O BRINCAR NA ED INFANTIL

Prévia do material em texto

[INSERIR NOME DA UNIVERSIDADE]
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
[INSERIR NOME DO CURSO]
denise ferreira 
assessoria academica- 87 996303330
PROJETO DE ENSINO
EM [inserir nome do curso]
Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade
Cidade
Ano
nome do aluno
PROJETO DE ENSINO
EM [inserir nome do curso]
Projeto de Ensino apresentado à [inserir nome da universidade], como requisito parcial à conclusão do Curso de [inserir nome do Curso].
Docente supervisor: Prof. [Inserir nome do coordenador do curso] 
Cidade
Ano
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1	TEMA	4
2	JUSTIFICATIVA	5
3	PARTICIPANTES	6
4	OBJETIVOS	7
5	PROBLEMATIZAÇÃO	8
6	REFERENCIAL TEÓRICO	9
7	METODOLOGIA	10
8	CRONOGRAMA	11
9	RECURSOS	12
10	AVALIAÇÃO	13
CONSIDERAÇÕES FINAIS	14
REFERÊNCIAS	15
Após concluir o seu Projeto de Ensino, será necessário atualizar a paginação do sumário. Para isso, clique sobre algum dos itens acima, com o botão direito do mouse, selecione a opção “atualizar campo” e, depois, “atualizar apenas os números de página”. Não inclua qualquer outro item ao Projeto, seguindo à risca as orientações do Manual de Orientações para Elaboração do Projeto de Ensino. Apague essas informações após finalizar a edição do arquivo.
INTRODUÇÃO
Desde muito cedo a brincadeira faz parte da vida da criança, sendo algo natural nessa fase. E assim sendo, é importante que esteja presente em sua vida também na escola, pois brincando a criança se desenvolve de maneira mais espontânea e assimila diversos conceitos que servirão de base para a formação de sua aprendizagem. Uma brincadeira pode proporcionar uma série de benefícios para a aprendizagem, principalmente quando aplicada com um fim pedagógico. Nesse sentido o brincar pode desenvolver o raciocínio, a lógica, o emocional, o intelectual e o social. 
A educação infantil é a fase em que a criança está em pleno processo de desenvolvimento e aprendizagem, necessitando ser o tempo todo estimulada em todas as suas possibilidades e potencialidades. Quando o brincar é aliado ao processo de ensino traz inúmeros benefícios para a formação integral da criança, levando a adquirir novos conhecimentos. Ao brincar a criança inter-relaciona o que vivencia em seu cotidiano ao contexto da brincadeira, desenvolvendo a criatividade, a imaginação, a comunicação e principalmente a socialização e interação com outras crianças, de contextos diferentes. Através das brincadeiras lúdicas a criança aprende a se relacionar consigo mesma e com o mundo que a cerca. O uso planejado de brincadeiras em atividades pedagógicas, voltadas para o ensino de crianças na educação infantil, tem o poder de encantar e favorecer o entendimento das diferentes propriedades da aprendizagem em suas diferentes nuances e contextos.
A realização desse projeto tem o objetivo de entender mais profundamente a importância do brincar na educação infantil, buscando a compreensão de como a ludicidade atua na aprendizagem das crianças nessa etapa do ensino. Para obter esse conhecimento acerca da importância do brincar na educação infantil, foram feitas diversas leituras sobre essa temática e os benefícios que traz para o processo de ensino. A execução desse projeto leva pais, professores e acadêmicos a ter uma nova visão sobre o uso do brincar como aliado do ensino na educação infantil. A organização desse projeto está dívida em tópicos, sendo os principais o tema, a justificativa, o referencial teórico, os objetivos e a metodologia, junto com outras informações importantes para a realização da proposta em sala de aula. Ao longo do projeto são dadas informações baseadas em estudos de autores renomados que abordam o tema e sua importância no contexto educacional.
TEMA 
O tema escolhido para ser trabalhado nesse projeto foi a importância do brincar na educação infantil, como forma de verificar as contribuições que o lúdico em suas diferentes manifestações é capaz de estimular a aprendizagem das crianças. 
O brincar é uma linguagem própria das crianças, que expressam os diferentes tipos de pensamentos e sentimentos por meio da linguagem do brincar. Sendo assim, é de suma importância que também esteja presente no contexto escolar, durante toda a educação infantil, como forma de promover uma aprendizagem mais ampla para a criança. 
O ato de brincar, desde os primórdios da humanidade, é uma marca fundamental para vivenciar a infância. Nessa etapa da vida humana é importante que as crianças tenham a oportunidade de vivenciar diversas brincadeiras e situações lúdicas, que as leve a viver intensamente sua infância. Quando a criança não vivencia situações que envolvam a brincadeira e a ludicidade, a sensação é que existiram lacunas no seu desenvolvimento. 
A brincadeira é o modo através do qual acriança tem a possibilidade de se desenvolver socialmente, cognitivamente e culturalmente. "Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia [...]. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem, também, algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais" (RCNEI,1998, p. 22).
A maneira lúdica de aprender na educação infantil é de suma importância para o desenvolvimento do aluno, pois através das brincadeiras ele começa a formar sua personalidade e a internalizar regras sociais e de convivência que o acompanharão ao longo de sua vida. Sem falar no fato de que brincando a crianças internaliza diversos conhecimentos de forma significativa e se desenvolve em todos os aspectos, tais como físico, moral, ético, social, cultura, emocional, psicomotor, entre outros. Então o brincar configura-se como elemento primordial na vida das crianças e indispensável para sua formação integral. 
19
	
JUSTIFICATIVA 
O presente projeto justifica-se pela importância que o lúdico desempenha no desenvolvimento do ensino-aprendizagem de crianças que estão na Educação Infantil, que através de jogos de brincadeiras são estimuladas a aprender diferentes saberes que contribuirão com sua formação integral. 
A brincadeira se apresenta como uma ponte que possibilita às crianças a ligação entre o real e o imaginário, ampliando e a aproximando o seu contato com o ambiente que a circunda. Ao brincar, as crianças aprendem e ainda conseguem se apropriar de situações da vida cotidiana, criando, recriando, reinventado e transformando a realidade. Segundo Rego (2004) a importância do brincar se dá por ser um meio, um caminho que aproxima a criança do mundo que a rodeia, "(...) A brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência sócio cultural dos adultos".
Brincar é uma necessidade da criança, na qual ela interage com o meio social. Por meio da brincadeira a criança vai se constituindo como sujeito, construindo sua identidade social, cultural e afetiva (WAJSKOP,2007). Através da brincadeira a criança é capaz de modificar a realidade e dar-lhe um novo sentido passando a lhe atribuir um novo significado. Nas brincadeiras as coisas concretas podem representar outras diferentes do que elas realmente são. Então garantir esse espaço à criança, no ambiente escolar, é de extrema importância para que a mesma possa ampliar seus caminhos e o campo das descobertas. Quando brinca a criança vivencia diferentes experiências nos campos sociais, culturais, emocionais e principalmente cognitivo. 
O brincar é mais do que uma distração, é uma linguagem na qual a criança revela e expressa seus mais íntimos pensamento e sentimentos. Através da brincadeira a criança situa-se no espaço em que vive, constrói a ideia de si e do outro, experimenta, fala, age, interpreta, interage, enfim, desenvolve habilidades essenciais para uma melhor compreensão do mundo. Logo o brincar necessita estar presente em todas as situações didáticas durante a educação infantil,como forma de estimular o desenvolvimento das crianças nos diferentes aspectos. 
.
PARTICIPANTES
Os participantes deste projeto serão alunos da educação infantil, professores que trabalham nessa etapa da educação e familiares das crianças. Através do projeto tanto os alunos quantos os professores poderão ter maior consciência sobre a importância do brincar para a promoção de uma aprendizagem efetiva e significativa. 
Os alunos que estão na educação infantil ao participar de atividades lúdicas de maneira ativa e participativa tem sua aprendizagem melhor estruturada, enquanto o professor, ao trabalhar com atividades relacionadas ao brincar incentiva a participação dos alunos e a socialização. 
OBJETIVOS
Geral 
Contribuir com o ensino-aprendizagem na Educação Infantil através de atividades lúdicas (jogos e brincadeiras), somando à proposta escolar que incentiva a aprendizagem significativa. 
Específicos 
· Valorizar o hábito de brincar como forma de desenvolver princípios de solidariedade, companheirismo, parceria, união, desenvolvimento físico, mental e social etc;
· Estimular a socialização entre as crianças;
· Contribuir com o processo de alfabetização;
· Conhecer as regras de algumas brincadeiras;
· Criar diferentes situações de aprendizagem nas quais as crianças possam se divertir, brincar, falar, representar as diferentes brincadeiras;
· Compartilhar informações sobre as brincadeiras de cada época.
PROBLEMATIZAÇÃO
	
Hoje em dia é raro ver uma criança brincando de forma livre e espontânea em espaços de lazer, culturais ou mesmo educacionais. Isso decorre das grandes transformações que atingem a sociedade e os contextos de vivencia das crianças. Muitos pais já não tiram aquele tempo para se dedicar exclusivamente as brincadeiras com seus filhos durante a infância, os raros momentos lúdicos que a criança vivencia são na escola com os colegas. Em casa geralmente sua diversão fica a cargo dos brinquedos eletrônicos, como videogames e jogos virtuais jogados no celular ou tablete. 
Muitas crianças na atualidade, não conhecem brincadeiras tradicionais como amarelinha, bola de gude, passa o anel, ciranda cirandinha, entre tantas outras. É a oportunidade de a escola estimular atividades lúdicas por meio de diferentes brincadeiras, e ainda proporcionar o desenvolvimento mais completo da criança que está na educação infantil.
Na educação infantil o objetivo maior não é a aquisição de conhecimento com fim promotor e sim de aprendizagens significativas, e isso pode ser adquirido fazendo uso da ludicidade. Crianças na fase da infância buscam prazer e não conhecimentos e cabe ao professor buscar meios de promover brincadeiras que chamem a atenção e ao mesmo desperte a aprendizagem. A partir desse pressuposto surgem alguns questionamentos sobre a importância do brincar e os benéficos que pode trazer para o processo de ensino aprendizagem: como o brincar pode contribuir para o processo de ensino aprendizagem? A escola de educação infantil é um lugar para brincar, aprender ou aprender brincando? 
 Diante destes questionamentos, o projeto buscará descobrir qual a contribuição do brincar, enquanto método pedagógico de ensino, na educação infantil e quanto essa contribuição é significativa no desenvolvimento da criança.
REFERENCIAL TEÓRICO
O ato de brincar sempre esteve presente na vida das crianças desde os tempos mais remotos, e na atualidade tem uma importância singular, pois está associado ao desenvolvimento de diversas características e habilidades psíquico-motoras e cognitivas como um todo.
O brincar é tão importante para a criança quanto descansar ou se alimentar, tornando-se quase uma necessidade. Por meio das brincadeiras ela estabelece conexões com o mundo exterior e consigo mesma. Mas nem sempre foi assim, na antiguidade as brincadeiras eram tidas apenas como forma de distração, não tendo um caráter educativo. Nas civilizações antigas tanto as crianças quanto os adultos participavam de jogos e brincadeiras, mas em espaços e com objetivos distintos. Segundo Áries (1991, p.50) “na sociedade antiga o trabalho não ocupava tanto o dia e não tinha o mesmo valor que lhe é atribuído hoje. Os jogos e divertimentos estendiam-se por longos momentos”. As brincadeiras são consideradas elementos culturais em várias sociedades, e assim sendo sofreram vários processos de mudanças ao longo da evolução da humanidade.
De acordo com Kishimoto (2004, p. 15) “consideramos que o jogo tradicional e as brincadeiras fazem parte da cultura de um determinado povo, que transmitem características próprias por meio das gerações que se sucedem e com isso tornam-se uma manifestação cultural”. A cultura é algo inerente a todos inclusive as crianças, pois estas recebem as influências culturais de várias brincadeiras. Brincar é a primeira forma de cultura que ela passa a ter contato e se apropria gradativamente, passando a se expressar por meio dessa linguagem da brincadeira.
As brincadeiras passaram por diversas mudanças que acompanham a evolução social. As brincadeiras sempre foram vistas por diversas sociedades como uma forma de recreação, divertimento e lazer, mas nunca com fins educativos. A mudança de paradigma sobre as brincadeiras e o universo infantil teve início no fim do século XIX e início do século XX, quando a criança passou a ser a vista sob a ótica da infância. A partir da revolução industrial houve os primeiros estudos mais aprofundados sobre o desenvolvimento infantil, o que modificou ainda mais o sentido das brincadeiras e suas contribuições para o desenvolvimento da criança. Nessa época as brincadeiras foram inseridas no contexto educacional e passaram a ser utilizadas como recurso pedagógico.
Com a advento da revolução industrial, a educação também passou reformulações em todo o mundo, e foram criadas as primeiras escolas destinadas a receber crianças pequenas. No Brasil os jardins de infância ganharam espaços entre os anos de 1920 e 1930, onde utilizavam jogos como meio de ensino a crianças de até 8 anos. As brincadeiras foram utilizadas como meio de estimular a aprendizagem, focando em elementos da cultura para promover a recreação infantil e ao mesmo fortalecer a experiência cultural (FERREIRA, 2001). 
A partir de 1988, com a promulgação da Constituição Federal, no Brasil passa-se a promover o discurso de que a educação deveria ser igualitária para todas as crianças, sem distinção de cor, sexo, raça ou classe social. Nestes moldes da nova educação, a Educação Infantil (com acesso para todas as crianças de 0 a 6 anos em creches e pré-escolas) deixa de ser meramente assistencialista e passa a ser, ainda que apenas legalmente, obrigação do Estado e direito de todas as crianças nessa fase. Nesse contexto as crianças passam a ser reconhecidas como sujeitos de direitos, com necessidades individuais que precisam ser respeitadas para que tenham um desenvolvimento pleno. A década de 1990 foi cenário de grandes conquistas no campo educacional. 
 Diversos aparatos legais foram indispensáveis para consolidar a educação como um direito fundamental da criança, dentre eles estão a Constituição Federal em 1988 (BRASIL, 1988), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei 8069/90 (BRASIL 1990) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) Lei 9394/96 (BRASIL, 1996). Todos esses documentos contribuíram para que a Educação Infantil fosse considerada pela primeira vez como etapa da Educação Básica. Já em 2005, a Lei Federal 11.114/05 determinou que a educação infantil acomodasse a faixa etária de 0 a 5 anos, devendo a criança ser devidamente matriculada no ensino fundamental com seis anos de idade e tornando esse, um ensino de nove anos, isto é, o novo texto altera o anterior diminuindo um ano na Educação Infantil e aumentando um ano no ensino fundamental.
 Em decorrência de todos esses avanços referentes à Educação Infantil, a preocupação das instituições de ensino relacionadas à infância, passou a ser com a formulação de um currículo voltado ao desenvolvimento e formação integral doindivíduo. Tornando prioridade na faixa etária de 3 a 5 anos o uso de brincadeiras, brinquedos e jogos diversos para a construção social e aquisição de novos conhecimentos, habilidades e aprendizagens.
O contexto educacional atual requer uma educação infantil com estruturas curriculares flexíveis e abertas, onde seja possível executar uma proposta pedagógica que busque a formação integral da criança, com isso deve priorizar o desenvolvimento de requisitos essenciais como a motricidade, imaginação, raciocínio e linguagem, além de atender as necessidades básicas do indivíduo, propiciando a construção de sua identidade e autonomia.
 Educar na educação infantil significa proporcionar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens conduzidas de maneira completa e que auxiliem no desenvolvimento das capacidades infantis. Nesse procedimento, a educação facilita o desenvolvimento das capacidades de adaptação e de conhecimento das competências corporais, afetivas, emocionais, contribuindo para a formação de crianças alegres e sadias (BRASIL, 2001). Nessa perspectiva as brincadeiras, no contexto educacional, podem proporcionar todos esses benefícios para o desenvolvimento das crianças. 
Brincando a criança experimenta diversas realidades, organiza-se e constrói normas de convivência para si e para o grupo que a rodeia. A brincadeira possibilita o desenvolvimento total da criança, já que ela se envolve afetivamente no seu convívio social. Sendo assim, o brincar é umas das formas de linguagem que a criança usa para entender e interagir consigo mesma, com os outros e o próprio mundo que a cerca. O modo como a criança brinca revela seu mundo interior, pois através do tipo de brincadeira que ela pratica é possível implicar algumas características de sua realidade.
O RCNEI (BRASIL, 1998, p. 58) destaca a importância de se valorizar e realizar atividades lúdicas na Educação Infantil, visto que “as crianças podem incorporar em suas brincadeiras conhecimentos que foram construindo”. Ainda é possível observar no RCNEI a valorização do brinquedo, entendidos como,
componentes ativos do processo educacional que refletem a concepção de educação assumida pela instituição. Constituem-se em poderosos auxiliares da aprendizagem. Sua presença desponta como um dos indicadores importantes para a definição de práticas educativas de qualidade em instituição de educação infantil. (BRASIL, 1998, p.67. v. 1).
Mesmo com todos esses indicativos da importância de se brincar, ainda se observa que em muitas escolas de educação infantil quando se fala em brincadeiras, muitas vezes escutam-se expressões arraigadas de preconceitos, associando o ato de brincar à ociosidade, sem ver o seu valor enquanto instrumento pedagógico.
 É necessário entender que esses conceitos já fazem parte do passado e que não tem mais fundamentos na sociedade atual, pois hoje se sabe que é através das ações, do fazer, do pensar e do brincar, que o ser humano vai construir seu conhecimento e desenvolver suas estruturas psíquicas para se relacionar com o mundo concreto. Nesse sentido, as brincadeiras são de suma importância para o desenvolvimento da chamada motricidade, do raciocínio cognitivo, da sociabilidade, e na aquisição de novos conhecimentos, uma vez que ao brincar as crianças utilizam todas as estruturas corporais e mentais em conjunto.
As brincadeiras evoluem de nível à medida que a criança vai se desenvolvendo fisicamente. Começam com um caráter mais de faz-de-conta, onde ela brinca sozinha, e chega a fase das brincadeiras em grupo, esta fase tem como função introduzir normas sociais. Brincando em grupo a criança aprende noções como respeito mútuo, compartilhar brinquedos, dividir tarefas e tudo que implica em coletividade, nesse caso específico a brincadeira tem função socializadora.
Sendo assim, é possível perceber que brincando a criança descobre o mundo que a cerca, começa a se relacionar com as pessoas, aprende coisas novas, aumenta a criatividade e a sensibilidade, estimula a sociabilidade. Brincar é um elemento fundamental da infância, pois permite que a criança desenvolva, desde os primeiros anos de vida, todo o potencial que tem.
As brincadeiras são uma importante forma de comunicação, pois por meio delas as crianças expressam os mais variados sentimentos. Durante a atividade lúdica ela estabelece um vínculo entre a realidade e a fantasia, isso auxilia em seu desenvolvimento como um todo. Brincando a criança desenvolve a linguagem verbal e não verbal, adquire coordenação motora, aprimora a percepção sensorial, estimula a autonomia e a identidade cultural, por fim, trazem melhorias a memória, concentração, imaginação e demais áreas da personalidade humana responsável pela formação do caráter.
O brincar tem um papel singular no desenvolvimento infantil, uma vez que colabora com o surgimento de inúmeras habilidades que irão auxiliar a criança em sua aprendizagem, além de ser uma forma prazerosa de descobrir um novo universo (VELASCO, 1996).
Para que a criança exerça todo o seu potencial e exercite sua capacidade de criar durante as atividades lúdicas é preciso que lhes seja oferecida uma diversidade de experiências, seja em casa ou na escola, sempre voltadas para a brincadeira como meio de promover a aprendizagem. 
Segundo RCNEI (1998, p. 27):
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o ”não-brincar“. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe ofereceu o conteúdo a realizar-se. Neste sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhe novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada.
Quando a criança brinca, ela age frente à realidade de maneira não-literal, assumindo durante a brincadeira outros papéis, recriando gestos, sinais e acontecimentos que vivenciaram, ou que fazem parte do seu cotidiano. Brincando ela também estará favorecendo sua autoestima, contribuindo para interiorizar determinados valores. Desse modo através das brincadeiras as crianças acionam seus pensamentos para solucionar problemas, o que é muito importante para seu desenvolvimento.
O brincar pode ser apresentado de várias maneiras diferente, isso vai depender da idade da criança e também dos recursos materiais e humanos que ela tem a sua disposição. Podemos citar três modalidades básicas de brincar: 1) O faz-de-conta; 2) o brincar com material de construção; 3) o brincar com regras. Estas modalidades propiciam a crianças ampliar seus conhecimentos infantis por meio de atividades lúdicas.
 As brincadeiras e os brinquedos têm relevante importância para o desenvolvimento integral da criança. E tanto um como o outro são produtos sociais e culturais e acompanham a evolução da sociedade, modificando-se de acordo com a época.
O ato de brincar sofreu inúmeras mudanças no decorrer da história da humanidade e adaptou-se aos valores culturais e ao modo de vida de cada contexto social no qual era vivenciado. Na atualidade não há apenas um modo de brincar, mas sim vários, cada qual com suas particularidades. As brincadeiras são elaboradas de acordo com os hábitos e valores de uma determinada comunidade e dependendo da localização geográfica uma mesma brincadeira tem elementos e modos de brincar distintos. 
O avanço tecnológico tem provocado modificações nos hábitos da sociedade, inclusive nas formas de lazer, o que inclui o modo de brincar. Nas últimas décadas o ato de brincar ficou bem menos frequente, isso se deu em decorrência do aumento da urbanização. As crianças brincam menos na rua passando a brincar mais em seus pequenos quintais e apartamentos fechados, cadavez menos com brinquedos físicos e mais com jogos eletrônicos. De acordo com Friedman, 
[...] vivemos em uma cultura de menos brinquedos e muitas brincadeiras; muita impessoalidade e pouco respeito à individualidade; mas competitividade do que cooperativa; uma cultura lúdica violenta, impassível, indiferente, com medo. [...] e inúmeras dúvidas a respeito de como restituir ou recriar uma ludicidade mais saudável (Friedman 2004, p. 16).
O jeito de brincar hoje é muito diferente do que se via há algumas décadas atrás. As crianças da atualidade têm uma enorme oferta de brinquedos industrializados e com o advento da tecnologia o brincar mecânico ficou ainda mais em evidência. Os pais muitas vezes são responsáveis por isso, pois para agradar o filho ou mesmo o manter distraído o presenteia com videogames, celulares, tablets, brinquedos eletrônicos. Tudo isso estimula a criança a se manter num mundo particular, não querendo sair para brincar em um ambiente externo ou com outras crianças.
A geração de hoje brinca menos com aquelas brincadeiras que exigem movimentos amplos como pular, correr, saltar, em vez disso ele exercita a coordenação motora fina como apertar as teclas de um celular ou computador. Nesse sentido cabe aos pais buscar meios de estimular os filhos a brincar em locais mais abertos com brincadeiras mais socializadoras, para que eles possam ter outras opções de divertimentos, explore novos espaços que estimulem na construção de uma identidade, de sua autonomia.
É preciso brincar mais com objetos comuns do dia a dia em locais públicos, e menos com eletrônicos em espaços reduzidos. As crianças estão crescendo em mundo cada vez mais virtual, cercadas de videogames, celulares, televisão, e estão esquecendo-se da essencialidade da infância, e isso muitas vezes é culpa dos pais que não dispõem de tempo para dedicar-se às brincadeiras livres que estimulam a imaginação, a fantasia, a criatividade. Esse incentivo precisa partir do ambiente familiar e estender-se para a escola. 
Na realidade as brincadeiras deveriam ser consideradas a coisa mais séria na vida das crianças. O adulto deveria ser o primeiro a estimular esse hábito. Ao observar uma criança brincando é possível compreender como ela vê e constrói o mundo que a cerca. 
As brincadeiras trazem muitos benefícios ao desenvolvimento e melhorias na aprendizagem. Através do brincar a criança desenvolve a coordenação motora, o raciocínio, a criatividade, a sociabilidade e a inteligência. Brincando ela começa a entender como as coisas funcionam, o que pode e o que não pode ser feito, ou seja, ela internaliza regras de convivência sociais e aprende a respeitar o outro como indivíduo.
A essencialidade de ser criança são as brincadeiras, o mundo da fantasia, a ludicidade o prazer de levar a vida com mais leveza. Portanto deve estar presente também no contexto educacional em todas as suas etapas, mas preferencialmente na educação infantil, que é quando a crianças está em pleno processo de desenvolvimento de várias instancias. Logo as brincadeiras se configuram como um recurso pedagógico que traz inúmeros benefícios para a formação e desenvolvimento das crianças contribuído significativamente no seu processo de ensino aprendizagem. 
METODOLOGIA
1º passo- planejamento e construção do projeto, com pesquisas sobre o tema e os benefícios que as brincadeiras trazem para o processo de ensino aprendizagem das crianças que estão na educação infantil. Apresentação do projeto para demais professores, coordenadores e gestão escolar. Separar os recursos materiais necessários para execução do projeto. 
2º passo- roda de conversas para apresentar o projeto as crianças, destacando o que vai ser trabalhado ao longo de sua realização. Diálogo com a turma sobre quais brincadeiras eles mais costuma brincar quando não estão na escola. Nesse momento pode ressaltar o uso de jogos eletrônicos como forma de brincar, já que muitas crianças vivenciam isso em seu cotidiano. Em seguida citar algumas brincadeiras praticadas hoje e antigamente para ver se as crianças conhecem. Depende de suas respostas mostra um vídeo ensinando algumas brincadeiras comuns que hoje estão ficando esquecidas. Em seguida construção de um bilhete coletivo para que os alunos levem para casa, apresentando o projeto a seus familiares. Apresentação de um questionário que os alunos deverão levar para casa e ser respondidos pelos seus familiares, sobre as brincadeiras que mais brincaram na infância. Finalização da aula com uma das brincadeiras citadas pelos alunos na roda de conversa. 
3º passo- socialização dos resultados trazidos pelos alunos por meio do questionário sobre as brincadeiras que seus pais e familiares mais brincaram no passado. Falar sobre cada uma das brincadeiras citadas e construir um cartaz com o nome das mesmas, onde as crianças poderão também fazer desenhos de como eles acham que se brinca cada brincadeira. Executar algumas brincadeiras antigas trazidas pelos alunos tanto na sala quanto fora dela, como ciranda cirandinha, passa o anel, cabra-cega, mãe da rua, esconde-esconde, corre cotia, morto-vivo, amarelinha, entre outras. A medida que executar cada brincadeira, mostrar aos alunos suas regras e como se brinca para que tudo ocorra de maneira divertida, alegre e espontânea. Nesse momento enfatizar o quanto essas brincadeiras podem variar de lugar para lugar, podendo até ter outros nomes e serem brincadas de outras maneiras. Ao terminar as brincadeiras pedir aos alunos que tragam alguns materiais reciclados para construir os elementos que serão usados na próxima etapa do projeto. 
4º etapa- construção de alguns brinquedos e objetos que serão usados nas próximas brincadeiras. Os objetos construídos serão bambolês, pinos de boliche com garrafas PETs, peteca com tecidos, pena e areia, entre outros. Após a confecção dos brinquedos, executar as brincadeiras levando as crianças a ter uma maior consciência corporal. Executar algumas brincadeiras como bola de gude, chicotinho queimado, peteca, amarelinha, entre outros. 
5º passo- finalização do projeto com apresentação de todos os materiais produzidos pelos alunos, cartazes e fotografias. Participação dos pais na culminância onde podem também participar exemplificando como eram feitas as brincadeiras de sua época. Montagem de um mural com as informações das brincadeiras que os alunos aprenderam, com fotos explicando como se brinca cada uma delas. Apresentação das crianças cantando a música “canção das brincadeiras”. 
CRONOGRAMA
O projeto vai trabalho uma vez por semana durante cinco semanas, quando haverá sua finalização. A cada semana serão realizadas atividades exclusivamente voltadas para o brincar, com diversas brincadeiras, tanto atuais quanto mais antigas, desconhecidas pelas crianças. Ao logo de cada semana novos elementos também podem ser incorporados. 
O cronograma é parte importante do projeto, pois permite o acompanhamento de sua aplicabilidade, das atividades que serão desenvolvidas em cada etapa, conferindo maior veracidade do projeto. O cronograma norteia o professor em suas ações, orientando a coordenação pedagógica e planejamento das atividades que serão executadas. 
RECURSOS 
Humanos 
Alunos, professores e familiares. 
Materiais 
Data-show;
Cartazes, lápis de cor, caneta, cola;
Questionário;
Materiais reciclados; 
Garrafas PETs;
Peteca;
Bola;
Musica;
Fotos;
Mural. 
.
AVALIAÇÃO
A avaliação será feita de modo continuo a medida que as etapas forem sendo executadas. Se dará por meio de observação, participação dos alunos nas atividades, empenho nas brincadeiras, contribuições orais ao longo das brincadeiras, cooperação entre os colegas e atitudes éticas. A apresentação final será um quesito a mais que servirá para verificar o quanto os alunos se desenvolveram e interagiram ao longo do projeto, verificando as contribuições em sua aprendizagem. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a conclusão desse projeto é possível perceber que o brincar ocupa um espaço de grande importância na vida da criança, sendo degrande relevância para seu desenvolvimento e aprendizagem. 
Brincar é uma importante forma de comunicação, por meio da qual a criança reproduz o seu cotidiano, suas vivencias, seus anseios e sentimentos. A brincadeira na Educação Infantil é uma atividade essencial para as crianças, cria diferentes situações que propiciam a aprendizagem em diferentes instâncias, podendo serem utilizados diversos recursos materiais que permitem a criança se divertir e ao mesmo tempo aprender. A brincadeira também é um importante elemento para o desenvolvimento integral das crianças nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo.
O brincar aplicado como recurso pedagógico implica a aquisição de novas aprendizagens pelas crianças de modo mais amplo e completo, pois não é visto como algo fora de seu contexto e realidade. Ao brincar além de aprender as crianças também se divertem. O brincar quando bem elaborado e desenvolvido no tempo e espaço adequado garante a criança a oportunidade de aprender de maneira integral. As brincadeiras possibilitam a ampliação das habilidades motoras, bem como dos aspectos sociais e emocionais da criança. 
A realização desse projeto foi de extrema importância, pois permitiu um conhecimento mais profundo sobre o quanto a ludicidade e as brincadeiras contribuem para o processo de aprendizagem das crianças na educação infantil. 
Com a conclusão desse trabalho verifica-se o quanto o brincar traz benefícios para a formação e desenvolvimento das crianças em sua totalidade, sendo um importante recurso metodológico para ser usado na educação infantil 
.
REFERÊNCIAS
ÁRIES, P. História social da criança e da família. Trad. Dora flaksman. Rio de janeiro: zahar, 1991.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Brasília: 1996. 
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Brasília: MEC/SEF, 1998. Volume 1, volume 2, Volume 3.
FERREIRA. N. S. C. Gestão Democrática da Educação: atuais tendências, novos desafios. São paulo: Cortez, 2001.
FRIEDMANN, Adriana. O papel do brincar na cultura contemporânea. Pátio: educação infantil. Porto Alegre. Ano I, n.3, p. 14-16, mar. 2004.
KISHIMOTO, T. Morchida. Jogos Infantis – O jogo, a criança e a educação. 12ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
REGO, T.C. Vygotsky: Uma perspectiva histórico-cultural na educação. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
 
VELASCO, Cacilda Gonçalves. Brincar: o despertar psicomotor. Rio de Janeiro: Sprint Editora, 1996.
WAJSKOP, G. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 2007.