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BACHARELADO EM DIREITO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 8º PERÍODO - TURMA: A - T URNO: MANHÃ - 2020.2 1. Aluno(a): Larissa Oliveira Alves 1ª AVALIAÇÃO (P1) (COM CONSULTA / 10,0) 1) Quais são as fontes do Direito Internacional Público? Expliquem cada uma delas, trazendo dados doutrinários. (1,0) 2) Para o Brasil, quais são os princípios que regem as relações internacionais? Expliquem cada um deles, explorando a doutrina pátria. (1,0) 3) Dissertem sobre a hierarquia, no Brasil, dos tratados que versam sobre Direitos Humanos, abordando o importante conceito de supralegalidade. (2,0) 4) Sobre os sujeitos de Direito Internacional, pesquisem, enumerem e expliquem as chamadas coletividades não estatais. (2,0) 5) Definam jus cogens, plenos poderes e tratados. (1,0) 6) Pesquisem e dissertem sobre a ONU e o seu Conselho de Segurança. (1,0) 7) Pesquisem e dissertem sobre os Tribunais Penais Internacionais constituídos para a guerra na Bósnia e para o conflito em Ruanda. (2,0) RESPOSTAS 1. São fontes do direito internacional público: a) Costumes: Segundo o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça representa, “uma prática geralmente aceita como direito”. E possui dois elementos: o material do costume (que significa a repetição ao longo do tempo de determinado modo de proceder diante de certo fato) e o subjetivo (oppinio juris; que é a convicção de que a prática é necessária, jurídica e justa). De acordo com Hee Moon Jo “Sendo a prova das práticas dos Estados, principalmente no contexto da competência da CIJ, o costume internacional é uma espécie de norma formada voluntária e naturalmente pela acumulação das práticas dos sujeitos do DI que não visam intencionalmente à formação das normas internacionais. Por isso o costume internacional nasce naturalmente na sociedade internacional, refletindo as práticas gerais de uma época determinada, sendo, portanto, bastante flexível (...) É mister salientar a necessidade do costume internacional como fonte de complementação das normas escritas, pois é praticamente impossível codificar todas as normas da sociedade internacional “. b) Princípios gerais de direito: Segundo Mazuolli, são princípios consagrados nos sistemas jurídicos de cada Estado, mesmo que não estejam presentes em todos os ordenamentos jurídicos mas não são os princípios gerais de Direito interno stricto sensu. São exemplos do princípios gerais, o princípio da boa-fé, o princípio do respeito à coisa julgada e o princípio de que a ninguém é lícito alegar o próprio erro. c) Tratados Internacionais: Para Resek, tratado é “todo acordo formal concluído entre sujeitos de direito internacional público, é destinado a produzir efeitos jurídicos”. Os tratados internacionais são superiores às leis internas: eles revogam as normas domésticas anteriores que sejam contrárias à sua norma que devem ser observadas pelas futuras. São elaborados com a participação dos Estados, trazendo consigo a força normativa que possuem para regular algumas matérias. 2. Os princípios que regem as relações internacionais estão enumerados no artigo 4º da Constituição Federal: a) independência nacional: é notável com esse princípio que o princípio basilar do Estado brasileiro é a sua soberania. Essa independência nacional inclui o direito de conduzir as atividades dentro dos limites do Estado; b) prevalência dos direitos humanos: com esse princípio, os direitos humanos estão em uma posição hierárquica acima de qualquer outra bem jurídico local; c) autodeterminação dos povos: diz respeito à liberdade de um determinado grupo de definir a forma de se organizar politicamente. Presa pela livre deliberação dos povos a respeito de sua organização como um Estado, ou seja, a escolha da forma de governo, do sistema econômico e a formação cultural. Dessa forma, contribui para a formação de uma identidade nacional, de uma nação e a configuração do Estado em si. d) não-intervenção: divide-se em dois: 1)o de não intervenção em assuntos internos dos outros Estados, respeitando a sua soberania;2)o de afastar ameaças que ponha em risco o desenvolvimento econômico, político, social e cultural do Estado. Logo, tem à idéia de paz perpétua entre os Estados, com base no respeito à integridade territorial e às políticas públicas internas. e) igualdade entre os estados: reafirma os ideais de soberania e autodeterminação dos povos, reitera que os Estados deve se respeitar e levar em conta que todos são iguais nas relações internacionais. Mesmos que sejam os Estados sejam diferentes, a ordem internacional entende que os Estados possuem uma igualdade nos direitos e nas obrigações. f) defesa da paz: tem a finalidade de criar medidas que evitem as ameaças à paz e que reprima atos de agressão ou algo que venha a violar a paz e encontrar uma solução para os conflitos que possam, de alguma forma, perturbar a paz. A paz é um bem universal tutelado pela ordem internacional. A ONU, baseando-se no ideal de Kant sobre a pax perpétua, determinou a proibição ao uso da força, nos termos do artigo 2º, § 4º da Carta de São Francisco. g) solução pacífica dos conflitos: estabelece que a política externa brasileira deve resolver seus conflitos de forma pacífica, excluindo, assim, o uso da força nas relações internacionais. O Tratado de Renúncia à Guerra, estabeleceu a todos os Estados signatários que “todas as mudanças nas suas mútuas relações só devem ser baseadas nos meios pacíficos e realizadas dentro da ordem e da paz”. h) repúdio ao terrorismo e ao racismo: O princípio do repúdio ao racismo diz respeito a buscade promover uma forma de eliminar as formas de discriminação racial. É um meio de buscar a igualdade entre as pessoas. O combate à discriminação é instrumento para promover os direitos fundamentais, principalmente no que concerne à igualdade entre as pessoas. A Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, dispõe que o discriminação racial é: “toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto ou resultado anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública”. O Brasil repudia o terrorismo em favor da paz social e da busca por meios pacíficos para a solução dos conflitos. Sendo assim, o terrorismo é uma ameaça aos direitos humanos e, de certa forma, à segurança do Estado. i) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade: de acordo com a Constituição, o princípio da cooperação entre os povos está ligado ao progresso da humanidade. j) concessão de asilo: O asilo político é um meio utilizado com base no princípio da solidariedade internacional. Com ele, há a proteção da pessoa humana que busca acolhimento ao Estado por vários tipos de motivos, entre eles: perseguições políticas e religiosas. A política externa brasileira dispõe que a concessão de asilo político é competência do presidente da República. k) Formação de uma Comunidade Latino Americana de Nações: entende-se que as relações interestatais têm se desenvolvido com uma maior cooperação entre os Estados. Dessa forma, Brasil vai buscar, de acordo com o parágrafo único do artigo 4º, uma integração econômica maior, política e sociocultural dos povos da América Latina. 3. Antes da promulgação da EC no 45 de 2004, o STF entendia que os Tratados Internacionais tinham status supralegal, entretanto eram infraconstitucional, de modo que, ainda estavam abaixo da Constituição, porém estavam acima das leis ordinárias. Com a promulgação da Emenda Constitucional 45/04, os Tratados Internacionais passarão a serem aprovados por dois turnos em cada casa do Congresso Nacional, com três quintos dos votos, para serem assim, equivalentes às emendas constitucionais, segundo com o § 3o do artigo 5o da ConstituiçãoFederal. Os Tratados incorporados com a sistemática do §3o, por exemplo, foram o Tratado de Marraquexe, incorporado em 2018 e a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi incorporado em 2009. A teoria da supralegalidade dos Tratados de Direitos Humanos, defendida pelo Ministro Gilmar Mendes, sustenta que os Tratados de Direitos Humanos, tanto posteriores quantos anteriores à Emenda Constitucional 45/04, caso não forem aprovados com os requisitos presentes na EC, deveriam ser tratados com uma norma supralegal, pois o seu conteúdo possui compatibilidade com os direitos e as garantias fundamentais presentes na Constituição Federal. Enquanto os Tratados aprovados, deveriam ter a hierarquia de uma norma constitucional. 4. a) Beligerantes: ocorre quando se verifica uma sublevação da população por meio de movimento armado politicamente organizado, para fins de desmembramento ou de mudança do governo ou de regime vigente, constituindo-se em verdadeira guerra civil. No movimento, se o destaca o fato de que o grupo armado revolucionário detém, sob o domínio, parte do território do Estado. Tem como grande característica a luta armada de grande proporção, a violação das normas constitucionais vigentes no país e, sem contar que possui a finalidade de modificar o sistema político no qual se encontra o Estado em causa. Os Beligerantes, quando realizam atos relativos ao conflito em que estão envolvidos, ficam submetidos ao artigo 3º das quatro Convenções de Genebra de 1949, ao Protocolo II adicional das Convenções de Genebra de 1977, e às demais normas de direito internacional em matéria de conflito bélico. b) Insurgentes: grupos que criam conflitos dentro Estado com a finalidade de modificar o sistema político vigente e reestruturar a ordem constitucional que está em vigor. Eles possuem a pretensão de ter a ascensão do poder, ou seja, tomar o governo. Possui os efeitos mais brandos que os da beligerencia. Podem ter motivos sociais, como o fim do racismo e da discriminação em dado territíro, etc. O seu reconhecimento não cria automaticamente direitos e deveres em favor dos revoltosos, ficando sempre na dependência de uma manifestação formal do Estado. c) movimentos de libertação nacional: são os movimentos que visam a liberdade de um povo. Tiveram início por volta do século XX com o processo de descolonização da África, Ásia, Oceania e da região do Caribe. Geralmente, os grupos que integram são na maioria das vezes indígenas contra um governo racistas ou contra ocupações estrangeiras ilegais. Essa personalidade é limitada na participação da vida internacional ao âmbito estritamente funcional e aos temas correspondentes à sua vocação, por causa da matéria. d) A Soberana Ordem Militar de Malta: Surgiu em 1058 quando mercadores tiveram permissão do Califa para a construção de uma igreja, um convento e um hospital em Jerusalém. O Papa Pascoal II colocou sob a autoridade da Santa Sé, o hospital que seria construído, de modo que garantisse o direito de escolher seus supervisores sem a interferência de outras autoridades. Foi no Tribunal da Cúria de Roma, em 1953, que a Ordem ganhou a natureza de organização religiosa, embora continuasse dependente da Santa Sé, possuía a qualidade de sujeito do Direito Internacional. A Ordem é chefiada por um Grão-Mestre e possui uma Constituição promulgada em 1961. Vale ressaltar, que no artigo 3º “a Ordem é sujeito de direito internacional e exercita as funções soberanas”. As doutrinas têm entendido que a Ordem não possui uma personalidade jurídica e que as suas relações com alguns países são “pseudo relações diplomáticas”. Ela possuía uma dependência da Santa Sé, não se igualando a um Estado Soberano. A imunidade jurisdicional que possui o Grão-Mestre é um ato interno do Estado italiano. 5. a) Jus Cogens:. Segundo o artigo 53 da Convenção de Viena “A norma do jus cogens é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.” Logo, são normas peremptórias imperativas do direito internacional que impõe aos Estados que, essas normas. prevaleçam sobre outras normas. b) Plenos Poderes: De acordo com artigo 2º 1.c da Convenção de Viena sobre os Tratados “‘plenos poderes’ significa um documento expedido pela autoridade competente de um Estado e pelo qual são designadas uma ou várias pessoas para representar o Estado na negociação, adoção ou autenticação do texto de um tratado, para manifestar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato relativo a um tratado”, ou seja, a carta de plenos poderes é uma autorização para que um grupo possa representar o Estado durante uma negociação e que o mesmo possa expressar a sua vontade de fazer parte da tratado. c) Tratado: Segundo o artigo 2º 1.a da Convenção de Viena sobre os Tratados “‘tratado’ significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica;” logo, os tratados configuram-se em acordos bilaterais, de natureza formal, por dois ou de um grupo de sujeitos do direito internacional, que foi formalizada por um texto escrito, que tem o objetivo de produzir efeitos jurídicos no plano internacional. ou seja, é um meio pelo qual sujeitos de direito internacional estipulam direitos e obrigações entre si. 6. As Nações Unidas é uma organização fundada em 1945, após a Segunda Guerra Mundial e atualmente é composta por 193 Estados Membros. Seus propósitos estão indicados no preâmbulo e no artigo 1º da Carta que são: a) preservar as próximas gerações das guerras; b) reafirmar os direitos fundamentais do homem e do cidadão; c) respeitos aos direitos humanos; d) promover o progresso social; e) manter a paz e a segurança internacionais; f) promover o progresso econômico e social; g) reprimir atos de agressão ou outra coisa que fira a paz; h) desenvolver relações amistosas entres os países do globo; i) conseguir cooperação internacional para a resolução de conflitos internacionais; e j) promover a harmonia das ações das nações. Possui os seguintes princípios: boa-fé no cumprimento das obrigações, soluções pacíficas das controvérsias; igualdade soberana entre os membros da ONU; não intervenção em assuntos internos dos países membros; abstenção do uso da força. Segundo o princípio da segurança coletiva mundial, que rege o sistemas das Nações Unidas, dispõe que a paz mundial só pode acontecer se tiver o respeito sobre certos parâmetros de convivência entres os Estados, como por exemplo a proteção aos direitos humanos. A proteção aos direitos humanos, na Carta, é conditio sine qua non para o bem-estar da sociedade mundial. Vale ressaltar que no artigo 103 da referida Carta, há uma cláusula de supremacia, pois estabelece que em casos em que haja conflitos entre as obrigações dos membros, a obrigação da Carta deverão prevalecer. A ONU possui seis órgão para alcançar os objetivos presentes da Carta, esses são: a Assembléia Geral, a Corte Internacional de Justiça, o Conselho de Tutela, o Conselho Econômico e Social e o Conselho de Segurança. O Conselho de Segurança da ONU foi criado em 1945, após o final da Segunda Guerra Mundial, e age em prol da manutenção da paz e a segurança mundiais. Possui a competência para autorizar as sanções econômicas, o envio de missões de paz e o uso da força. É composta por 15 membros, sendo 5 permanentes: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Esses países possuem o direito de veto, isso significa que podem vetar qualquer resolução. Sendo cinco países permanentes, os dez lugares que sobram são rotativos, logo, os países são eleitos, de acordo com sua contribuição para os propósitos da ONU, para um mandatode dois anos. Essa distribuição das vagas remanescentes é regulamentada pela Resolução 1991 de 17 de dezembro de 1963 da Assembléia Geral que acabou por dividir, de forma geográfica, em 4 grupos os Estados: América Latina, África e Ásia, Europa Oriental e Europa Ocidental e “outras potências”. Regulamentada pelo artigo 27 da Carta das Nações Unidas, cada membro tem direito a um voto. Em questões processuais, que não são estabelecidas na carta, são tomadas pelo voto positivo de nove membros, independente se são permanentes ou rotativos, enquanto nas questões que não são processuais, a votação é feita pelo voto positivo de nove membros mas são excluídos os votos positivos dos países permanentes. é importante lembrar que, o veto dos países permanentes só pode ser usado quando o país membro não concordar totalmente com a decisão. Ainda sobre o veto dos países permanentes, há uma crítica sobre ele por motivos de ir contra a igualdade entre os direitos dos os Estado-membros, pois os mesmos ficam dependentes, em uma situação de conflito internacional, do que for decidido por cinco Estados. Em contrapartida, casos os Estados-membros possuíssem funções iguais dentro do Conselho, as decisões seriam mais lentas e não tão eficazes.. Vale ressaltar que o Conselho de Segurança da ONU é o único órgão pertencente às Nações Unidas que possui o poder de tomar decisões mandatórias, nos termos no artigo 25 da Carta das Nações Unidas. 7. O Tribunal Penal Internacional para a Bósnia (antiga Iugoslávia), foi sediado em Haia nos Países Baixos, e foi criado com o objetivo exclusivo de julgar os indivíduos responsáveis pelos atos de violações do Direito Humanitário Internacional que ocorreram no território onde era a Iugoslávia durante o período do dia 1º de janeiro de 1991 até a uma data que depois seria determinada, depois de alcançada a paz, pelo Conselho de Segurança. De acordo com a Resolução 827 de 1993, a Corte era formada por quatro câmaras, três sendo de primeira instância e uma com a função de ser recursal. As câmaras possuíam 16 juízes, os quais sete eram distribuídos para a câmara recursal e os outros nove seriam distribuídos entre as três câmaras de primeira instância. Ainda de acordo com a Resolução, o Tribunal tinha competência para julgar infrações graves às Convenções de Genebra de 1949, genocídios, crimes contra a humanidade e as violações às leis e costumes de guerra. Até o momento do encerramento das suas atividades em 2017, o tribunal condenou 90 indivíduos e 161 foram indicados, entre eles o Slobodan Milosevic, um ex-dirigente sérvio que foi indicado por genocídio e por crimes contra a humanidade. Dessa forma, o Tribunal Penal Internacional da ex-Iugoslávia, ajudou no desenvolvimento do direito humanitário, em decorrência do que fez durante seu período ativo como por exemplo, determinar que a perseguição e a escravidão são crimes contra humanidade, bem como, passou a punir a violência sexual em tempo de guerra, servindo de inspiração para o Tribunal Penal para Ruanda. O Tribunal Penal Internacional para Ruanda, sediado em Arusha na Tanzânia, foi criado em 8 de novembro de 1994, com o objetivo de julgar os acusados de cometer o crime de genocídio no país, a partir da resolução nº 955 da ONU. Os crimes que são de competência deste Tribunal, são os que vão contra a humanidade e os crimes de guerra que ocorreram durante 1º de janeiro de 1994 atè o dia 31 de dezembro do mesmo ano. Vale ressaltar que incluíam também, as violações ao Direito Humanitário Internacional que ocorreram em Ruanda. A Corte é formada por três órgãos: a Câmara de Apelação, julgamento em segunda instância, em que ficam ordenados os juízes; as Câmaras de Julgamento, que é o julgamento em primeira instância; a Promotoria, responsável pelas investigações e pelas acusações, e a Secretaria, que dar apoio administrativo e jurídico às Câmaras e à Promotoria. Como é um tribunal ad hoc, exerce apenas a jurisdição determinada em um tempo definido e que possui uma finalidade específica. A sua base material se apoia : na Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio (1948), as quatro Convenções de Genebra de 1949 e seus Três Protocolos Adicionais. O primeiro caso julgado pelo Tribunal foi o de Caso Akayesu. Jean Paul Akayesu era burgomestre da Comuna de Taba entre 1993 e 1994 e foi acusado de diversos atos de estupro que ocorreram em Taba durante o período que tinha autoridade. O julgamento durou 60 dias e teve 50 testemunhas de acusação e 13 de defesa. Dos 15 crimes que foi acusado, Akayesu foi absolvido de 6 e culpado pelas outras 9 restantes. Dessa forma, a Câmara sentenciou à prisão perpétua.
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