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OMBRO - MANGUITO ROTADOR

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OMBRO – MANGUITO ROTADOR 
 
O manguito rotador é um complexo de 4 músculos, 
sendo eles o subescapular, o supraespinhal, o 
infraespinhal e o redondo menor. Os tendões do 
manguito rotador se misturam para formar uma 
estrutura contínua ao redor da cabeça umeral. O cabo 
longo do tendão do bíceps pode ser considerado uma 
parte funcional do manguito rotador. 
*Deve-se revisar ao estudar essas lesões a anatomia 
topográfica do ombro. 
O manguito rotador tem 3 funções: rotação do úmero 
em relação à escápula, equilíbrio muscular e 
compressão do úmero na concavidade da fossa 
glenóide. 
*Esse mecanismo de compactação é importante 
proporcionando estabilidade glenoumeral através da 
amplitude de movimento do ombro nas muitas 
posições funcionais onde os ligamentos capsulares são 
frouxos. 
Os tendões do manguito rotador são intrassinoviais, 
não sofrem cura espontânea. A cura do tendão ou 
ligamento geralmente progride em 3 fases, sendo elas 
a fase inflamatória que dura alguns dias, a fase 
proliferativa que dura algumas semanas e a fase de 
remodelação mais longa que dura meses. 
*Esforços e cargas repetitivas nos tendões podem levar 
à microtraumas e inflamação, acarretando em 
degeneração tendínea e edema de partes moles. 
O funcionamento normal do manguito rotador 
depende da saúde muscular e da articulação. O 
distúrbio nesses tópicos são a fonte mais comum de 
problemas no ombro. A patologia do manguito rotador 
abrange um espectro de gravidade que inclui 
tendinopatia do manguito rotador, lesões de espessura 
parcial, Artropatia do manguito rotador. 
O exame físico é fundamental, mas exames de imagem 
e complementares são indispensáveis para avaliação e 
diferenciação. 
CLASSSIFICAÇÃO DE NEER: quanto à tendinopatia do 
manguito. Três estágios diferentes de lesões do 
manguito: estágio 1 – edema reversível e hemorragia 
estão presentes em um paciente (menor de 25 anos); 
estágio 2 – fibrose e tendinite afetam o manguito 
rotador (idade de 25 a 40 anos), dor ocorre com 
atividade física; estágio 3 – esporões ósseos e rupturas 
de tendões que estão presentes (acima de 40 anos). 
EXAME FÍSICO DO OMBRO: inspeção, palpação, 
avaliação de movimentos. Deve-se avaliar flexão 
(deltoide anterior + coracobraquial e bíceps), extensão 
(latíssimo do dorso + deltoide posterior), abdução 
(deltoide central + supraespinhal), adução (peitoral 
maior e latíssimo do dorso + subescapular + redondo 
maior), a rotação interna (subescapular + deltoide 
anterior + latíssimo do dorso + redondo maior) e 
rotação externa (infraespinhal + redondo menor + 
deltoide posterior). 
*TESTES ESPECIAIS: Sinal de Neer, Teste de Impacto de 
Neer, Teste do Arco Doloroso, Teste de Impacto de 
Hawkins-Kennedy, Teste de Impacto de Yocum, Teste 
de impacto subcoracoide de Gerber, Teste da rotação 
interna contra resistência, Teste da 
apreensão/recolocação de Jobe, Testes do 
supraespinhal (teste de Jobe), Testes do infraespinhal 
(teste da rotação externa contra resistência e Sinal da 
cancela), Testes do subescapular (Teste de Gerber/Lift-
off e Teste da pressão abdominal), Testes do cabo 
longo do bíceps (Teste de Speed, Sinal de Yergason e 
Teste de O´Brien – Lesão SLAP). 
PARA VER FOTOS DESSES TESTES E ENTENDER COMO 
SÃO FEITOS CLIQUE AQUI: 
https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-
BR&authuser=0&ogbl 
 
LESÃO DO MANGUITO ROTADOR 
 
É um espectro de afecções que envolvem a articulação 
do ombro, como tendinites, bursites, rupturas de 
tendão e síndrome do impacto. As causas de dor 
podem ser por lesões por uso 
repetitivo, lesões esportivas e também por 
degeneração e desuso secundária ao envelhecimento 
As lesões do manguito rotador têm como causa: 
trauma (queda, arremessadores, luxação), 
degeneração (idade), hipovascularização (Área crítica 
de Codman) e impacto subacromial (acrômio 
ganchoso). 
Por ser tão comum é considerada como parte natural 
do processo de envelhecimento (probabilidade alta de 
ruptura bilateral aos 66 anos). 
Clinicamente se apresenta como dor insidiosa e 
progressiva na região de inserção do deltoide (não 
https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&authuser=0&ogbl
https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&authuser=0&ogbl
ultrapassa o cotovelo), proporcional a inflamação, que 
piora com a elevação do braço. Tem-se crepitação, 
fraqueza com perda da mobilidade ativa e perda de 
mobilidade passiva por desuso pela dor. 
A lesão inicia-se na parte articular e profunda do 
supraespinhal e progride para superficial e de anterior 
para posterior, atingindo o infraespinhal. Ocorre perda 
da estabilidade (cabeça migra anterior e superior). O 
tendão do bíceps passa a exercer função 
estabilizadora, tornando-se espessado. Acomete 
subescapular e o ligamento transverso com a 
progressão ocasionando a luxação medial da porção 
longa do bíceps. Gera maior instabilidade e 
degeneração articular. Com a ruptura, ocorre a 
retração muscular e substituição gordura, dando 
origem à Classificação de Goutallier, sendo que o 0 é o 
musculo normal, 1 é algumas estrias gordurosas, 2 é 
presença de gordura, músculo prevalece, 3 é gordura e 
musculo em iguais proporções e 4 é mais gordura que 
músculo. 
A história natural não é muito previsível, sendo que 
pacientes com ruptura podem ser sintomáticos ou não, 
alguns respondem bem ao tratamento conservador e 
outros não. O prognostico é intimamente relacionado 
ao tempo de duração dos sintomas (mais tempo de 
sintomas – mais degeneração gordurosa – maior lesão 
– pior prognóstico). 
O diagnóstico é feito pela história e pelos testes do 
movimento e exames de imagem. O RX em AP e outlet 
view é fundamental e RNM é bom pelo detalhamento 
e para ver luxação da cabeça longa do bíceps. 
*Diagnóstico diferencial: Artrose glenoumeral, 
instabilidade oculta, capsulite adesiva, fibromialgia, 
espondilose cervical e lesão do nervo supra-escapular. 
Essa lesão do manguito rotador classifica-se em 
duração (crônica x aguda – 3 meses é o marco), 
extensão (total x parcial) e etiologia (traumática x 
degenerativa). Há ainda a Classificação de Elman para 
rupturas parciais (acima ou abaixo de 50% da lesão), a 
Classificação de Coldfield para lesões completas 
(baseada no tamanho), Classificação de Burkhart para 
lesões completas. 
PARA ENTENDER ESSAS CLASSIFICAÇÕES CLIQUE 
AQUI: 
https://www.google.com.br/?pli=1 
 
O tratamento deve ser individualizado, avaliando 
risco/benefício, considerando idade, sintomas, grau de 
atividade do paciente, tamanho da lesão. O paciente 
com maior chance de cura é menor que 70 anos, com 
lesão pequena e aguda, tendão saudável, paciente 
colaborativo e na reabilitação. O paciente com menor 
chance de cura é maior de 70 anos, com lesões 
crônicas e massiças e comorbidades (diabetes, 
artroses). 
O tratamento conservador é feito em lesões parciais e 
em idosos com baixo demanda, sendo feito alivio da 
dor com AINEs, estiramento capsular e reforço 
muscular (somente se indolor). 
O tratamento cirúrgico objetiva melhorar a dor e a 
função, sendo realizado por cirurgia aberta, mini-open 
ou artroscópica. É contraindicado se tem presença de 
rigidez articular (ombro congelado), devendo tratar 
primeiro. 
*Na lesão parcial avalia-se a demanda do paciente, 
sendo que 80% evoluem para ruptura completa em 2 
anos. Se menor que 50% faz-se desbridamento e 
descompressão e se maior que 50% faz-se ressecção da 
lesão e reparo. 
*Na lesão completa o ideal é o reparo sem tensão, 
sendo que o tamanho da lesão dita a quantidade de 
âncoras e suturas usadas na cirurgia. 
Há alguns passos (Bagliani) que melhoram o resultado 
pós operatório de lesões extensas sendo eles: 
1. Descompressão subacromial 
adequada. 
2. Manter a inserção do deltoide integra. 
3. Mobilizar os tendões rompidos 
fazendo suas liberações se indicado. 
4. Reparar os tendões ao osso. 
5. Supervisionar e estagiar a reabilitação 
pós-operatória.*Em lesões completas, grandes e tensas usa-se 
imobilização em abdução por 6 semanas. 
*Em lesões irreparáveis usa-se a técnica de Mc 
Laughin, transferência muscular ou desbirdamento 
simples e descompressão (não devolve a mobilidade 
mas melhora a dor). 
*Transferências musculares: podem causar déficits 
funcionais do manguito, mas são boas opções para 
lesões extensas. Apresentam maior morbidade e 
resultados parecidos ao desbridamento. 
 
https://www.google.com.br/?pli=1
SÍNDROME DO IMPACTO (TENDINITE DO 
MANGUITO ROTADOR) 
 
É a parte mais importante da aula, sendo a causa mais 
comum de dor no ombro (60%). É causada pelo 
impacto da parte tendinosa do manguito rotador com 
o ligamento coracoacromial e o terço anterior do 
acrômio. 
Diagnóstico é feito pela história clínica (dor no ombro 
com piora ao elevá-lo acima da cabeça) e EF e imagens 
(RX em AP – avaliar o intervalo acromioumeral; RX – 
outlet view vê a morfologia do acrômio; RNM sinais de 
lesão do manguito e indicações de tendinopatia). 
Há duas teorias que tratam sobre essa síndrome. A 
primeira afirma que as alterações acromiais causam 
esse impacto, o qual acarreta em lesões no manguito 
(tendinite e rupturas). A segunda afirma que alterações 
degenerativas do manguito ou lesões traumáticas de 
repetição causam ruptura, a qual proporciona uma 
translação superior da cabeça umeral provocando o 
impacto. 
*As alterações do acrômio são classificadas na 
Classificação de Bigliani, sendo que o tipo 1 é o 
acrômio plano, tipo 2 o acrômio curvado e tipo 3 o 
acrômio ganchoso (relacionado ao aumento de 
rupturas do manguito). 
O tratamento conservador do impacto subacromial é 
feito com AINEs e fisioterapia (ganho de ADM e 
fortalecimento). O cirúrgico é indicado após 3 a 4 
meses de tratamento conservador sem sucesso, sendo 
a cirurgia uma acromioplastia aberta ou artroscópica 
(liberação do ligamento coracoacromial + ressecção 
anterior do acrômio). Visa reparar as rupturas 
tendíneas se tiver. 
 
LESÃO DO SUBESCAPULAR 
 
Associada com impacto subcoracoideo. Testes do 
subescapular positivos. RNM fundamental para avaliar 
medialização do cabo longo do bíceps. Lesão 
geralmente muito sintomática. 
O tratamento é cirúrgico. Algumas complicações 
frequentes após a cirurgia são: lesão do nervo 
supraescapular por manipulação, causando atrofia do 
infra-espinhoso; lesão do nervo axilar, diminuindo a 
função do deltoide; subluxação da cabeça do úmero. 
No pós-operatório são necessárias 6 semanas de 
imobilização com tipoia em abdução. Movimentação 
ativa após 12 semanas. 
 
 
FIM!!!

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