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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA PROF. DR. CLEYTON MONTE Geanderson Sousa de Moura - 475206 Mateus Motta Cordeiro - 476128 Maria Alice Alves de Araújo - 471935 Patrick Kelton Sousa Silva - 477850 Rodrigo Alves de Lima - 473048 Thais Vitoria Sousa Gomes - 475048 Victória Maria Dias Lima - 475973 Sociologia e Geografia A sociologia e a geografia são ciências que, inegavelmente, andam lado a lado. Haja visto que muitos aspectos geográficos passam por adaptações advindas da sociedade, foi-se criada uma área dentro dos estudos geográficos nomeada ‘’geografia social’’. Esta área da geografia é conhecida por ser a parte responsável pelo estudo dos elementos sociais em geral; tais como, povos, regiões, culturas, religiões, conflitos e etc. Termo este que foi designado há mais ou menos 100 anos na França quando estudantes de geografia do País europeu começaram a ter um olhar mais social em relação à disciplina. Naquela época, a vertente da geografia predominante era a Geografia Radical, que utilizavam os estudos de Marx como base para debater as classes e os fenômenos sociais. Em resumo, esses grupos estudavam os motivos de porque determinados locais, cidades e países possuírem maior concentração de pessoas pobres, e/ou pessoas negras, como se tais áreas fossem reservadas aos mesmos. Também debatia-se a desigualdade em escala mundial, perguntavam-se porque países africanos não possuíam recursos econômicos para se manter, enquanto em países ditos de primeiro mundo havia abundância nos recursos que, muitas vezes, chegavam a ser desperdiçados. Atualmente, a geografia social deixou de se limitar às ideias marxistas, de conceitos que possuíam basicamente um teor mais econômico e passou a adotar uma visão mais humanista, levantando debates sobre problemas que, apesar de antigos, ainda estão presentes no nosso cotidiano. Problemáticas tais como, o racismo, a homofobia e o machismo, ou seja, todo tipo de luta emancipatória social, agora são passíveis de debate dentro da geografia social. Trazendo um pouco para a nossa realidade, podemos ver um exemplo nítido de como a geografia e a sociologia andam de “mãos dadas” no nosso cotidiano. Por exemplo, no bairro Benfica, em Fortaleza, temos uma grande concentração de jovens, devido a Universidade Federal que ali se situa, e isso faz com que todo o espaço geográfico ao redor da universidade se adapte, então nos arredores encontramos Lan Houses, pontos para impressão, muitos bares, lanchonetes e até um shopping, tudo geograficamente pensado para servir aquela parte da sociedade que rotineiramente passa por ali. Sociologia Ambiental, Desenvolvimento Sustentável e Geografia As discussões acerca do desenvolvimento sustentável e de preservação do meio ambiente também estão estreitamente ligados ao campo de estudo da demografia (área da geografia), o economista e sociólogo Thomas Robert Malthus (1766 - 1834) defende na sua obra “Ensaio Sobre O Princípio da População) que a população mundial cresceria descontroladamente e superaria a produção de alimentos, o que causaria acentuada desigualdade social e extrema pobreza. A solução apontada pelo sociólogo seria o controle da natalidade por um viés conservador religioso. Cabe ressaltar que a teoria criada por Malthus refletia a sociedade a sua época, sem influência da revolução industrial, que dinamizou o processo de produção, consumo e consolidou o sistema capitalista. Os críticos do desenvolvimento sustentável tentam passar a imagem de que a preservação da natureza compromete o progresso da sociedade. Na verdade, o desenvolvimento sustentável é antes de tudo, uma nova forma de se pensar e promover o desenvolvimento, entendendo que os recursos naturais são finitos, e que se esses recursos forem de melhor forma trabalhados, podem ser melhor aproveitados, e consequentemente promover mais desenvolvimento. As metrópoles brasileiras apresentaram um rápido crescimento urbano no século passado. Este crescimento que foi desordenado obedeceu às novas relações sociais que se colocavam. Era necessário mão de obra barata para alimentar a indústria e os serviços. Apesar disso, a economia brasileira e sua natural instabilidade não consolidou redução de desigualdades sociais. A falta de acesso a água e saneamento é característica nas favelas brasileiras. O descarte incorreto do lixo e do esgoto nesses locais causa problemas ambientais a curto prazo para essas populações. Enchentes, animais e insetos vetores de doenças. Apesar de essa população ser a mais afetada a curto prazo pelos problemas causados pelo desequilíbrio ambiental, este não é um problema a ser tratado com prioridade por elas pois não tiveram uma educação ambiental formal. Sociologia e Vida Pessoal e Familiar A Sociologia tem como principal definição o estudo da sociedade, padrões e relações sociais, buscando compreender como o indivíduo se desenvolve e se encaixa no âmbito social. Dessa forma, a influência da Sociologia na vida pessoal dos seres humanos é de suma importância. Partindo da compreensão da importância da sociologia no estudo das relações sociais e que o ser humano é um ser social, deve-se atentar para a importância da “instituição família” na construção dos indivíduos, uma vez que a primeira interação, a “determinação” de papéis sociais e as habilidades de socialização são primeiramente desenvolvidos e aprimorados com a família. O indivíduo a partir de suas interações familiares irá desenvolver hábitos, valores, tabus, traumas e etc. Sendo assim, compreender o papel da família é fundamental para entender não somente as particularidades dos indivíduos como também as formas de comportamento das sociedades ao longo dos tempos. Para além de meras vínculos biológicos, ao longo da história da humanidade a família deixou de ter apenas papel reprodutivo e de sobrevivência, ao passar dos anos os grupos familiares tornaram-se fenômenos sociais. Durkheim no seu conceito de fato social abarca também a família, fenômeno este que é geral, exterior e coercitivo, uma vez que é uma instituição socialmente aceita - não somente aceita, mas imposta e extremamente reproduzida -, existe muito anteriormente ao que entendemos hoje enquanto sociedade e coercitiva - visto que crescemos em estruturas familiares e aqueles que fogem ao padrão de família (como mães solo, casais homossexuais e outras minorias) ou sequer querem formar famílias são vistos como “anormais”. Ademais, pode-se citar também Zygmut Bauman, o sociólogo é um dos que estuda as interações humanas, ou seja, as novas formas de se relacionar entre os indivíduos. Sua análise sobre o assunto está proposta em seus conceitos mais conhecidos: amor líquido e modernidade líquida, conceitos estes relacionados a efemeridade das relações modernas, segundo o autor polonês o individualismo tem como consequência a fragilidade entre os vínculos humanos. Estudos como os dele, contribuem com as reflexões sobre o estado em que o mundo moderno se encontra, dado a isso a tecnologia aparece como um grande fato para o estudo dessas relações tanto referente ao consumismo material quanto às relações criadas através da internet, onde o modo de comunicação é instantâneo. Dentro do âmbito familiar é deveras conflituoso, indivíduos centrados apenas em si mesmo, com diversos tipos de relacionamentos no "mundo online" e tornando cada vez mais escassas as relações reais em comunicação com familiares e tornando corriqueira as relações efêmeras. Portanto, evidenciando seres egoístas, que buscam por apenas por realizações individuais e ligados a vínculos frágeis. A Formação Cidadã A datar de a antiguidade grega, se tem a preocupação com a necessidade da formação das pessoas, para que elas pudessem participar plenamente do governo da pólis, e que através do processo educativo fosse transmitido os conhecimentos, atitudes e habilidade que se julgava que todo cidadãodeveria ter consigo. Nesta era contemporânea essa construção social não deixou de ser usada, a formação dessas pessoas ainda têm como base principal a educação e tendo seu diretório o governo, é desde o primeiro ano frequentando a instituição de educação a pessoa tem seu desenvolvimento como cidadão, com a convivência coletiva vem se criando o consciente sobre o social e sociedade, essa vivência com várias pessoas proporciona o encontro e diálogo de vários tipos de pessoas ,várias origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias, costumes, hábitos e valores, fazendo dessa diversidade um campo privilegiado da experiência educativa, lhe dando assim um leque de oportunidades para se achar e se desenvolver, ao decorrer do tempo notasse toda uma construção religiosa, social e política. Apenas em 1948, com a Declaração universal dos direitos humanos que foi compreendido cidadão sem nenhuma distinção por gênero, cor de pele, religião, teoricamente, porque mesmo com isso até nos dias de hoje a “ minoria é tratada com diferença e exclusão, no qual até mesmo o presidente evidência isso em seus discursos, por isso são criadas as leis, para que todo cidadão tenha vida plena, para deixar isso mais claro , podemos dividir os direitos em três, direitos civis (liberdade de pensamento, religiosa, de ir e vir), direitos políticos (voto, participar de partidos políticos, protesto, sindicatos) e direitos sociais (educação, saúde, transporte público, etc). A formação de cidadão dado pelo governo com leis e direitos, direitos esses que não foram dados, por trás de tudo isso houve bastante luta para que fossem conquistados, direitos básicos como o direito de ir e vir, alimentação, moradia, educação, etc. Portanto, a sociologia surge como um instrumento de promoção e constituição da cidadania, no qual a estruturação do ser social é promovida por reflexões dos acontecimentos sociais que os cercam. Segundo Durkheim, a formação de uma sociedade não é resultante apenas pela soma dos indivíduos e sim pela fusão de consciências individuais que, consequentemente, resultam na consciência coletiva, ou seja, as reflexões obtidas por meio de vários embasamento, possibilita o indivíduo desenvolver e reconhecer-se como um sujeito político de transformação social, desempenhando o seu papel de cidadão. REFERÊNCIAS BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Editora Schwarcz-Companhia das Letras, 2004. BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro, 2001. DAMIANI, Amélia. População e Geografia. 7. ed. São Paulo: Contexto, 1991. ISBN 85-85134-97-6. Durkheim , Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Editora Nacional, 1977. MAIOR, Heraldo Pessoa S. Durkheim e a família: da “introdução à sociologia da família” à “família conjugal”. Revista Anthropológicas, v. 16, n. 1, 2005.
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