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Acidente ofídico - Tipos de Serpentes

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Julia S.
ACIDENTE OFÍDICO
Introdução
Acidente ofídico ou ofidismo é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação de uma peçonha através do aparelho inoculador (presas) de serpentes. Os acidentes ofídicos em animais de produção ou de companhia representam um problema em todo o mundo, normalmente estando mais relacionados às proximidades rurais, sendo menos comuns em ambientes urbanos, mas com provável subnotificação em ambos os casos.
A ocorrência de acidentes está relacionada ao clima e à atividade mais intensa em trabalhos rurais, sendo que os bovinos e os equinos tendem a ser mais acometidos na boca, língua, região distal dos membros e abdômen, enquanto cães e gatos são mais atacados na região de face (FUNASA, 2001), apresentando diversas manifestações e um quadro clínico que pode se diferenciar a depender do gênero causador do acidente e das características da peçonha.
As mais de 2.500 espécies de serpentes existentes podem ser divididas em dois grupos básicos: as peçonhentas, que são aquelas que possuem a capacidade de inocular seu veneno, e as não peçonhentas. Dentro do grupo das peçonhentas fazem parte quatro gêneros que compreendem inúmeras subespécies, são eles: os gêneros Bothrops e Micrurus encontrados em todo o território nacional, e os gêneros Crotalus, que normalmente se distribui pelas regiões Sul e Sudeste, e Lachesis, mais comum na região Amazônica (AZEVEDO-MARQUES et al., 2003)
Dentre esses 4 gêneros, as maiores causadoras de acidentes são as pertencentes aos grupos Bothrops e Crotalus sendo que, de forma geral, aqueles causados por esse último grupo correspondem aos casos mais graves. Esses gêneros, com exceção do Micrurus, possuem fosseta loreal e dentes inoculadores bem desenvolvidos, o que favorece a maior incidência de acidentes por Bothrops, Crotalus e Lachesis.
Diferença entre veneno e peçonha:
Veneno é qualquer substância de origem vegetal, mineral ou animal que pode trazer algum dano ao organismo se inalado, ingerido ou absorvido. Peçonha é uma substância tóxica, produzida por uma glândula animal especializada, inoculada no tecido por um aparato especializado. Assim, o sapo é considerado um animal venenoso, pois não tem um aparato especializado para inocular o seu veneno. A maioria das serpentes tem glândulas especializadas que produzem peçonha. No Brasil, as serpentes com dentição solenóglifa (cascavéis, jararacas e surucucu picodejaca) e proteróglifas (corais verdadeiros) são serpentes peçonhentas de importância em saúde pública, pois têm aparato especializado eficiente para inocular peçonha, que causa lesões graves no organismo humano. As serpentes com dentição opistóglifa (cobraverde, muçurana, parelheira, corais falsos, correcampo) são serpentes peçonhentas, pois também têm um aparato especializado para inocular peçonha, mas que não tem importância em saúde, pois a peçonha não causa lesões graves nos humanos, apenas em suas presas.
Tipos de serpentes
Peçonhentas x não peçonhentas:
As serpentes peçonhentas possuem presas anteriores, com orifício central ou sulco; fosseta loreal presente (exceto no gênero Micrurus); pupilas em fenda; cabeça destacada do corpo; a cauda afina abruptamente, possuem hábitos noturnos e costumam ser vagarosas. As serpentes não peçonhentas não possuem presas anteriores e fosseta loreal; possuem pupilas circulares; cabeça não destacada do corpo; a cauda afina progressivamente; hábitos diurnos e costumam ser ágeis.
Identificação/morfologia
Fosseta loreal presente: A fosseta loreal, órgão sensorial termorreceptor, é um orifício situado entre o olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de quatro ventas” (fig. 1). Indica com segurança que a serpente é peçonhenta e é encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis. Todas as serpentes destes gêneros são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis situados na porção anterior do maxilar (fig. 2).
A identificação entre os gêneros referidos também pode ser feita pelo tipo de cauda (fig.3).
· Olhar para cauda para diferenciar das 3. 
· Anéis na cauda falam quantas a muda a serpente teve. 
· Para diferenciar Bothrops tem cauda lisa e a Lachesis tem cauda com escamas eriçadas.
Fosseta loreal ausente: As serpentes do gênero Micrurus não apresentam fosseta loreal (fig. 4) e possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na região anterior da boca (fig. 5).
O reconhecimento das cobras venenosas, segundo o gênero, pode tornar-se mais simples utilizando-se o esquema abaixo:
Dentição: Os dentes, incluindo as presas, são repostos por toda a vida do animal. Existem quatro tipos de dentição em ofídios e indicam a presença e posição do dente inoculador:
· Dentição áglifa: os dentes do maxilar são aproximadamente do mesmo tamanho, sólidos e não são especializados para inoculação de peçonha. Não há comunicação dos dentes com a glândula de veneno. São serpentes não peçonhentas, sem importância em saúde pública, da família Boidae (p. ex.: Boa constrictor sp. – jiboia; Eunectes sp. – sucuri) e da maioria das serpentes não peçonhentas da família Colubridae.
Algumas serpentes não peçonhentas, de dentição áglifa, podem produzir saliva tóxica para suas presas. Estas substâncias são ainda menos conhecidas e não se tem ideia do seu uso potencial.
· Dentição opistóglifa: os dentes do maxilar são aproximadamente do mesmo tamanho, mas têm um ou mais pares de dentes maiores inoculadores, na parte posterior, com sulco pelo qual escorre peçonha. São serpentes peçonhentas, pois também têm um aparato especializado para inocular peçonha, mas sem importância em saúde pública, pois a peçonha não causa lesões graves nos humanos, apenas em suas presas (p. ex. Erythrolamprus sp. – falsas corais; Philodryas spp. – cobra verde/parelheira).
· Dentição proteróglifa: o par de dentes inoculadores, pelos quais escorre peçonha, é pequeno, sulcado (semelhante a agulhas hipodérmicas), imóvel e está situado na posição anterior da boca. Este tipo de dentição é característico da família Elapidae (p. ex.: Micrurus sp. – todas as cobras corais verdadeiras) e de mambas, najas e serpentes marinhas. A única que ocorre no Brasil é a coral. São serpentes peçonhentas de importância na área de saúde, pois têm aparato especializado eficiente para inocular peçonha, que causa lesões graves no organismo humano.
· Dentição solenóglifa: os dentes pares anteriores são grandes e ocos, canaliculados e móveis (retratáveis), pelos quais a peçonha escorre. Este tipo de dentição, que é o mais especializado e sofisticado de todos, é característico da família Crotalidae. Exemplo: gêneros Bothrops (jararacas, jararacuçus, urutus, etc.) e Crotalus (cascavéis) e Lachesis muta (surucucu pico-de-jaca). São serpentes peçonhentas de importância na área de saúde, pois têm aparato especializado eficiente para inocular peçonha, que causa lesões graves no organismo humano.
REFERENCIAS
AZEVEDO-MARQUES, M. M.; CUPO, P.; HERING, S. E. Acidentes por animais peçonhentos: serpentes peçonhentas. Medicina, Ribeirão Preto, abr./dez., 2003. Disponível em: <http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/40animais_peconhetos_serpentes.pdf.
BRASIL, Fundação Nacional de Saúde - FUNASA. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2 ed., 2001. Disponível em: <https://www.icict.fiocruz.br/sites/www.icict.fiocruz.br/files/Manual-de-Diagnostico-e-Tratamento-de-Acidentes-porAnimais-Pe--onhentos.pdf>.
PINHO, F. M. O.; PEREIRA, I. D. Ofidismo. Rev Ass Med Brasil, v. 47, n. 1, 2001, p. 24-29. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/ramb/v47n1/a26v47n1.pdf>.

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