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Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 1 ⚖ Incidente de desconsideração da personalidade jurídica Revisado A desconsideração autoriza que o juiz estenda os débitos da empresa aos sócios, sem a dissolução ou a desconstituição da personalidade jurídica. Exemplo de caso em que pode ocorrer a desconsideração é quando o administrador de uma empresa transfere os bens dela para o seu nome a fim de evitar o pagamento de dívidas. Previsto inicialmente no Código Civil, em seu art. 50, exige dois requisitos no campo civil/empresarial: o objetivo, que é a insuficiência patrimonial do devedor, e o subjetivo, que é o desvio de finalidade ou fraude/abuso de direito. Há duas exceções: os crimes em relação consumerista e os crimes ambientais, que exigem apenas o critério objetivo. Dos legitimados à ação de desconsideração Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 2 Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. Os legitimados são a parte interessada e o MP. O CPC não autoriza que o juiz decrete o incidente de ofício. § 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Desconsideração inversa é a que ocorre quando há um débito da Pessoa Física, e ela transfere os seus bens para o patrimônio da empresa, a fim de fraudar o pagamento. Cabimento Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Cabe em todas as fases do processo de conhecimento, do processo de execução e da execução por título extrajudicial. Também cabe nos juizados especiais cíveis. Procedimento A desconsideração é um incidente processual. Assim, se for necessária a desconsideração ao longo do processo, é necessário que se inicie o incidente. Dispensa-se o incidente, porém, se a desconsideração for requerida já na inicial, conforme o § 2º do 134 § 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 3 petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. Ainda, se o incidente for instaurado no decorrer do processo, ele será suspenso, conforme o § 3º do 134 § 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º. Porém, proferida a decisão a respeito do deferimento ou não do incidente, o processo retomará o curso, mesmo que haja recurso interposto. Não obstante, o requerimento deve apontar os requisitos de direito e de fato (objetivo e subjetivo, tratados no início do resumo) para a desconsideração da personalidade jurídica: § 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica. Citação Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Quando instaurado (não requerido), será citado o sócio ou a Pessoa Jurídica que se visa atingir. O sócio ou a PJ terá 15 dias para se manifestar. O juiz poderá estabelecer as provas que achar necessárias para que se efetue a desconsideração. A jurisprudência aceita que a manifestação pode ocorrer tanto pelo sócio quanto pela PJ, independentemente de quem o incidente visa atingir. Da decisão Incidente de desconsideração da personalidade jurídica 4 Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. A resolução se dá por decisão interlocutória. Se a decisão for de improcedência, poderá haver a proposta de outro incidente, desde que baseado em fatos novos. O sócio, ao haver a desconsideração, não se torna litisconsorte passivo, mas, na fase de execução, havendo insuficiência de patrimônio na PJ, poderá ter seus bens penhorados para a satisfação do débito. Contudo, o sócio tem o direito de exigir que os bens da PJ sejam executados antes dos seus, devendo nomear quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito (art. 795, §§ 1º e 2º). Pelo art. 137 do CPC, somente após a desconsideração da personalidade jurídica é que a alienação de bens do responsável patrimonial poderá ser havido em fraude à execução.
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