diagnóstico diferencial: ICC, distúrbio 
hidroeletrolítico e doenças consumptivas. 
 
Síncope e lipotimia (desmaio) 
 Síncope é a perda súbita e temporária da 
consciência, com perda do tônus postural e 
recuperação total e espontânea. 
 O desmaio é a perda súbita e transitória da 
consciência e do tônus muscular postural (síncope), 
mas nem sempre ocorre de maneira completa, 
podendo ser parcial a perda da consciência, uma pré-
síncope ou lipotimia. 
 Na maioria dos casos, o quadro evolui para a 
recuperação da consciência, pois existe hipoperfusão 
cerebral intensa e súbita na substância reticular 
ascendente. 
 
Causas cardíacas Causas 
extracardíacas 
Diminuição do fluxo 
sanguíneo cerebral 
Metabólicas (hipoxia, 
hipoglicemia) 
Arritmias e distúrbios 
de condução 
Síncope neurogênica 
Diminuição do débito 
cardíaco 
Obstruções 
extracardíacas 
Regulação vasomotora 
anormal 
Psicogênica 
Diminuição mecânica 
do retorno venoso 
 
Hipovolemia aguda 
Outras causas vasculares incluem os 
pródomos, com maisfrequência pela manhã, após 
exercícios ou refeições, especialmente em idosos: 
a) Tonturas; 
b) Visão turva; 
c) Fraqueza; 
d) Síncope. 
 
Alterações do sono 
 A insônia é um sintoma frequente nos 
pacientes com insuficiência ventricular esquerda, 
podendo estar associada à dispneia de Cheyne-
Stokes, dificultando o repouso noturno. 
 
Astenia 
 A astenia é uma sensação de fraqueza 
generalizada, sendo um sintoma de caráter subjetivo, 
tendo como base uma impotência motora funcional, 
presente na maioria dos pacientes com IAM e IC. 
 A astenia dos cardiopatas também pode estar 
relacionada com a fraqueza muscular, seja por razão 
da insuficiência cardíaca propriamente ou pela falta 
de exercício físico. 
 
Posição de cócoras 
 A posição de cócoras é interpretada como um 
tipo peculiar de dispneia do esforço, próprio de 
portadores de cardiopatia congênita cianótica com 
fluxo sanguíneo pulmonar diminuído. 
 Esses pacientes assumem instintivamente a 
posição de cócoras, aliviando a dispneia, melhorando 
a saturação arterial de oxigênio. 
 
Sibilância, chieira ou chiado 
 Significa o aparecimento de um ruído junto 
com a respiração, dificultando-a. Esse chiado traduz 
a passagem de ar em alta velocidade através das vias 
respiratórias estreitadas. 
 O sibilo é um som musical, contínuo, 
prolongado e predominantemente expiratório. 
Sinais e sintomas do AVC 
 O AVC (acidente vascular cerebral) inclui 
sinais e sintomas muito semelhantes aos do aparelho 
cardiovascular, como: 
a) Dor torácica; 
b) Palpitações; 
c) Edema; 
d) Dispneia; 
e) Tosse e expectoração; 
f) Síncope; 
g) Cianose; 
h) Alterações do sono.

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