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13
Índice 
1.	Introdução	3
2.	Objecto de Estudo	4
3.	Problematização	5
4.	Hipóteses	5
5.	Objectivos	6
6.	Justificativa	6
7.	Metodologia	7
8.	Revisão da literatura	8
9.	Referencial teórico	14
10.	Bibliografia	15
Titulo - História Local: A importância da Historia Local no Processo de Ensino Aprendizagem de Historia no Ensino Secundário (8ª a 10ª) classes, na Escola Secundaria Josina Machel de Belane. (2013- 2018)
1
Introdução
O presente projecto debruça-se sobre a importância da História Local no processo de ensino e aprendizagem se enquadra no âmbito das reformas políticas do sector da Educação com vista a reflectir sobre a inclusão dos saberes locais no estudo da História em geral.
O ensino de história local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador / educando / sociedade e o meio em que vivem e actuam.
Nessa perspectiva, o ensino - aprendizagem da História Local configura-se como um espaço-tempo de reflexão crítica acerca da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de construção das identidades destes sujeitos e de seus grupos de pertença.
O ensino de História Local ganha significado e importância no ensino fundamental, exactamente pela possibilidade de introduzir a formação de um raciocínio de história que contemple não só indivíduo, mas a colectividade, apresentando as relações sociais que ali se estabelecem na realidade mais próxima.
A História Local possibilita a compreensão do entorno do aluno, identificando passado e presente nos vários espaços de convivência. Essa temática permite que o professor parta das histórias individuais e dos grupos, inserindo o aluno em contextos mais amplos. Com a abordagem da História Local os alunos passam gradativamente a observar e perceber o significado de outras matérias construídas no passado; a compreender que as realidades históricas de determinada localidade e de seus habitantes no tempo não se dão isoladas do mundo, mas como parte do processo histórico em que populações locais constroem suas identidades culturais e sociais; que estas identidades são diversas, mas todas merecem respeito.
A História aparece como uma disciplina onde se opera uma concentração ideológica e a necessidade da representação social temporal considerada quer pela reflexão das representações do historiador na reconstituição compreensiva da historicidade por ele operada, quer ainda por ser local de atribuição das representações colectivas, constituintes das identidades nacionais.
A necessidade da revalorização da História Local no currículo escolar ou nacional por um lado deve-se a questão do respeito pela identidade cultural dos povos, em termos de língua, poder político e suas tradições. Por outro lado a história nacional de um país não pode descer às particularizações e aos pormenores que são da história local, daí que o gosto pela História Nacional permite o gosto pela História Local. Todavia, o conhecimento da História Local é indispensável na construção da História Nacional pois este permite resgatar e integrar conteúdos e as praticas locais nos programas de ensino, com intuito de revitalizar as praticas, atitudes, habilidades e experiências e dinamizar o processo de ensino e aprendizagem, ligando a Escola com a comunidade. 
Paralelamente a esta situação a História Local deve ser considerada como sendo a mestra da vida pois para se chegar a uma concepção tipicamente positiva da história deve se recorrer à compreensão do valor dos factos pelo estabelecimento de relações entre causas e efeitos, para além da associação dos acontecimentos históricos aos seus determinantes e às suas consequências e pela sua sequência histórica. É neste âmbito de coexistência entre a História Local e a História Nacional, que o Ministério de Educação e Cultura (MEC) e o Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação (INDE), em 2004 introduziram no país uma componente denominada “Currículo Local”, cujos conteúdos provém da cultura local, numa proporção de 20%, razão pela qual o trabalho visa analisar a importância da História Local debruçando concretamente sobre História local Escola Primária do 1º e 2º graus de Belane, no período que vai desde 2009 a 2017. Perante esta realidade viu -se a necessidade de trazer à tona o estudo sobre importância da História local no processo de ensino e aprendizagem (PEA).
1. Objecto de Estudo
Escola Primária do 1º e 2º grau de Belane -Sede
2. Problematização
A Educação moçambicana foi e é uma construção identitária, pois o objectivo é de formar indivíduos partindo da História Local ou da História Nacional só que a nível nacional numa primeira fase a História Local era renegada apesar desta, apresentar traços legítimos da moçambicanidade e se via suplantada pela identidade universal.
Com a introdução do Currículo Local no Ensino Básico, criou-se oportunidade institucional para um resgate das diversas culturas de Moçambique, no sentido de facilitar a execução das actividades que permitam ao aluno resolver seus problemas educacionais do dia-a-dia, recorrendo aos seus saberes locais geralmente aceites na comunidade onde a escola encontra-se inserida. 
O Currículo introduzido em 1983, discutia cabalmente a questão da História Local na perspectiva de círculos de interesses e este concebia a História Local como elo de ligação entre a Escola e a Comunidade e não como resgate dos saberes localizados nas culturas locais para a escola. 
O Currículo Local introduzido actualmente, apesar de estabelecer uma simbiose entre a História Local e a História Nacional, enraizada na cultura e no sujeito, até hoje ainda não criou espaço adequado no país para se expor dentro da educação formal porque esta continua a ser excluída e desvalorizada em relação aos saberes da História Nacional e em alguns casos, no que tange aos elementos da História Local, menos atenção se presta por parte dos professores pela exigência de muito tempo de pesquisa e sistematização para além de não haver ainda uma longa experiência no tratamento de assuntos locais o que exige destes um tipo de conhecimento e competências pedagógicas, mas sobretudo de rudimentos de pesquisa que muitos não têm, quebrando dessa forma as normas e tradições existentes a nível local. Face a esta problemática surge a necessidade de formular a seguinte pergunta de partida: Até que ponto a introdução da História Local contribui no Processo de Ensino Aprendizagem na escola primária de Belane Sede?
Hipóteses	
Pressupõe-se que a introdução da História Local contribui no Processo de Ensino Aprendizagem na Escola Primária de Belane na medida que história local ajuda a recuperar elementos como a “tríade história – memória – identidade, identificando a chave da compreensão e de deslocamento da escala de noção com categoria privilegiada das produções historiográficas académicas e didáctica", e permitindo uma reflexão sobre o local, unidade próxima e contígua, historiando e a problematizar o sentido de suas identidades, relacionando-se com o mundo de forma crítica, mudando, ou não, como sujeitos, a própria vida."
E também o estudo histórico desempenha um papel importante, na medida em que contempla, pesquisa e reflexão da relação construída socialmente e da relação estabelecida entre indivíduo, grupo e o mundo social. Nesse sentido, o ensino de História poderá fazer escolha pedagógica capaz de possibilitar ao aluno refletir sobre seus valores e suas práticas cotidianas e relacioná-los com a problemática histórica inerente ao seu grupo de convívio, à sua localidade, à sua região e à sociedade nacional e mundial.
A construção de noções modifica a maneira como o aluno compreende os elementos do mundo e as relações que esses elementos estabelecem entre si, na medida em que o ensino de História lhe possibilita construir noções, proporcionando mudanças no seu modo de entender a si mesmo, entender os outros, as relações sociais e a própria História.
Tem sido comum em propostas curricularese em algumas produções didáticas introduzir a “História do Cotidiano”, opção esta que não é recente. A associação entre cotidiano e história de vida dos alunos possibilita contextualizar essa vivência individual a uma história coletiva.
3. Objectivos
5.1. Geral
Compreender a Importância da História Local no processo de ensino e aprendizagem na escola Primária de Belane - Sede 
5.2. Específicos
· Indicar o quadro natural da escola primária de Belane Sede;
· Contextualizar a Historia local;
· Diferenciar o papel da História Local e o processo de ensino e aprendizagem; 
· Explicar Importância da História Local no processo de ensino e aprendizagem na Escola primária de Belane.
6. Justificativa
6.1. justificativa subjectiva
A razão da escolha do tema deve-se ao facto de ser estudante de História e futuro professor da disciplina de História, e também por ser um tema que está enquadrado nas linhas de pesquisa da Universidade Pedagógica de Moçambique sobre História de Educação em Moçambique. Assim, achou-se que desenvolvendo o tema, poderá despertar interesse do estudo à comunidade académica em formação profissional na área de docência em História. Como também fazer uma abordagem sobre a importância da história local na Escola Primaria do 1º e 2º grau de Belane. Entretanto pretendo que ao concluir o ensino superior, eu tenha adquirido conhecimentos, habilidades e valores que me permita uma inserção efectiva na comunidade e na sociedade em geral, ser criativo isto é, capaz de se questionar sobre a realidade de modo a intervir sobre ela em benefício próprio e da comunidade.
Portanto espera – se que o presente trabalho venha a contribuir para a sociedade em geral, e para os professores em particular. E que o mesmo possa levantar debates e que sirva de bases de pesquisas. Espera - se também que o trabalho possa vir a servir como ficha de leitura para a sociedade académica e pessoas que procuram informar-se sobre o assunto.
6.2. Justificativa objectiva 
O tema em pesquisa já foi abordado por vários autores tais como: BURKE, Peter. Abertura: A nova história, seu passado e seu futuro. In: A Escrita da História: novas perspectivas /Peter Burke (org.). São Paulo: Editora da UNESP. 1992; BARROS, José D’Assunção. O campo da história: especialidades e abordagens. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004; GOUBERT, P. História Local. Revista Arrabaldes: por uma história democrática, Rio de Janeiro, n. 1, maio/ago. 1988.
7. Metodologia
		Para a efectivação do presente estudo tornou-se importante definir a metodologia e as técnicas de recolha e tratamento da informação recolhida ao longo da pesquisa. Com vista à materialização dos objectivos previamente definidos, alguns procedimentos metodológicos foram seguidos. A primeira fase da construção desta pesquisa foi à revisão bibliográfica que consistiu na recolha de informações variadas, através da leitura e análise de diversos livros, artigos, jornais, monografias, teses que abordam sobre a história local, com grande enfoque para a importância do currículo local. Nesta fase de recolha de informação bibliográfica optou-se pelo método qualitativo, uma vez que procurou captar a essência da informação e obter a qualidade da mesma, para a análise do tema em estudo. Segundo de Richardson (1999), os estudos que aplicam o método qualitativo descrevem a complexidade do problema de pesquisa, analisam a interacção entre os actores envolvidos, compreendem e classificam processos dinâmicos no meio de grupos sociais. Compreendem as particularidades do comportamento individual, assim como contribuem o processo de mudança de determinado grupo.
		A fase seguinte correspondeu às entrevistas exploratórias que contribuíram para a definição clara do problema, assim como para o esclarecimento sobre a importância do currículo local na escola primária de Belane - Sede
		A terceira fase correspondeu o processo de recolha de informação no campo de pesquisa através de relatórios de actividades, alguns documentos não publicados e através de entrevistas aos professores. Esta fase foi importante para este estudo pelo facto dele trazer novas informações e esclarecer as informações escritas existentes.
		Por fim, a última fase correspondeu a análise e interpretação dos dados obtidos no campo e que permitiram o esclarecimento de vários aspectos que constituíam o problema de pesquisa.	
8. Revisão da literatura
	Neste espaço, são apresentadas reflexões de vários autores, ou seja, as evidências que a literatura existente apresenta em torno da questão da história local sobretudo sobre a importância da História Local no processo de ensino e aprendizagem, embora não exista estudos específicos sobre o assunto referentes ao tema que se pretende estudar. 
Para Ana Maria Carvalho de Oliveira (2003), o estudo de História Local nem sempre teve importância no mundo académico, apenas a partir do final da década de 1980, surgem trabalhos mais sistematizados relacionados ao tema. Isso só foi possível graças a uma nova concepção historiográfica que surgiu na França em 1929, denominada de Nova História. A partir desta nova abordagem historiográfica, passou a existir uma diversificação no conceito de fonte histórica, bem como, uma dinamização no objecto de estudo do pesquisador, como cita a historiadora baiana Ana Maria Carvalho de Oliveira: (...) A Nova Historia, em suas diversas expressões, contribuiu para renovação e ampliação do conhecimento histórico e dos olhares da história, na medida em que foram diversificados os objectos, os problemas e as fontes. A História Regional constitui uma das possibilidades de investigação e de interpretação histórica. (...) Através da História Regional busca-se aflorar o específico, o próprio, o particular. 
Por esta óptica, Raphael Samuel (1990) “História Local e História Oral”, nota-se a importância do estudo da História Local no universo historiográfico, uma vez que ela aproxima o historiador do seu objecto de estudo. A narrativa deixa de ser fundamentada em temas distantes para se incorporar aos fenómenos históricos da região, consequentemente do município. Aquele passado distante, sede espaço para algo mais imediato, como afirma o historiador Rafael Samuel: A História Local requer um tipo de conhecimento diferente daquele focalizado no alto nível de desenvolvimento nacional e dá ao pesquisador uma ideia mais imediata do passado. Ela é encontrada dobrando a esquina e descendo a rua. Ele pode ouvir os seus ecos no mercado, ler a sua grafite nas paredes, seguir suas pegadas nos campos. 
Usando dessa prerrogativa de valorização da História Local, José Ricardo Oriá Fernandes (1995). “Um Lugar na Escola para a História Local”, no espaço académico, nota-se o quanto é importante abordar em sala de aula temas relacionados a essa concepção historiográfica, uma vez que os livros didácticos e módulos privilegiam apenas um tipo de conhecimento histórico, universalizado em temas de História Geral e do Brasil, muitas vezes sem significado para os alunos, “uma história distante de seu tempo presente, de suas experiências de vida, de suas expectativas e desejos”, tornado a aprendizagem algo sem prazer e que não emociona, negando a perspectiva de que história é vida, sendo que a função básica do seu ensino é a construção de cidadãos críticos. Hoje, todos nós sabemos que a finalidade básica do ensino de história na escola é fazer com que o aluno produza uma reflexão de natureza histórica, para que pratique um exercício de reflexão crítica que o encaminhe para outras reflexões, de natureza semelhante, na sua vida e não só na escola. Afinal de contas, a história produz um conhecimento que nenhuma outra ciência produz e nos parece fundamental para a vida do homem – individuo eminentemente histórico. 
Nesse sentido, a proposta de História aqui apresentada, pretende se distanciar da velha narrativa de um passado morto, sem significado para a maioria dos homens e mulheres do presente, porém busca constituir um novo olhar histórico, onde o objecto de estudo se torne dinâmico, problematizador e mais próximo do pesquisador,consequentemente, possibilitando uma verdadeira relação entre o passado e o presente, que proporcione aos estudantes a elaboração de uma concepção critica acerca do mundo em que vive, capaz de suscitar possíveis transformações na sociedade em que estão inseridos.
Maria Schmidt e Marlene Cainelli (2004), “Ensinar história. (Pensamento e Acção no Magistério) ”, refere à proposta pedagógica por sua vez, a História Local ou do “lugar” tem ampliado os estudos e relatos de experiências com esses saberes no espaço escolar sem, contudo, abordar, especificamente, os nexos relacionais com a historiografia que vem sendo produzida. De forma geral, existe o consenso, entre os pesquisadores do ensino, de que “o trabalho com a história local pode produzir a inserção do aluno na comunidade da qual faz parte, criar suas próprias historicidades e identidade” e pode possibilitar a compreensão do “[...] entorno do aluno, identificando o passado sempre presente nos vários espaços de convivência escola, casa, comunidade, trabalho e lazer, e igualmente por situar os problemas significativos da história do presente” Tal perspectiva pedagógica, entretanto, não permite verificar se é extraída dos esforços investigativos da produção de conhecimentos construída pelos historiadores ou daquilo que ela é, enquanto conhecimento produzido com normas e padrões de cientificidade, capaz de explicar do passado socialmente vivido.
De forma intrigante Joaquim Santos (2002) na obra “História do lugar: um método de ensino e pesquisa, para as escolas de nível médio e fundamental. História, Ciências, Saúde”fala, da proposta de ensino que prevê que o professor assuma papel de pesquisador, com o fim de “munir-se de conhecimentos preliminares sobre a história local e a abordagem que adopta de modo a aprofundá-los com a turma, participando com ela da produção desse tipo de conhecimento e da forma de construí-lo” 
A importância dada ao aspecto operacional a essa perspectiva de ensino traz para o centro do debate questões de investigação histórica, os campos de conhecimentos em história e suas relações com o ensino escolar. Isso porque, no ato pedagógico (aparentemente simples) de localizar, seleccionar fontes, por exemplo, cruzam-se vários saberes referentes, quer ao trabalho com o arquivo, quer às técnicas de leitura, à análise e interpretação dessas fontes; acção que suscita debate e investigação, já que exige “seleccionar” com base em critérios teóricos e metodológicos válidos para esse campo de conhecimentos. Essa interdependência de saberes e práticas sugere que é importante desenvolver reflexões que incorporem estudos para além da “justificativa pedagógica” do uso escolar da história local.
Para Ângela Gomes (2000) na sua obra reflexão “teórico metodológico dos historiadores brasileiros: contribuições para pensar a nossa História” diz que é possível afirmar que a história local se redefine no contexto das mudanças historiográficas, as quais trazem para a cena novas temporalidades, o interesse pelo quotidiano e por outros sujeitos históricos decorrentes também da actual aproximação e fértil diálogo da história com a antropologia e a geografia como áreas de conhecimento. Aliás, parece ser exactamente esse diálogo disciplinar que faz com que o historiador possa trabalhar com conceitos de mais de um campo de conhecimento. Mais claramente: o historiador é um profissional do campo das ciências sociais, muito preocupado com a periodização e o movimento constante do tempo num determinado espaço; de forma que “[...] promove uma união muito particular entre saberes disciplinares, bem como uma união entre seu objecto de estudo e os conceitos escolhidos, sob o signo da temporalidade” Para a reflexão sobre o sentido da história local, essa observação é significativamente intrigante, porque, como quer indicar a epígrafe que abre esta discussão, perguntar sobre o que é uma região, um território ou um lugar, na aferição histórica do conceito é ambíguo e depende do conjunto das produções historiográficas realizadas num determinado tempo e espaço.
De acordo com Circe Bettencourt o geógrafo Milton Santos (2004), “Ensino de história: fundamentos e métodos”. Apresentam importantes contribuições para a definição de lugar. Na sua interpretação, “cada lugar tem suas especificidades e precisa ser entendido por meio da série de elementos que o compõe e de suas funções”. Nesse sentido, um dos conceitos básicos e fundamentais a ser mais bem explicitado é a identificação do conceito de espaço no trato com a história local. Esse elemento permite introduzir uma reflexão sobre a localidade no debate historiográfico, tendo como eixo para essa reflexão as mudanças na chamada “História local”. 
Erivaldo Neves, (2002), “História regional e local: fragmentação e recomposição da história na crise da modernidade”. Diz que o questionamento da região, como ideia fixa, passaria pela crítica da História, que participou desta cristalização identitária, pela retirada das fronteiras do espaço historiográfico, porque o nacional e o regional não seriam critérios de validação de uma produção historiográfica, nem referenciais pertinentes para fundar uma epistemologia.
Também Ilmar Mattos (1987), “O tempo Saquarema” ao problematizar o conceito de região, destacou que essa ideia não se restringe aos limites administrativos como os das capitanias, províncias e estados no Brasil (conforme o recorte temporal preferido), nem se referencia no fato de um grupo de indivíduos habitar o mesmo território, porque essas práticas não estabelecem, necessariamente, redes de relações sociais, nem desenvolvem consciência de pertencente a universo comum, embora uma região se firme sobre uma base territorial. Dessa maneira, entende-se que, no curso dessa dinâmica, os conhecimentos históricos da localidade devem estar relacionados, de forma que eles tornam possíveis certas pesquisas em função de conjunturas e problemáticas que dizem respeito às relações sociais que se quer conhecer. Nesse sentido, a história local é entendida aqui como uma modalidade de estudos históricos que, ao operar em diferentes escalas de análises, contribui para a construção de processos interpretativos sobre as diferentes formas de como os atores sociais se constituem historicamente. Ou seja, interessa-se pelos modos de viver, colectivos e individuais, dos sujeitos e grupos sociais situados em espaços que são colectivamente construídos e representados, na contemporaneidade, pelo poder político e económico, sob a forma estrutural de “bairros” e “cidades”.
Esta preliminar definição de história local leva em conta a historicidade do conceito na forma que vem sendo tratado pela historiografia contemporânea. Nesse sentido, toma algumas pistas já anunciadas por Francisco Ribeiro da Silva (2008) no que toca aos objectivos, à metodologia e às ambições teóricas da história da localidade e, no que se refere às reflexões sobre a investigação das cidades, as contribuições de Bernard Lepetit (2001).
INDE (2003) “O Currículo Local no Ensino Básico (Síntese do documento “Estratégias de Implementação do Currículo Local” por sua vez” define currículo local como sendo, uma componente do Currículo Nacional correspondente a 20% do total do tempo previsto para a leccionação de cada disciplina. Esta componente é constituída por conteúdos definidos localmente como sendo relevantes, para a integração da criança na história da sua comunidade. Por sua vez, o ensino dos conteúdos relacionados com o currículo local, abre a possibilidade de inserção do aluno no sistema ocupacional local, onde a escola está inserida, aprendendo normas e valores semelhantes às transmitidas na família.
Porém, a reforma curricular no ensino básico em curso em Moçambique, surge como forma de quebrar com todo tipo de discriminação e desigualdades de acesso, para além de eliminar as barreiras institucionais que se punham contra a progressão das crianças negras vivendo no campo para atingirem níveis superiores de escolaridade pelo que, torna-se importante que o currículo local seja detal forma implementado ao mesmo tempo adaptado às necessidades locais sem, entretanto, fechar a estrada para a progressão escolar das crianças que vivem nas zonas rurais. 
Dali que o autor do trabalho, olha para o currículo local como sendo um instrumento de base para o professor, pois não é uma disciplina à parte, senão um conjunto de conteúdos locais determinados como sendo relevantes para a aprendizagem aplicável nas diferentes disciplinas do Currículo Nacional, sendo uma delas a História. 
INDE (2003) “O Currículo Local no Ensino Básico (Síntese do documento “Estratégias de Implementação do Currículo Loca”l por sua vez, afirma que a legitimação dos saberes locais que a criança irá aprender na escola deve estar a cargo daquilo que se convencionou ser “comunidade” ou das ideias de todos os intervenientes na educação da criança nomeadamente: professores, alunos, líderes e autoridades locais, pais e encarregados de educação, representantes das diferentes instituições (saúde, cultura, agricultura, ambiente, polícia etc.), representantes das diferentes confissões religiosas e organizações comunitárias.
9. Referencial teórico
Como refere Luna (1997) apud Lakatos (1991: 38), a busca de significado dos fenómenos observados, a compreensão e interpretação da realidade em estudo exige a delimitação de um referencial teórico. Sendo assim, neste espaço, nos propusemos a apresentar as teorias que melhor sustentam o estudo que pretendemos desenvolver.
Assim sendo a história local apresenta uma enorme importância para o processo educativo, é necessário que elabore-se uma clara visão e entendimento de seu processo. A formação do educador deve contar, obrigatoriamente, com sua aprendizagem, a fim de que ele tenha inclusive elementos para se indagar, questionar e avaliar enquanto ser social e político, construtor de conhecimento e problematizador de acções reflexivas junto a seus alunos, visto que, as escolas deverão explicitar, em suas propostas curriculares, processos de ensino voltados para as relações com sua comunidade local, regional e planetária, visando à interacção entre a educação fundamental e a vida cidadã; os alunos, ao aprender os conhecimentos e valores da base nacional comum e da parte diversificada, estarão também constituindo suas identidades como cidadãos em processo, capazes de ser protagonistas de acções responsáveis, solidárias e autónomas em relação a si próprios, às suas famílias e às comunidades. 
Portanto como referencial teórico vai basear-se na obra que melhor explica a história local: Mendes (2000) actividade historiográfica de nível local pode diferenciar-se, pelo menos, duas esferas de actuação: por um lado, a história local entendida como "história de escala" e, por outro, a história local concebida como historia de uma localidade, município ou região, com um enquadramento espacial previamente definido e aceite, como tal. Neste último caso, além da geografia, são actores político-administrativos e legais que estão na base da definição a área a estudar.
Quanto ao primeiro conceito - a da história local definida em função a escala -, problemas vários poderão ter que ser solucionados. Em primeiro lugar, o da própria designação: história local ou história regional e/ou local? Neste trabalho, embora usando mais frequentemente expressão "história local", a esta encontra-se subjacente, também, a de história regional".
10. Bibliografia
AMADO, Janaína. História Regional e Local. In: República em Migalhas Marco Zero, São Paulo, 1990.
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BURKE, Peter (org.). A Escrita da História – Novas Perspectivas. São Paulo, UNESP, 1992.
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CALLAI, Helena C. e ZARTH, Paulo Afonso. O Estudo do Município e o Ensino de História e Geografia. Ijui – Rio Grande do Sul, Unijui, 1988.
FERREIRA, Marieta Morais e AMADO, Janaína. Usos e Abusos da História Oral. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 2001.
FERNANDES, José Ricardo Oriá. Um Lugar na Escola para a História Local. Recife: ANPUH (texto mimeografado), 1995.
GOMES, Ângela C. A reflexão teórico- metodológica dos historiadores brasileiros: contribuições para pensar a nossa História. In: GUAZZELLI, César
INDE: O Currículo Local no Ensino Básico (Síntese do documento “Estratégias de Implementação do Currículo Local”). Memo, 02.09.2003 (documento de trabalho distribuído no seminário da Beira), 2003. 
LE GOFF, Jacques. A História Nova. São Paulo, Martins Fontes, 1993.
LEPETIT, Bernard. Por uma nova história urbana – selecção de textos. Apresentação: Heliana Angotti Salgueiro; tradução Cely Arena. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001. 
MATTOS, Ilmar R. de. O tempo Saquarema. São Paulo: Hucitec; Brasília, DF: INL, 1987.
NEVES, Erivaldo F. História regional e local: fragmentação e recomposição da história na crise da modernidade. Salvador: Arcádia, 2002.
SANTOS. Joaquim. J. M. dos. História do lugar: um método de ensino e pesquisa, para as escolas de nível médio e fundamental. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 9, nº 1, pp. 105-124, jan.-abr. 2002.
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