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TCC DA GRAFICA

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51
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO
CURSO DE PSICOLOGIA
LORENA CAROLINNE DELGADO ALVES DA SILVA
O COMPORTAMENTO PSICOSSOCIAL NA ERA DAS MÍDIAS DIGITAIS:
 A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS E REDES SOCIAIS NO CONSTRUCTO 
PSICOLÓGICO E SOCIAL
MANAUS
2020
LORENA CAROLINNE DELGADO ALVES DA SILVA
O COMPORTAMENTO PSICOSSOCIAL NA ERA DAS MÍDIAS DIGITAIS: 
A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS E REDES SOCIAIS NO CONSTRUCTO
 PSICOLÓGICO E SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Psicologia do Centro Universitário Fametro como parte do requisito à obtenção de título de Graduação em Psicologia.
Orientador: Júlio Cesar Pinto de Souza
MANAUS
2020
LORENA CAROLINNE DELGADO ALVES DA SILVA
O COMPORTAMENTO PSICOSSOCIAL NA ERA DAS MÍDIAS DIGITAIS: 
A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS E REDES SOCIAIS NO CONSTRUCTO
 PSICOLÓGICO E SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Psicologia do Centro Universitário Fametro como parte do requisito à obtenção de título de Graduação em Psicologia.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Júlio Cesar Pinto de Souza
Orientador
Acima de tudo, agradeço a Deus por mais esta realização.
Dedico aos amores da minha vida por toda a colaboração e paciência durante o desenvolvimento deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Finalizo a graduação com orgulho da realização de vários sonhos neste caminhar, agora fecho um ciclo bem amplo de minha existência quanto mulher, mãe, filha, dona de casa e profissional. Para iniciar um novo caminhar, com uma bagagem rica de aprendizados, amadurecimento de tantas vivências. Prosseguindo em construção, feliz pelas minhas escolhas, meus caminhos tortos e muitos desafios.
Minha gratidão se estende a todos que estiveram em meu caminho neste percurso. Observadora e admiradora de peculiaridades, sigo apaixonada pelas pequenas coisas do dia a dia, que me trouxeram inspiração a cada dia. Ao meu pai e meu irmão que estão sempre comigo, me ajudando de alguma forma. E principalmente a minha mãe que amo muito e que se dedicou sempre a me ajudar em tudo que precisava e me apoiava sempre com suas palavras de força e determinação para não desistir e seguir em frente. As minhas filhas que amo demais, que são os meus motivos pra vencer as minhas dificuldades. 
Agradeço afetuosamente ao apoio e orientação do meu orientador Prof.º Júlio Cesar Pinto de Souza que cresço em admiração por sua persistência, seus saberes, por toda a paciência e disposição me ajudando a enxergar que eu conseguiria e que seria capaz de realizar este trabalho, obrigado pelo apoio.
“A melhor maneira de encontrar seu
cliente é ser encontrado por ele.”
Conrado Adolpho
RESUMO
As mídias e redes sociais estão introduzidas no cotidiano dos usuários por meio das plataformas digitais, a facilidade de acesso permite que um conjunto de comportamentos e emoções altere o modo como o sujeito absorve e constrói para si as características idiossincráticas e subjetivas de sua identidade e cultura. Essa nova tendência de sociedade digital, têm forte impacto no entendimento e, consequentemente, no comportamento do sujeito, assim como, grande poder para definir o modo de vida e sua percepção no ambiente em que está inserido. Objetivos: Discutir os padrões comportamentais que as plataformas digitais desenvolvem na vida dos usuários é fundamental para analisar o comportamento psicossocial e a influência que as mídias e redes sociais desenvolvem no constructo psicológico e social dos usuários. Metodologia: Através de uma revisão bibliográfica sistemática, da leitura e da análise textual de artigos científicos, revistas e publicações, além de trabalhos acadêmicos. Resultados: foram selecionados estudos e pesquisas que descrevem os principais conceitos de mídias e redes sociais e seus impactos no comportamento e nas vivências afetivas dos usuários para que seja possível afirmar as ideias em discussão nos capítulos apresentados neste trabalho e possibilitar por meio dos dados obtidos, compreender os aspectos comportamentais e subjetivos, principalmente, no que tange aos princípios da Saúde Mental, no desencadeamento de transtornos e outras disfunções de aspectos psicológicos e comportamentais relacionadas à influência das mídias e redes sociais digitais na vida dos usuários. Conclusão: As ideias centrais deste trabalho podem ser compreendidas através dos resultados conceituais de cada tópico relacionado nos capítulos do trabalho servindo como um esboço para futuras temáticas e estudos relacionados ao comportamento humano e a subjetividade na prospectiva sociedade digital.
Palavras-chaves: Mídias Sociais, Redes Sociais, Plataformas Digitais, Comportamento, Vivências Afetivas.
ABSTRACT
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
RT - Retweet
OMS - Organização Mundial da Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
RSPH - Royal Society For Public Health
TDAH - transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.
IPq-HCUSP - Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
LISTA DE QUADROS, TABELAS E IMAGENS
Imagem 1: Tempo gasto das mídias sociais no Brasil...............................................18
Quadro 1: Descrições das mídias sociais mais relevantes para a pesquisa..............22
Imagem 2: Redes Sociais mais utilizadas no Brasil...................................................26
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
OBJETIVOS...............................................................................................................13
Objetivo Geral...........................................................................................................13
Objetivos Específicos..............................................................................................13
METODOLOGIA........................................................................................................13
DISCUSSÃO TÉORICA.............................................................................................15
1 A CONTRIBUIÇÃO DAS MÍDIAS E REDES SOCIAIS..........................................15
1.1 A comunicação humana na era digital.............................................................15
1.2 Mídias e redes sociais em plataformas digitais.....................................19 1.2.1 Mídias sociais................................................................................................19 1.2.2 Redes sociais................................................................................................22 1.3 Redes sociais mais populares..................................................................26 1.3.1	Facebook.........................................................................................................26 1.3.2	Twitter..............................................................................................................27 1.3.3	Instagram.........................................................................................................29 1.3.4	Youtube...........................................................................................................29
ASPECTOS NA VIDA DOS USUÁRIOS DE MÍDIAS SOCIAIS: POSITIVOS OU NEGATIVOS?.................................................................................................................31
A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO COMPORTA-MENTO SOCIAL DOS INDIVIDUOS..................................................................................................................37
A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SUBJETIVIDADE E NAS VIVÊNCIAS AFETIVAS DOS INDIVÍDUOS...................................................................................39
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................44
REFERÊNCIAS..........................................................................................................45INTRODUÇÃO
Com o advento das novas tecnologias da informação, houve um aumento na capacidade do indivíduo manter-se informado, assim como, utilizar desses meios para interagir e se comunicar com o ambiente social que está inserido. Em decorrência dessas facilidades, algumas mudanças no padrão do comportamento humano podem ser observadas atualmente, sejam mudanças de caráter emocional, cognitivo, social ou patológico. Essa nova maneira de lidar com a comunicação digital e com as pessoas em geral, abre margens para novas formas de interpretar e interagir com o mundo, principalmente através das plataformas de mídias digitais.
 Ao analisar como esses comportamentos são estimulados pelas mídias e redes sociais digitais, o estudo do comportamento nessa era digital se torna algo fundamental para delinear as possíveis consequências psicológicas que as mídias e redes sociais desenvolvem no comportamento do sujeito, e consequentemente, se estabelecem sobre reflexos e mudanças também na sociedade. 
 Seja sob aspectos “negativos” ou “positivos” analisar sobre o contexto de comportamento e subjetividade as mudanças ocasionadas com a popularização da internet e dos meios tecnológicos da informação têm fundamental importância para a ciência psicológica e para a Saúde mental elaborarem estudos sobre os fatores comportamentais que as mídias e redes sociais causam nos usuários.
 A maneira como o sujeito lhe dá com esse novo jeito de interagir com o ambiente interno e externo da consciência, cria novos patamares de observação na ciência psicológica vinculadas à exposição de todo o conteúdo que a rede digital é capaz de proporcionar na vivência humana nesses novos tempos.
 Criadas primeiramente com o intuito de aproximar as relações entre os indivíduos com o ambiente social que estão inseridos, essa forma de comunicação e proliferação de informação instantânea popularizou -se de forma significativa na sociedade atual, que hoje em dia é quase impossível observar alguém que não tenha algum vínculo com plataformas de mídias e redes sociais digitais, seja através de smartphones, computadores, tablets, ou laptops, não há faixa etária específica de usuários nessa nova tendência de comunicação digital. Seja para fins de entretenimento, estudo, trabalho, ou qualquer outra forma de utilização, sempre haverá alguém que se beneficie e utilize desse novo modo de comunicar-se com o outro. 
As mídias e redes sociais digitais alcançaram dimensões globais na sociedade, estabelecendo vínculos duradouros e imprescindíveis na vida de muitas pessoas. Meu interesse pelo tema originou-se a partir da popularização das mídias e redes sociais e quais as consequências que o uso e acesso aos conteúdos destas mídias causam no sujeito e na sociedade em geral, seja por meio dos benefícios e facilidades que elas proporcionam ou pelos possíveis males que possam provocar, como por exemplo, conflitos e transtornos psicológicos, radicalizações ideológicas ou outras consequências de caráter psicopatológicos que são tendências nessa sociedade digital.
Buscando esclarecer como essa nova tendência de “sociedade conectada” influencia no comportamento do sujeito e da sociedade em geral, essa pesquisa e revisão literária parte do pressuposto de que as mídias e redes sociais digitais estão presentes na sociedade e quais consequências estão ocasionando no mundo. 
Este trabalho foi elaborado para delinear os aspectos comportamentais que os indivíduos desenvolvem a partir da influência das mídias e redes sociais, correlacionando os efeitos e a passividade dos sujeitos em diversos contextos ideológicos. Além de demonstrar os efeitos colaterais e os sintomas que são experimentados pelos indivíduos que se conectam com esse “mundo digital”, tais como, o desenvolvimento de possíveis transtornos mentais e outras psicopatologias. 
Para atender as propostas desta pesquisa foi estabelecido com o objetivo geral discutir a influência que as mídias e redes sociais desenvolvem na vida dos usuários. Para alcançar o objetivo geral estabeleceram-se como objetivos específicos: a) Levantar os fatores de contribuição das mídias e redes sociais para as pessoas; b) Identificar os aspectos positivos e negativos das mídias e redes sociais na vida dos usuários; c) Investigar a influência das mídias e redes sociais no comportamento social dos indivíduos e suas consequências; d) Investigar a influência das mídias e redes sociais na construção da subjetividade, nas vivências afetivas dos indivíduos e suas consequências psicológicas. 
De modo a garantir explicações iniciais acerca do panorama de ideias que circundam essa nova tendência de interação digital, este trabalho cumpre seu papel de contribuição através da sintetização e levantamento de dados e conceitos pertinentes a temática e a interrelação entre comportamento, subjetividade, vivências afetivas nas mídias e redes sociais em plataformas digitais.
A estrutura do trabalho está dividida em quatro capítulos além da introdução: A contribuição das mídias sociais e redes sociais; Aspectos na vida dos usuários de mídias sociais: positivos ou negativos?; A influência das redes sociais no comportamento social dos indivíduos; A influência das redes sociais na subjetividade e nas vivências afetivas dos indivíduos. 
A contribuição efetiva deste trabalho é a que possa vir servir como fonte de pesquisa para outros que venham a ser realizados na mesma temática.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Discutir a influência que as redes sociais desenvolvem na vida dos usuários. 
Objetivos Específicos
Levantar os fatores de contribuição das mídias e redes sociais para as pessoas;
Identificar os aspectos positivos e negativos das mídias e redes sociais na vida dos usuários;
Investigar a influência das mídias e redes sociais no comportamento social dos indivíduos e suas consequências; 
Investigar a influência das mídias e redes sociais na construção da subjetividade, nas vivências afetivas dos indivíduos e suas consequências psicológicas.
METODOLOGIA
Nesta seção do trabalho será apresentada a metodologia utilizada através de uma abordagem qualitativa de revisão da literatura e das teorias científicas sobre o assunto proposto, na tentativa de esclarecer a influência que as mídias e redes sociais exercem na vida dos seus usuários. 
Segundo Thiollent (2002)
A metodologia pode ser vista como conhecimento geral e habilidade que são necessárias aos pesquisadores para se orientar no processo da investigação, tomar decisões oportunas, selecionar conceitos, hipóteses, técnicas e dados adequados. (p.108)
Este trabalho utiliza o método de revisão bibliográfica sistemática. Através da leitura e análise textual de diversos textos, artigos científicos, revistas e publicações, além de trabalhos acadêmicos em geral, que de maneira direta ou indireta perpassam sobre a questão norteadora, em busca do máximo de informações sobre a temática em questão. Com a finalidade de reunir, e resumir o conhecimento científico, produzido sobre o tema investigado, pois de acordo com Moraes (2003)
A análise textual utiliza como fundamento de sua construção o sistema de categorias, o corpus - conjunto de textos submetidos à apreciação, que representa a multiplicidade de visões de mundo dos sujeitos acerca do fenômeno investigado (p.191).
Após a seleção dos textos e autores mais relevantes que se enquadraram no tema da pesquisa, foi feita uma classificação dos estudos e pesquisas de maneira que se organizasse de forma ampla e eficiente os principais conceitos, observando os tópicos relacionados com a pesquisa em questão, explorando o máximo de informações possíveis. 
No primeiro momento foram analisados os principais estudos e pesquisas sobre o assunto, em seguida se identificou quais dessas pesquisas e estudos analisados seriam utilizados para dar sequenciamento na organização do trabalho. Posteriormente, após essa organização foram selecionadas e analisadas que tipo de informações seriam mais relevantes para inserir no trabalho, visto a limitada quantidadede estudos que circundam essa temática.
Para realização da coleta de dados fez-se um estudo da literatura pertinente ao assunto do trabalho. Para contextualizar os dados da pesquisa realizou-se uma análise minuciosa das principais ideias dos autores que tratam do assunto com o intuito de colher as informações que fundamentam a temática das mídias e redes sociais.
Conforme o quadro a seguir, podemos verificar a quantidade de estudos que foram abordados para o desenvolvimento da pesquisa.
	Fontes de informação
	 Artigos selecionados
	Artigos encontrados 
	Web of Science
	503
	12
	Scopus
	40
	15
	PubMed
	207
	13
	 Pepsic
	24
	25
	CAPES
	29
	02
	TOTAL
	67
Neste trabalho teve 56 pesquisas em português e 11 em inglês. Entre essas pesquisas estão 23 livros, 39 artigos, 2 trabalhos acadêmicos e 3 Congressos.
DISCUSSÃO TÉORICA
1 A CONTRIBUIÇÃO DAS REDES SOCIAIS
1.1 A Comunicação Humana na Era Digital
Desde o início da civilização humana, houve a necessidade de comunicação entre os indivíduos, tanto para fins de sobrevivência, como para o estabelecimento da interação e da convivência social. A comunicação através de gestos, figuras e sons foram os alicerces primordiais para a construção do aparato necessário de surgimento da linguagem, dando início a uma forma mais complexa e simbólica de tradução do ambiento externo pelo indivíduo.
Segundo Silva (2007, p. 3)
a linguagem humana teria evoluído gradualmente, a partir da necessidade de exprimir os sentimentos, até formas mais complexas e abstratas. Para Rousseau, a primeira linguagem do homem foi o “grito da natureza”, que era usado pelos primeiros homens para implorar socorro no perigo ou com o alívio de dores violentas, mas não era comum.
A partir desses valores simbólicos, a importância da comunicação e da linguagem para a organização social se desenvolveu sob aspectos de interdependência entre os indivíduos do grupo social, para que se torna- se fundamental a formulação de uma compreensão mútua e universal dos atores sociais de determinada civilização ou cultura, principalmente, sobre os fatores concretos e abstratos da convivência com o ambiente interno e externo dos sujeitos sociais inseridos naquele ambiente . Pois de acordo com Rousseau
A linguagem propriamente dita só teria começado “quando as ideias dos homens começaram a estender-se e a multiplicar-se, e se estabeleceu entre eles uma comunicação mais íntima, procuraram sinais mais numerosos e uma língua mais extensa; multiplicaram as inflexões de voz e juntaram-lhes gestos que, por sua natureza, são mais expressivos e cujo sentido depende menos de uma determinação anterior”. (ROUSSEAU, 1989, p. 35).
Atualmente a comunicação humana tornou- se uma estrutura bem mais modelada e complexa, através da linguagem foram criados diversos idiomas, códigos e signos que reforçam a qualidade da comunicação e interação entre os indivíduos.
Desde o surgimento dos primeiros mecanismos de comunicação em massa por meio de plataformas digitais com acesso à internet, foi possível criar um conceito de mídia global, que direta e indiretamente influenciam no comportamento humano. Segundo Ribas e Ziviani (2008), relatam
 
É o constante fluir de imagens, informações e mensagens que a rede possibilita, além de ser um espaço de transição, que permite a comunicação permanente, precisa e rápida entre os atores da cena mundial, ou seja, uma maneira de constituir-se socialmente com grande potencial interativo. (p. 5).
Castells (1999, p.209) “advoga que somos uma Sociedade em Rede, que vivemos a Era da Informação e alerta para o fato dessa nova morfologia social alterar profundamente os fluxos de informação, a cultura e os modos de produção”. O modo das pessoas se comunicarem já não é mais o mesmo, assim como dos movimentos. 
O autor ressalta essa mudança ao dizer que:
Historicamente, os movimentos sociais dependem da existência de mecanismos de comunicação específicos: boatos, sermões, panfletos e manifesto passado de pessoa a pessoa, a partir do púlpito, da imprensa ou por qualquer meio de comunicação disponível. Em nossa época, as redes digitais, multimodais, de comunicação horizontal, são os veículos mais rápidos e mais autônomos, interativos, reprogramáveis e amplificadores de toda a história. (CASTELLS, 2013, p. 19).
Com o surgimento das mídias e redes sociais em plataformas digitais essa comunicação tornou- se cada vez mais facilitada e instantânea. Com a popularização da internet, a aquisição de informações por meio das plataformas digitais, e a rápida facilidade de comunicação e interação por meio da Web, é possível observar o alcance ilimitado que as informações chegam ao indivíduo, visto que, essa nova forma de comunicação alcançou patamares elevados na estrutura da sociedade. 
Nauz (1999) e Brito (2010) ressaltam:
Com a consolidação da Internet, como principal meio de produção das fontes e fluxos de informação cientifica e técnica, surge a Web. “A Web pode ser conceituada como um ambiente virtual de busca de informações do mundo da mídia eletrônica, principalmente pela utilização da hipermídia (som, imagem, hipertexto) em seus mecanismos de navegação”. (NAUZ, 1999; BRITO, 2010 p. 16). 
Dando ênfase ao modelo de comunicação social contemporâneo utilizados atualmente, principalmente, por meio de mídias digitais, amplificou- se o alcance público e coletivo das informações de maneira quase que instantânea, sustentando a relevância e a proporção da utilização desses meios para adquirir conhecimento do mundo a nossa volta. A amplitude com que as redes e mídias sociais se desenvolvem na sociedade cria vínculos tão necessários que é possível caracterizar essa forma de interação com um novo modelo de “sociedade conectada”. 
A esse respeito, Ascensão (2002) relata:
A Internet permitiu a experimentação de um tipo de comunicação de âmbito mundial. Apresentou-se com um caráter atrativo, que levou a que os destinatários nela se empenhassem e adestrassem, e por outro lado ficassem dependentes deste modo de comunicação (p. 69).
Para Torres (2009, p.44) “a internet é uma rede de milhões de pessoas, de todas as classes sociais, que buscam informações, diversão e relacionamento e que comandam, interagem e interferem em toda e qualquer atividade ligada à sociedade e aos negócios”. 
Ainda conforme o autor:
Na busca por informação, o consumidor sabe, por experiência, que a Internet é uma grande fonte de informações, e que as ferramentas de busca são a porta de entrada para encontrá-las. Assim toda vez que necessita de informação, o consumidor elabora uma pergunta, na forma de um conjunto de palavras e por meio de uma ferramenta de busca faz a pesquisa e utiliza os resultados para se informar e instruir. (TORRES.2009, p.30).
A popularização dos dispositivos com acesso à internet, principalmente, através dos smartphones, fez com que o número de pessoas conectadas à internet aumentasse de maneira significativa no brasil e no mundo, popularizando ainda mais as mídias e redes sociais no contexto da informação e comunicação das sociedades globalizadas. Essas redes, como afirma Carvalho (2011)
Alcançaram um crescimento expressivo nos últimos anos e são responsáveis por conectar em rede diversas pessoas, umas com as outras, possibilitando a expansão da rede relacional desses usuários e oferecendo amplo acesso à informação. (p.312)
Analisando os dados do relatório Digital de 2019 da We Are Social e da Hootsuite, é possível estabelecer um parâmetro de como as mídias e redes sociais digitais têm crescido na “sociedade moderna conectada” no brasil, podemos estipular que o número de brasileiros com acesso à internet aumentou em 10 milhões e houve um crescimento de 7,2% em relação ao relatório de 2018. Ainda de acordo com o relatório, existem 7,7% mais usuários ativos nas mídias sociais no Brasil, totalizando quase 140 milhões de usuários. Em termos globais o Brasil fica atrás apenas das Filipinas em termos de horas gastas na internet totalizando cerca de 9h 29 min por dia na internet, bem acima da média global de 6he 42 min. (Brasil: Os números do relatório digital in 2019. PagBrasil. Disponível em: https://www.pagbrasil.com/pt-br/insights/relatorio-digital-in-2019-brasil. Acesso em: 01 jun. 2020).
Imagem 1: Tempo gasto das mídias sociais no Brasil
 https://www.pagbrasil.com/pt-br/insights/relatorio-digital-in-2019-brasil/
 Fonte: Relatório Digital de 2019.
Os meios de acesso mais facilitado para os usuários de mídias sociais no brasil, ocorre por meio dos smartphones, o relatório afirma que cerca de 66% de todos os brasileiros são usuários de internet móvel e que os brasileiros passam em média 4h e 45 minutos por dia na internet em seus dispositivos móveis representando pouco mais de 50% de todo o tempo gasto on-line diariamente. O relatório de 2019 conclui ainda que aproximadamente cerca de 61% de todos os brasileiros acessam suas contas de mídias sociais por meio de dispositivos móveis. (Brasil: Os números do relatório digital in 2019. PagBrasil. Disponível em: https://www.pagbrasil.com/pt-br/insights/relatorio-digital-in-2019-brasil. Acesso em: 01 jun. 2020).
A partir dos dados de atualização do relatório da We Are Social em parceria com a Hootsuite no ano de 2020 o número de usuários de internet no Brasil ultrapassou a marca de 150,4 milhões de usuários ativos, houve um aumento de 8,5 milhões (+ 6,0%) entre o ano de 2019 e 2020. O relatório aponta ainda, que a penetração da internet no Brasil ficou em 71% em janeiro de 2020 e o número de usuários de mídias sociais no brasil aumentou 11 milhões (+8,2%) entre abril de 2019 e janeiro de 2020.A penetração das mídias sociais no Brasil ficou em 66%. Quanto às conexões móveis no Brasil o relatório de 2020 aponta que existem cerca de 205,8 milhões de conexões móveis ativas, em contrapartida, houve uma diminuição de 3,4 milhões (-1,6%) entre janeiro de 2019 e janeiro de 2020. O número de conexões móveis no Brasil em janeiro de 2020 era equivalente a 97% da população total. (Relatório Digital 2020 – Brasil. DataReportal/ Hootsuite e We Are Social. Rumo. Disponível em: http://www.rumomarketing.com.br/blog/relatorio-digital-2020-brasil/. Acesso em 01 jun. 2020).
 A partir do relatório (DataReportal; Hootsuite e We Are Social. 2020) é possível analisar o quanto a internet com suas funcionalidades está alcançando patamares elevados na sociedade brasileira, garantindo o acesso inclusivo dos usuários às ferramentas que são oferecidas pelos dispositivos eletrônicos e digitais. Para que seja possível aprofundar quais os efeitos que as mídias e redes sociais estão causando nas pessoas e na sociedade, faz -se necessário identificar o que são essas mídias e redes sociais e quais as influências das mesmas no constructo psicológico e social dos usuários, analisando suas consequências positivas e negativas no comportamento dos usuários em todos os aspectos da vida e da saúde mental. 
1.2 Mídias e redes sociais em plataformas digitais
1.2.1 Mídias Sociais
Com a popularização da internet, as mídias sociais têm facilitado à disseminação da informação e contribuído com a rápida comunicação e interação entre seus usuários através das plataformas digitais. As ferramentas de compartilhamento, produção e reprodução de conteúdo de vídeos, fotos e mídias de interação social em larga escala através da internet, têm sobrepujado a forma de comunicação e informação, assim como, de conhecimento da sociedade e do indivíduo em si, em vários aspectos da vida cotidiana.
De acordo com Recuero (2011) 
As mídias sociais provocaram grande transformação na forma de distribuir informação: A mudança está na horizontalização do processo de constituição das mídias que, ao contrário da chamada mídia de massa, distribuiu o poder de distribuição da mensagem. (p. 15)
Como uma forma de revolucionar a maneira de interagir e se comunicar com diversas pessoas de forma mais acessível, as mídias sociais têm contribuído na universalização de se produzir conteúdo, visto que, antes somente os principais grupos de mídia tinham o monopólio para criar e propagar seus conteúdos, o que possibilita um maior poder de influência, persuasão e controle da informação de forma concentrada. 
As mídias sociais se diferenciam das mídias tradicionais ao permitir que os usuários interajam com os criadores dos conteúdos, permitindo assim, uma comunicação direta e global com os participantes e usuários das mídias sociais, de maneira que haja interação entre ambos de forma simultânea. 
Torres (2009, p. 74) define mídias sociais como “sites na Internet construídos para permitir a criação colaborativa de conteúdo, a interação social e o compartilhamento de informações em diversos formatos”. Estão incluídas nessas categorias as redes sociais, blogs, sites colaborativos e diversos outros modelos de sites que abrangem comunicação, relacionamento, colaboração, multimídia e entretenimento.
Sendo as mídias sociais a nova tendência da comunicação e informação para os usuários, uma gama de conteúdos têm sido explorados pelos produtores de mídia, o que torna a criação desses conteúdos um novo tipo de mercado digital, pois, se um conteúdo adquiri uma grande escala de acesso, consequentemente, a publicidade em volta desse conteúdo passa a ser uma boa ferramenta de marketing, ocasionando uma maior procura por parte das organizações comerciais, na forma de patrocínios para a visibilidade de seus produtos.
 Desta forma, Torres (2009) afirma que:
As mídias sociais têm um grande poder formador de opinião, o que pode contribuir tanto na construção quanto na destruição de uma marca, produto ou campanha publicitária. Os consumidores atuais buscam informações principalmente nas experiências de outros consumidores com quem mantêm uma relação nas mídias sociais. (p. 111).
Mídias sociais é todo o conjunto de plataformas digitais que proporcionam a interação entre os membros de uma rede social, seja por meio de blogs, conteúdos de vídeos, compartilhamentos de fotos ou aplicativos de mensagens deve haver pelo menos a interação de diversas pessoas para que se possa identificar uma mídia como social, como afirma Torres (2009, p. 113). “As mídias sociais são sites na internet que permitem a criação e o compartilhamento de informações e conteúdos pelas pessoas e para as pessoas, nas quais o consumidor é ao mesmo tempo produtor e consumidor da informação.”
O autor acrescenta ainda:
As mídias sociais permitem a criação e compartilhamento de informações por pessoas e para pessoas, tornando o cliente produtor e também consumidor desta informação. Essas mídias estão abertas ao público, que pode ler, ouvir ou ver o conteúdo e interagir com as pessoas que o criaram. Segundo o autor, por seu caráter aberto e colaborativo a maior parte do conteúdo gerado pelos membros permanece armazenada e disponível para outros membros. (TORRES 2009, p. 113). 
Ceribelli e Paiva (2011) comentam que:
Existem vários tipos de mídias sociais com diferentes objetivos e público alvo, dispondo de seus recursos para facilitar a interação dos usuários com os conteúdos elaborados, dentre elas encontram-se, sites, blogs, redes sociais, sendo que esta é uma das maiores particularidades da mídia social. Redes sociais podem ser definidas como redes de comunicação marcadas por dois elementos centrais, os atores sociais (pessoas, instituições e grupos) e as conexões, que são as interações sociais desenvolvidas nesse meio. (p. 64)
O conceito de mídias sociais de diferentes autores, perpassa sempre sobre os aspectos de produção e compartilhamento de conteúdo em que ambos, produtor e receptor, passam a interagir com os demais usuários da mídia social, de forma pública e “viral” a comunicação em massa pelo mundo digital.
Barwinski (2018) comenta sobre essa nova maneira de interação humana por meio das mídias e redes sociais. “Assim como ocorreu a evolução da raça humana as mídias sociais durante os últimos anos passaram por um grande avanço tecnológico, ganhando mais espaço no mundo da era digital, promovendo assim mudanças no padrãoda interação humana”. Abaixo algumas das mídias sociais mais usadas.
	Facebook
	Rede social utilizada para criação de perfis, páginas, grupos e comunidades contêm fotos e listas de interesses pessoais, trocas de mensagens privadas e públicas entre si e participantes.
	Instagram
	Rede social para compartilhamento de fotos e vídeos.
	Twitter
	Rede social que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais em textos de até 140 caracteres.
	Youtube
	Site de compartilhamento de vídeos.
1.2.2 Redes Sociais
 Por meio da mídias sociais e pela facilidade que a rede digital proporciona de interação entre os usuários, o acesso às redes sociais em grande escala, possibilita que as plataformas digitais passem a expandir a capacidade de produzir mídia, seja por meio do compartilhamento de fotos ou vídeos, ou pela criação de aplicativos que aumentam a praticidade em realizar tarefas diversas no dia a dia dos usuários. As redes sociais digitais têm adquirido cada vez mais usuários, tendo popularidade para se tornarem inseridas no cotidiano dos indivíduos e dos grupos sociais.
Recuero (2007) afirma:
São interações sociais complexas promovidas por tecnologias digitais de comunicação. Elas podem influenciar a maneira como as pessoas se organizam na vida cotidiana e se configuram em uma díade de elementos básicos, a saber: os atores (pessoas, instituição ou grupos) e suas interações. Esses espaços virtuais são ferramentas de socialização, interação e comunicação que interligam diversos usuários e proporcionam união entre eles. (p.18) 
“Rede é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir de conexões estabelecidas entre os diversos atores”. (RECUERO. 2009, p.24). 
Da mesma forma que as mídias sociais facilitam a interação entre os grupos, as redes sociais diversificam suas formas de comunicação, aliando a capacidade dos atores sociais debaterem seus pontos de vista sobre as informações que circulam na web, com objetivo de realizar uma reconstrução social sobre diversos temas da sociedade, pautada na participação coletiva por meio das redes sociais. 
“As redes sociais tornaram-se a nova mídia, em cima da qual a informação circula, é filtrada e repassada; conectada à conversação, onde é debatida, discutida e, assim, gera a possibilidade de novas formas de organização social baseadas em interesses das coletividades” (RECUERO. 2011, p.15).
 “As redes sociais são formadas por um conjunto de dois elementos, o primeiro é denominado conjunto de atores, pode ser formado por pessoas, grupos ou instituição, o segundo conjunto são as conexões que tem como base as interações e laços sociais”. (RECUERO.2014, p. 17).
Essa institucionalização das redes sociais caracteriza o sujeito social a partir da análise de diversos dados que a rede digital adquire sobre o usuário, onde são detectadas todas as características possíveis do usuário por meio do registro nos bancos de dados das redes sociais e da web. “As redes sociais são sites onde as pessoas se cadastram, registram seus dados pessoais, nos chamados perfis, e podem se relacionar com outras pessoas, publicando fotos, enviando mensagens e criando listas de amigos”. (TORRES. 2009, p.74). 
Cada vez mais as pessoas estão utilizando as redes sociais como uma forma de expandir seus contatos, expor suas ideias e se relacionar com indivíduos de diversas regiões e localidades diferentes, formando assim grupos de amigos. 
Telles (2010) conclui que:
As redes sociais são ambientes que focam reunir pessoas, os chamados membros, que, uma vez inscritos, podem expor seus perfis com dados como fotos pessoais, textos, mensagens e vídeos, além de interagir com outros membros, criando listas de amigos e comunidade de diversos assuntos. (p.78).
A participação dos usuários nas redes sociais transparece um posicionamento ideológico no sujeito enquanto ator social, encorajando a manifestação de comportamentos e emoções autônomos em diversos contextos, salientando suas perspectivas e interesses nas possibilidades que as redes sociais oferecem na busca de suas realizações pessoais. As redes sociais representam, segundo Marteleto (2001, p.72), “um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados”.
A participação social dos usuários por meio da interação com as redes sociais colabora com o desenvolvimento de debates interativos sobre diversos assuntos da sociedade, criando possibilidades de mudança em diversos contextos sociais.
Lemos e Levy (2010) acrescentam:
É notória a influência das redes sociais da internet no cotidiano de bilhões de pessoas, de empresas e de instituições de diferentes partes do mundo. O fenômeno dessas redes ou softwares sociais, somado às demais modalidades de comunidades on-line, tornou-se um dos maiores acontecimentos dos últimos anos, constituindo-se em uma nova modalidade de fazer sociedade. (p.1).
Ainda sobre o poder de transformação social por meio das redes sociais esse novo modo de interação universaliza a participação democrática das gerações atuais sobre aspectos de cidadania e sociedade.
Telles (2010) argumenta que:
Esses pontos refletem a maneira como se pode transformar os aspectos que, antes, eram considerados problemas, em soluções inovadoras. A dinâmica das redes sociais e redes de compartilhamento multimídia condiz muito mais com a personalidade das atuais gerações. (p.33).
As redes sociais estão diretamente envolvidas na interação coletiva, onde a facilidade de comunicação sem fronteiras cria vínculos sociais e participativos com diversas comunidades e usuários conectados à rede digital.
Segundo Telles (2011)
Redes sociais ou sites de relacionamento são ambientes virtuais cujo principal enfoque é propiciar a interação de pessoas, por meio da criação de perfis de usuário, envio de mensagens, compartilhamento de fotos, texto e vídeos, além da interação com pessoas por meio de comunidades temáticas. Cada rede social tem suas próprias regras, que visam a moldar o comportamento e a forma como seus usuários interagem e compartilham informações, tendo em suas regras o primor na eficiência desse processo. (p. 33).
As mídias sociais em geral, principalmente, as redes sociais favorecem a comunicação entre os usuários de maneira rápida e instantânea, fazendo com que as informações cheguem em grande escala e ao mesmo tempo em todos os participantes e grupos sociais. Trata-se de uma nova mídia de informação global sem fronteiras. Recuero (2011, p.2) “aponta que a conectividade influencia a difusão das informações, segundo ele quanto mais conectado for uma rede, maiores serão as chances de uma informação ser difundida”. Neste sentido, “salienta-se a importância que as ferramentas de tecnologias de informação e comunicação possuem neste processo” (CRUZ. 2010, p. 2), pois “a interação mediada via tecnologias da informação é um novo meio de construir relações” (ALMEIDA, 2003, p. 2).
Para Marteleto (2010, p. 28) “as redes sociais se configuram como um ambiente de comunicação representado e experienciado no mundo globalizado, que está sempre conectado produzindo formas diferentes de expressão de culturas, identidades e informações”. 
De acordo com Ceribelli e Paiva (2011, p.59), “redes e mídias sociais pertencem ao mesmo universo, porém são coisas distintas”. Para compreender a diferença dos dois conceitos, vale ressaltar que “mídia social é o meio que determinada rede social utiliza para se comunicar” (CERIBELLI; PAIVA, 2011, p. 59).
Sobre o conceito de redes sociais os autores complementam:
As Redes Sociais são parte das mídias sociais. É importante caracterizar a diferença, enquanto o termo “mídias sociais” está ligado a todas as mídias de socialização na internet, o termo “rede social” está relacionado a ambientes de relacionamento entre membros que podem socializar com outros membros por meio de fotos e comentários sobre o usuário (CIRIBELLI; PAIVA, 2011).
Conforme pesquisa de Ceribelli e Paiva (2011), os brasileiros passam mais de 60 horas por mês navegandona Internet, especialmente através das redes sociais. O Brasil se configura hoje como o “país com o maior número de pessoas conectadas às redes sociais, com 87% de usuários ativos” (IBOPE Apud CIRIBELI; PAIVA, 2011, p. 64).
O relatório das empresas de marketing digital We Are Social (Reino Unido) e Hootsuite (EUA) sobre consumo de internet e redes sociais no mundo, mais especificamente no Brasil em 2019, elaborou uma porcentagem das redes sociais mais utilizadas no país, sendo o Youtube (95%), o Facebook (90%), o WhatsApp (89%), o Instagram (71%) e o Twitter (43%) as redes com maiores porcentagens de internautas utilizando as plataformas de mídias e redes sociais. (Digital 2019 Global. We are social. Disponível em: https://wearesocial.com/digital-2019-global. Acesso em 01 jun. 2020).
Imagem 2: Redes Sociais mais utilizadas no Brasil
https://www.pagbrasil.com/pt-br/insights/relatorio-digital-in-2019-brasil/
Fonte: Relatório Digital de 2019.
1.3 Redes Sociais mais populares
1.3.1 Facebook
O Facebook é a rede social com o maior número de usuários brasileiros ativos, o relatório financeiro do segundo semestre de 2014 do Facebook apresenta alguns dados relevantes: o Brasil possuía 107,7 milhões de internautas, dentre esses 82,6% acessam a rede social, ou seja, 89 milhões de usuários brasileiros (MENLO PARK. 2014, p.20).
Segundo Telles (2010) 
Conta que em outubro de 2003 um estudante de Harvard chamado Mark Zuckerberg invadiu o ID do banco de dados da universidade e criou o Facemash, um site que comparava fotos e selecionava a mais atrativa. Para evitar problemas jurídicos, ele mudou o site para o “Facebook”, uma rede exclusiva para os alunos de Harvard, que somente em 2006 foi aberta ao público, tornando-se assim a maior rede social dos Estados Unidos”. (p.79).
De acordo com Torres (2009)
O Facebook, é considerada pelos entrevistados e pelo público usuário dessas ferramentas de comunicação e informação a mais usada nos dias atuais, constituindo-se no maior site de relacionamento do mundo. É uma rede social digital semelhante ao Orkut, no entanto, com alguns aplicativos e ferramentas diferentes. Foi criado por Mark Zuckerberg, um estudante de Harvard e lançado em 4 de fevereiro de 2004 (p. 140). 
Ainda conforme esse autor 
No início, o Facebook era restrito aos estudantes de Harvard, e aos poucos foi se expandindo para outras universidades. O Facebook se tornou aberto a todos somente dois anos depois, quando passou a aceitar estudantes, pessoas e empresas.” (p. 140).
Percebe se, nesse sentido, que a rede social digital Facebook “[...] é mais privado que outros sites de redes sociais [digitais], pois apenas usuários que fazem parte da mesma rede podem ver o perfil uns dos outros” (RECUERO, 2009, 172), sendo fundamental ser tomada como elemento de reflexão na sociedade e na Educação.
Referem que o Facebook disponibiliza à pessoa que o usa a criação de um perfil pessoal com a possibilidade de introduzir fotografias, permite o acesso a perfis de outras pessoas, fazer amizades online e enviar mensagens a essas pessoas e aceder a outras aplicações existentes nesta rede social e que, em média, de acordo com a literatura existente, uma pessoa passa de 30 minutos a 2 horas diariamente no Facebook (KALPIDOU; COSTIN; MORRIS, 2011, p.183).
1.3.2 Twitter
Segundo Torres (2009) o Twitter foi fundado em 2006 pela empresa Obvious Corp, de São Francisco. Ele resume o micro blog da seguinte forma: 
O Twitter é um misto de rede social, blog e ferramenta de comunicação, que permite que os usuários enviem atualizações pessoais sobre onde estão e o que estão fazendo, contendo apenas texto, em menos de 140 caracteres, via o www.twitter.com, SMS, e-mail ou algum programa instalado no computador, como o TweetDeck. A ideia é manter seus amigos informados sobre sua vida por meio da resposta, em 140 caracteres, de uma simples pergunta: “O que você está fazendo agora?” A resposta, chamada de twit, ou “tuit”, em português, é atualizada em 21 seu perfil, na sequência que é escrita, e enviada a todos os seus amigos, chamados de seguidores. Essa ação tem sido chamada de micro blogging, por sua semelhança com o processo de escrever no blog. (TORRES.2009, p. 149; 150)
“O Twitter utilizado por muitos, incluindo celebridades, intelectuais e políticos, é uma ferramenta que impressiona pelos números, desde sua criação no ano de 2006”. (SANTAELLA; LEMOS, 2010, p.312). 
Como uma arena de conversações e espaço colaborativo (SANTAELLA; LEMOS, 2010, p. 107), possui na sua plataforma várias ferramentas que possibilitam a interação entre os usuários, é o caso do RT (Retweet), Responder, Curtir, Retweetar e da Hashtag (#), além do mais, se pode adicionar foto e localização. No caso do Retweet “o uso das letras RT no início de um tweet significa que esse tweet é proveniente de outro usuário e exige a menção do autor logo após essas letras”. (SANTAELLA; LEMOS, 2010, p. 107). Já as hashtags “[...] são indexadores de temas, tópicos e/ou palavras-chave que agregam todos os tweets que as contêm em um mesmo fluxo [...]” (SANTAELLA; LEMOS, 2010, p. 108).
Atualmente, por exemplo, conta com mais de 200 milhões de usuários, espalhados ao redor do mundo, conforme sítio eletrônico do Jornal O Globo.
Os tweets variam conforme o usuário e suas especificidades, no entanto, percebemos que em muito dos casos os conteúdos são do tipo contextual, ou seja, os usuários prezam pelos acontecimentos ocorridos no momento do acesso, aqueles que estão em alta na mídia.
1.3.3 Instagram
O Instagram, por sua vez, é uma rede social criada em 2010 por Kevin Systrom e pelo brasileiro Mike Krieger para o compartilhamento de fotos e vídeos. No entanto, percebemos durante seu uso que a opção fotos é a mais utilizada pelos usuários como forma de compartilhar os momentos do cotidiano. Seja em casa, no trabalho ou no lazer as pessoas se sentem à vontade para demonstrar a sua vida para os amigos, familiares e até mesmo desconhecidos. (PIZA.2012, p.313).
Covaleski (2013, Apud Nunes, 2014, p.38) “aponta que a sociedade passou de uma mídia de massa para uma mídia segmentada e, através da interatividade, a uma mídia praticamente personalizada”. Nesse sentido, o Instagram funciona como uma ferramenta de comunicação personalizada.
O Instagram, criado em outubro de 2010, é a rede social online mais utilizada no mundo para compartilhar imagens e vídeos e, por este traço, ideal para o mercado de moda. Em função da portabilidade e ubiquidade, a plataforma ressignificou o uso das câmeras de celulares e a tendência mobile no consumo. Este aplicativo/ plataforma é estratégica para trabalhar com os desejos e aspirações das pessoas e tem se mostrado eficiente na criação das identidades visuais dos profissionais e empresas de moda (HINERASKY, 2014, p. 5).
TRACTO CONTENT MARKETING (2015, p. 5)
Em apenas 3 anos o Instagram alcançou 150 milhões de usuários ativos. Destes usuários, 57% deles acessam a plataforma todos os dias, sendo que 35% o fazem mais de uma vez por dia, gastando, em média, 257 minutos por mês na plataforma. Desde o lançamento, 16 bilhões de fotos já foram publicadas. Atualmente, o ritmo é de 55 milhões de novas fotos por dia. A cada segundo, há 8.500 likes e 1.000 comentários. Calcula-se que o nível de interação seja 15 vezes maior do que o do Facebook.
1.3.4 Youtube 
O YouTube é uma empresa fundada em setembro de 2005 por três parceiros: Chad Hurley, Stee Chen e Jawed Karim. Ela consiste de um site para a publicação e visualização de vídeos online. Esta plataforma pode ser acessada de qualquer computador ou tecnologia móvel de forma gratuita e seus vídeos podem ser compartilhados através de outros sites ou links (ARTERO, 2010, p. 171).
Segundo Torres (2009)
Ao contrário da maioria das mídias sociais baseadas no conceito de mídia impressa, com imagens e textos, o YouTube é uma mídia parecida com a televisão, que utiliza vídeos curtos publicados diretamente pelos internautas e podem ser assistidos por qualquer pessoa sem a necessidade denenhum programa a mais que a internet. (p.132).
Torres (2009, p. 57) “liga o sucesso do YouTube ao fato de os seres humanos serem seres visuais, com uma reação mais rápida e mais eficiente a estímulos de imagens em movimento se comparadas à reação de imagens estáticas ou apenas com textos”. Assim, quando o vídeo é integrado às mídias sociais, em que há a possibilidade de seu compartilhamento, tem-se um elemento atrativo especial na sua composição.
Atualmente o YouTube atingiu proporções globais, sendo o seu site traduzido para 76 línguas e tendo o montante de 1,5 bilhão de usuários. No Brasil o YouTube também apresenta números relevantes, 95% da população brasileira online acessa a plataforma pelo menos uma vez por mês, havendo cerca de 98 milhões de usuários. Em torno de 96% dessa população é pertencente das classes A, B e C. Enquanto 96% dos consumidores estão em um faixa etária de 18 a 35 anos (THINK WITH GOOGLE, 2017, p.172).
ASPECTOS NA VIDA DOS USUÁRIOS DE MÍDIAS SOCIAIS: POSITIVOS OU NEGATIVOS?
As redes sociais possibilitam realizar diversas atividades de interação de maneira rápida e difusa criando espaço para novas maneiras de comunicação e novas formas de negócios econômicos e educacionais, como também, proporcionar praticidade na realização de tarefas do cotidiano dos usuários, facilitando a vida das pessoas , das instituições e das organizações que utilizam as ferramentas de mídias e redes sociais.
Branco e Matsuzaki (2009, p. 186) lembram que o ser humano é, antes de tudo, um ser social e defendem que as "redes sociais", no ambiente digital, são ferramentas que estão simplesmente potencializando essa tendência e alterando completamente as possibilidades de comunicação. Seja por meio de sites de serviços, que permitem aos indivíduos construir um perfil público, articular, ver e pesquisar listas de usuários com quem compartilhar uma conexão (BOYD; ELLISON, 2007, p. 186), seja constituindo relações interpessoais mediadas pelo computador, o que faz é interagir buscando fundamentalmente a comunicação (FREITAS, 2010, p. 186).
Uma grande vantagem das mídias e redes sociais é a comunicação instantânea que oferecem, através delas podemos compartilhar informações, notícias e acontecimentos do mundo que podem ser acompanhados de maneira instantânea e coletiva. Recuero (2011) aponta que a conectividade influencia a difusão das informações, segundo ele quanto mais conectado for uma rede, maiores serão as chances de uma informação ser difundida. Neste sentido, salienta-se a importância que as ferramentas de tecnologias de informação e comunicação possuem neste processo (CRUZ, 2010), pois a interação mediada via tecnologias da informação é um novo meio de construir relações (ALMEIDA, 2003).
 Por meio das mídias digitais é possível encontrar e se comunicar com pessoas e grupos, podemos fazer amigos ou entrar em contato com pessoas distantes, além de encontrar trabalhos e ligações profissionais, vender produtos e etc. De acordo com Pierre Lévy (2004, p.4), “no espaço da Internet os usuários ampliariam seus conhecimentos, aprendendo uns com os outros por intercâmbio e permuta de ideias”.
Embora haja facilidade com que as mídias e redes sociais permitem de interação com o ambiente externo e social, isso não significa que apenas artifícios construtivos possam integrar o conjunto de vantagens obtidos pelas redes e mídias digitais, outras consequências negativas se aglutinam na totalidade de propostas que o mundo conectado tende a oferecer. Muitos são os exemplos, da má utilização das mídias e redes sociais, esses aspectos negativos, diversas vezes ocasionam males às pessoas que são vítimas ou aos grupos que são passíveis a experimentar fraudes, crimes ou violências direta ou indiretamente relacionados com as mídias e redes sociais, outros males podem vir também podem ocorrer através de doenças ou patologias relacionadas a má utilização ou ao uso excessivo dessas mídias e redes digitais.
 As redes sociais também têm seu lado negativo. As chamadas “fake news” são parte desse viés. De acordo com Aros e Gomes (2017):
As fakes news podem ser definidas como “notícias inventadas e manipuladas com o intuito de viralizar na rede mundial de computadores, atraindo com um pretenso verniz jornalístico, a atenção do público e o resultado financeiro derivado dos cliques e visitas na página”. (p. 513).
A disseminação de mentiras e informações inverídicas não é algo recente: “A proliferação de boatos não é uma prática nova entre os seres humanos, todavia essa conduta ganhou proporções ainda maiores com os avanços advindos da tecnologia.” (AROS; GOMES, 2017, p. 510).
As redes sociais também ocasionam uma série de problemas psicológicos e sociais, assim como várias formas de “cibercrime”, uma prática de crime na internet que se utiliza dos aparatos tecnológicas para o cometimento de diversas transgressões.
Segundo Sampaio (2015, p. 2), 
Os crimes virtuais podem ser divididos em três tipos: os puros, mistos e comuns. Os primeiros são àqueles relacionados às condutas ilícitas que competem à parte física ou a parte virtual de um computador. Os mistos são os relativos às práticas via internet, e por último os comuns são os que irão utilizar a internet como um mero instrumento.
Sendo assim, existem inúmeros tipos de crimes virtuais, mas os mais conhecidos, aqueles praticados para prejudicar integralmente a pessoa, como por exemplo, difamação, calúnia e injúria podem que podem ser facilmente observados nas mídias e redes sociais.
Segundo Sampaio (2015, p. 3), “esses são os crimes virtuais que ocorrem constantemente dentro das redes sociais, pelo fato da circulação de informações recorrentes, muitas pessoas podem se ofender com algo que foi exibido”. Além do mais, ocorrem muitas divulgações e declarações falsas dentro das redes. Geralmente quem faz isso, são as mídias com intuito de gerar alguma polêmica ou alguém com ira de uma pessoa ou de um ato praticado por esta última. Tudo isso abre vaga para cometer tais crimes.
No que se refere a doenças causadas pelo uso das mídias e redes sociais é possível destacar algumas síndromes tecnológicas, como por exemplo, a Nomofobia, termo contemporâneo utilizado para caracterizar a dependência que o usuário de internet tem de ficar conectado à rede. 
Para muitos autores a tecnologia é a principal causadora da dependência, é o caso de King, Valença e Nardi (2010): 
As interferências tecnológicas no comportamento humano requerem acompanhamento constante, a fim de que seja possível avaliar passo a passo as modificações e consequências resultantes. A convivência diária do indivíduo com os veículos modernos de comunicação vem revelando respostas “boas e ruins”, as quais precisam ser ininterruptamente estudadas para que possam ser compreendidas. Podem-se observar conveniência, conforto, segurança e bem-estar ao se dispor desses aparelhos, em contraste com dependência patológica, medo e angústia, entre outros sentimentos, causados quando da impossibilidade de uso de tais dispositivos.” (p. 52).
Segundo King e Nardi (2014, p. 36), nomofobia designa “o desconforto ou angústia causados pelo medo de ficar incomunicável ou pela impossibilidade de comunicação por intermédio do telefone celular, computador ou internet (ficar off-line)”.
As pessoas que tendem a desenvolver a nomofobia geralmente são aquelas que apresentam um perfil dependente, ansioso, inseguro e com uma predisposição aos transtornos de ansiedade. Em razão das próprias condições do seu quadro primário, as pessoas com esse perfil costumam manter o celular ligado o tempo todo, independentemente do local. Em momentos em que não há a possibilidade de manter o aparelho ligado, colocam-no em modo vibrador, deixando-o por perto, disponível, visível. Ao dormir, chegam a deixar o celular ligado ao lado da cama. A baixa autoestima e a insegurança contribuem para que se sintam rejeitadas quando percebem que seus amigos recebem mais ligações que elas (KING; NARDI, 2014, p.75). 
Mesmo que a nomofobia não tenha sido incluída noManual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), muito mais atenção tem sido dada aos efeitos psicopatológicos das novas tecnologias, e o interesse nesse tema crescerá no futuro próximo, com a atenção e o cuidado para não codificar os comportamentos normais como patológicos (BRAGAZZI; PUENTE, 2014, p. 75).
Segundo Suzan Greenfield (2008, p. 2):
A palavra nomophobia é uma abreviatura de “no-mobile phobia”, ou seja, uma síndrome desenvolvida pelo medo de ficar sem uma conexão móvel. Para algumas pessoas, quando o celular fica sem bateria e não há nenhuma tomada por perto, uma desconfortável sensação de privação e distanciamento do mundo surge. A neurocientista e professora de farmacologia na Universidade de Oxford, aponta que a utilização em larga escala do celular faz com que o cérebro libere substâncias como a dopamina. Por isso, a sensação de prazer, da imersão em algo interessante.
Outros conteúdos políticos e ideológicos também merecem destaque como aspecto de contribuição das mídias e redes sociais, muitos fatores colaboram com o engajamento e a participação social dos usuários, desde a facilidade de expor suas opiniões e ideias através de comentários públicos, como pela organização coletiva e institucional sobre temas de interesse da sociedade em geral.
É notório a importância de mídias tradicionais na disseminação de ideias políticas e incentivo a democracia, mas com a chegada dos novos meios de comunicação ou "new medias", os limites de tempo em Tvs e rádios, e de espaço - como o caso de folhetos impressos - foram expandidos, tendenciando a absorção das redes sociais como canal de comunicação político que suprem carências dos meios de comunicação tradicionais, são elas o poder do diálogo e discussão (MARQUES; SAMPAIO; AGGIO, 2013, p. 16).
Segundo Salustiano (2016), as mídias digitais são espaços extremamente “livres”: diferentes mensagens ali circulam, cada indivíduo podendo como bem quiser se expressar e até mesmo se engajar. 
Conforme Soares e Monteiro (2015), pode-se definir engajamento como a relação, por meio da interação e da conversação, do consumidor com conteúdo, marcas, serviços ou produtos. A definição de Soares e Monteiro vai ao encontro à definição apresentada por Recuero (2013) no artigo Engajamento X Audiência no Facebook: uma breve discussão cuja definição de engajamento é a participação ativa dos usuários nas fanpages por meio da conversação.
Conforme Recuero (2013, p.25):
 O engajamento, pra mim, é uma decorrência do envolvimento das pessoas entre si e com a marca como persona. É a construção de laços mais fortes, de capital social naquele espaço e naquela rede. Com isso, a rede deixa de ser só uma rede social e passa a ser um espaço de comunidade, com cooperação entre os atores. Esses usuários deixam de ser mera audiência e passam a ser construtores do discurso da marca também, porque replicam, comentam, discutem com os amigos e recomendam a marca ou o serviço. 
A participação social por meio das mídias e redes sociais, alcança números elevados de usuários e instituições, devido à facilidade e rapidez com que a informação circula na rede digital, principalmente em relação a assuntos de interesse público, nota-se uma abrangência participativa dos usuários nos conteúdos ideológicos e conceituais que circulam na internet. “Nos espaços públicos virtuais, qualquer pessoa está apta a participar de discussões que podem levar à tomada de decisões, ao menos em teoria”. (MARTINO, 2015, p. 109). 
Segundo a perspectiva de Luís Martino (2015) a Internet apresenta um caráter cívico considerável, uma vez que possibilita aos sujeitos participarem de debates e construírem participação política em defesa de causas, interesses ou estilos de vida que encontram compartilhamento no espaço.
Guattari (1992) aborda que os avanços tecnológicos tendem a homogeneizar e modelizar as subjetividades, mas não é por isso que se pode dizer que essas transformações são apenas negativas, tampouco somente positivas. "A produção maquínica de subjetividade pode trabalhar tanto para o melhor como para o pior... tudo depende de como for sua articulação com os agenciamentos coletivos de enunciação". (p.15)
Por isso o uso consciente e adequado das mídias e redes sociais requerem atenção em todos os aspectos da vida dos usuários de mídias e redes sociais digitais. “A comunicação virtual pode lhes parecer mais segura e mais fácil, contudo, podem atrapalhar nas relações de trabalho”. (YOUNG, 2011, p. 4).
Os exemplos especificados acima, servem como um esboço para demonstrar o poder de influência que as mídias e redes sociais exercem na vida dos usuários, que podem ser tanto aspectos positivos, como também, aspectos negativos e isso depende muito da construção identitária e da construção social que o indivíduo estabelece para si. 
Os aspectos positivos e negativos proveniente das redes digitais alteram a maneira como as pessoas vivenciam o mundo a sua volta, sendo necessário compreender que essas alterações causadas pela influência das mídias e redes sociais, modificam tanto o comportamento individual e subjetivo do sujeito, como da sociedade, que segue as tendências estipuladas através da participação coletiva dos atores sociais presentes nas redes virtuais. Muitas vezes colaborando de forma construtiva nos ambientes institucionais, organizacionais e educativos e no cotidiano e ambiente social das pessoas.
Na tentativa de avaliar se esses aspectos positivos e negativos das mídias e redes sociais causam danos no comportamento e na construção da subjetividade das pessoas, devem ser observados todos os parâmetros de atuação dos usuários frente ao uso e ao acesso das plataformas digitais. De maneira que seja possível traçar análises funcionais que caracterizem o comportamento, as vivências afetivas e emocionais do usuário de forma que atenda todas as expectativas de evolução do sujeito e da sociedade.
A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS E REDES SOCIAIS NO COMPORTAMENTO SOCIAL DOS INDIVIDUOS
 
 Se tratando de comportamento, as mídias e redes sociais intensificam a maneira como os usuários interagem com o meio social estabelecendo uma maior relação social. Sobre esta relação, numa perspectiva que dispõe sobre identidade pessoal e social nas redes digitais é o fluir de informações que o sujeito recebe que ditarão a subjetividade que cada usuário ou grupo social constrói para si. Este tipo de comunicação pelas redes sociais modificou radicalmente os relacionamentos humanos na sociedade contemporânea condicionando novas formas de pensar, agir e sentir na realidade. Segundo kozinets (2014):
Os cientistas sociais chegam cada vez mais a conclusão de que não podem mais compreender adequadamente muitas das facetas mais importantes da vida social e cultural sem incorporar a internet e as comunicações mediadas por computadores em seus estudos. (...) É um mundo que inclui o uso da tecnologia para se comunicar, debater, socializar, expressar e compreender. (p. 10-11).
A Análise de Redes Sociais traduz um método de aproximação com a estrutura relacional (nível macro da rede) e com as características mais comportamentais dos atores sociais (nível micro), porquanto o que define o caráter assumido pelo método hoje é o fenômeno estudado, a perspectiva adotada, as metodologias e ferramentas utilizadas (Borgatti et al., 2006; Scott, 2000; Wellman e Berkowitz, 1991, p. 528).
Para Megale e Teixeira (1998), na virtualidade surge um "novo ordenamento das relações entre os indivíduos, extremamente marcado por uma prevalência da imagem e por uma desnecessária participação dos indivíduos em efetivas relações" (Megale; Teixeira, 1998, p. 49).
“A identidade pessoal pode ser compreendida como constructo de um comportamento interpessoal e a identidade social como o comportamento intergrupal, adquirida a partir da sua inserção e sentimento de pertença a diferentes grupos sociais” (TURNER. 1981; apud VALENTIM. 2008, p.1437). Isso significa que o comportamento do usuário é adquirido a partir das relações interpessoais com a comunidadedigital e principalmente, a partir de seus valores pessoais.
O comportamento dos usuários de mídias e redes sociais deriva do conjunto de relações que são estabelecidas no ambiente da rede digital. A identidade pessoal pode ser compreendida como constructo de um comportamento interpessoal e a identidade social como o comportamento intergrupal, adquirida a partir da sua inserção e sentimento de pertença a diferentes grupos sociais (TURNER, 1981).
Além disso, todos os comportamentos relacionados ao uso das mídias e redes sociais partem da construção identitária e ética que o sujeito adquiri ao longo de sua vida. Segundo Castells (2005, p.273), “a internet é um instrumento que desenvolve, mas que não muda os comportamentos; ao contrário, os comportamentos apropriam-se da Internet, amplificam-se e potencializam-se a partir do que são”.
Os comportamentos estabelecidos nas redes e mídias sociais são o reflexo dos conteúdos idiossincráticos e subjetivos que o sujeito vivência na sua realidade, podendo ser externalizado de acordo com a exposição do que usuário concebe como certo ou errado.
Estabelecer análises funcionais do comportamento dos usuários na perspectiva das mídias e redes sociais carece de um estudo mais aprofundado que inclua a subjetividade do sujeito, pois a partir das características individuais e de personalidade de cada usuário, exige-se que haja um maior comprometimento da ciências humanas e comportamentais na criação de métodos de qualificação e estudo cientifico sobre esse novo modo de interagir.
No capitulo posterior será delineado os fatores subjetivos dos usuários de mídias e redes sociais, com o intuito de estabelecer conexões entre comportamento e subjetividade e assim compreender de maneira interrelacionada os aspectos do comportamento dos usuários.
A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SUBJETIVIDADE E NAS VIVÊNCIAS AFETIVAS DOS INDIVIDUOS 
Compreender como as redes sociais são utilizadas é importante para que seja possível criar um parâmetro de como essas redes influenciam no comportamento dos indivíduos, pois, se elas possibilitam a capacidade de interagir, consequentemente, essas interações desenvolvem padrões comportamentais e psicológicos nos usuários, assim como, a criação de uma identidade.
A partir de uma análise conceitual das principais características de utilização das redes sociais objetos dessa pesquisa é possível elaborar hipóteses com base na ciência psicológica e da saúde mental sobre o poder de influência que as mídias e redes sociais exercem no constructo psicológico e social dos usuários.
 Silveira (2004) revela que é tarefa fundamental da Psicologia compreender a influência da mídia virtual na formação e transformação da subjetividade, "em particular a sua influência nas relações de trabalho e nas formas emergentes de relacionamentos pessoais através dos meios digitais" (SILVEIRA, 2004, p. 42).
A construção da subjetividade por influência das mídias e redes sociais, intensifica a maneira como o usuário vive sua realidade e suas vivências afetivas, pois a capacidade de informação e comunicação instantânea que a rede digital propicia, também transparece mudanças do sujeito, visto que, tudo se torna obsoleto e passageiro rapidamente.
De acordo com Guattari e Rolnik (2000, p. 162), 
a subjetividade é produzida por agenciamentos coletivos de enunciação, isto é, não é constituída apenas por agentes individuais ou por agentes grupais, mas resultado tanto daquilo que é infra pessoal quanto daquilo que é extra pessoal. Portanto, compreende-se a subjetividade como plural, produto da interconexão dessas distintas instâncias.
Guattari (1992) destaca que a modernidade tecnológica e cientifica, com toda a comunicação e informação que produz, opera na produção da subjetividade,” não apenas no seio das suas memórias, da sua inteligência, mas também da sua sensibilidade, dos seus afetos, dos seus fantasmas inconscientes". (p.14)
Guattari (1992) aborda que os avanços tecnológicos tendem a homogeneizar e modelizar as subjetividades, mas não é por isso que se pode dizer que essas transformações são apenas negativas, tampouco somente positivas. "A produção maquínica de subjetividade pode trabalhar tanto para o melhor como para o pior... tudo depende de como for sua articulação com os agenciamentos coletivos de enunciação". (p.15)
Pensemos na computação, em toda sua gama de tecnologia de ponta que favoreceu o surgimento da internet. O ciberespaço possibilita novas formas de interação, redimensionando a relação do sujeito com o tempo e o espaço. Estaríamos assistindo ao esvaziamento da sociabilidade, ao favorecimento do individualismo contemporâneo, ou à produção de novas formas de socialização? A internet representa, sem dúvida um modo de produção subjetiva contemporânea, um lugar, mesmo que virtual, de produção de valores, costumes, linguagem. (Miranda, 2000, p. 40).
O contato e a exposição excessiva com a internet e as redes sociais pode aumentar sintomas ansiosos e também aumentar a incidência de sintomas depressivos seja pela exposição repetitiva às notícias negativas ou pela amplificação de preocupações.
Em um artigo de opinião publicado na Revista The Atlantic Twenge[footnoteRef:1] é possível estabelecer que o uso exagerado de internet e redes sociais pode ter relação direta com o aumento exponencial de ansiedade e depressão – de acordo com a ONU, elas incidem em 3,6% e 4,4% da população mundial, respectivamente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ligada à ONU, a depressão é vista como “mal do século”. [1: The Atlantic é uma revista literária/cultural fundada em Boston em 1857 por um grupo de escritores que incluía Ralph Waldo Emerson, Henry Wadsworth Longfellow, Oliver Wendell Holmes, Sr. e James Russell Lowell (o qual seria o seu primeiro editor). Originalmente, era uma publicação mensal. Tinha 425 000 subscritores, em 2006, e publica-se dez vezes por ano. Inclui artigos sobre ciência política e assuntos internacionais, bem como críticas literárias.] 
Um estudo da Royal Society for Public Health[footnoteRef:2], conduzido em 2017, aponta o Instagram como a pior plataforma para a saúde mental dos usuários. A pesquisa da Royal Society for Public Health também destaca a forma como o uso das redes sociais colabora para a construção da sensação de comunidade. Sensação de pertencimento, informações sobre condições de saúde, suporte emocional, auto identidade e auto expressão são outros fatores desenvolvidos, sobretudo no Facebook e no Twitter, diz o levantamento. [2: A Royal Society for Public Health é uma instituição de caridade independente e multidisciplinar dedicada à melhoria da saúde pública O RSPH ajuda a informar políticas e práticas, trabalhando para educar, capacitar e apoiar comunidades e indivíduos a viver saudavelmente.] 
O estudo apontou ainda que as redes sociais mais usadas provocam efeitos positivos ou nocivos à saúde humana, dependendo de como é utilizada. Entre as que provocam efeito positivo, se destaca o Youtube. Entre as que prejudicam o desempenho dos jovens, estão Instagram e Snapchat.
A mídia social tem sido descrita como mais viciante do que cigarros e álcool, e agora está tão arraigada na vida dos jovens que não é mais possível ignorá-la. Os entrevistados nos disseram que as redes sociais tiveram um impacto positivo e negativo em sua saúde mental, mas é interessante ver o ranking do Instagram e Snapchat como o pior para a saúde mental e o bem-estar – ambas as plataformas são muito focadas na imagem e parece que podem estar gerando sentimentos de inadequação e ansiedade. (Diretora Executiva da RSPH, Shirley Cramer[footnoteRef:3].2020) [3: Royal Society For Public Health. Instagram ranked worst for young people’s mental health.
Disponível em: https://www.rsph.org.uk/about-us/news/instagram-ranked-worst-for-young-people-s-mental-health.html - Acesso em 31 de maio de 2020.] 
De acordo com o estudo da Royal Society For Public Health, compartilhar problemas ou questões com amigos, colegas e redes sociais mais amplas pode ser classificadareação positiva. Quase 70% dos adolescentes relatam ter recebido apoio nas mídias sociais durante tempos desafiadores. Pesquisas adicionais mostram que os usuários do Facebook têm maior probabilidade de relatar ter níveis mais altos de apoio emocional do que os usuários gerais da Internet – sugerindo mídias sociais pode ser um catalisador para níveis aumentados desse suporte[footnoteRef:4]. [4: Royal Society for Public Health. Social media and young people's mental health and wellbeing.
Disponível em: https://www.rsph.org.uk/uploads/assets/uploaded/d125b27c-0b62-41c5-a2c0155a8887cd01.pdf - Acesso em 31 de maio de 2020.] 
Constrói-se um discurso, na rede social, através de imagens e ações mecânicas, as quais acabam por robotizar os usuários. O mundo do Instagram é alegre, colorido e perfeito. Vive-se na era dos antidepressivos, a tristeza é abafada, o riso forçado. A sociedade vê a tristeza como descontrole, como caos.
Não há como não ver que a indiferença e a desmotivação de massa, a progressão do vazio existencial e a extinção progressiva do riso são fenômenos paralelos: por todo lado surge a mesma desvitalização e a mesma erradicação das espontaneidades pulsionais, a mesma neutralização das emoções, a mesmo auto absorção narcísica. (LIPOVETSKY, 2005, p. 127 Apud RECH; FRANCIO, 2014)
 A exposição sistemática às mídias e redes sociais também interfere na autonomia do usuário, muitas vezes causando dependência psicológica e outros transtornos mais graves, principalmente relacionados à falta de estar “conectado”. Em relação às tecnologias, a dependência “normal” é aquela que nos permite tirar proveito das inovações tecnológicas no trabalho, vida pessoal, relacionamentos pessoais, entre outros. Mesmo que o uso seja diário e por muitas horas não configura dependência patológica. (KING; NARDI, 2014, p. 77). Enquanto que a dependência patológica está sempre associada a algum transtorno de ansiedade primário, que pode ser, por exemplo, transtorno do pânico, transtorno de fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático, alguma fobia específica, etc. (KING; NARDI, 2014, p.2010, p.77).
A equipe multidisciplinar do Laboratório de Pânico e Respiração (LABPR), do Instituto de Psiquiatria (IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, observou nos pacientes que a dependência patológica tinha relação com um transtorno de ansiedade primário que pode ser, por exemplo, transtorno do pânico, transtorno de fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse pós-traumático, alguma fobia, entre outros. (KING; NARDI, 2014, p.23).
Os sintomas observados nos pacientes que apresentam nomofobia foram angústia, desconforto, insegurança, ansiedade, nervosismo, taquicardia, tremores, suor excessivo, alterações na respiração, entre outros. (KING; NARDI, 2014, p.209)
Outros estudos corroboram os efeitos que a dependência tecnológica ocasiona nos usuários, atestando padrões comportamentais e psicológicos negativos para a saúde mental e física dos usuários da rede digital. A dependência de internet é um subtipo da dependência tecnológica. São divisões comuns de dependência de tecnologia: jogos eletrônicos, internet, celular, além do conteúdo sexual online, o chamado cibersexo. O uso compulsivo de internet criou um problema psicológico e social significativo (YOUNG; ABREU, 2011). Outras doenças psiquiátricas, como depressão, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno bipolar; ou ainda a problemas sociais, como solidão, isolamento e estilo de vida nos grandes centros urbanos. (YOUNG; ABREU, 2011).
Pesquisas examinaram o comportamento de adultos e crianças e constataram que eles estavam utilizando a internet como um meio de compensar ou lidar com déficits de autoestima, identidade e relacionamentos. (YOUNG; ABREU, 2011).
Ao notar-se o cenário de dependência de internet na realidade brasileira, foi fundado o Grupo de Dependência de Internet do PRO-AMITI do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (IPq-HCUSP). Na dependência de internet, um dos casos mais comuns é o de dependência de redes sociais. Cerca de 25% dos pacientes que buscaram ajuda no programa dessa organização, em 2012, procuraram tratamento para o vício em redes sociais (LOES, 2012, p.281).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da complexidade de estabelecer critérios de observação e sintetização dos padrões comportamentais e subjetivos dos usuários de maneira ativa e prática, hipóteses sobre as características idiossincráticas e comportamentais dos usuários podem ser acompanhadas pela forma que o sujeito se expõe nas mídias e redes sociais. Todos os dados elencados nessa pesquisa confirmam a necessidade de um estudo exploratório maior que oriente os profissionais de saúde mental e do comportamento a entender o homem dessa “nova era digital”. Embora haja todo um conjunto de estudos e pesquisas, ainda é difícil encontrar estudos mais aprofundados que afirmam o poder de influência das mídias e redes sociais digitais e a maneira como elas afetam os usuários em todos os aspectos de sua vida. Muitos fatores de contribuição foram analisados nessa pesquisa literária, desde a capacidade de interação obtida pelo uso nas mídias e redes sociais, como também as funcionalidades e proveitos que os meios virtuais proporcionam.
 Foram analisados também os fatores negativos ocasionados pela má exposição e uso dessas redes digitais, o uso das redes digitais que pode ser tanto benéfico quanto maléfico e isso depende muito da conscientização que o sujeito estabelece para si. Visando adquirir perspectivas positivas do uso dessas mídias e redes sociais torna- se necessário entender todo o conceito de mídia e rede social digital, para assim, estabelecer metas construtivas e seguras nessa nova tendência de “sociedade conectada”, de maneira que todos os envolvidos possam contribuir com o crescimento pessoal e coletivo por meio das mídias e redes sociais. 
A partir dos dados relacionados nesse trabalho, o uso das mídias e redes sociais vêm causando mudanças significativas na sociedade e na vida das pessoas, muitas colaborando na construção social em variados contextos ideológicos e outras vezes causando certo desconforto diante de consequências menos positivas. Trata -se de entender os impactos causados pela exposição às mídias e sociais num contexto de saúde mental, uma vez que, diversos fatores patológicos acompanham a utilização desses meios digitais, como por exemplo, os transtornos psicológicos alicerçados e expostos neste trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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