Buscar

Psicologia Construtivista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA
YASMIN ARAÚJO PINHO DOS SANTOS RA: F2388I5
ANA PAULA NUNES DE OLIVEIRA DA SILVA RA: F22875-4
PAULA ELLÉN NOTARI RA: N64789-2
ANA BEATRIZ MENDES ALVES RA: F313DG1
VIVIAN LOPES SOUTO MAIOR RA: 7458541
PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA
Avaliação de desenhos com base nos estágios do desenvolvimento do grafismo de Luquet e Lowenfeld e nos estádios do desenvolvimento cognitivo de Piaget.
BAURU
2020
INTRODUÇÃO TEÓRICA
Desde os primórdios os seres humanos usaram o desenho e a escrita para registrar a história, os seus pensamentos, desejos, conflitos internos e externos. Portanto, as crianças utilizam o desenho como forma de expressão, inicialmente quando percebe e alcança suas habilidades motoras consegue através do desenho deixar sua marca usando a imaginação e imitação, fazendo uma comparação entre o real e o imaginário. No decorrer do desenvolvimento essas expressões passam ter uma intenção de ser compreendida pelo grupo em que faz parte. Dessa forma ela registra sua subjetividade, o que é significativo para ela e simbolicamente passa a representar o que ela compreende por mundo. 
Por meio da análise do grafismo é possível observar o desenvolvimento motor, cognitivo, o equilíbrio emocional, afetivo, além da subjetividade particular da criança. Há diversos autores que buscaram entender o grafismo infantil de diversas perspectivas, porém nesse trabalho utilizaremos as pesquisas de apenas três deles para analisar os desenhos de 4 crianças com diferentes idades, sendo os estudos de estádios do desenvolvimento cognitivo de Piaget (1976) as teorias de desenvolvimento gráfico de Georges Henri Luquet (1969) e Viktor Lowenfeld (1977). Todos eles reconheceram a existência de determinados estágios, períodos e fases em que as crianças passam conforme o seu desenvolvimento social, cognitivo e emocional.
1.2 	Estágios de desenvolvimento de Piaget 
	De acordo com Piaget o desenvolvimento da criança se dá em cinco fases, sendo elas:
	Garatuja desordenada e ordenada (0 a 4 anos) - Essa fase está relacionada com o estádio sensório motor (0 a 2 anos) e um curto período do estádio pré-operatório (2 a 7 anos). Na garatuja desordenada a criança faz movimentos amplos e desordenados, ela explora e experimenta movimentos do seu próprio corpo e do espaço onde está inserida. Já na garatuja ordenada a criança faz movimentos distantes e circulares tenta utilizar todo espaço que lhe é dado, ainda não tem a preocupação com tamanhos, ordens e posição do desenho, mas somente pelas formas. Um risco pode transformar em diversas coisas, antes mesmo de terminar o desenho.
	Pré-Esquemático (estadio pré operatório 4 a 7 anos) - Nesse estágio a criança começa a atribuir significado e ter consciência de forma, faz desenho representando o mundo real em que vive, o que vem em pensamento, porém de forma desproporcional. 
	Esquemático (estadio operatório concreto 7 a 11 anos) - A criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos, nesse estágio o desenho é representativo, descritivo e organizado, ocorre a relação cor-objeto, porém a imagem humana tem notáveis, nesse estágio o desenho é representativo, descritivo e organizado, ocorre a relação cor-objeto, porém a imagem humana tem notáveis diferenças da realidade, como exagero, omissão ou mudança de símbolo.
	Estágio pseudo naturalismo (a partir dos 12 anos) - A criança ja desenvolveu o conceito de formas e seus desenhos são representativos, nessa fase as operações mentais da criança ocorrem em resposta a objetos e situações reais e com isso ela compreende termos de relações como: maior, menor, direita, esquerda, mais alto, mais largo, etc. Começa a desenvolver a capacidade de se colocar no ponto de vista do outro. Ao final do estágio operações concretas, o desenho infantil apresenta a fase do realismo onde a criança utiliza as formas geométricas em seus desenhos com maior rigidez e formalismo, acentuam o uso de representações de roupas para distinguir os sexos.
1.3	Luquet
	Georges Henri Luquet, para ele o desenho infantil esta condicionado pelo meio onde a criança vive, e a intenção de desenhar esta diretamente ligada a objetos reais e associação de idéias, definindo em quatro estágios:
	Estagio 1 - Realismo fortuito (2 anos) - Inicia-se por volta de 2 anos, sendo subdividido em duas etapas: o desenho involuntário e o desenho voluntario, a criança começa a garatujar naturalmente ou por querer imitar os adultos, vendo eles escrevendo ou desenhando, mas faz rabiscos sem significado algum, apenas por prazer. Ja na etapa voluntaria, a criança começa a perceber alguma semelhança entre seu rabisco e algo que ja conhece, e começa a dar nome ao desenho.
	Estágio 2 - realismo falhado (3 a 4 anos) - Também chamado de incapacidade sintética, acontece por volta dos 3 e 4 anos de idade, a criança tenta desenhar algo real, mas ainda não consegue, tanto pela sua falta de controle gráfico, como pela falta de conhecimento sobre as figuras, desenho “não sabe ainda dirigir seus movimentos gráficos de modo a dar ao seu traçado o aspecto que queria. (LUQUET, 1969, p.147)
	Estágio 3 - realismo intelectual (5 a 12 anos) - A criança consegue superar a incapacidade sintética, adquirindo maior coordenação motora sobre os gráficos e conhecimentos sobre as figuras, começando a desenhar o objeto como vê, deixando mais parecido, e também apresenta em seu desenho “não só elementos concretos invisíveis, mas mesmo os elementos abstratos que só tem existência no espirito do desenho (LUQUET, 1969, p.160)
	Estágio realismo visual (12 anos) - Esse é o ultimo estágio do desenho infantil, mas há pessoas adultas que permanecem na fase do realismo intelectual. Ao substituir a fase intelectual pela fase visual, o desenho da criança assume características do desenho de um adulto, onde a criança procura representar todos os detalhes observados em cada objeto que ira desenhar, tornando-o mais real.
1.4	Lowenfeld
Viktor Lowenfeld, enfatiza “formas pelas quais crianças em diferentes estágios de desenvolvimento artístico devem ser estimuladas por meios e temas apropriados, e guiado principalmente por considerações de desenvolvimento”.
As etapas e os estágios do desenvolvimento infantil definidos e estudados por ele nos ajuda a compreender e observar o desenvolvimento da criança, embora ele mesmo afirma que não é fácil perceber a transição dessas etapas, além de não ocorrerem na mesma fase e da mesma maneira para todas as crianças. 
Ele por sua vez, relaciona quatro dessas fases:
	Fase 1 - Rabiscação desordenada ou garatuja (1 ano e meio) - O primeiro estágio pontua que a criança desenha sem nenhuma intenção de escrever ou desenhar, apenas pelo prazer. Nessa fase a criança esta vivendo seus gestos instintivos, ou seja, é responsável pelo prazer orgânico “causando expansão as necessidades motoras”. A criança expressa, através de seus traços, ternura e confiança, ou medo e agressividade. (SOUZA, 2010, p.20). Nessa fase a criança ja passa por uma atividade intencional, isto é, ela ja aprecia seus traços e observa suas produções. Ela não abandona as garatujas, faz a apreciação de bolinhas, cruzes, quadrados, etc. 
É chamada também de rabiscação longitudinal pelo fato de ja conseguir realizar símbolos praticamente isolados.
Aqui a criança da nome ao seu desenho e traça o que imagina e o que viveu, a figura humana ja é perceptível, ela fecha os seus traços para formar braços, pernas, cabeça, de modo que esses são para abraçar, caminhar e pensar.
	Fase 2 - Figuração Pré-esquemática - Nessa fase a figuração está presente, pelo fato da criança fazer relações entre desenhos, pensamentos e realidade. (SOUZA, 2010, p.22)
As garatujas não perdem seus sentidos, apenas torna as mesmas reconhecíveis e com significados. Isto porque, a criança experimenta todos os seus símbolos e repete diversas vezes para chegar a um conceito de forma.
Para Lowenfeld, nesse estágio as crianças fazem as figuras humanas e de objetosde acordo com seu mundo, ou melhor, elas representam o que esta seu entorno, com uma intenção figurativa simbólica (SOUZA, 2010, p.23). Usam diversos traços (linhas, círculos, formas ovais) o que podem ser caracterizados como membros de suas figuras, como por exemplo: braços, pernas, olhos, cabeça, que posteriormente poderão ser enriquecidos com muitos outros detalhes.
A criança mesmo que relacione os seus desenhos com a sua realidade, ela não consegue distinguir o tamanho dos objetos, apresentando exageros e omissões, tentando repetir suas figurações para um melhor desemprenho, segundo Lowenfeld as figuras que as crianças sempre repetem favorecem seu desenvolvimento mental.
Os seus desenhos ainda não são alinhados e a criança não tem uma visão geral do que são os desenhos, mas a fabulação e a narração estão sempre presentes em suas atividade, mostrando que entendem sobre fantasias e imaginação, pois falam sobre, dando uma sequência lógica dos mesmos. Enquanto seus desenhos estão em forma de evolução, a pintura continua com características da primeira fase, pois ainda pintam rabiscando e isso para Lowenfeld é um processo natural da criança. Ja para a escolha das cores que lhes agradam ou são de caráter afetivo, pois escolhem pelas suas emoções e por prazer.
	Fase 3 - Figuração Esquemática - Nessa fase as crianças ja conseguem fazer relações de referências socioculturais, para desenharem casas, pessoas, animais, etc. Descobrindo a existência de um ordem definida nas relações espaciais (SOUZA, 2010, p.24) Ou seja, neste estagio a criança cria um sentido através dos seus desenhos, que por sua vez cada um está no seu lugar e no seu espaço seguindo uma ordem correta.
	Lowenfeld pontua que a criança nesta fase desenha sobre uma linha de base que serve para sustentar seus desenhos, seria o chão, onde ela poderá colocar tudo o que quiser sobre ele. Ela expressa suas idéias de mundo, porém não procuram desenhar com os elementos reais do seu dia a dia e nem tem interesse de copia-las, podendo compreender que ela busca descrever os significados em mínimos detalhes por ser uma representação simbólica esquemática.
	Ainda nesta fase, encontramos o que elas mais gostam de traçar: figuras geométricas, que é a principal característica nesse estágio, a partir disso surge outro elemento marcante, que é a superposição com transparência, que faz ser possível ver os elementos dentro das casas, prédios e carros.
	Nesse sentido, ressaltamos que o processo de evolução da criança está bem visível, podendo perceber que ela ja consegue relacionar corres e formas de acordo com sua realidade. O que antes era transmitido através de suas imaginações e fantasias, agora ja consegue expressar seus significados afetivos.
	Fase 4 - Figuração Realista - Nesta ultima fase, a criança se encontra mais detalhista, desenhando tudo o que vê. E e percebe como ser integrante de uma sociedade, iniciando a exploração de seus pensamentos a respeito do mundo, descobrindo a importância do trabalho coletivo, que é mais produtivo em grupo do que individualmente, pois para lowenfeld, esta fase também é caracterizada como idade da “turma”, pois percebem que as tarefas podem ser realizadas em conjunto.
DESENVOLVIMENTO
Figura 1 – A, 3 anos.
Segundo A, de 3 anos, esse desenho representa uma mulher e a personagem de desenhos animados, Peppa Pig.
Segundo Luquet, o fator decisivo no desenvolvimento do grafismo são as tendências do realismo, que são as representações da realidade aonde os objetos são desenhados de acordo com o que a criança percebe como real. Luquet ressaltou quatro fases do desenho, e aqui mencionarei o Realismo Falhado, que é a fase aonde A. se encontra. No Realismo Falhado, a criança ao desenhar estabelece conexões com a vivência adulta e as tenta transmitir, no entanto, há dois obstáculos que a impede de chegar no realismo de fato. Os obstaculos citados são: físico, representando a deficiência na execução, e psíquico, onde a criança não consegue manter a atenção, resultando na incapacidade sintética, aonde a criança percebe os detalhes, no entanto, não consegue executa-los. (IAVELBERG, 2013, p.38)
O Realismo Fracassado se encontra em crianças de três a quatro anos de idade.
É possível percebê-lo no desenho de A, pelo fato de ela ter tentado desenhar a Peppa Pig, a relacionando com o forma redonda e rosa, mas sem maiores detalhes dado a sua incapacidade sintética; e o mesmo se aplica à mulher, aonde é possivel observar os traços das pernas, o formato do corpo e da cabeça, e mais alguns rabiscos feitos ao acaso, mostrando novamente a sua capacidade de relaciona-la à realidade, ao que ela entende como real, mas portanto, sem conseguir de fato o fazer com maiores detalhes e atenção.
De acordo com Lowenfeld, A. se encontra na fase pré- esquemática, onde a criança consegue fazer relações entre “desenhos, pensamentos e realidade” (SOUZA, 2010, p.22). Nessa fase, a criança passa a utilizar de todos os seus símbolos o repetindo diversas vezes até chegar a um conceito de forma; ela passa a desenhar figuras humanas e objetos que estão ao seu redor de acordo com o que ela entende de mundo. Elas representam o que está ao seu entorno com uma “intenção figurativa simbólica” (SOUZA, 2010, p23). Ela vai utilizar de diferentes traços que podem ser característicos membros de suas figuras, como por exemplo: braços, pernas, cabeça, etc, que posteriormente será enriquecidos com outros detalhes. No entanto, mesmo a criança relacionando esses desenhos à figuras presentes em sua realidade, ela ainda é incapaz de distinguir o tamaño dos objetos, apresentando exageros ou omissões, tentando repetir as suas figuras para um melhor desempenho. Lowenfeld (1976). Mesmo que nessa etapa a criança ainda não possua a visão geral do que são os seus desenhos, a fabulação e a narração se fazem presentes, explicitando assim as suas fantasias e imaginações. Importante ressaltar também que, os seus traçados se encontram em evolução nessa fase, mas não a sua pintura, que continua igual a fase anterior, a fase das garatujas. Já a escolha das cores está totalmente ligada ao seu emocional, e elas escolhem cores que les agradam ou que são de caráter afetivo. Elas escolhem referentes as suas emoções e prazer.
Já Piaget, definiu como sendo o primeiro estádio do desenvolvimento como Garatuja, que se subdivide em: Garatuja Desordenada e Garatuja Ordenada, (0 a 4 anos) Período relacionado à fase Sensório-Motora (0 a 2 anos) e parte da Pré-Operatória (2 a 7 anos). Na Garatuja Ordenada, a criança começa a apresentar movimentos mais circulares e distantes. Nessa fase, não há preocupação com posição, ordens e tamanhos que cada desenho possui, mas sim as formas, e mesmo a criança tentando utilizar todo o espaço disponível no papel, ela não ultrapassa as margens da folha. Aqui, a criança começa a desenhar o que ela pensa ou acha sobre determinado objeto, e a figura humana é imaginária, não existindo uma relação fixa entre o mesmo e a sua representação, por isso, antes mesmo dela terminar o seu desenho, o seu traçado pode tomar diferentes rumos. No desenho da Alice, é possível observar também um pouco do segundo estádio destacada por Piaget, o Pré-Esquematismo, aonde as crianças utilizam da sua imaginação para desenhar e os elementos finais são dispersos e não se relacionam, seus traçados e cores não tendo relação com as características reais do objeto em si. Aqui já é possível notar relações entre desenho, pensamento e realidade. Possivelmente, A, está passando por um momento de transição, da Garatuja Ordenada para o Pré-Esquematismo, relacionada ao Estádio Pré Operatório, aonde a criança começa a desenvolver a inteligência representativa, se tornando apta a representar objetos e eventos, inclusive objetos ausentes, marcando o início da “função de pensamento simbólico”.
Figura 2 – M, 4 anos.
Na figura 2 temos o desenho d M.L.S.M de 4 anos o desenho representa ela e a mãe, entre elas as plantas que elas adoram e o sol simboliza que mora no Brasil.
A criança ainda se encontra no estágiopré-operacional, analisando o desenho, notamos que a sua capacidade de representação simbólica encontra-se amadurecida, vendo também traços do estágio operacional. M.L já possui uma capacidade de representação do real (GOULART, 2009)
Nesse caso a criança fez uma real representação da mãe e dela, desenhando a mãe maior que ela, simbolizou muito bem o sol, indicando o pais que elas vivem, e chão apesar de conter rabiscos, indicam a terra e as plantas verdes estão bem simbolizadas.
Para Lowenfeld, a idade de M.L corresponde ao estágio pré-esquemático, no qual pode-se observar uma tentativa mais concreta de representação da realidade, como podemos observar nos elementos figuras humanas, plantas e sol. Observa-se também a tomada de consciência das formas no elemento sol, no qual M.L desenha a partir de seu conhecimento em formas geométricas. Nota-se que mesmo bem simbolizado, existe ainda um estágio de desorganização, que pode ser observado nos rabiscos do chão e tamanho do sol. (MAGNOL; SILVA; PILLOTTO, 2004). 
Para Luquet, nesse estágio a criança se encontra na fase do realismo folhado, que ressalta a desorganização dos elementos desenhados em exagero, que nesse caso vemos no elemento sol, ou omissão de partes dos elementos. Fase esta da incapacidade sintética, mesmo M.L estando na idade correspondente a este estágio, também notamos um amadurecimento, relacionado a organização de seu desenho, existe o exagero relacionado ao tamanho do sol, mas não existe omissão de partes nos elementos desenhados.
A incapacidade sintética, pode ser observada na disposição dos elementos, onde os elementos são colocados em disposição que não correspondem ao real, nesse caso da criança M.L de 4 anos isso não foi observado.
Para Piaget, nesta idade a criança se encontra no estádio pré esquemático ou pré operatório, nesse estágio a criança começa a atribuir significado e ter consciência de forma, faz desenho representando o mundo real em que vive, o que vem em pensamento, porém de forma desproporcional. 
Aqui também notamos o amadurecimento de M.L em relação a sua idade, pois mesmo o sol ter sido desenhado de forma grande desproporcional ao desenho, os outros elementos estão coerentes. Podemos nesse caso indicar que a criança ja esta avançando para o estádio operacional concreto, pois ja tem a capacidade de reconstruir por meio de representações lógicas, razão e proporção no caso elemento mãe maior que o elemento filha. (GOULART, 2009).
Figura 3 – M.E, 5 anos.
M.E. é uma criança de 5 anos do sexo feminino. Foi pedido que ela fizesse o um desenho livre, da forma que quisesse e imaginasse. Segundo M.E. , ela fez a mim (aluna do curso, Paula Éllen Notari) e a minha irmã, que temos muita proximidade com a família. 
De acordo com a teoria de Piaget ela se encontra na fase Pré-operatória onde a criança já atribui significado ao que desenha fazendo riscos na horizontal, na vertical e circulares, e está na fase garatujas ordenadas que é visível através dos movimentos circulares e longitudinais e que demonstra o interesse pelas formas. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste.
De acordo com a teoria de Luquet, ela se encontra na fase do Realismo Intelectual que é caracterizada pelo desenho que, a criança desenha aquilo que sabe e conhece, onde a criança se utiliza de processos variados, tais como a descontinuidade, o rebatimento, a transparência, a planificação e a mudança de pontos de vista.
De acordo com Lowenfeld, a partir dos 5 anos de idade a criança começa a entender a criação gráfica da criança e a partir desta etapa é ainda mais importante deixar a criança livre para criar, tentando fazer com que ela não se atenha aos estereótipos e sim busque uma produção com personalidade, pois nesta fase, já entendida por Lowenfeld como Esquemática, grandes criações começam a ser reveladas, como cenas dramáticas, movimentações de espaço, onde segundo SANS (2007) “... o esquema reflete a estrutura física e mental da criança que o cria e o corresponde à sua personalidade...”.
SANS (2007) diz que “Apreciar o desenho da criança é perceber a dimensão do “belo” em toda sua plenitude, que não se restringe ao visual da obra, mas ao encanto geral que ela emana”.  Instrumentar-se em relação à linguagem gráfica é necessário a fim de entender o processo criativo como um todo.  O ato de desenhar impulsiona novas criações, novas manifestações diretamente ligadas ao imaginário. “O desenho como linguagem para a arte, para a ciência e para a técnica, é um instrumento de conhecimento, possuindo grande capacidade de abrangência, como meio de comunicação e expressão” (DERDYK, 1989).
Acompanhando o desenvolvimento do grafismo da criança aqui estudada, podemos perceber como se dão as etapas de desenvolvimento gráfico juntamente com as etapas de desenvolvimento motor e cognitivo.
Teoricamente ela se encaixa dentro do padrão descrito pelos autores.
Figura 4 – L, 8 anos.
De acordo com o L. H. O. Esse desenho representa um parque de diversão, com roda gigante, sorvetes, bilheteria, e um céu com nuvens e sol. No desenho é observado trilhos do carrinho de montanha-russa, um menino no carrinho da montanha com as perninhas para fora a figura de uma pessoa como sorveteiro dentro da barraca de sorvete, e outro brinquedo que tem 4 cadeiras, ele sobe em formato de s.
 De acordo com Lowenfeld (1997). Esse é o estágio esquemático, que começa por volta dos sete anos, estendendo-se até os nove. Nesse estágio, a criança desenvolve o conceito da forma, e seus desenhos simbolizam o que pertence ao seu meio, de maneira descritiva. 
 De acordo com Lowenfeld (1975, pg,51) essa criança está no estágio esquemático pelos seus traços e grafismo. A linguagem do desenho permite ás crianças, se expressarem, colocar suas ideias em ação, criar um mundo de fantasia, e até mesmo um desabafo. através do desenho a criança brinca, experimentam ideias, emoções e pensamentos, representam o mundo, a partir das relações que estabelecem com o outro, e com o meio em que vivi, a criança também utiliza o desenho para comunicar-se, através dele transmite, a sua experiência subjetiva, e o que está ativo em sua mente registrando aquilo que é significativo para ela, essas expressões podem ser percebidas através da leitura dos desenhos infantis que, quando analisados sob critérios profissionais, possibilitam a compreensão das relações existentes no contexto infantil, pois suas produções materializam dados reais e subjetivos.
 Nesse estágio, a criança desenvolve o conceito da forma, e seus desenhos simbolizam o que pertence ao seu meio, de maneira descritiva. De acordo com Lowenfeld (1997) esse desenho mostra que a criança está no terceiro estágio (esquemático) mas com alguma característica no segundo estágio, o estágio pré-esquemático, que tem início por volta dos 4 anos e estende-se até 7 anos aproximadamente, é o início da representação da figura humana. Nesse desenho ele não colocou a linha de base ou linha de chão, que mostra alguma característica do pré-esquemático. Por isso ele acaba fazendo uma justaposição dos modelos, ao invés de coordena-los em um todo, portanto o espaço é concebido como algo que gravita em torno dela (LOWENFELD, 1975,1977, P.155).
 Luquet (1969) foi um dos primeiros estudiosos sobre o desenho da criança do ponto de vista de sua evolução cognitiva, procurando compreender o que e como a criança desenha. A partir dessas concepções, (Pillar 1996, pg46) a firma que o desenho é a reprodução de um modelo interno que a criança possui do objeto. Os quatro estágios do desenvolvimento gráfico, definidos por Luquet (1969), podem contribuir para a compreensão do educador e da família sobre os processos de desenvolvimento da criança. Um desses estagio é o terceiro: realismo intelectual, que pode estender 8/9 anos caracteriza se pelo objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe, é a representação dos objetos pelo conhecimento intelectual.
 A criança, de forma deliberada e consciente, procura reproduzir o objeto, representando o que vê e também o que nãoestá presente, isto é torna transparentes, partes de objetos que a princípio estaria encoberto, está presente, outra particularidade desse nível é o uso de legendas nos desenhos para nomear os objetos, tal como as suas partes”.(PILLAR,1996,Pg.49), a criança procura desenhar a partir da noção que tem do objeto, iniciando a construção das relações projetistas, isto é, dando a noção de diferentes planos e profundidade. Observa se também que nessa etapa, coordena os objetos no espaço, considerando suas posições, distancias e proporções a partir de uma base de referência,
A fase do desenho segundo Piaget, a terceira fase chamada esquematismo: faz parte da fase das operações concretas (7 a 10 anos), mas costuma ir até mais ou menos, nove anos. Dentro dos esquemas representativos, começa a construir formas diferenciadas para cada categoria de objeto. Piaget descreve esse estágio como Operacional Concreto. Neste estágio, a criança passa a ter a capacidade de reconstruir, por meio de representações, objetos concretos e é o estágio onde aparecem algumas representações lógicas, como razão e proporção (GOULART, 2009).
 Nesta etapa surgem duas grandes conquistas, o uso da linha de base e a descoberta da relação, cor e objeto. E já tem um conceito definido quanto a figura humana, no entanto podem surgir desvios do esquema, tais como, exagero, negligencia, omissão ou mudança de símbolo, aparecem também dois fenômenos como a transparência e rebatimento, para Piaget, a criança desenha mais o que sabe do que realmente consegue ver. ao desenhar ela elabora conceitualmente objetos e eventos, daí a importância de se estudar e processo de construção de desenho junto ao enunciado verbal que nos é dado pelo individuo, portanto, temos em relação ao grafismo, a fase que Luquet descreve como Realismo Intelectual, na qual a criança consegue representar um objeto real a partir de seu conhecimento intelectual (MOGNOL; SILVA; PILLOTTO, 2004). 
 Assim, observando a maneira como l.H, desenhou os elementos, pode se perceber que já existe a criação de uma imagem mental e a capacidade de representação da mesma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado na análise dos desenhos percebemos que as crianças possuem uma sequência no desenvolvimento, porém nem sempre está de acordo com a idade informada nas fases determinadas pelos autores, pois um único desenho pode apontar vestígios de vários períodos. Contudo, analisamos que as caracteristicas básicas de um determinado período pode se sobressair em certos momentos.
Captamos também o quanto o desenho é importante para analisarmos a contrução desenvolvimento emocional, motor e principalmente cognitivo, dado ao fato de que conforme o amadurecimento da criança acontece também o estímulo do seu desenvolvimento, sua capacidade de criação de imagens mentais, tornando a representação de objetos gradativamente mais fiel a realidade.
Também é perceptivel através dos desenhos apresentados, a relação e correspondencias entre as teorias de Luquet e Lowefeld com o pensamento piagetiano de desenvolvimento infantil. Por conseguinte, as colaborações de Piaget, Luquet e Lowenfeld. Outro aspecto importante é o fato de os desenhos representarem também o estado emocional da criança, possibilitando observar possíveis sofrimentos ou situações pelas quais a mesma está passando, principalmente após o desenvolvimento do pensamento simbólico. Além disso, é importante também o fato de podermos notar possíveis atrasos no desenvolvimento, possibilitanto uma intervenção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOMBONATO, G.A. FARAGO, A.C; As etapas do desenho infantil segundo autores contemporâneos. 2016. 171 f. (Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade) Bebedouro, São Paulo, 2016.
LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Editora do Minho, 1969.
LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestre Jou. 1977.
MÉREDIEU, F. O desenho intanfil. São Paulo: Cultrix, 1995.
GOULART, I. B. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
MOGNOL, L. T.; SILVA, M.K.; PILLOTTO, S.S.D. Grafismo infantil: linguagem do desenho. Revista Linhas, Florianópolis, v. 5, n. 2, 2004. Disponível em: <http://revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1219/1033>.
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/entendendo-o-grafismo-infantil-e-o-desenvolvimento-da-crianca/10193#:~:text=Segundo%20Lowenfeld%20o%20desenho%20infantil,Pr%C3%A9%2Desquem%C3%A1tico%20e%20Est%C3%A1gio%20Esquem%C3%A1tico.&text=Lowenfeld%20classifica%20esta%20nova%20etapa%20como%20fase%20da%20Garatuja%20ordenada
ANEXOS

Outros materiais