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Prévia do material em texto

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
1
 
 
MÓDULO DE: 
TEOLOGIAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
AUTORIA: 
CARLOS CARIACÁS 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
2
Módulo de: Teologias e Educação Ambiental 
Autoria: Dr. Carlos Cariacás 
 
Primeira edição: 2007 
Segunda edição: 2011 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
http://www.esab.edu.br 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
3
APRESENTAÇÃO 
A História Sagrada de Onilé 
(Reginaldo Prandi) 
Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumare. 
Vivia trancada em casa do pai e quase ninguém a via. 
Quase nem se sabia de sua existência. 
Quando os orixás, seus irmãos, se reuniam no palácio do grande pai 
para as grandes audiências em que Olodumare comunicava suas decisões, 
Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, 
pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, 
com muita música e dança ao ritmo dos atabaques. 
Onilé não se sentia bem no meio dos outros. 
Um dia o grande deus mandou os seus arautos avisarem: 
haveria uma grande reunião no palácio 
e os orixás deveriam comparecer ricamente vestidos, 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
4
pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo 
e depois haveria muita comida, música e dança. 
Por todos os lugares os mensageiros gritaram esta ordem 
e todos se prepararam, com esmero, para o grande acontecimento. 
Quando chegou por fim o grande dia, 
cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, 
cada um mais belamente vestido que o outro, 
pois este era o desejo de Olodumare. 
Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar, 
os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, 
a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, 
o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola. 
Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios, 
enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais. 
(...) 
Então, disse Olodumare que os próprios filhos, 
ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, 
 
 
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5
para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, 
eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo. 
Então Iemanjá ficava com o mar, 
Oxum com o ouro e os rios. 
(...) 
Olodumare pediu silêncio, 
ainda não havia terminado. 
Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições. 
Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, 
o mundo no qual os humanos viviam 
e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais 
que deveriam ofertar aos orixás. 
Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra. 
Quem seria? Perguntavam-se todos? 
"Onilé", respondeu Olodumare. 
"Onilé?" todos se espantaram. 
Como, se ela nem sequer viera à grande reunião? 
 
 
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6
Nenhum dos presentes a vira até então. 
Nenhum sequer notara sua ausência. 
"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumare 
e mandou que todos olhassem no fundo da cova, 
onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha. 
Ali estava Onilé, em sua roupa de terra. 
Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o Planeta (...) 
 
 
 
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7
OBJETIVO GERAL 
Contextualizar a questão ambiental dentro da perspectiva religiosa – vista como possível 
auxiliar no revigoramento planetário. 
 
EMENTA 
As teologias como espaços educativos; a importância da religião no contexto da Educação 
Ambiental; a reformulação dos discursos teológicos por um viés ambiental; a contribuição do 
cristianismo, budismo e candomblé para a reflexão ecológica. 
 
SOBRE O AUTOR 
Carlos Cariacás: 
 Doutor em Ciências da Religião (PUC-SP); 
 Licenciado em Filosofia (PUC-MG); 
 Mestre em Educação, Administração e Comunuicação (USM). 
 
 
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8
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 ............................................................................................................................ 11 
O que é Teologia? ............................................................................................ 11 
UNIDADE 2 ............................................................................................................................ 15 
Opção por Pensar a Teologia como Teologias. .............................................. 15 
UNIDADE 3 ............................................................................................................................ 18 
A religião como Promotora da Decadência e Valorização Ambiental ............. 18 
UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 23 
O que é Ecologia Interior? ............................................................................... 23 
UNIDADE 5 ............................................................................................................................ 26 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – a categoria Sentimento .................... 26 
UNIDADE 6 ............................................................................................................................ 30 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – fundamentação teórica do 
Sentimento. ...................................................................................................... 30 
UNIDADE 7 ............................................................................................................................ 33 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – a superação do modo de ser: 
trabalho- produção-dominação. ....................................................................... 33 
UNIDADE 8 ............................................................................................................................ 36 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – cuidado com o nosso único planeta, a 
terra, nosso nicho ecológico. ........................................................................... 36 
UNIDADE 9 ............................................................................................................................ 40 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – cuidado com a sociedade sustentável.
 .......................................................................................................................... 40 
UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 42 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff: Cuidado com o nosso espírito, os 
grandes sonhos de Deus. ................................................................................ 42 
Seguindo a mesma lógica das duas últimas unidades, leia o texto para refletir 
as questões propostas no “Cuidado com o nosso espírito, os grandes sonhos 
de Deus”. .......................................................................................................... 42 
 
 
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9
QUESTÕES PARA ANÁLISE: ......................................................................... 43 
UNIDADE 11 .......................................................................................................................... 46 
O que é o Budismo .......................................................................................... 46 
UNIDADE 12 .......................................................................................................................... 49 
UNIDADE 13 .......................................................................................................................... 50 
Os Ensinamentos do Budismo (I) ....................................................................50 
UNIDADE 14 .......................................................................................................................... 51 
Os Ensinamentos do Budismo ......................................................................... 51 
UNIDADE 15 .......................................................................................................................... 55 
UNIDADE 16 .......................................................................................................................... 58 
O Dalai Lama com a palavra: Um Conceito Budista de natureza (II). ............ 58 
UNIDADE 17 .......................................................................................................................... 62 
Boas Novas: Vivências do Budismo com a Natureza (I) ................................. 62 
UNIDADE 18 .......................................................................................................................... 65 
BOAS NOVAS: Vivências do Budismo com a Natureza (II). ........................... 65 
UNIDADE 19 .......................................................................................................................... 67 
Economia e Religião – a lição que vem do Budismo. ..................................... 67 
UNIDADE 20 .......................................................................................................................... 73 
Avaliar o Nível de Conhecimento Ecológico de uma Comunidade de Fé - ou 
de um indivíduo religioso. ................................................................................ 73 
UNIDADE 21 .......................................................................................................................... 74 
Elaboração de uma Reflexão Dialogada Religiosa- ecológica........................ 74 
UNIDADE 22 .......................................................................................................................... 76 
A Fé Cristã e o Meio Ambiente ........................................................................ 76 
UNIDADE 23 .......................................................................................................................... 79 
Declaração Romano-ortodoxa sobre a Preservação Ambiental (I) ................. 79 
UNIDADE 24 .......................................................................................................................... 81 
Francisco de Assis: irmão da natureza. ........................................................... 81 
UNIDADE 25 .......................................................................................................................... 84 
 
 
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10
UNIDADE 26 .......................................................................................................................... 86 
UNIDADE 27 .......................................................................................................................... 87 
UNIDADE 28 .......................................................................................................................... 90 
UNIDADE 29 .......................................................................................................................... 91 
UNIDADE 30 .......................................................................................................................... 92 
GLOSSÁRIO .......................................................................................................................... 95 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 99 
 
 
 
 
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11
UNIDADE 1 
Objetivo: Apresentar algumas noções básicas acerca do conhecimento teológico, 
inicialmente, pelo viéz comum do cristianismo. 
O que é Teologia? 
Seja muito bem-vindo(a) ao estudo deste módulo intitulado: Teologias e Educação 
Ambiental. Certamente o título é curioso, assim como o seu assunto. Nos ouvidos afinados 
para questões religiosas o assunto pode ser bem quisto. Todavia o mesmo não é para 
aqueles que têm certa ojeriza à temática. Porém, este módulo foi seguiu a seguinte linha de 
pensamento: Foram a Religião e a Ciência as principais articuladoras do projeto de 
dominação da natureza por parte do homem, portanto, é importante rever essas premissas 
na busca de saídas para os problemas ambientais. 
 
Organização do módulo: 
 Foi pensado numa perspectiva poética – visto que a Religião aqui é tratada como poesia: 
beleza dos céus. 
 Apresenta estudos dirigidos sobre a Teologia Ecologia de Leonardo Boff. 
 Passando, em seguida, para a compreensão e valorização do Budismo, do Cristianismo e 
do Candomblé, como caminhos para a valorização do meio ambiente. Neste sentido, a 
proposta é fazer com que o aluno perceba que as citadas religiões possuem, em seu 
corpo teórico tradicional, muitos elementos que valorizam as ecologias (social, ambiental, 
integral, mental). 
 A linguagem do módulo não é hermética – oferecendo apenas noções breves sobre 
tópicos teológicos que valorizam a natureza. 
 
 
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12
O objetivo geral é o de contextualizar a questão ambiental dentro da perspectiva religiosa – 
vista como possível auxiliar no revigoramento planetário. 
Atenção! 
Como todos os módulos pertencentes ao programa de Educação Ambiental Urbana, este 
possui as seguintes características: 
- Textos selecionados pelo viés: (a) fácil compreensão e (b) profundidade, 
- dispostos para leitura em fragmentos e, na sequência, baterias de exercícios e dicas 
complementares. 
- O material produzido não serve somente como estudo para o aluno da ESAB, mas foi 
pensado e desenvolvido para que sirva de apoio didático na prática cotidiana da 
Educação Ambiental (daí, a opção por uma linguagem clara e simples). 
- O módulo incentiva a pesquisa e a compreensão do uso da internet como forma de 
conhecer e interagir em rede com instituições e espaços acadêmicos e cidadãos que se 
preocupam com a questão ambiental. Visto, também, que o uso do computador, de textos 
da internet, das multimídias, livros, etc. é um componente que se deve incentivar tendo 
em vista a questão da preservação da natureza. 
 
Agora, uma observação válida para a leitura de todos os textos selecionados neste módulo: 
As referências bibliográficas das citações encontram-se na página virtual 
BIBLIOGRAFIA. As citações, no corpo deste módulo, vêm sinaladas por um asterisco 
(*). Para conferir o que foi lançado é só buscar a página virtual. 
OBSERVAÇÕES: 
-Quando se fala em Teologia, o primeiro pensamento é o discurso cristão; 
 
 
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13
-As definições que seguem não se constituem como as únicas visões acerca do que vem a 
ser Teologia. (*). 
“Teologia, em seu sentido literal, é o estudo sobre Deus (do grego θεóς, theos, "Deus"; + 
λóγος,logos, "palavra", por extensão, "estudo"). Como ciência tem um objeto de estudo: 
Deus. Entretanto como não é possível estudar diretamente um objeto que não vemos e não 
tocamos, estuda-se Deus a partir da sua revelação. No Cristianismo isto se dá a partir da 
revelação de Deus na Bíblia. Por isso, também, se define "Teologia" como um falar "a partir 
de Deus" (Karl Barth). 
Este termo foi usado pela primeira vez por Platão, no diálogo A República, para referir-se à 
compreensão da natureza divina por meio da razão, em oposição à compreensão literária 
própria da poesia feita por seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles empregou o termo em 
numerosas ocasiões, com dois significados: 
- Como o ramo fundamental da ciência filosófica, também, chamada Filosofia Primeira ou 
Ciência dos Primeiros Princípios, mais tarde, chamada por seus seguidores de Metafísica. 
Teologia, comodenominação do pensamento mitológico, imediatamente anterior à Filosofia; 
com uma conotação pejorativa é, sobretudo, utilizada para referir-se aos pensadores antigos 
não Filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro). 
Santo Agostinho tomou o conceito “Teologia Natural” da obra Antiquitates rerum humanarum 
et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como única Teologia verdadeira dentre as três 
apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Acima desta, situou a Teologia 
Sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos dados da revelação e, portanto, 
considerada superior. A Teologia Sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, 
não estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como uma serva (ancilla 
theologiae) que ajudaria a primeira na compreensão de Deus. 
Teodicéia, termo empregado atualmente como sinônimo de Teologia Natural, foi criado no 
século XVIII por Leibniz, como título de uma de suas obras (chamada "Ensaio de Teodicéia. 
Sobre a bondade de Deus, a liberdade do ser humano e a origem do mal"), embora Leibniz 
 
 
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14
utilize tal termo para referir-se a qualquer investigação cujo fim seja explicar a existência do 
mal e justificar a bondade de Deus. 
Na tradição cristã (de matriz agostiniana), a Teologia é organizada segundo os dados da 
revelação e da experiência humana. Estes dados são organizados no que se conhece como 
“Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática”. 
 
É sempre interessante buscar sites e a enciclopédias para ampliar os conhecimentos sobre o 
tema: Teologia. 
 
Reprodução 
 
 
 
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15
UNIDADE 2 
Objetivo: Esta unidade tem como objetivo discutir a categoria Teologia numa perspectiva 
plural. 
Opção por Pensar a Teologia como Teologias. 
Nesta unidade trataremos acerca do entendimento do que vem a ser Teologia enquanto 
estudo acadêmico. 
Certamente uma pessoa que não está acostumada com a dinâmica teológica não deve se 
questionar sobre a importância da questão teológica para a constituição do ser social, 
econômico, etc. 
Daí, o alerta. O estudo teológico é de suma importância para a compreensão do indivíduo, 
pois o homem é ser um ser social e, assim, a configuração do módulo tem por base as 
categorias organizadas pela cultura, economia, política, sendo uma das mais importantes a 
religiosa. 
Esta opção pode parecer, no mínimo, estranha, uma vez que nos bancos acadêmicos a 
prática é minimizar – quando não menosprezar – o conhecimento religioso, deixando-o à 
categoria da superstição. 
Esta ideia acima disposta, gerada no calor do Positivismo filosófico-científico vigorou com 
tamanha intensidade que a religião foi excluída do espaço público. Esta exclusão trouxe 
tormentos consequentes que hoje é motivo para avaliação. 
 
Sobre as abordagens do conceito teologia e ciência religiosa 
 
 
 
 
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16
É preciso salientar: 
Teologia: um discurso que tem como base e fundamento a FÉ! 
Por isto um teólogo é, justamente, uma pessoa que tem Fé em algo. Que acredita em algo 
que vai além dele. 
Entretanto, há um campo de conhecimento que aborda questões religiosas não diretamente 
ligadas a Fé - a Ciência da Religião. Campo multidisciplinar para a abordagem da temática 
religiosa. Este campo é mediado tanto pela Teologia quanto pelas Ciências Humanas e 
Sociais, também, adentram neste campo, as Ciências Naturais. Por exemplo: a Ciência da 
Religião estuda o Budismo que é classificado como uma religião sem, todavia, necessitar de 
uma divindade para se estabelecer. Neste sentido a ciência da religião estuda o fenômeno 
religioso atento não propriamente a divindade ou o discurso sobre a divindade, mas o 
discurso do homem numa perspectiva daquele senso que vai além do próprio homem que 
tem um viés de transcendência – não propriamente transcendência no sentido de imergir no 
divino, mas no sentido de imergir em si mesmo, no conhecimento de si ou de outra realidade 
qualquer que lhe dê sentido existencial. 
 
Sobre o preconceito cristão em relação às outras teologias. 
 
O texto (*) da unidade 01 define uma Teologia marcadamente cristã, ao afirmar: 
“Teologia, em seu sentido literal, é o estudo sobre Deus (do grego θεóς, 
theos, "Deus"; + λóγος,logos, "palavra", por extensão, "estudo"). Como 
ciência tem um objeto de estudo: Deus. Entretanto como não é possível 
estudar diretamente um objeto que não vemos e não tocamos, estuda-se 
Deus a partir da sua revelação. No Cristianismo isto se dá a partir da 
revelação de Deus na Bíblia. Por isso, também se define "teologia" como um 
falar "a partir de Deus" (Karl Barth)”. 
 
 
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17
Sendo assim, qual seria a definição de Teologia? 
- Teologia é um estudo de Deus? 
- Tem como objeto o estudo de Deus? 
- É um falar a partir de Deus? 
Ora, todas as definições acima estão corretas. 
Todavia, o conceito Deus é abordado no sentido singular monoteísta (judaico, cristão, 
islâmico). A definição acima que não assimila o panteão africano ou hindu ou as perspectivas 
religiosas budistas. 
Por isto, este módulo pretende trabalhar com o sentido de que existem teologias e não uma 
teologia marcadamente cristã. Apesar do hinduísmo e budismo usarem o termo 
filosofia/pensamento/doutrina para falar sobre as suas constituições religiosas – que se 
depara com a linguagem racionalista da Filosofia ocidental que faz um recorte 
epistemológico distinto do oriente. Usa-se o termo Teologias para expressar: 
A variedade dos pensamentos religiosos sistematizados organicamente sem atrelar 
necessariamente o conceito ao termo da existência de uma divindade. Marcado por uma 
prática comunitária, doutrinária e carismática (no sentido de que vislumbram os 
ensinamentos de um mestre espiritual). 
Por isso, acredita-se ser importante estudar o pensamento teológico dos: cristãos, do 
budismo e das religiões africanas. 
 
 
 
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18
UNIDADE 3 
Objetivo: Pesquisar como a religião se dispõe a ser uma promotora da devastação ambiental 
A religião como Promotora da Decadência e Valorização Ambiental 
Esta unidade acontecerá em meio a questionamentos. As perguntas abaixo são relevantes 
no sentido de que procurarão munir a consciência do leitor de questões que mais adiante 
serão comentadas. 
1) A religião somente ocasiona benefícios à humanidade? 
2) Cite alguns exemplos da religião como promotora do bem-estar da humanidade: 
3) A religião ocasiona malefícios para a humanidade? Se a resposta for afirmativa apresente 
exemplos. 
Ainda na perspectiva da questão anterior. 
4) Reflita sobre a medida do malefício. 
5) Pense na perspectiva da medida dos benefícios. 
Uma vez respondida às questões passa-se para um estudo dirigido. O objetivo é levantar 
alguns pressupostos do raciocínio religioso convencional no ocidente sobre o modo de 
pensar o mundo. A palavra-chave deste estudo é: dominar o mundo. 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
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19
ESTUDO DIRIGIDO 
 
Leia atentamente o texto do Gênesis 1: 
Gênesis, 1 
1. No princípio, Deus criou os céus e a Terra. 
2. A Terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava 
sobre as águas. 
3. Deus disse: "Faça-se a luz!" E a luz foi feita. 
4. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. 
5. Deus chamou à luz DIA, e às trevas NOITE. Sobreveio à tarde e depois a manhã: foi o 
primeiro dia. 
6. Deus disse: "Faça-se um firmamento entre as águas, e separe ele umas das outras". 
7. Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento daquelas 
que estavam por cima. 
8. E assim se fez. Deus chamou ao firmamento CÉUS. Sobreveio à tarde e depoisà manhã: 
foi o segundo dia. 
9. Deus disse: "Que as águas que estão debaixo dos céus se ajuntem num mesmo lugar, e 
apareça o elemento árido." E assim se fez. 
10. Deus chamou ao elemento árido TERRA, e ao ajuntamento das águas MAR. E Deus viu 
 
 
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20
que isso era bom. 
11. Deus disse: "Produza a Terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas 
que deem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente." E assim foi 
feito. 
12. A Terra produziu plantas, ervas que contêm semente segundo a sua espécie, e árvores 
que produzem fruto segundo a sua espécie, contendo o fruto a sua semente. E Deus viu 
que isso era bom. 
13. Sobreveio à tarde e depois à manhã: foi o terceiro dia. 
14. Deus disse: "Façam-se luzeiros no firmamento dos céus para separar o dia da noite; 
sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos, 
15. “E resplandeçam no firmamento dos céus para iluminar a terra”. E assim se fez. 
16. Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e o menor para presidir à 
noite; e fez, também, as estrelas. 
17. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a terra, 
18. Presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas. E Deus viu que isso era 
bom. 
19. Sobreveio à tarde e depois à manhã: foi o quarto dia. 
20. Deus disse: "Pululem as águas de uma multidão de seres vivos, e voem aves sobre a 
Terra, debaixo do firmamento dos céus." 
21. Deus criou os monstros marinhos e toda a multidão de seres vivos que enchem as águas, 
 
 
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21
segundo a sua espécie, e todas as aves segundo a sua espécie. E Deus viu que isso era 
bom. 
22. E Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, e enchei as águas do mar, e 
que as aves se multipliquem sobre a Terra." 
23. Sobreveio à tarde e depois à manhã: foi o quinto dia. 
24. Deus disse: "Produza a Terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos, 
répteis e animais selvagens, segundo a sua espécie." E assim se fez. 
25. Deus fez os animais selvagens segundo a sua espécie, os animais domésticos 
igualmente, e da mesma forma todos os animais, que se arrastam sobre a Terra. E Deus 
viu que isso era bom. 
26. Então Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine 
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre 
toda a Terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a Terra." 
27. Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a 
mulher. 
28. Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a Terra e submetei-a. 
Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se 
arrastam sobre a Terra." 
29. Deus disse: "Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a Terra, e todas as 
árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de 
alimento”. 
30. “E a todos os animais da Terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a 
 
 
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22
Terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva verde por alimento.” E assim se fez. 
31. Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio à tarde e 
depois à manhã: foi o sexto dia. 
(O texto acima é da Enciclopédia Virtual Católica) 
 
1) O que este texto quer passar como mensagem? 
(para responder esta questão use a frase “E Deus viu que tudo era bom”.) 
2) Reflita sob a condição de bondade inerente à visão religiosa de natureza como algo 
bom. 
3) Apegue-se ao fragmento do texto sobre a “Dominação da natureza” e procure como 
esta frase foi erroneamente usada para justificar a primazia da vontade e interesses 
humanos sobre a vida da natureza. 
 
Reprodução 
 
 
 
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UNIDADE 4 
Objetivo: Compreensão do conceito Ecologia Interior 
O que é Ecologia Interior? 
Afinal, o que é ecologia interior? Como ela se relaciona com a teologia? 
Ora, as ecologias (mental, social, ambiental) se dinamizam nos ramos das ciências. Todavia, 
a Ecologia Interior é algo mais próximo da dimensão espiritual. Por isto que, hoje (não 
obrigatoriamente) pensar em Ecologia Interior é pensar nas contribuições do pensamento 
religioso, pois nele se encontram as teologias para a questão ecológica. Há, portanto, uma 
intima relação entre as preocupações da Ecologia Interior e as Teologias. 
Como contribuição para o entendimento da questão, um texto de Frei Beto. 
A intenção da leitura do respectivo texto é facilitar, na dimensão da definição, o que é 
Ecologia Interior. 
Boa leitura. 
Por um minuto, esqueça a poluição do ar e do mar, a química que contamina a Terra e 
envenena os alimentos, e medite: como anda o teu equilíbrio ecobiológico? Tens dialogado 
com teus órgãos interiores? Acariciado o teu coração? Respeitas a delicadeza de teu 
estômago? Acompanhas mentalmente teu fluxo sanguíneo? 
Teus pensamentos são poluídos? As palavras, ácidas? Os gestos, agressivos? Quantos 
esgotos Fétidos correm em tua alma? Quantos entulhos — mágoas, ira, inveja — se 
amontoam em teu espírito? 
Examina a tua mente. Está despoluída de ambições desmedidas, preguiça intelectual e 
intenções inconfessáveis? Teus passos sujam os caminhos de lama, deixando um rastro de 
tristeza e desalento? Teu humor intoxica-se de raiva e arrogância? Onde estão as flores do 
teu bem-querer, os pássaros pousados em teu olhar, as águas cristalinas de tuas palavras? 
 
 
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Por que teu temperamento ferve com frequência e expele tanta fuligem pelas chaminés de 
tua intolerância? 
Não desperdiça a vida queimando a tua língua com as nódoas de teus comentários 
infundados sobre a vida alheia. Preserva o teu ambiente, investe em tua qualidade de vida, 
purifica o espaço em que transitas. Limpa os teus olhos das ilusões de poder, fama e 
riqueza, antes que fiques cego e tenhas os passos desviados para a estrada dessinalizada 
dos rumos da ética. Ela é cheia de buracos e podes enterrar o teu caminho num deles. 
Tu és como eu, um ser frágil, ainda que julgues fortes os semelhantes que merecem a tua 
reverência. Somos todos feitos de barro e sopro. Finos copos de cristal que se quebram ao 
menor atrito: uma palavra descuidada, um gesto que machuca; uma desconfiança que 
perdura. Graças ao Espírito que molda e anima o teu ser, o copo partido se reconstitui; 
inteiro, se fores capaz de amar. Primeiro, a ti mesmo, impedindo que a tua subjetividade se 
afogue nas marés negativas. Depois, os teus semelhantes, exercendo a tolerância e o 
perdão, sem jamais sacrificar o respeito e a justiça. 
Livra a tua vida de tantos lixos acumulados. Atira pela janela as caixas que guardam mágoas 
e tantas fichas de tua contabilidade com os supostos débitos de outrem. Vive o teu dia como 
se fosse a data de teu renascer para o melhor de ti mesmo - e os outros te receberão como 
dom de amor. 
Pratica a difícil arte do silêncio. Desliga-te das preocupações inúteis, das recordações 
amargas, das inquietações que transcendem o teu poder. Recolhe-te no mais íntimo de ti 
mesmo, mergulha em teu oceano de mistério e descobre, lá no fundo, o Ser Vivo que funda a 
tua identidade. Guarda este ensinamento: por vezes é preciso fechar os olhos para ver 
melhor. Acolhe a tua vida como ela é: uma dádiva involuntária. Não pediste para nascer e, 
agora, não desejas morrer. Faze dessa gratuidade uma aventura amorosa. Não sofras por 
dar valor ao que não merece importância. Trata a todos como igual, ainda que estejam 
revestidos ilusoriamente de nobreza ou se mostrem realmente como seres carcomidos pela 
miséria. Faze da justiça o teu modo de ser e jamais te envergonhesde tua pobreza, de tua 
falta de conhecimentos ou de poder. Ninguém é mais culto do que o outro. O que existem 
são culturas distintas e socialmente complementares. O que seria do erudito sem a arte 
culinária da cozinheira analfabeta? Tua riqueza e teu poder residem em tua moral e 
 
 
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dignidade, que não têm preço e te trazem apreço. 
Porém, arma-te de indignação e esperança. Luta para que todos os caminhos sejam 
aplainados, até que a espécie humana se descubra como uma só família, na qual todos, 
malgrado as diferenças, tenham iguais direitos e oportunidades. E estejas convicto de que 
convergimos todos para Aquele que, supremo Atrator, impregnou-nos dessa energia que nos 
permite conhecer a abissal distância que há entre a opressão e a libertação. Faze de cada 
segundo de teu existir uma oração. E terás força para expulsar os vendilhões do templo, 
operar milagres e disseminar a ternura como plenitude de todos os direitos humanos. Ainda 
que estejas cercado de adversidades, se preservares a tua ecobiologia interior; serás feliz, 
porque trarão em teu coração tesouros indevassáveis. 
http://pensamentoecologico.blogspot.com/ 
 
Após ler o texto responda, refletindo, as seguintes questões: 
 
 1) A partir de uma leitura reflexiva do texto de Frei Beto, de caráter bem poético e reflexivo, 
conceitue Ecologia Interior. 
2) Você já havia cogitado a possibilidade de pensar a Educação Ambiental pelo viés de uma 
Ecologia Interior? 
3) O que esta possibilidade de pensar a vida por uma abordagem de Ecologia Interior 
favorece e contribui com a questão da Educação Ambiental? 
4) Como a Religião poderia, segundo o seu olhar, contribuir com a abordagem da Ecologia 
Interior? 
5) Como a Religião, segundo o seu olhar, impede o desenvolvimento da Ecologia Interior? 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 
Objetivo: Introdução e apresentação à categoria Ética do Cuidado. 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – a categoria Sentimento 
Pensar a dimensão ambiental na perspectiva da Ecologia Interior é a tarefa daqui pra frente. 
Neste sentido entra em cena (até a Unidade 10) a figura de Leonardo Boff- que dispensa 
comentários acerca de sua importância na temática ecológica mundial. Boff sinaliza o esforço 
da Teologia em pensar a questão ecológica motivada pelo sentimento do cuidado para com 
todos e para com tudo que se faz presente no Planeta. 
Entretanto (para os que ainda não conhecem o referido Teólogo), sempre vale à pena 
pesquisar, no intuito de saber um pouco mais sobre esta personalidade que, vindo do meio 
católico, é conhecido como um Teólogo universal no sentido que ele congrega reflexões de 
caráter inter-religioso. 
 
 Saiba mais quem é Leonardo Boff e a sua obra em favor da Ecologia. 
 
http://www3.est.edu.br/publicacoes/estudos_teologicos/vol4801_2008/et2008-
1d_rzwetsch.pdf 
http://www.gruposummus.com.br/indice/10534.pdf 
 
 
 
 
 
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Leonardo Boff nos meios acadêmicos da atualidade é conhecido, sobretudo, pelo seu estudo 
acerca da chamada “Ética do Cuidado”. Parte deste discurso será estudado até a unidade 
10. E a grande intenção é fazer com que se tenha contato com um dos pensamentos mais 
vigorosos sobre a questão ecológica tratada num discurso ético dinamizado por um teólogo 
que, como já foi afirmado, toma, cada vez mais, um posicionamento inter-religioso. 
Num texto intitulado “Saber Cuidar: Ética do Humano”, Boff estabelece 10 pontos de reflexão 
que aborda o cuidado com: 
O Planeta; coma sociedade sustentável; com o outro; com os pobres e excluídos; com o 
nosso corpo; com a cura interior do ser humano; com a alma; com o espírito; com os sonhos 
de Deus e, por fim; com a morte. 
Na sequencia um fragmento de um texto do teólogo (*) intitulado: A lógica do sentimento. 
Leia e depois responda as questões. 
Retomamos a reflexão sobre a natureza do cuidado essencial. A porta de entrada não pode 
ser a razão calculatória, analítica e objetivista. Ela nos levaria ao trabalho-intervenção-
produção e aí, nos aprisionaria. As máquinas e os computadores são mais eficazes do que 
nós na utilização deste tipo de razão-trabalho. 
Há algo nos seres humanos que não se encontra surgido há milhões de anos no processo 
evolutivo quando emergiram os mamíferos, dentro de cuja espécie nos inscrevemos: o 
sentimento, a capacidade de emocionar-se, de envolver-se, de afetar e de sentir-se 
afetado. 
Um computador e um robô não têm condições meio de cuidar do ambiente, de chorar sobre 
as desgraças dos outros e de rejubilar-se com a alegria do amigo. Um computador não tem 
coração. 
Só nós humanos podemos sentar-nos à mesa com o amigo frustrado, colocar-lhe a mão no 
ombro, tomar com ele um copo de cerveja e trazer-lhe consolação e esperança. Construiu o 
mundo a partir de laços afetivos. Esses laços tornam as pessoas e as situações preciosas, 
 
 
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portadoras de valor. Preocupamo-nos com elas. Tomamos tempo para dedicar-nos a elas. 
Sentimos responsabilidade pelo laço que cresceu entre nós e os outros. A categoria 
cuidado recolhe todo esse modo de ser. Mostra como funcionamos enquanto seres 
humanos. 
 
Agora, responda as questões sugeridas: 
 
 Como Boff contrapõe a razão humana e a técnica? 
Quais os problemas inerentes à valorização da máquina como substituta do humano? 
 
 
 
Continuando com a reflexão sobre A Lógica do Sentimento proposta por Boff: 
Daí se evidencia que o dado originário não é o logos, a razão e as estruturas de 
compreensão, mas o pathos, o sentimento, a capacidade de simpatia e empatia, a 
dedicação, o cuidado e a comunhão com o diferente. Tudo começa com o sentimento. É o 
sentimento que nos faz sensíveis ao que está à nossa volta, que nos faz desgostar. É o 
sentimento que nos une às coisas e nos envolve com as pessoas. É o sentimento que 
produz encantamento face à grandeza dos céus, suscita veneração diante da 
complexidade da Mãe-Terra e alimenta enternecimento face à fragilidade de um recém-
nascido. 
Recordemos a frase do Pequeno Príncipe de Antoine de Saint Exupéry, que fez fortuna na 
consciência coletiva dos milhões de leitores: “E com o coração (sentimento) que se vê 
corretamente; o essencial é invisível aos olhos”. E o sentimento que torna pessoas, coisas 
e situações importantes para nós. Esse sentimento profundo – repetimos - se chama 
 
 
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cuidado. Somente aquilo que passou por uma emoção, que evocou um sentimento 
profundo e provocou cuidado nos deixa marcas indeléveis e permanece definitivamente. 
 
Responda novamente, por favor, as questões: 
 
 Como a categoria Sentimento, na forma elaborada por Boff, entra em choque com as 
lógicas, por ele apresentadas, no início de sua reflexão sobre a razão e o tecnicismo. 
 
 
 
 
Reprodução - bbc 
 
 
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UNIDADE 6 
Objetivo: Conceituação teórica da categoria Cuidado pelo viés do termo sentimento. 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – fundamentação teórica do Sentimento. 
Continuando o enfoque: A lógica do sentimento argumentada por Boff (*). 
Boff, logo no início de sua reflexão afirma que: “A reflexão contemporânea resgatou a 
centralidade dos sentimentos, a importância da ternura, da compaixão e do cuidado” 
 Na sequência cita com quais pensadores este resgate aconteceu. Nisto o teólogo observa 
um problema urgente desencadeado na modernidade: a supremacia da razão sobre as 
emoções – e atenta para a fragilidade do Cogito ergo sum e para a sua superação 
adequada: 
Mais do que o cartesiano cogito ergo sum (Penso, logo existo), vale o sentio ergo sum: sinto, 
logo existo. O livro de Daniel Goleman, InteligênciaEmocional, transformou-se num best-
seller mundial porque, à base de investigações empíricas sobre o cérebro e a neurologia, 
mostrou aquilo que já Platão (427-347 AC), Santo Agostinho (354-430), a escola franciscana 
medieval com S. Boaventura e Duns Scotus no século XIII, Pascal (1623-1662), 
Schleiermacher (1768-1834 e Heidegger (1889-1976) ensinaram há muito tempo: a dinâmica 
humana é o pathos, é o sentimento, é o cuidado, é a lógica do coração. “A mente racional” - 
conclui Golemnan - “leva um ou dois momentos mais para registrar e reagir do que a mente 
emocional, o primeiro impulso... é do coração, não da cabeça”. 
 
E recorda o mito de Higino: 
“Agora estamos em melhores condições para entender, em profundidade, a fábula-mito de 
Higino sobre o cuidado. Tão essencial que é anterior ao espírito infundido por Júpiter e ao 
 
 
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corpo fornecido pela Terra. Portanto, a concepção de como composto de espírito-corpo não 
é originária. A fábula diz: “O cuidado foi quem moldou o ser humano”. 
Onde se encontra o cuidado? O que é o cuidado? 
“(...)O cuidado se encontra antes, é um a priori ontológico, está na origem da existência do 
ser humano. E essa origem não é apenas um começo temporal. A origem tem um sentido 
filosófico de fonte donde brota permanentemente o ser. Portanto, significa que o cuidado 
constitui, na existência humana, uma energia que jorra ininterruptamente em cada 
momento e circunstância. Cuidado é aquela força originante que continuamente faz surgir 
o ser humano. Sem ela, ele continuaria apenas uma porção de argila como qualquer outra 
à margem do rio, ou um espírito angelical desencarnado e fora do tempo histórico”. 
 
Em suma: 
“(...)Foi com cuidado que “Cuidado” moldou o ser humano. empenhou aí dedicação, ternura, 
devoção, sentimento e coração. E com isso criou responsabilidades e fez surgir a 
preocupação com o ser que ele plasmou. Essas dimensões, verdadeiros princípios 
constituintes, entraram na composição do ser humano. Viraram carne e sangue. Sem tais 
dimensões, o ser humano jamais seria humano. Por isso, a fábula-mito de Higino termina 
enfatizando que cuidado acompanhará o ser humano ao largo de toda a sua vida, ao longo 
de todo o temporal no mundo”. 
 
Concluindo, Boff escreve: 
“Um psicanalista atento ao drama da civilização moderna como o norte-americano RolIo May 
podia comentar: “Nossa situação é a seguinte: na atual confusão de episódios racionalistas e 
técnicos perdemos de vista e nos despreocupamos do ser humano; precisamos agora voltar 
humildemente ao simples cuidado... é o mito do cuidado – e creio, muitas vezes, somente ele 
 
 
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– que nos permite resistir ao cinismo e à apatia que são as doenças psicológicas do nosso 
tempo”. (Leonardo Boff)”. 
 
 
 Defenda a ideia de que a categoria, Cuidado, de Boff não é mero sentimentalismo. 
Apresente a sua defesa, com argumentos consistentes, advindos de um dos teóricos: 
Freud, Jung, Adler, Rogers e Hillman, Niels Bohr, Werner Heisenberg, Platão, Santo 
Agostinho, S. Boaventura, Duns Scotus, Pascal, Schleiermacher ou Heidegger. Nesta 
atividade é interessante você pesquisar a categoria Sentimento, segundo os respectivos 
autores. Bom trabalho 
 
 
 
 
Reprodução 
“... Importante é cultivar compreensão, paciência histórica, capacidade de diálogo e sentido 
de integração criativa com referência ao lado diabólico e demente da história humana. Tais 
valores se incluem no cuidado essencial”. (Boff) 
 
 
 
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UNIDADE 7 
Objetivo: Divulgação das formas de como superar o modo de ser: trabalho-produção-
dominação. 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – a superação do modo de ser: trabalho- 
produção-dominação. 
 
Neste momento do estudo deste módulo, a proposta é rever a ideia de dominação e 
submissão da natureza pelo homem, pelo viés da reflexão de Boff que sugere uma 
alternativa a dominação. 
 
Mas antes, é interessante fazer uma pesquisa sobre o tema: 
 
 Faça uma pesquisa, na internet, para observar as críticas ao modo de vida, levado pelo 
homem moderno; que reduz a sua existência ao trabalho, a produção e a dominação por 
meio do consumo irracional. 
 
 
 
Após a pesquisa, o caminho é a proposta de alternativa lançada por Boff à dominação da 
natureza (*). 
 
 
 
 
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Sobre a questão, o Teólogo faz um alerta: 
“O que nossa civilização precisa é superar a ditadura do modo de ser: trabalho-
produção-dominação. Ela nos mantém reFéns de uma lógica que hoje se mostra 
destrutiva da Terra e de seus recursos, das relações entre os povos, das interações 
entre capital e trabalho, de espiritualidade e de nosso sentido de pertença a um destino 
comum. Libertados dos trabalhos estafantes e desumanizadores, agora feito pelas 
máquinas automáticas, recuperaríamos o trabalho no seu sentido antropológico 
originário, como plasmação da natureza e com atividade criativa, trabalho capaz de 
realizar o ser humano e de construir sentidos cada vez mais integradores com a 
dinâmica da natureza. 
 
Agora, uma questão que não pode calar: como fazer esta superação? 
Num primeiro momento ele sugere: 
“conceder a cidadania à nossa capacidade de sentir o outro, de ter compaixão com todos os 
seres que sofrem; humanos e não humanos, de obedecer mais à lógica do coração, da 
cordialidade e da gentileza do que à lógica da conquista e do uso utilitário das coisas”. 
 
E diz: “Dar centralidade ao cuidado não significa deixar de trabalhar e de intervir no mundo”. 
ATIVIDADE EXTRA: 
Busque o tema na internet e faça uma síntese. 
Este tipo de exercício é interessante para todos, mas para quem faz um curso on-line é 
fundamental para que aprenda a criar hábitos de ir diretamente às fontes digitais. 
 
 
 
 
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Por fim, conclui Boff: 
“(...) Estes são os antídotos ao sentimento de abandono que os pobres e os idosos sentem. 
Estas são as medicinas contra o descuido que os excluídos, os desempregados, os 
aposentados, os idosos e os denunciam na maioria das instituições públicas. Elas se 
preocupam cada vez menos com o ser humano e se ocupam cada vez mais com a 
economia, com as bolsas, com os juros, com o crescimento ilimitado de bens e serviços 
materiais, apropriados pelas classes privilegiadas à custa da dignidade e da compaixão 
necessárias face às carências das grandes maiorias. Este é o remédio que poderá impedir 
a devastação da biosfera e o comprometimento do frágil equilíbrio de Gaia. Este é o modo 
de ser que resgata a nossa humanidade mais essencial”. 
 
 
Reprodução 
 
 
 
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UNIDADE 8 
Objetivo: Ampliar a reflexão sobre a história planetária e a sua importância para o ser vivo e 
ainda, a participação, nesta história, dos indivíduos como seres vivos. 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – cuidado com o nosso único planeta, a terra, 
nosso nicho ecológico. 
Leia o texto e dialogue com as perguntas na seqüência. 
Cuidado com o nosso único planeta 
Cuidado todo especial merece nosso planeta Terra. T unicamente ele para viver e morar. E um 
sistema de sistemas e superorganismo de complexo equilíbrio, urdido ao longo de m e milhões de 
anos. Por causa do assalto predador do processo industrialista dos últimos séculos esse equilíbrio 
está prestes a romper-se em cadeia. Desde o começo da industrialização, no século XVIII a 
população mundial cresceu 8 vezes, consumindo mais e recursos naturais; somente a produção, 
baseada na exploração da natureza, cresceu mais de cem vezes. O agravamento deste quadro com 
a mundialização do acelerado processo produtivo faz aumentar a ameaça e, consequentemente, a 
necessidade de um cuidadoes com o futuro da Terra. 
Parca é a consciência que pesa sobre o nosso belo planeta. Os que poderiam conscientizar a 
humanidade desfrutam gaiamente a viagem em seu Titanic de ilusões. Mal sabem que podemos ir 
ao encontro de um iceberg ecológico que nos fará afundar celeremente. 
Trágico é o fato de que faltam instâncias de gerenciamento global dos problemas da Terra. A ONU 
possui cerca de 40 projetos que tratam de problemas globais, como os climas, o desflorestamento, a 
contaminação do ar, dos solos e das águas, a fome, as epidemias, os problemas dos jovens, dos 
idosos, as migrações, entre outros. Ela é regida pelo velho paradigma das nações imperialistas que 
vêem os estados-blocos de poder, mas não descobriram ainda a Terra como objeto de cuidado, de 
uma política coletiva de salvação terrenal. 
Para cuidar do planeta precisamos todos passa alfabetização ecológica e rever nossos hábitos de 
consumo. Importa desenvolver uma ética do cuidado. 
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Fundo Nacional para a Natureza 
(WWF) e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) elaboraram uma estratégia 
minuciosa para o futuro da vida sob o título: Cuidando do Planeta Terra (Caring for the Earth 1991). 
Aí estabelecem nove princípios de sustentabilidade da Terra. Projetam uma estratégia global 
fundada no cuidado: 
1. Construir uma sociedade sustentável. 
2. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos. 
 
 
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3. Melhorar a qualidade da vida humana. 
4. Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta. 
5. Permanecer nos limites da capacidade de suporte Terra. 
6. Modificar atitudes e práticas pessoais. 
7. Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio-ambiente. 
8. Gerar uma estrutura nacional para integrar desenvolvimento e conservação. 
9. Constituir uma aliança global. 
Estes princípios dão corpo ao cuidado essencial com a Terra. O cuidado essencial é a ética de um 
planeta sustentável. Bem enfatizava o citado documento Cuidando do Planeta Terra: ?a ética de 
cuidado se aplica tanto a nível internacional como a níveis nacional e individual; nenhuma nação é 
auto-suficiente; todos lucrarão com a sustentabilidade mundial e todos estarão ameaçados se não 
conseguir-mos atingi-la?. Só essa ética do cuidado essencial poderá salvar-nos do pior. Só ela nos 
rasgará um horizonte de futuro esperança. 
2. Cuidado com o próprio nicho ecológico 
O cuidado com a Terra representa o global. O cuidado com o próprio nicho ecológico representa o 
local. O ser humano tem os pés no chão (local) e a cabeça aberta para o infinito (global). O coração 
une chão e infinito, abismo e estrelas, local e global. A lógica do coração capacidade de encontrar a 
justa medida e construir o equilíbrio dinâmico. 
Para isso cada pessoa precisa descobrir-se como parte do ecossistema local e da comunidade 
biótica, seja em seu aspecto natureza, seja em sua dimensão de cultura. Precisa conhecer os irmãos 
e irmãs que compartem da mesma atmosfera, da mesma paisagem, do mesmo solo, dos mesmos 
mananciais, das mesmas fontes de nutrientes; precisa conhecer o tipo de plantas, animais e 
microorganismos que convivem naquele nicho ecológico comum; precisa conhecer a história daquela 
paisagem, frequentar aquelas cascatas e cavernas; precisa conhecer a história das populações que 
aí viveram sua saga e construíram seu habitat, como trabalharam a natureza, como a conservaram 
ou a depredaram, quem são seus poetas e sábios, heróis e heroínas, santos e santas, os pais/mães 
fundadores de civilização local. 
Tudo isso significa cuidar do próprio meio ecológico, vivenciá-lo com o coração, como o seu próprio 
corpo estendido e prolongado; descobrir as razões para conservá-lo e fazê-lo desenvolver, 
obedecendo à dinâmica do ecossistema nativo. 
O que vale para o indivíduo vale também para a comunidade local. Ela deve fazer o mesmo percurso 
de inserção no ecossistema local e cuidar do meio-ambiente; utilizar seus recursos de forma frugal, 
minimizar desgastes, reciclar materiais, conservar a biodiversidade. Deve conhecer a sua história, 
seus personagens principais. Deve cuidar de sua cidade, de suas praças e lugares públicos, de suas 
casas e escolas, de seus hospitais e igrejas, de seus teatros, cinemas e estádios de esporte, de 
seus monumentos e da memória povo. Assim, como exemplo, escolher as espécies vegetais do 
ecossistema local para plantar nos parques e vias públicas, e nos restaurantes valorizar a cozinha 
local e regional. 
 
 
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Esse cuidado com o nicho ecológico só será efetivo se houver um processo coletivo de educação, 
em que a maioria participe, tenha acesso a informações e faça ?troca de saberes?. O saber popular 
contido nas tradições dos velhos, nas lendas e nas estórias dos índios, caboclos, negros, mestiços, 
imigrantes, dos primeiros que aí viveram confrontado e complementado com o saber critico científico. 
Esses saberes revelam dimensões da realidade local e são portadores de verdade e de sentido 
profundo a ser decifrado e a ser incorporado por todos. O que daí resulta é uma profunda harmonia 
ecossistema onde os seres vivos e inertes, as instituições culturais e sociais, enfim todos encontram 
seu lugar, interagem, se acolhem se complementam e se sentem em casa. 
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/boff/boff_eticahumano.html 
 
QUESTÕES PARA ANÁLISE: 
1) Como Boff resgata a questão do desequilíbrio? Use como argumento a questão da 
industrialização e o processo produtivo. 
2) O que Boff quer dizer com o termo: Consciência Parca? 
3) Por que Boff critica os cerca de 40 projetos que tratam de problemas globais feitos pela 
ONU? 
4) O que Boff indica como início de saída para o problema ecológico (use o termo 
alfabetização ecológica)? 
5) O que enfatiza o documento Cuidando do Planeta Terra? 
6) Expresse, com suas palavras, o que Boff manifesta ao dizer em seu texto “Só essa ética 
do cuidado essencial poderá salvar-nos do pior. Só ela nos rasgará um horizonte de 
futuro esperança”. 
7) Comente e situe, política e moralmente, (no que diz respeito à dimensão da 
responsabilidade social e individual) a análise de Boff: 
 “O cuidado com a Terra representa o global. O cuidado com o próprio nicho ecológico 
representa o local. O ser humano tem os pés no chão (local) e a cabeça aberta para o 
infinito (global). O coração une chão e infinito, abismo e estrelas, local e global. A lógica 
do coração capacidade de encontrar a justa medida e construir o equilíbrio dinâmico”. 
 
 
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8) Qual a recomendação educacional que Boff oferece para cada um de nós? E qual o 
processo para realizar a dita recomendação, na prática? 
9) Comente: “O que vale para o indivíduo vale também para a comunidade local”. 
10) De modo efetivo, o que é necessário haver para que esse cuidado, como nicho ecológico, 
aconteça? 
 
 
reprodução 
 
 
 
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UNIDADE 9 
Objetivo: Inteirar-se da relação “Cuidado e sociedade sustentável” desenvolvida por Boff. 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff – cuidado com a sociedade sustentável. 
Continuando com o pensamento de Boff acerca da questão ecológica leia, por favor, o texto 
abaixo: 
Cuidado com a sociedade sustentável 
Atualmente quase todas as sociedades estio enfermas. Produzem má qualidade de vida para todos, 
seres humanos e demais seres da natureza. E não poderia ser diferente, pois estio assentadas sob 
modo de ser do trabalho entendido como dominação e exploração da natureza e da força do 
trabalhador. A exceção de sociedades originárias como aquelas dos indígenas e de outras minorias 
no sudeste da Ásia, da Oceania e do Ártico, todas são reféns de um tipo de desenvolvimento que 
apenas atende asnecessidades de uma parte da humanidade (os países industrializados), deixando 
os demais na carência, quando não diretamente na fome e na miséria. Somos espécie que se 
mostrou capaz de oprimir e massacrar seus pr4 irmãos e irmãs da forma mais cruel e sem piedade. 
Só neste século morreram em guerras, em massacres e em campos de concentração cerca de 200 
milhões de pessoas. E ainda degenera e destrói sua base de recursos naturais não renováveis. 
Não se trata somente de impor ?Limites ao Crescimento? (título da primeira solução apresentada em 
1972 pelo Clube de Roma) mas de mudar o tipo de desenvolvimento. Diz-se que o novo 
desenvolvimento deve ser sustentável. Ora, não existe desenvolvimento em si, mas uma sociedade 
que opta pelo desenvolvimento que quer e que precisa. Dever-se-ia falar de sociedade sustentável 
ou de um planeta sustentável como pré-condições indispensáveis para um desenvolvimento 
verdadeiramente integral. 
Sustentável é a sociedade ou o planeta que produz o suficiente para si e para os seres dos 
ecossistemas onde ela se situa; que toma da natureza somente o que ela pode repor; que mostra 
um sentido de solidariedade generacional, ao preservar para as sociedades futuras os recursos 
naturais de que elas precisarão. Na prática a sociedade deve mostrar-se capaz de assumir novos 
hábitos e de projetar tipo de desenvolvimento que cultive o cuidado com os equilíbrios ecológicos e 
funcione dentro dos limites impostos pela natureza. Não significa voltar ao passado, mas oferecer 
um novo enfoque para o futuro comum. Não se trata simplesmente de não consumir, mas de 
consumir responsavelmente. 
O móvel deste tipo de desenvolvimento não está na mercadoria nem no mercado, nem no estado, 
nem no setor privado, nem na produção de riqueza. Mas na pessoa humana, na comunidade e 
demais seres vivos que partilham com ela a aventura terrenal. 
O desenvolvimento aqui vem concebido dentro de outro paradigma, já assimilado por certos setores 
 
 
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da ONU. Numa conhecida declaração sobre o Direito dos Povos ao Desenvolvimento outubro de 
1993, declarou a Comissão dos Direitos da ONU: ?O desenvolvimento é um processo econômico, 
social, cultural e político abrangente, que visa o constante melhoramento do bem-estar de toda a 
população e de cada pessoa, na base de sua participação ativa, livre e significativa e na justa 
distribuição dos benefícios resultantes dele?. Nós acrescentaríamos ainda, no sentido da 
integralidade, a dimensão psicológica e espiritual do ser humano. 
Dito em termos simples, o desenvolvimento social visa melhorar a qualidade da vida humana 
enquanto humana. Isso implica em valores universais como vida saudável e longa, educação, 
participação política, democracia social e participativa e não apenas representativa, garantia de 
respeito aos direitos humanos e de proteção contra a violência, condições para uma adequada 
expressão simbólica e espiritual. Tais valores somente se alcançam se há um cuidado na construção 
coletiva do social, se há convivialidade entre as diferenças, cordialidade nas relações sociais, 
compaixão com todos aqueles que sofrem ou se sentem à margem, criando estratégias de 
compensação e de integração. Cuidado especial merecem os doentes, os idosos, os portadores de 
algum estigma social, os marginalizados e excluídos. Por eles se o quanto de sustentabilidade e de 
cuidado essencial realizou e uma sociedade. Além disso, importante é cultivar compreensão, 
paciência histórica, capacidade de diálogo e sentido de integração criativa com referência ao lado 
diabólico e demente da história humana. Tais valores se incluem no cuidado essencial. 
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/boff/boff_eticahumano.html 
 
Dialogue com as questões em tela: 
1) Como Boff classifica as sociedades na condição de enfermas. Apresente os motivos. 
2) Boff parece relativizar os limites do crescimento imposto pelo Clube de Roma (1972). Ele 
sugere outra saída. Qual? Comente. 
3) O que para Boff é uma sociedade sustentável? 
4) O que na prática uma sociedade sustentável deve ser capaz de mostrar? 
5) O que vai movimentar este tipo de desenvolvimento proposto por Boff? 
6) Comente o novo paradigma de desenvolvimento que alguns setores da ONU já 
assimilaram. 
7) O que visa este novo tipo de desenvolvimento social? Cite os itens. 
 
 
 
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UNIDADE 10 
Objetivo: Relacionar a caminhada da vida aos sonhos ancestrais da divindade. 
A Ética do Cuidado de Leonardo Boff: Cuidado com o nosso espírito, os grandes 
sonhos de Deus. 
Seguindo a mesma lógica das duas últimas unidades, leia o texto para refletir as questões 
propostas no “Cuidado com o nosso espírito, os grandes sonhos de Deus”. 
Cuidado com o nosso espírito, os grandes sonhos e Deus 
O ser humano-corpo-alma tem uma singularidade: pode sentir-se parte do universo e com ele 
conectado; pode entender-se como filho e filha da Terra, um ser de interrogações derradeiras, de 
responsabilidade por seus atos e pelo futuro comum com a Terra. Ele não pode furtar-se a perguntas 
que lhe surgem ineludivelmente: Quem sou eu? Qual é meu lugar dentro desta miríade de seres? O 
que significa ser jogado nesse minúsculo planeta Terra? Donde provém o inteiro universo? Quem se 
esconde atrás do curso das estrelas? O que podemos esperar além da vida e da morte? Por que 
choramos a morte dos nossos parentes e amigos e a sentimos como um drama sem retorno? 
Ora, levantar semelhantes interrogações é próprio de um ser portador de espírito. Espírito é aquele 
momento do ser humano corpo-alma em que ele escuta estas interrogações e procura dar-lhes um 
resposta. Não importa qual seja: se através de estórias mitológicas, de desenhos nas paredes de 
cavernas como em Cromagnon na França e nas grutas de S. Raimundo Nonato no Piauí, Brasil, ou 
se através de sofisticadas filosofias, ritos religiosos e conhecimentos das ciências empíricas. O ser 
humano como um ser falante e interrogante é um ser espiritual. 
Outro dado suscita a dimensão de espírito: a capacidade do ser humano de continuamente criar 
sentidos e inventar símbolos. Não se contenta com fatos. Neles discerne valores e significações. 
Escuta as coisas que são sempre mais que coisas porque se transformam em indicações de 
mensagens a serem descodificadas. Darei alguns exemplos. 
Diante do Rio Amazonas ficamos totalmente fascinados, fazemos a experiência da majestade. Ao 
penetrar na floresta, contemplamos sua inigualável biodiversidade e ficamos aterrados diante da 
imensidão de arvores, de águas, de animais e de vozes de todos os timbres, fazemos a experiência 
da grandeza. Diante dessa grandeza sentimos-nos um bicho frágil e insignificante irrompendo em nós 
o temor e o respeito silencioso, fazemos a experiência da limitação e da ameaça. 
Quando vivenciamos o fascínio do amor, fazemos a experiência de um absoluto valor, capaz de tudo 
transfigurar; fazemos da pessoa amada uma divindade, transformamos o brilho do Sol num ouro em 
cascata e transformamos a dureza do trabalho numa prazerosa preocupação. 
Ao ver a mão suplicante da criança faminta, somos tomados de compaixão e mostramos 
 
 
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generosidade. Todas essas experiências são expressões do espírito que somos nós. 
Mas há uma experiência testemunhada desde os primórdios da hominização, a do Numinoso e do 
Divino no universo, na vida e na interioridade humana. Como não reconhecer por trás das leis da 
natureza um supremo Legislador? Como não admitir na ha dos céus a ação inteligente de uma 
infinita Sabedoria, e na existência do universo a exigência de um Criador? 
O ser humano chama essa suprema Realidade com mil nomes ou simplesmente dá-lhe o nome de 
Deus. Sente que Ele arde em seu interior na forma de uma presença que o acompanha e o ajuda a 
discernir o bem e omal. O elã vital o leva a crescer, a trabalhar, a enfrentar obstáculos, a alcançar 
seus propósitos e a viver com esperança. Esse clã está no ser humano, mas é maior que ele. Não 
está em seu poder manipulá-lo, criá-lo ou destruí-lo. Encontra-se a mercê dele. Não é isso um indício 
da presença de Deus em seu interior? 
O ser humano pode cultivar o espaço do Divino, abrir-se ao diálogo com Deus, confiar a ele o destino 
da vida e encontrar nele o sentido da morte. Surge então a espiritualidade que dá origem às religiões. 
Elas expressam o encontro com Deus nos códigos das diferentes culturas. 
Os sábios de todos os povos sempre pregaram: sem o cultivo desse espaço espiritual, o ser humano 
se sentirá infeliz e doente e se descobrirá um errante sedento em busca de uma fonte que não 
encontra em lugar nenhum; mas se acolher o espírito e Aquele que o habita, se encherá de luz, de 
serenidade e de uma imarcescível felicidade. 
Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo à nossa vida e das significações que 
geram esperança para além de nossa morte. Cuidar do espírito implica colocar os compromissos 
éticos acima dos interesses pessoais ou coletivos. Cuidar do espírito demanda alimentar a brasa 
interior da contemplação e da oração para que nunca se apague. Significa especialmente cuidar da 
espiritualidade experienciando Deus em tudo e permitindo seu permanente nascer e renascer no 
coração. Então poderemos preparar-nos, com serenidade e jovialidade, para a derradeira travessia e 
para o grande encontro. 
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/boff/boff_eticahumano.html#9 
 
QUESTÕES PARA ANÁLISE: 
1) Boff afirma que o ser humano tem uma singularidade: Qual é? Comente. 
2) “Outro dado suscita a dimensão de espírito: a capacidade do ser humano de, 
continuamente, criar sentidos e inventar símbolos”. Explique esta afirmativa de Boff. 
3) Qual a dimensão de valor social do argumento de Boff ao escrever: “O ser humano pode 
cultivar o espaço do Divino, abrir-se ao diálogo com Deus, confiar a ele o destino da vida 
e encontrar nele o sentido da morte. Surge então a espiritualidade que dá origem às 
 
 
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religiões. Elas expressam o encontro com Deus nos códigos das diferentes culturas”. 
ambiental para um ateu? Justifique a medida da sua resposta. 
4) O que significa para Boff cuidar do Espírito? 
 
 
 1. Leia o trecho do texto de Boff: “Mas há uma experiência testemunhada desde os 
primórdios da humanização, a do Luminoso e do Divino no Universo, na vida e na 
interioridade humana. Como não reconhecer por trás das leis da natureza um supremo 
Legislador? Como não admitir se há nos céus a ação inteligente de uma infinita 
Sabedoria, e na existência do Universo a exigência de um Criador”? 
Pense um pouco: este argumento poderia ser usado para discutir a temática teológica 
ambiental para um ateu? Justifique a medida da sua resposta. 
2. Em que medida a afirmativa de Boff corresponde aos anseios da humanidade. Haveria 
outra saída para a felicidade fora do divino? Leia o trecho de Boff e depois articule um 
raciocínio apresentando o seu posicionamento: 
3. “Os sábios de todos os povos sempre pregaram: sem o cultivo desse espaço espiritual, 
o ser humano se sentirá infeliz e doente e se descobrirá um errante sedento em busca 
de uma fonte que não encontra em lugar nenhum; mas se acolher o espírito e Aquele 
que o habita, se encherá de luz, de serenidade e de uma imarcescível felicidade”. 
 
 
 
 
 
 
 
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Dirija-se a pagina da Escola Superior Aberta e faça a lista de EXERCÍCIOS I 
correspondentes as unidades 5,6,7,8,9 e 10. 
 
 
 
 
 Estudar Boff é muito prazeroso. As editoras não se cansam de divulgar as suas obras. 
Seria bom ir até uma boa livraria e lá, escolher algum livro publicado por Boff. 
Seguramente, a leitura amplia o saber sobre Educação Ambiental. Como este tema é, 
hoje, o forte do autor, não será difícil encontrar. Boa leitura! 
 
 
 
 
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UNIDADE 11 
Objetivo: Entender, de modo suscinto, o que vem a ser o Budismo e seus principais 
ensinamentos. 
Diferente do Cristianismo que a maioria da pessoas no Brasil já possuem elementos básicos 
para dialogar com o patrimônio cultural do referido, o Budismo carrega, apesar da 
divulgação, um certo desconhecimento. Por isto se faz necessário levantar alguns tópicos 
acerca da origem e desenvolvimento da vida budista para prosseguir com o estudo posterior. 
Solicito que acesses os vídeos documentários elaborados pela BBC – contidos no youtube. 
Assista os três por ora e, na sequencia, parta para os demais na unidade 12. 
A Vida de Buda [BBC Documentário] 
http://www.youtube.com/watch?v=HarvpNGYuGo 
http://www.youtube.com/watch?v=47oh9mvdpjA 
http://www.youtube.com/watch?v=4X3uwS8tLfU 
 
O que é o Budismo 
“O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos de 
Buda para todos os seres. Defende que revela a verdadeira face da vida e do Universo. 
Quando pregava, Buda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las. 
É uma religião de sabedoria, onde conhecimento e inteligência predominam. “O Budismo 
traz: paz interior, felicidade e harmonia a milhões de pessoas durante sua longa história de 
mais de 2.500 anos”. 
 
 
 
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A maioria das religiões se diz possuidora da verdade. E, o que é a verdade? 
Como este curso tem um caráter não confessional pode-se ficar à vontade para observar e 
refazer a trilha de argumento da Teologia que está sendo estudada. Neste sentido, não se 
pode descartar que: cada religião defende uma verdade. Verdade esta que contém sentido 
perenal. Todavia, ela serve para aquele que se sente tocado e extasiado por essa dada 
verdade. Deste modo, as verdades religiosas são determinadas na contingência existencial 
das pessoas ou de uma dada comunidade. 
Todavia, neste segundo parágrafo encontra-se um sentido iluminador para os dias atuais: 
Buda não era um proselitista. Isto é: não pretendia converter pessoas para o seu modo de 
vida. Ele era um mestre – para aqueles que o queriam como mestre. Neste sentido esta 
posição de Buda tem muito a dizer a sociedade atual, enquanto indivíduos vivendo na 
modernidade. As religiões e, por conseguinte a sociedade que a professa, acostumou-se a 
querer converter e fazer com que as pessoas se adéquem a uma determinada verdade de 
modo coercitivo: se apoiando no terror psicológico, nos dizeres de maldição, nas promessas 
da desgraça eterna, etc. Entretanto, Buda ensinou algo diferente: estar desarmado sem 
esperar de modo coercitivo que o outro adira o seu posicionamento de vida. 
Isto tem muito a ensinar aos educadores ambientais: é sempre bom não se apoiar só nas 
velhas formas de técnicas de conversão para educar as pessoas. 
 
 
 Como fazer um projeto educacional no campo ambiental sem envolver o terror 
psicológico, a maldição, as promessas da desgraça, etc.? 
 
 
 
 
 
 
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Continuando a leitura do texto: 
“O Budismo é uma religião que se propõe prática e devotada a condicionar a mente inserida 
em seu cotidiano, afirmando levar: paz serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. 
Por ser uma forma de vida que promete extrair os mais altos benefícios da vida é 
frequentemente chamada de "Budismo Humanista". 
 
 
 - É possível viver na dimensão religiosa sem tentar converter pessoas? Em que medida o 
proselitismo (táticas de conversão) prejudica a ecologia interior das pessoas? 
- Pense neste conceito: “... religião que se propaga prática e devotada a condicionar a mente 
inserida em seu cotidiano, afirmando levar a paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade 
perfeitas...” Isto épossível sem a crença em um Deus pessoal, como no Cristianismo, 
Islamismo e Judaísmo? 
 
 
 
 
 Para entender melhor o que está sendo abordado neste módulo é importante que faças a 
leitura da obra de Hermam Hessen intitulada “Siddharta” é importante. Ela é uma 
preciosidade. Trata da verdade e ensinamentos espirituais que nascem da necessidade 
humana. Leia! 
 
 
 
 
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UNIDADE 12 
Objetivo: Entender a história de Buda e a fundação do Budismo. 
Por favor, continue assistindo aos vídeos sobre a vida de Buda: 
http://www.youtube.com/watch?v=CCAtrV3xG9M 
http://www.youtube.com/watch?v=YfWevsgmc8g 
Após assistir, pesquise na internet no que consistem as quatro visões de Buda. 
 
 
 1) Pense um pouco: As quatro visões de Buda perturbam a ecologia interior dos 
indivíduos? 
2) Faça uma análise, a partir das quatro visões de Buda, a respeito de sua vida. 
3) O que o Budismo tem a ensinar sobre o evitar a ter uma crença, ou uma perspectiva 
cega e absoluta sobre uma dada realidade? 
4) Quando você aprende algo de bom que o faz sentir-se livre qual a sua atitude? 
Compartilha a novidade com os outros para que os outros se sintam iluminados 
pela sua boa nova ou você procura fazer com que as pessoas adirem a sua boa 
nova? 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 13 
Os Ensinamentos do Budismo (I) 
Objetivo: Esta unidade é continuidade do assunto anterior. A intenção é comentar um pouco 
acerca da contribuição do Budismo para o desenvolvimento do ser humano mediante os 
seus ensinamentos. 
“O Buda foi um grande professor. Ele ensinou que todos os seres vivos possuem Natureza 
Búdica idêntica e são capazes de atingir a iluminação através da prática. Se todos os seres 
vivos têm o potencial de tornar-se iluminados, são todos, portanto, possíveis futuros Budas. 
Apesar de haver diferentes práticas entre as várias escolas budistas, todas elas abraçam a 
essência dos ideais do Buda”.” 
Pensemos um pouco sobre a natureza búdica de todos os seres vivos. O que ela tem a ver 
com o trabalho de Educação Ambiental? A atividade abaixo pode ajudá-lo a descobrir esta 
intima relação. Questione-se e se abra para novas possibilidades de pensar a realidade 
pelas lentes de outras culturas. 
 
Procure em sites alguns referenciais teóricos que explique o que vem a ser a natureza búdica 
de todos os seres vivos. 
Uma questão deverá acompanhar você nesta pesquisa: 
Também os animais e os vegetais participam, segundo o Budismo, desta natureza 
Búdica? E como você recebe esta ideia de natureza búdica de todos os seres 
vivo? 
 
 
 
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UNIDADE 14 
Objetivo: Provocar a busca por tópicos inerentes a Educação Ambiental nas tradições 
religiosas. 
 
 
 Assista o programa Novos Olhares (do Fantástico da Rede Globo) e observe como a fé 
budista impacta a vida da pessoas. Sobretudo procure relacionar a condição humana com 
a questão da proteção da vida. 
http://www.slideshare.net/admrs/marpa-e-budismo 
 
 
 
Os Ensinamentos do Budismo 
Todas as religiões têm muito a oferecer no que tange o desenvolvimento de práticas 
educativas ecológicas. A intenção deste módulo é fazer com se perceba que as tradições 
religiosas têm tópicos, assuntos, que podem ser perfeitamente relacionados à Educação 
Ambiental. Basta procurar. Dúvidas sobre o tema; use a internet para tirá-las! 
Leia o texto da eco-filósofa Joanna Macy (*), estudiosa de Budismo; Teoria Geral de 
Sistemas e Ecologia Profunda e depois responda: Como este texto pode ser usados na 
Educação Ambiental? 
A Grande Bola de Mérito 
A compaixão, que é dor pela dor alheia, é só uma cara da moeda. A outra cara é a alegria 
 
 
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com a alegria alheia – o que no Budismo é chamado de mudita. 
No mesmo grau em que alguém se identifica com o sofrimento alheio, também, pode se 
identificar com as forças dos outros. Isto é de extrema importância para se atingir um 
sentimento de suficiência e resistência, pois esta época tão desafiadora requer mais 
entrega; resistência e coragem das que se pode sacar do armazém individual. Se pode 
aprender a nutrir-se de outros neurônios da rede neural e enxergá-los com agradecimento 
e alegria, como se fosse “dinheiro no banco”. 
Esta prática foi adaptada da Meditação de Júbilo e Transformação, um ensinamento 
ministrado em um texto budista escrito há dois mil anos, no começo da tradição 
Mahayana. A versão original pode-se encontrar no sexto capítulo do Sutra, da Perfeição 
do Conhecimento em 8.000 Versos. Hoje a considero muito útil de duas formas. 
 
A mais próxima da prática antiga é esta: 
Relaxe e feche seus olhos. Abra a sua consciência para as pessoas com as quais 
compartilha esta época no Planeta... Neste povo... Neste país... E em outras terras... 
Observe com a sua imaginação estas multidões... Agora deixe que a sua consciência se 
abra ainda mais, até abarcar todos os seres que alguma vez viveram... De todas as 
raças, credos e classes sociais, ricos, pobres, reis e pedintes, santos e pecadores... Olhe 
para a vasta paisagem destes próximos expandindo-se na distância, como cadeias 
montanhosas sucessivas. 
Agora considere o fato de que, em cada uma destas inumeráveis vidas, algum ato de 
mérito foi executado. Por quanto limitada ou depredada possa ter sido uma vida, houve 
algum ato de generosidade, um presente de amor, um ato de coragem ou de 
autossacrifício... No campo de batalha ou no lugar de trabalho, no hospital ou no lar... De 
todos os seres nestas multidões intermináveis surgiram atos de valor, de bondade, de 
ensinamento e de cura. Permita-se ver estes múltiplos e imensuráveis atos de mérito. 
Agora imagine que pode varrer estes atos de méritos juntando-os... Varra-os até fazer um 
monte diante de você... Use as suas mãos... Empilhe-os... Empilhe-os numa grande pilha 
e olhe-a com felicidade e gratidão... Agora lhe dê uns pequenos golpes até que forme 
 
 
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uma esfera. É a Grande Bola de Mérito... Agora a pegue e pese-a em suas mãos... 
Regozije-se nela, sabendo que nenhum ato de bondade é perdido nunca. Permanece 
agora e sempre como um recurso presente... Um meio para a transformação da vida... 
Então agora, com júbilo e gratidão, faça rodar esta grande bola... Faça-a rodar... Rodar... 
Na cura do mundo. 
Ao aprender com a ciência contemporânea e visualizar no modelo holográfico a realidade, 
as vidas se interpenetram. No fluido tapete do espaço-tempo, não há distinção na raiz 
entre o eu e o outro. Os atos e as intenções de uns, são como sementes que podem 
germinar e dar frutos ao longo das vidas de outros. Quando se traz para a consciência e 
dedica-se, ou “faze-se rodar”, esta consciência para o próprio empoderamento. 
Thoreau, Gandhi, Martin Luther King, Dorothy Day e um sem número de heróis e 
heroínas anônimas dos dias atuais, todos podem ser partes da Bola de Mérito, da qual se 
pode trazer inspiração e resistência. Outras tradições apresentam noções semelhantes, 
como a “nuvem de testemunhas” da qual falou São Paulo ou o Tesouro de Méritos da 
tradição Católica. 
A segunda versão da meditação da Bola de Mérito, mais aplicável no dia a dia, ajuda a 
abrir os poderes das pessoas que estão à volta. Em direta contraposição com a noção 
hierárquica de poder comumente aceita, como algo que se possui pessoalmente e se 
exerce sobre os outros. O exercício prepara para trazer atenção expectante para os 
encontros com outros seres, para ver, com genuína abertura e curiosidade, de que 
maneira essas pessoas podem realçar a Bola de Mérito de cada um. Pode-se jogar este 
jogo silencioso quando se vê alguém à frente, no ônibus ou na mesa de negociações. É 
especialmente útil quando se lida com pessoas com

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