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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA DISCIPLINA DE GEOGRAFIA AGRÁRIA PROFESSOR DR. FRANCISCO AMARO GOMES DE ALENCAR PATRICK KELTON SOUSA SILVA RESUMO CRÍTICO: A origem da formação inicial do Brasil tem origem nos vetores de bandeirismo e no grande aumento da criação de gados. Estes dois vetores vão encontrar-se no planalto central e assim cristalizar a matriz do arranjo da formação espacial que hoje conhecemos. O foco do bandeirismo é a expansão em São Vicente, avançando em direção as quatros direções do país, o litoral sul; o sudoeste; o oeste e noroeste; e o nordeste.A inspiração real dos bandeirantes apesar de usarem toda repressão, deixando inúmeras marcas em todos os locais em que passaram, sua inspiração é a descoberta de minas de ouro e prata, , com O destino de cumprir na Colônia a política do metalismo que norteia todo o empreendimento colonial de Espanha e Portugal neste momento. O bandeirismo ainda dura por vários anos com a descoberta das minas de ouro e diamantes em Minas Gerais, até que acaba. Com o grande sucesso e a expansão da economia açucareira, estimula assim uma grande demanda de trabalho escravo para a colônia.o apresamento e venda de índios como escravos é o que motiva os bandeirantes em todos os seus movimentos de incursão pelo hinterland, não respeitando o marco legal do Tratado de Tordesilhas, pelo qual o domínio colonial português pouco vai além da faixa estreita do litoral do Atlântico. Uma sequência de conflitos atravessa a história das relações de bandeirantes e a região missioneira, que leva, por fim, à dissolução e dispersão das comunidades em 1768, quando são extintas. Mas também são grandes atrativos as aldeias espalhadas pela imensidão dos sertões do Centro-Oeste e da Amazônia, focos preferidos da ação de apresamento para muitas tropas de bandeirantes por seu menor poder de resistência e coincidir com a possibilidade de descoberta de metais preciosos, unindo apresamento e descoberta num só movimento. Sendo derrotados várias vezes por negros e escravos organizados em quilombos(onde Palmares que virou síbolo de resistências até os dias de hoje) batalhas diretas, a elite açucareira convoca ajuda do capitã´-de-guerra Domingos Jorge Velho, se dedicando em séries de confrontos que termina com a morte de Zumbi Dos Palmares em 1695, com essa derrota, se encerra um período de revoltas de escravos no Nordeste.Os quilombos e as missões jesuíticas (que utilizava o discurso de doutrinação para disseminação da fé cristã protegiam inúmeros negros e indigenas de serem escravizados)são contrarios do modelo que Portugual instituiu na colônia, são ambas modelos comunitários de sociedade que se contrapõem ao modelo escravista.Essas organizações resistiram por anos Palmaresdurante 98 anos e as missões 158 anos, desaparecem na segunda fase da formação espacial brasileira quase ao mesmo tempo e pelas mesmas mãos.Houve também inúmeras rebeliões indígenas, algumas com estrutura de organização, como a confederação dos Tamoios e a revolta de Ajuricaba. As do gado se propagam contrário ao vetor bandeirante. Seu ponto de origem é a região açucareira da Zona da Mata, com ponto de referência em Pernambuco, de onde, na forma de ondas, a pecuária bovina avança rumo aos limites ocidentais do sertão nordestino no Piauí e Ceará, na direção oeste, e aos limites do planalto central, através da calha do rio São Francisco, na direção sul. Ambos os movimentos de expansão forçam o deslocamento das fronteira formais do tratado de tordesilha, ignorando os limites legais, forjando o domínio que o tratado de Madrid, de 1730, irá consagrar como o novo recorte de fronteira das colônias de Portugal e da Espanha, riscando praticamente o desenho do mapa do território brasileiro que é hoje. As grandes paisagens, que a discrição da história paciente e incansavelmente vai desenhando, são frutos da nossa evolução em seis grandes ciclos de espaço-tempo, essas ciclos podem discorrer a história do brasil, cada possível momentos histórico, seus conflitos e seus rastros doloroso deixados a seus habitantes (ou não habitantes originalizados naquele espaço)pau-brasil, cana-de-açúcar, mineração, gado, borracha e café. O primeiro ciclo é o do pau-brasil que inicia a história da formação espacial, tem por domínio de abrangência a estreita faixa da franja costeira da mata atlântica do Rio Grande Do Norte ao norte do Rio de Janeiro.A extração do Pau-brasil, era uma madeira de seiva vermelha, que tinha uma coloração vermelha, era enviada para a Europa para produção de corante que servia na tintura das roupas reais da coroa. Na localidade das extrações dá inicio a instalações das feitorias. Entretanto, só começa todo o processo de ocupação da colônia no ciclo da cana-de-açúcar no qual eles são ameaçados de terem suas terras tomadas por outros colonizadores rivais,se instalam na zona da mata nordestina em 1532,com o tempo se multiplicando por novas áreas, principalmente no norte do Estado do Rio De Janeiro e em São Vicente. O ciclo da cana institui a sociedade agrária como modelo de sociedade no Brasil, diferentemente da política de ocupação espanhola, que, por encontrar de imediato as minas de ouro e prata que representavam a ambição colonial das metrópoles,institui como modelo uma sociedade mineradora e urbana nas terras da hispanoamérica. No século 18, foi encontrado o ouro e os diamantes que foi esperado desde o início, assim, iniciando o ciclo da mineração, que transfere o centro da população do litoral para o interior instalando-o nas áreas ricas de mineração que se multiplicam pelos planaltos central e mineiro, e troca o caráter agrário pelo mineiro-urbano da formação colonial.O ciclo de mineração se encerra precocemente( dura menos de um século) e devolve o centro para os núcleos açucareiros do litoral. No final do século XVIII é iniciado o ciclo da borracha, no qual faziam a extração na região de florestas do Amazonas, sendo o extrativismo como modo de vida dominante. Um novo ciclo reorganiza a economia regional como um todo, esse novo ciclo da borracha cria um novo modo de vida, atraindo imigrantes, principalmente do sertão que estão sendo nesse período assolados pela seca, essa crise hídrica no sertão. O café é o último dos ciclos, com sua localização principal em São Paulo. Esse ciclo sustenta e faz inúmeras transições da colônia para indepedência, da escravidão para o capitalismo, e da monarquia para a república, assim antecipando várias transformações sociais e ocorrerá grande transformação com o advento da industralização e urbanização do país.É nesse longo período dos ciclos que se implanta o modelo de sociedade brasileira como uma sociedade concentradora e excludente, levantando uma sequência de movimentos insurrecionais, voltados para o propósito de experimentar um modelo comunitário de sociedade, em contraposição ao modelo escravista, latifundiário e monocultor dominante. Diferenciam-se a fase pré e a fase inicial da indústria da formação espacial do país agora em formação. A industrialização do país tem sua melhora na troca do modelo de para " para fora" para o de economia de dentro do território nacional.Até nos anos 50 a indústria usa em seu crescimento a economia de produção regional para fora, crescendo com o consumo de suas divisas, na forma de importação de matérias-primas e equipamentos para indústrias iniciais. De Modo que esse é um período dominado por grandes conflitos, não mais do tipo dos confrontamentos de modelos comunitário latifundiário do passado, mas aqueles advindos dos reordenamentos, tendo lugar conflitos de ordem rural,urbana e regional.Nestes conflitos rurais entre grandes proprietários e camponeses ao que se trata de reforma agrária.Resultantes do período de colonização, a grande concentração de terras nas mão de pouquíssimas pessoas de herança de um período cruel da história, assim, dando continuidade para a desigualdade em que poucos têm muito e muitos têm pouco ou quase nada ou nada, agora é questionada por um campesinato que começaa ser expulso do campo por conta das mudanças com que a agropecuária responde às demandas urbanas e da industrialização, reagindo ao campesinato com a pressão pela partilha e redistribuição mais equânime da propriedade rural, que equilibre as relações no campo e modernize socialmente as relações agrárias. A resposta desses confrontos não vem, no entanto, pelo viés das reformas, mas de uma reordenação espacial, que orienta o desenvolvimento na linha de uma modernização conservadora.A política dos grandes projetos, estratégia de desconcentração industrial, coincide com essa fase de aceleração da modernização agrícola. Consiste essa política em transferir para o arco de periferia do paí s as indústrias de bens intermediários, implementando-as na forma de grandes pólos minero-industriais, muitos dos quais vão instalar-se nas áreas da fronteira agrícola, a exemplo do pólo Grande Carajás, um enorme centro mínero-florestal- siderúrgico instalado na província ferrífera de Carajás, no Sudeste do Pará, voltado para a produção de lingotes de ferro para exportação, apoiado em alto consumo de lenha extraída da floresta amazônica. Referência Bibliográfica: MOREIRA, Ruy. SOCIEDADE E ESPAÇO NO BRASIL (AS FASES DA FORMAÇÃO ESPACIAL BRASILEIRA: HEGEMONIAS E CONFLITOS). BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA, BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA, 2005.
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