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5 Cultura da Convergência

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DEFINIÇÃO
Formação de comunidades em rede, configuração das redes sociais e de novas formas de
participação e interação do sujeito.
PROPÓSITO
Refletir sobre como a cultura da convergência permite a compreensão das transformações
sociais, culturais, políticas e tecnológicas nos cenários comunicacional e informacional.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar o novo paradigma da transformação midiática no âmbito das inovações tecnológicas
e de suas repercussões na sociabilidade
MÓDULO 2
Aplicar os conceitos de mobilização social, ágora digital e transpolítica no presente contexto
socioinformacional
INTRODUÇÃO
Pense sobre o papel das redes sociais na sua vida e, principalmente, os contextos, as
situações e as motivações de uso de cada uma delas. Depois de compreender as suas
especificidades, analise como a cultura da convergência permite que você poste, curta,
compartilhe, comente e transite por entre assuntos − dos mais leves aos mais complexos.
 
Por 13_Phunkod | Fonte: Shutterstock
Vivemos em uma sociedade que, aparentemente, não consegue mais se desfazer da internet,
com todos os benefícios (e malefícios?) trazidos por ela. As convergências chegaram a tal
ponto que não basta ter todas as informações na palma da mão e a um clique de distância.
Atualmente, acompanhamos os debates político-partidários acalorados nas comunidades
virtuais e os compartilhamentos de múltiplas ideologias nas redes sociais.
É NECESSÁRIO, PORTANTO, QUE NOS QUESTIONEMOS:
COMO OCORREM ESSES PROCESSOS DE PARTICIPAÇÃO?
QUAIS SÃO AS ESTRUTURAS E OS AGENCIAMENTOS
ENVOLVIDOS NESSAS QUESTÕES? DE QUE MODO
PASSAMOS DE USUÁRIOS A ATORES SOCIAIS
PARTICIPANTES DE UMA CIBERDEMOCRACIA?
MÓDULO 1
 Identificar o novo paradigma da transformação midiática no âmbito 
das inovações tecnológicas e de suas repercussões na sociabilidade
A cultura da convergência é um novo paradigma no cenário comunicacional, não apenas pelas
inovações tecnológicas que a acompanham, mas pela forma como reelabora as relações
sociais, políticas, culturais e econômicas em ambientes que integram a vida online com a vida
offline.
É, portanto, um propulsor das muitas transformações midiáticas que acompanhamos
cotidianamente pelas redes sociais, pelo acesso em plataformas de streaming ou mesmo pelo
consumo em comércios eletrônicos.
 
Por SFIO CRACHO | Fonte: Shutterstock
CULTURA DA CONVERGÊNCIA
TALVEZ VOCÊ CONHEÇA O TERMO CONVERGÊNCIA, MAS
SABERIA DETERMINAR O QUE FAZ DELE UMA CULTURA QUE
JÁ É PARTE DA VIDA MATERIAL, INTELECTUAL,
PROFISSIONAL E SOCIAL DE UM NÚMERO IMENSO DE
PESSOAS AO REDOR DO MUNDO?
Uma resposta possível para isso, especialmente em contextos comunicacionais e
informacionais, está em Henry Jenkins. Ele afirma que ao falar em convergência se refere:
(...) AO FLUXO DE CONTEÚDOS ATRAVÉS DE
MÚLTIPLAS PLATAFORMAS DE MÍDIA, À
COOPERAÇÃO ENTRE MÚLTIPLOS MERCADOS
MIDIÁTICOS E AO COMPORTAMENTO MIGRATÓRIO
DOS PÚBLICOS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, QUE
VÃO A QUASE QUALQUER PARTE EM BUSCA DAS
EXPERIÊNCIAS DE ENTRETENIMENTO QUE DESEJAM.
(JENKINS, 2008)
Em outros termos, à cultura da convergência corresponderiam não apenas transformações
tecnológicas, mas também transformações culturais em escala global. Logo, estamos falando
de consumidores (usuários ou prosumers) instigados a procurar informação, fazer conexões,
criar inter-relações e, assim, buscar ligações implícitas ou explícitas entre os meios de
comunicação colocados em dispersão e variabilidade.
Segundo Jenkins (2008), pensar a cultura da convergência é refletir sobre como ela ocorre
dentro dos cérebros dos consumidores individuais e em suas interações sociais com
outros.
PROSUMERS
Termo em inglês que une as palavras producer (produtor) e consumer (consumidor),
caracterizando esse papel duplo.
MIGRAÇÃO DIGITAL
Acompanhando as múltiplas transformações causadas pela cultura de convergência, temos o
crescimento da chamada migração digital. Tal expressão conceitual encontra guarida nas
explicações do intelectual espanhol Lorenzo Vilches que, de forma pioneira, estabeleceu que
existe uma migração das maneiras de se fazer economia e consumir conectadas às lógicas
dos meios de comunicação e da sociedade da informação.
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De acordo com Vilches (2001), a migração digital diz respeito, acima de tudo, a sujeitos
interconectados que chegam à nova fronteira da comunicação e do real. Uma fronteira
que não separa mais geograficamente o globo, mas redefine, inclusive, o conceito de
globalização. Um cruzamento não apenas de limites geográficos, mas também dos (citados)
limites comunicacionais e reais.
 
Por Phonlamai Photo | Fonte: Shutterstock
Dessa maneira, vale a pena pensar como as novas conformações dos meios digitais
aproximam as pessoas, as corporações, os espaços culturais, os ambientes educacionais etc.
Como tudo, porém, essa não é uma posição consensual: há posicionamentos críticos que
apontam justamente o oposto − como as relações sociais são afetadas por essa migração que,
ao fim, acaba por produzir distanciamento, isolamento social e exclusão digital.
NESSE SENTIDO, SOMOS TODOS EMIGRANTES DE
UMA NOVA ECONOMIA CRIADA PELAS TECNOLOGIAS
DO CONHECIMENTO, QUE SUPÕE O DESLOCAMENTO
PARA UM PLANETA ALTAMENTE TECNIFICADO.
(VILCHES, 2001)
Por fim, de acordo com o autor, a migração digital nos mostra que novos serviços e novas
formas de informação artística, cultural, audiovisual e estética começam a fazer parte de
metassistemas de informação interconectados, ou seja, que são parte de uma cultura da
convergência que se moderniza diariamente.
METASSISTEMAS
Metassistema é um conjunto de elementos/engrenagens, dentro de outro sistema maior.
Tem por função a descrição, a modelação e a análise de outros sistemas com os quais se
vinculam.
METASSISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Pautados pela cultura da convergência e pela migração digital, os metassistemas de
informação podem ser entendidos como parte de uma sociedade em rede, na qual existe a
necessidade de interconectar os modelos comunicacionais tradicionais e emergentes.
Caracterizados pela fusão da comunicação interpessoal com a de massa, segundo
Cardoso (2007), eles possibilitam a conexão entre receptores e emissores em uma nova matriz
de conhecimento informacional. Essa matriz parte de vinculações hipertextuais e as interliga
aos mais variados dispositivos de mídia usados pelas pessoas no mundo todo.
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javascript:void(0)
 
Por metamorworks | Fonte: Shutterstock
SOCIEDADE EM REDE
Sociedade interconectada não apenas pela internet, mas também por outras redes
informacionais, como de informação financeiras ou governamentais.
Em consequência aos processos de convergência, os metassistemas de informação passam
por uma complexificação progressiva de suas estruturas internas, tornando essencial a
geração de códigos informacionais auto-organizadores.
SÃO OS CHAMADOS PROCESSOS DE MACHINE LEARNING,
ISTO É, OS PROCESSOS DE APRENDIZADO DAS MÁQUINAS
COMO FORMA DE COMPREENSÃO DOS ALGORITMOS E DA
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL QUE MELHORAM AS
EXPERIÊNCIAS DOS USUÁRIOS CONECTADOS EM REDE.
Como a migração digital possibilita não apenas uma amplitude de acesso aos seus usuários,
mas um processo de automatização, atualização, aprimoramento e aprendizado contínuo
interno a esses metassistemas, os processos ocorrem por meio das próprias máquinas que
fazem parte dos metassistemas (daí a ideia de “meta” = aquele ou aquilo que produz reflexão
sobre si).
Mesmo em um cenário de mutações tecnológicas constantes, é preciso lembrar a importância
dos meios de comunicação tidos como tradicionais (a imprensa, a TV, o rádio, entre outros). A
justificativa para essa posição é assinalada por Cardoso (2007) ao afirmar que os
metassistemas de informação também são constituídos por ambientes do mundo offline.
 
Por Phonlamai Photo | Fonte: Shutterstock
POR ISSO TEMOS DE QUESTIONAR SOBRE COMO A
TELEVISÃO, O RÁDIO E OS JORNAIS MUDARAM OS
SEUS CONTEÚDOS, AS FORMAS DE JORNALISMO E
AS ESTRATÉGIASECONÔMICAS COM A CHEGADA DA
INTERNET.
(CARDOSO, 2007)
Afinal, a cultura da convergência postula justamente a integração entre as muitas formas do
fazer comunicacional e não apenas entre aquelas já nascidas nos ambientes online.
CENÁRIO E HISTÓRICO DAS REDES
SOCIAIS
Na atualidade, com os usos das redes sociais expandidos para além de um mero
entretenimento, torna-se impossível ignorar o papel das sociabilidades digitais desenvolvidas
por meio das redes, das comunidades virtuais e dos espaços criados originalmente na Web e
que, logicamente, não se restringem somente a ela. Assim, como resultado direto dos
processos de convergência e migração digital, é possível vislumbrar, nas redes sociais e nas
comunidades virtuais, a representação mais nítida de como as transformações midiáticas
afetam a vida cotidiana dos sujeitos. Pessoas e marcas desejam estar visíveis.
As redes sociais na internet constroem formas de interação que são únicas do ponto de vista
de ruptura com as noções de proximidade física. Algo que, na visão de alguns teóricos,
promove, além da mobilidade simbólica no campo das ideias, uma mobilidade muito mais
objetiva a partir da ascensão e da estabilidade dos celulares (smartphones) e de outros
dispositivos móveis como parte da vida ordinária.
 
Por Chinnapong | Fonte: Shutterstock
 
Por New good ideas | Fonte: Shutterstock
 As funcionalidades de um smartphone condensam várias das nossas atividades cotidianas
e produzem, ao fim, processos de mobilidade extremamente significativos.
Observa-se que a própria dinâmica da industrialização e da urbanização da era moderna é
responsável por introduzir a noção de que precisamos estar sempre em movimento, em ação.
Então, nas palavras de André Lemos (2007), as mídias reconfiguram os espaços urbanos (dos
subúrbios aos centros) e as zonas rurais, já que o uso de celulares, o acesso à internet, a
participação em redes sociais e a construção de comunidades virtuais não se restringem
apenas ao espaço das urbes.
 EXEMPLO
Essa reconfiguração de espaços rurais, assim como do alcance e das potencialidades da mídia
digital, é retratada no premiado filme Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho. Nele, uma
comunidade do interior no Nordeste se mobiliza através das redes e dos dispositivos móveis
para se defender. Enquanto drones passeiam pelos céus, e estrangeiros chegam à cidade, os
habitantes do pequeno povoado percebem que ele não consta mais no Google Earth. Diante
das ameaças que surgem, os habitantes identificam os inimigos e criam coletivamente um meio
de defesa.
Tal fenômeno (conectando as discussões sobre mobilidade e redes sociais) também avança ao
terreno acadêmico que busca por definições para entender o que se passa na sociedade.
A ATUAL INTERCONEXÃO GENERALIZADA ENTRE AS
PESSOAS TEM CHAMADO A ATENÇÃO (...) SOBRE
SEUS EFEITOS NO QUADRO DAS RELAÇÕES
INDIVIDUAIS E IGUALMENTE NA FORMA COMO OS
COLETIVOS SE COMPORTAM QUANDO SE
CONSTITUEM COMO REDES DE ALTA DENSIDADE.
(COSTA, 2005)
Por essa ótica de leitura comunicacional, é relevante observar o exercício coletivo de
construção da informação providenciado nas comunidades virtuais. No campo do jornalismo,
por exemplo, acrescentam-se comentários e novas análises nas redes sociais, envolvendo
usuários e produtores das informações. Recuero (2009) afirma que as redes sociais, em
última análise, acrescentam valor às notícias.

1969
Em termos históricos, os primeiros relatos de serviços que permitiam algum de tipo de
compartilhamento ou socialização de dados entre os usuários de um sistema informatizado
surgiram a partir de 1969. Isso se deu com o desenvolvimento da tecnologia dial-up e, por fim,
segundo D’Aquino (2012), com o lançamento do CompuServe (Serviço comercial de conexão à
internet em nível internacional muito propagado nos EUA).
1971
Segundo D’Aquino (2012), outro passo importante nessa evolução foi o envio do primeiro e-
mail em 1971, sendo seguido sete anos mais tarde pela criação do Bulletin Board System
(BBS), um sistema criado por dois entusiastas de Chicago para convidar seus amigos para
eventos e realizar anúncios pessoais. Essa tecnologia usava linhas telefônicas e um modem
para transmitir os dados.


1985
O fato mais marcante que compõe o surgimento das redes sociais e a possibilidade de
comunidades virtuais se dá a partir da America Online (AOL), em 1985, quando as pessoas
podiam criar perfis virtuais e comunidades para trocar informações e promover discussões
sobre assuntos diversos.
1990
De acordo com D’Aquino (2012), até o início da década de 1990, houve um grande avanço na
infraestrutura dos recursos de comunicação. Por exemplo, em 1984 surgiu um serviço
chamado Prodigy para desbancar o CompuServe — feito alcançado uma década depois.


2020
O uso das redes sociais cresceu a ponto de alguns estudiosos postularem que o termo
comunidade demonstra peculiaridades nunca antes vistas ou mesmo que tenha mudado de
sentido. Há quem fale da falência das comunidades e do desgaste desse termo, enquanto
outros miram as possibilidades e mesmo os focos de resistência.
A SENSAÇÃO DE PERTENCIMENTO NAS
COMUNIDADES VIRTUAIS
A busca pelo senso de comunidade é algo que, obviamente, antecede e muito o advento das
redes sociais.
Como muito bem explica Zygmunt Bauman (2003), atualizando O mal-estar na civilização de
Freud, fazer ou não fazer parte de um grupo é algo que a evolução humana apresenta em toda
a sua trajetória biopolítica e social.
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Por Rawpixel.com | Fonte: Shutterstock
ZYGMUNT BAUMAN
Zygmunt Bauman foi um sociólogo polonês de origem judaica nascido em 1925. Ele teve
de se refugiar com sua família na então União Soviética quando os nazistas invadiram a
Polônia em 1939. Após o término da Segunda Guerra, Bauman se formou em Sociologia
pela Universidade de Varsóvia, onde posteriormente passou a lecionar. Em 1971, ele
recebeu uma cátedra em Sociologia na Universidade de Leeds, Inglaterra, ocupando-a
até 1990. Bauman continuou vivendo em Leeds como professor emérito e nesse período
escreveu suas principais obras e manteve influente presença no debate público até sua
morte, em 2017.
 
Por Fonte: Gil C | Fonte: Shutterstock
 As comunidades eram o forte da rede social mais popular dos anos 2000.
Algo que é, muitas vezes, complexo e contraditório, pois, como lembra Bauman, não ter
comunidade significa não ter proteção, ainda que a vida em comunidade dependa do
cerceamento de algumas liberdades.
No universo digital, muitas são as semelhanças que acompanham as constituições sociais,
identitárias, políticas e culturais por entre as comunidades pré-redes sociais até a criação das
virtuais.
Estamos em um momento no qual a figura do prosumer que atua nas redes sociais ganha
novos contornos, especialmente quando o tema da vez são as produções jornalísticas.
 
Fonte: Wikimedia
 Prosumers
Isso se dá, entre outros pontos, porque participantes de comunidades virtuais vão atuar nas
redes sociais com um papel informativo em diferentes vetores; segundo Recuero (2009), como
fontes, como filtros ou como espaço de reverberação das informações.
SÃO RELAÇÕES EXTREMAMENTE RELEVANTES PARA O
JORNALISMO NO ESPECTRO DO ESTUDO DAS REDES
SOCIAIS.
Logo, as consequências práticas (no continuum da vida online e offline) são vistas, por
exemplo, no papel das redes sociais e das comunidades virtuais na construção ou deposição
de figuras políticas, de regimes de governo, de manifestações sociais e uma infinitude de
outras práticas de atuação que não se prendem mais única e somente ao ciberespaço.
ESTRUTURA E AGENCIAMENTO DAS REDES
SOCIAIS
A estrutura das redes sociais permite que ocorram conexões por um ou vários tipos de
relações, além de compartilhamento de valores e de objetivos comuns entre pessoas,
organizações, instituições e mesmo inteligência artificial das mais variadas naturezas.
Como é o caso dos chatbots, programas de computador cada vez mais aperfeiçoadosque
emulam conversas, tons e linguagem coloquial com usuários de várias plataformas.
 
Por denvitruk | Fonte: Shutterstock
Sob essa lente de análise, Elizabeth Saad ainda mostra que as redes sociais colocam como a
base de sua estrutura, necessariamente, um termo que se tornou a palavra-chave das relações
sociais hodiernas: a visibilidade.
COM O PREDOMÍNIO DE PLATAFORMAS SOCIAIS E
DOS APPS QUE INCENTIVAM A MOBILIDADE
PARTICIPATIVA, PERSONALIZADA, GEOLOCALIZADA
E OPORTUNIZADA DE QUEM POSSUI ALGUM
DISPOSITIVO CONECTADO À REDE, ASSISTIMOS A
UM EXERCÍCIO (E QUASE UMA BATALHA) COLETIVO
DE CAPTURA DAS ATENÇÕES.
(SAAD, 2016)
As formas de agenciamento produzidas pelas redes sociais digitais tangenciam a compreensão
de que os sujeitos que se movem nesses espaços de comunidades virtuais são lidos como
atores sociais.
Em outros termos, o “agir” não está reservado unicamente a uma dimensão moral das escolhas
voluntárias. Ao contrário, o agenciamento é também uma forma de demonstração de como se
pode agir de maneira nem sempre consciente ou proposital, ainda mais tratando-se do agir
coletivo nas comunidades virtuais, visto como um reflexo que só é possível pela própria
estrutura participativa das redes sociais.
A discussão sobre o coletivo e o individual dentro da estrutura e do agenciamento das redes
sociais passa por um processo de negociação entre as preferências, os valores e as crenças
dos atores que fazem parte dessas comunidades virtuais. A interconexão deixa mais evidente
como nossas preferências se relacionam e podem ser moldadas pelas preferências dos outros.
 
Por Julia Tim | Fonte: Shutterstock
E NÃO PODEMOS ESQUECER QUE TAL NEGOCIAÇÃO
NÃO É NEM EVIDENTE NEM TAMPOUCO FÁCIL. ALÉM
DISSO, O QUE CHAMAMOS DE PREFERÊNCIAS
"INDIVIDUAIS" SÃO NA VERDADE FRUTO DE UMA
AUTÊNTICA CONSTRUÇÃO COLETIVA, NUM JOGO
CONSTANTE DE SUGESTÕES E INDUÇÕES QUE
CONSTITUI A PRÓPRIA DINÂMICA DA SOCIEDADE.
(COSTA, 2005)
Mas se, dentro ou fora da rede, a elaboração das preferências individuais envolve o coletivo,
como apontado por Saad, a rede traz uma possibilidade − e, em alguns casos, uma demanda
de visibilidade −, além de uma agilidade na interação, que modula diferentemente a relação
indivíduo-coletivo.
Entenda um pouco mais sobre comunidades virtuais, coletivos em rede e redes de movimentos
sociais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS METASSISTEMAS DE INFORMAÇÃO SÃO ENTENDIDOS COMO
PARTE DE UMA SOCIEDADE EM REDE NA QUAL A INTERCONEXÃO
COMUNICACIONAL É A PALAVRA-CHAVE QUE GUIA AS RELAÇÕES DE
MERCADO. POR ISSO, A CULTURA DA CONVERGÊNCIA AGE NOS
METASSISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE MODO A:
A) Gerar um cenário de mutações tecnológicas constantes, no qual os meios de comunicação
tidos como tradicionais são deixados de lado porque já não têm audiência.
B) Ignorar a forma como os ambientes do mundo offline influenciam e agem na sociedade
contemporânea em ambientes online.
C) Integrar as muitas formas do fazer comunicacional exclusivamente já nascidas e
desenvolvidas nos ambientes online.
D) Interconectar os modelos comunicacionais tradicionais e emergentes e possibilitar que
receptores e emissores interajam em uma nova matriz de conhecimento informacional.
2. SEGUNDO SAAD (2016), COMO PARTE DAS CORRELAÇÕES ENTRE A
ESTRUTURA E O AGENCIAMENTO PRÓPRIO DAS LÓGICAS
CONFIGURADORAS DE INTERAÇÃO E PARTICIPAÇÃO NAS REDES
SOCIAIS, É CORRETO AFIRMAR QUE A “VISIBILIDADE” É UM TEMA
MUITO CARO AOS PARTICIPANTES DESSES ESPAÇOS DIGITAIS. O
PESO E A IMPORTÂNCIA DA “VISIBILIDADE” NESSE CONTEXTO SE DÃO
PORQUE:
A) A captura das atenções nas redes sociais é motivada pelo uso de plataformas sociais e
programas de TV que incentivam a mobilidade participativa, ao permitirem a discussão político-
partidária monológica apenas entre os que compartilham dos mesmos valores.
B) A captura das atenções nas redes sociais é motivada pelo uso de plataformas sociais e
apps que incentivam a mobilidade participativa, personalizada, geolocalizada e oportunizada de
quem possui algum dispositivo analógico sem conexão à rede.
C) A captura das atenções nas redes sociais é motivada pelo uso de plataformas sociais e
veículos de comunicação tradicional que incentivam a volta aos hábitos de consumo
operacionalizados exclusivamente pela mídia imprensa.
D) A captura das atenções nas redes sociais é motivada pelo uso de plataformas sociais e
apps que incentivam a mobilidade participativa, personalizada, geolocalizada e oportunizada de
quem possui algum dispositivo conectado à rede.
GABARITO
1. Os metassistemas de informação são entendidos como parte de uma sociedade em
rede na qual a interconexão comunicacional é a palavra-chave que guia as relações de
mercado. Por isso, a cultura da convergência age nos metassistemas de informação de
modo a:
A alternativa "D " está correta.
 
Os metassistemas de informação se modificaram com a interconexão trazida pela internet e
configurada na cultura de convergência, que envolve a comunicação online e offline, tradicional
e emergente. Os próprios conteúdos da TV, do rádio e dos jornais mudaram, possibilitando
novas formas de participação e consumo.
2. Segundo Saad (2016), como parte das correlações entre a estrutura e o agenciamento
próprio das lógicas configuradoras de interação e participação nas redes sociais, é
correto afirmar que a “visibilidade” é um tema muito caro aos participantes desses
espaços digitais. O peso e a importância da “visibilidade” nesse contexto se dão
porque:
A alternativa "D " está correta.
 
Na obra Visibilidade e consumo da informação nas redes sociais, de 2016, a autora Elizabeth
Saad aponta que existe um exercício coletivo, entendido quase como uma batalha pela captura
das atenções nos ambientes digitais das redes e comunidades virtuais. Para a autora, estar
visível nas redes digitais parece ser um mantra da contemporaneidade para pessoas, marcas e
toda a expressão comunicativa gerada pelas conexões digitais. (SAAD, 2016)
MÓDULO 2
 Aplicar os conceitos de mobilização social, ágora digital e 
transpolítica no presente contexto socioinformacional
No jogo de forças citado no módulo anterior, entram em cena os coletivos em rede e as redes
de movimentos sociais que, na esteira das revoluções digitais, têm sido comumente
confundidos. Laços sociais, mas também políticos, ganham novas configurações diante do
atual paradigma informacional e comunicacional.
OS COLETIVOS EM REDE E AS REDES DE
MOVIMENTOS SOCIAIS
Antes de prosseguirmos, é fundamental conhecermos os conceitos dos termos e saber
diferenciá-los.
Coletivos em rede
São formas de agrupamento que ocorrem no locus das redes sociais e das comunidades
virtuais de modo que os sujeitos que dele participam se identifiquem ou se projetem uns nos
outros por meio de interesses compartilhados.

Redes de movimento sociais
As redes de movimentos sociais, por sua vez, são agrupamentos e conexões entre quaisquer
movimentos − como LGBTQI+ ou sem-teto, por exemplo −, sem necessariamente uma ligação
com redes sociais.
Dando o exemplo dos coletivos políticos, Francisco Rolfsen Belda e Laiara Perin (2017) são
categóricos ao afirmar que os canais de comunicação online são os principais meios que
podem, ao menos em tese, gerar uma apropriação dos instrumentos de participação política, o
que envolve um novo elo com a informação, que potencializa instrumentos de debate e a
cidadania.
De acordo com Belda e Perin (2017), entre as características fundamentais dos coletivos de
ativismo político contemporâneos que utilizam os chamados cibermeios como instrumento de
mobilização social estão a participação majoritária e a posição de liderança exercida por
nativos digitais.
Dentro da rede de movimento social, a efemeridade dos nós que conectam um ator social ao
outro é ponto central da discussão de autores como Karine Pereira Goss e Kelly Prudencio.
Elas defendem que o padrão organizacional da ação coletiva atual é uma rede de grupos
compartilhando uma cultura de movimento e uma identidadecoletiva.
NATIVOS DIGITAIS
Assim são chamados os indivíduos que nasceram ou cresceram com o uso das
tecnologias digitais em sua vivência de maneira banal, como parte das experiências mais
básicas de socialização humana. Estão, portanto, familiarizados com os modos de
formação de coletivos desse meio.
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E ESSAS REDES FAZEM E DESFAZEM SEUS NÓS,
TORNANDO PROBLEMÁTICA A DEFINIÇÃO DE
MOVIMENTOS SOCIAIS COMO SISTEMAS FECHADOS.
(...) O CAMPO DE AÇÃO PERMANECE, MAS NÃO SEUS
ATORES.
(GOSS; PRUDENCIO, 2004)
Olhando por esse ângulo, os movimentos sociais, mesmo os que tiveram seu início
independentemente dos meios virtuais, não podem mais se omitir perante os debates e as
decisões políticas, sociais, culturais e econômicas que surgem nos fóruns da Web, nas
comunidades virtuais e nas discussões suscitadas, por exemplo, pelos influenciadores digitais.
Demandas específicas como a discussão do racismo e da homofobia, mesmo atuando em
campos distintos, podem se unir para o debate público que leve ao bem comum dos sujeitos
que vivenciam em simultaneidade esses processos de opressão.
 
Por Melina Massola | Fonte: Shutterstock
OS MOVIMENTOS SOCIAIS TEMATIZAM QUESTÕES QUE
ANTES ESTAVAM MUITO MAIS RESTRITAS À ESFERA
PRIVADA, DOMÉSTICA E ÍNTIMA (COMO AS QUESTÕES DE
GÊNERO, DE ORIENTAÇÃO SEXUAL, DEBATES SOBRE
RACIALIZAÇÃO E ETNICIDADE, DISCUSSÕES SOBRE
CAPACITISMO E DEFICIÊNCIA ETC.). NO ESPAÇO DAS REDES
SOCIAIS E DAS COMUNIDADES VIRTUAIS, GANHARAM MUITA
FORÇA DE EXPRESSÃO. SEGUNDO GOSS E PRUDENCIO
(2004), NENHUM ATOR SOCIAL CONTEMPORÂNEO LUTA
SOZINHO, MAS ATUA EM REDE, NUMA ARTICULAÇÃO QUE É
GLOBAL E CUJA AÇÃO É LOCAL.
CONFIGURAÇÃO DAS REDES SOCIAIS NA
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
A análise da importância das redes sociais e das comunidades virtuais possibilita compreender
o papel que elas exercem nas democracias contemporâneas. Entre outros pontos, é preciso
entender que os usuários das redes sociais são atores sociais que estruturalmente podem
alterar o cenário político de uma cidade, de um estado ou de um país.
As redes sociais configuram-se como espaços de participação cuja essência está naquilo que
poderíamos chamar de política do reconhecimento. Nas palavras de Costa (2005), trata-se de
reconhecer no outro – como uma atitude de inclusão e integração – as suas habilidades, as
suas competências, os seus conhecimentos e os seus hábitos de modo a compartilhar todas
essas características pela empatia.
 
Por FERNANDO MACIAS ROMO | Fonte: Shutterstock
A política do reconhecimento opera de modo a trazer os usuários das redes sociais como
fomentadores do debate político (não necessariamente partidário) na esfera pública
emoldurada pela sociedade da informação. E, segundo Costa (2005), isso por meio da aptidão
de perceber, detectar, localizar numa outra pessoa uma característica que não havia sido
percebida antes.
 RESUMINDO
Segundo Costa (2005), quanto mais um indivíduo interage com outros, mais ele está apto a
reconhecer comportamentos, intenções e valores que compõem seu meio. Inversamente,
quanto menos alguém interage (ou interage apenas num meio restrito), menos tenderá a
desenvolver plenamente esta habilidade fundamental que é a percepção do outro. Mas
reconhecer é também, e ao mesmo tempo, dar valor a alguém, aceitá-lo em seu meio, integrá-
lo como colega ou parceiro.
A configuração das redes sociais nos contextos da sociedade da informação e da politização
crescente experimentada nos ambientes online pode ser entendida, em uma leitura baseada na
obra de Manuel Castells (2000), a partir de cinco características muito relevantes (mas não
exclusivistas):
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MANUEL CASTELLS
Manuel Castells é um dos mais importantes sociólogos da atualidade. Nascido na
Espanha, lecionou na Universidade de Paris e na prestigiosa École des Hautes Études en
Sciences Sociales. É autor do já clássico A sociedade em rede, publicado originalmente
em 1996.
A INFORMAÇÃO COMO MATÉRIA-PRIMA
Werthein (2000) ressalta que, diferentemente do que acontecia no passado, quando a
informação era usada com o objetivo de criar novas tecnologias, atualmente as tecnologias é
que permitem ao homem atuar sobre a informação propriamente dita.
OS EFEITOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS
Eles se inserem fortemente na vida individual e coletiva, uma vez que a informação é parte de
toda atividade humana. Logo, não há como não ser afetado diretamente pela nova tecnologia.
A LÓGICA DAS REDES SOCIAIS
Como consequência das duas características anteriores, tais lógicas caracterizam todo tipo de
relação complexa implementada nos processos de socialização digital: interação, participação,
reverberação, compartilhamento e, algumas vezes, transformação social.
A FLEXIBILIDADE DOS PROCESSOS TECNOLÓGICOS
A tecnologia favorece os chamados processos reversíveis, ou seja, além de permitir
modificações e edições na informação colocada ao consumo dos usuários, as redes sociais
ainda têm a capacidade de reorganização e de reconfiguração dos interesses de cada um dos
sujeitos partícipes do mundo virtual (basta ver, na atualidade, o papel dos algoritmos, por
exemplo).
A CULTURA DA CONVERGÊNCIA
De acordo com Werthein (2000), o ponto central aqui é que trajetórias de desenvolvimento
tecnológico, em diversas áreas do saber, tornam-se interligadas e transformam-se as
categorias segundo as quais pensamos todos os processos.
REDES, SOCIABILIDADE DIGITAL E
TRANSPOLÍTICA
 
Por Ekaphon maneechot | Fonte: Shutterstock
As redes sociais são afeitas aos processos de socialização. Os laços construídos por meio das
redes possibilitam uma sociabilidade que, nas palavras de Santos e Cypriano (2014), atua na
prática dos compromissos com rosto.
Ainda que de forma diferente das interações face a face, o cultivo dos laços sociais é
estimulado pelo reconhecimento de si e do outro (como mostra o exemplo das fotos nos perfis,
os avatares) como copartícipes de um espaço operado pela mesma lógica. Os autores partem
da premissa do cuidado necessário à criação e manutenção de conexões, o que sempre exige
atenção, disposição, sutileza etc.
DECORRE DAÍ MUITO DO QUE SE TEM A
COMPREENDER SOBRE A INCRÍVEL ADESÃO DOS
USUÁRIOS QUE FAZ COM QUE O FACEBOOK
DESPONTE ENTRE AS REDES SOCIAIS ONLINE MAIS
FREQUENTADAS DO MUNDO. É PRÓPRIO DA
PLATAFORMA OFERECER UM SERVIÇO QUE OPERA
COMO FACILITADOR NA FORMAÇÃO DE LAÇOS
SOCIAIS.
(SANTOS; CYPRIANO, 2014)
As sociabilidades digitais (ou em rede) possibilitam meios de interação que, no ambiente
online, constroem formas de comunicação que podem resultar em reforço ou desestímulo às
sociabilidades vivenciadas fora dessas redes. Exemplos disso podem ser vistos quando
alguém sai de um grupo de familiares no WhatsApp após uma discussão político-partidária
naquele espaço ou quando um usuário bloqueia outra pessoa no Instagram após o fim de um
relacionamento conturbado. Essas ações significam sentimentos, emoções e atitudes que
possuem e produzem efeitos reais, que se sobressaem ao universo das comunidades de
afetos compartilhados nas redes.
Pode-se dizer que as sociabilidades digitais transbordam para as relações do dia a dia. No
exemplo do Facebook, como afirmam Santos e Cypriano (2014), é possível ver que quando se
compartilha informações em que todos se reconhecem, os comentários reforçam os traços
comuns e, no mais das vezes, são efusivos. Ou, como sinaliza Braga (2011), ao pensar sobre a
vinculação das redes sociais com as dinâmicas de sociabilidade e de relação entre pares:
nesses ambientes, é conveniente manter relações amistosas, cordiais, mesmo com estranhos.
Falar de modo formal e frio pode ser entendido como arrogância e grosseria, então as relações
nessas redes são “pessoalizadas”, mesmo que superficialmente.
 
Por View Apart | Fonte: Shutterstock
 
Por Wachiwit | Fonte: Shutterstock
Segundo Recuero (2009), partindo do pressuposto de que as comunidades virtuais formadas
nas redes sociais são compostas, por extensão, de representações dos atoressociais e de
suas conexões, é possível afirmar que fazer parte desse universo de trocas, ressignificações
simbólicas e atuações (que podem ser, muitas vezes, militantes) das comunidades é uma
forma de provar a existência da diferença e dos diferentes em coletividade. Algo necessário em
meio a um cenário cada vez mais fragmentado, individualizado e personalizado. E é justamente
nesse espaço que a transpolítica se faz presente.
Um dos maiores estudiosos do tema, Eugenio Trivinho (2006) explica que o conceito de
transpolítica traz uma demarcação social-histórica, tecnocultural e operacional específica:
vincula-se exclusivamente ao modus operandi dromocrático da cibercultura, que ele defende
como cultura definidora da nossa época, e ainda define como civilização midiática avançada.
DROMOCRÁTICO
Conceito criado e discutido pelo pesquisador brasileiro Eugenio Trivinho, inspirado no
filósofo francês Paul Virilio (1932-2018). Diz respeito aos obstáculos enfrentados pelas
pessoas no uso da internet, das ferramentas tecnológicas e no acesso aos mecanismos
de participação vinculados à comunicação digital. No contexto da cibercultura, a
dromocracia está ligada aos processos de exclusão digital.
A transpolítica está relacionada à descrença radical em relação ao Estado e, de igual forma, à
cena política e partidária convencional. Logo, vincula-se também um descrédito às instituições
herdadas da modernidade (como é o caso, mesmo conceitual, da ideia de democracia
representativa e do processo eleitoral tradicional, por exemplo).
Segundo Trivinho (2006), grupos sociais e mesmo indivíduos vinculados às comunidades
virtuais começam, assim, a ter apreço pela transpolítica enquanto saída ou mesmo resposta às
suas descrenças, uma vez que coincidiram “a ruína mais acabada e incontornável do Estado” e
a “emergência irreversível da transpolítica dos fenômenos tecnológicos”. O autor aponta que tal
arranjo ocorre na forma-fluxo da comunicação em tempo real como vetor de articulação e
modulação da vida humana.
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Por Panchenko Vladimir | Fonte: Shutterstock
Dessa maneira, não é surpresa que as pessoas participem muito mais ativamente de
discussões acaloradas na Web e em coletivos em rede do que propriamente se organizem por
meio de redes de movimentos sociais reais e atuantes dentro e fora de cliques, postagens,
curtidas e compartilhamentos.
NOVAS FORMAS DE PARTICIPAÇÃO E
INTERAÇÃO: A CIBERDEMOCRACIA E A
ÁGORA DIGITAL
As participações e as interações no mundo digital, ainda que moldadas em grande medida por
visões mais pessimistas como a da transpolítica, reverberam a possibilidade de outras leituras
mais otimistas, como alguns desenvolvimentos dos conceitos de ciberdemocracia e de ágora
digital.
Para Dutra e Oliveira Junior (2018), por exemplo, tanto a ciberdemocracia quanto a ágora
digital são permeadas por participações de sujeitos que vislumbram a transformação política da
sociedade, dos governos e dos representantes eleitos.
 
Fonte: flickr
 Manifestação no Egito durante a Primavera Árabe (2011), ilustrando o que se entende pelos
usos sociopolíticos voltados à transformação de governos e nações inteiras.
Uma definição didática e clara sobre o que é ciberdemocracia é trazida pelo intelectual
espanhol Carballido (2008):
O TERMO “DEMOCRACIA” TRANSCENDE O ÂMBITO
DA FILOSOFIA POLÍTICA (UMA FORMA DE GOVERNO)
E DA FILOSOFIA MORAL (UMA COLEÇÃO DE
VALORES ÉTICOS PARA ORIENTAR A VIDA E O
COMPORTAMENTO DOS INDIVÍDUOS EM SOCIEDADE)
PARA TRANSFORMAR-SE EM UM CONCEITO
COMUNICACIONAL (A POSSIBILIDADE DO ACESSO
DIRETO À INFORMAÇÃO SEM INTERMEDIÁRIOS).
(CARBALLIDO, 2008)
Baseando-se em Pierre Lévy (1999, 2004) e em seus estudos sobre o ciberespaço, Dutra e
Oliveira (2018) acreditam que os indivíduos que transitam pelas redes sociais começam a se
expressar pelos meios de comunicação digital como forma de reavivamento ou mesmo
ressemantização das antigas ágoras gregas (praças públicas), nas quais os cidadãos
realizavam discussões públicas, debates, arguições e assembleias para decidir os rumos da
democracia. Para os autores, a analogia ao conceito da ágora digital seria a interação entre os
cidadãos em tempo real por meio de ferramentas digitais.
 
Por Brigida Soriano | Fonte: Shutterstock
 Ágora, no centro de Atenas, Grécia.
Interações essas que celebram novas formas de comunicação em um espaço que
sincronicamente exerce papel de mídia e de local de viver, isto é, o ciberespaço. Ou, como
Lévy (1999) explica, nas novas ágoras digitais coexistem a diferença e os diferentes, mas os
sujeitos acabam por se conectar a partir de novas formas de comunicação que formam os
“processos abertos de colaboração”. Logo, é na internet (como um espaço que reflete e refrata
o tecido social) que a democracia passa por transformações estruturais e estruturantes que
modificam o modo de se fazer política na contemporaneidade:
OS PARÂMETROS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL,
PROPICIADOS PELA INTERNET, ELIMINARAM OS
RUÍDOS DA FORMA ANALÓGICA E TORNARAM A
COMUNICAÇÃO MAIS DIFUSA, INFLUENCIANDO A
OPINIÃO PÚBLICA PARA ALÉM DOS LIMITES
GEOGRÁFICOS EM VIRTUDE DA GLOBALIZAÇÃO,
OCASIONANDO UMA ALTERAÇÃO ONTOLÓGICA,
AFETANDO A RELAÇÃO DO CIDADÃO COM O ESTADO
E TORNANDO POSSÍVEL UM EXERCÍCIO
DEMOCRÁTICO AMPLIADO, SEJA PELO ATIVISMO
POLÍTICO NA INTERNET, NAS CONSULTAS PÚBLICAS
REALIZADAS OU REALIZÁVEIS, OU, AINDA, NUM
MOLDE TANGÍVEL DE EXERCÍCIO DE DEMOCRACIA
DIRETA, FACILITADO PELO EMPREGO DA GRANDE
REDE.
(DUTRA; OLIVEIRA JUNIOR, 2018)
Alguns teóricos avaliam que um dos aspectos fundamentais de solidificação das comunidades
em redes (e, por conseguinte, nas ágoras digitais) reside no sentimento de confiança mútua
entre os indivíduos. Algo que também se vincula ao espaço da ciberdemocracia. Para Costa
(2005), por exemplo, essa confiança e sua construção estão diretamente relacionadas à
capacidade que cada um teria de entrar em relação com o outro, percebendo-o e o incluindo
em seu universo de referência.
Dader (2001) afirma que, por mais otimista que seja essa visão de participação da sociedade
em espaços digitais e potencialmente transformadores, vale ressaltar que estamos falando de
uma ciberdemocracia possível, que sai de visões idealistas ou utópicas para uma realidade
palpável e excetuável.
 
Por Sergey Nivens | Fonte: Shutterstock
TEÓRICOS COMO CARBALLIDO (2008) ALERTAM QUE PODE
SER DEMASIADO FANTASIOSA A IDEIA DE QUE A PARTIR DA
CIBERDEMOCRACIA ESTARÍAMOS ASSISTINDO A UM TIPO
DE REVOLUÇÃO ELETRÔNICA CONTRA AS IMPOSIÇÕES DE
AUTORIDADE OU LEVANTES AUTORITÁRIOS DE
DETERMINADOS GOVERNOS. AFINAL, SE OS CIDADÃOS
ESTÃO ATUANDO E MANTÊM PRESENÇA CONSTANTE NAS
REDES, NÃO SE PODE ESQUECER QUE TAMBÉM OS
GOVERNOS E AS FORMAS INSTITUCIONAIS DE PODER
SABEM COMO AGIR NOS AMBIENTES DIGITAIS, PARA O BEM
E PARA O MAL.
Assista ao vídeo a seguir e conheça melhor os desafios da ciberdemocracia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. COM O ADVENTO CRESCENTE DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS COMO
PARTE DA COTIDIANIDADE, ALGUNS AUTORES AFIRMAM QUE A IDEIA
DE PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E O CONCEITO DE DEMOCRACIA TÊM
PASSADO POR MUITAS REMODELAÇÕES. NESSE ÂNGULO ANALÍTICO,
PENSADORES COMO LÉVY (1999, 2004), DADER (2001) E CARBALLIDO
(2008) CHAMAM A ATENÇÃO PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA
CIBERDEMOCRACIA DOMINADA POR NOVAS ÁGORAS DIGITAIS,
LOCALIZADAS EM ESPAÇOS PECULIARES, COMO É O CASO DAS
REDES E COMUNIDADES VIRTUAIS. POSTO ISSO, É INCORRETO
AFIRMAR QUE:
A) Caracterizadas como novos espaços de participação e interação social e política, as redes
sociais podem ser lidas como as ágoras digitais contemporâneas, já que nelas coexistem
múltiplas diferenças e processos de colaboração.
B) Para todos os autores, a ciberdemocracia é a saída mais bem aprimorada para todos os
problemas sociais, já que não existe exclusão digital nesse cenário e, por extensão, as ágoras
digitais permitem que todas as vozes (de maneira idêntica) sejam ouvidas.
C) A ciberdemocracia é um assunto complexo, já que alguns autores acreditamser fantasiosa
a ideia de que a partir dela estaríamos a contemplar um tipo de revolução eletrônica aos
problemas sociais.
D) As ágoras digitais, na visão dos autores citados, representam a ressemantização das
antigas praças públicas (ágoras gregas) como espaços nos quais os cidadãos realizavam
discussões públicas, debates, arguições e assembleias democráticas.
2. AS SOCIABILIDADES DIGITAIS PRODUZIDAS NOS AMBIENTES DE
INTERAÇÃO VIRTUAL DAS REDES SOCIAIS SÃO BASEADAS NO QUE
BRAGA (2011) E SANTOS E CYPRIANO (2014) CHAMAM, CADA UM AO
SEU MODO, DE RELAÇÕES “PESSOALIZADAS” OU “COMPROMISSOS
COM ROSTO”. PARTINDO DAS CONCEPÇÕES DE SOCIABILIDADES
DIGITAIS (OU EM REDE) DISCUTIDAS PELOS AUTORES, É CORRETO
DIZER QUE:
A) No espaço das sociabilidades digitais, é possível observar que os laços sociais não
pressupõem o reconhecimento do outro enquanto sujeito coparticipante de um mesmo espaço
digital, o que é provado pelo grau de agressividade em determinadas interações.
B) No espaço das sociabilidades digitais, de maneira idêntica ao que se passa nas interações
analógicas, observa-se que o cultivo dos laços sociais é estimulado apenas pelos nativos
digitais, isto é, pessoas já nascidas e criadas no ambiente digital.
C) No espaço das sociabilidades digitais, vê-se que as interações são construídas sempre de
modo extremamente superficial e efêmero entre os sujeitos (algo muito similar ao que ocorre
com as interações vivenciadas em ambientes fora da rede).
D) No espaço das sociabilidades digitais, mesmo que de maneira um pouco diferente das
interações que ocorrem fora dos meios digitais, o cultivo dos laços sociais é estimulado pelo
reconhecimento de si e do outro enquanto coparticipantes de um mesmo espaço.
GABARITO
1. Com o advento crescente das tecnologias digitais como parte da cotidianidade,
alguns autores afirmam que a ideia de participação política e o conceito de democracia
têm passado por muitas remodelações. Nesse ângulo analítico, pensadores como Lévy
(1999, 2004), Dader (2001) e Carballido (2008) chamam a atenção para a constituição de
uma ciberdemocracia dominada por novas ágoras digitais, localizadas em espaços
peculiares, como é o caso das redes e comunidades virtuais. Posto isso, é incorreto
afirmar que:
A alternativa "B " está correta.
 
Apesar de defendidas por alguns autores como lugar de participação e de efetivação
democrática, outros, como Dader (2001) e Carballido (2008), chamam a atenção para a
ciberdemocracia e as ágoras digitais não serem a solução perfeita para os problemas da
humanidade contemporânea. Dader fala em uma “ciberdemocracia possível” para se afastar de
visões utópicas, enquanto Carballido chama de fantasiosa a ideia de uma revolução eletrônica
salvadora.
2. As sociabilidades digitais produzidas nos ambientes de interação virtual das redes
sociais são baseadas no que Braga (2011) e Santos e Cypriano (2014) chamam, cada um
ao seu modo, de relações “pessoalizadas” ou “compromissos com rosto”. Partindo das
concepções de sociabilidades digitais (ou em rede) discutidas pelos autores, é correto
dizer que:
A alternativa "D " está correta.
 
O debate proposto pelos pesquisadores Braga (2011) e Santos e Cypriano (2014) toca no tema
das sociabilidades digitais (ou em rede) de maneira profunda para entender como as
interações e participações dos usuários de redes sociais se dão enquanto fenômeno
sociocultural. Para os autores, as redes sociais são afeitas aos processos de socialização e
isso pressupõe que o reconhecimento de si mesmo e dos outros sujeitos que participam de um
mesmo ambiente virtual (como é o caso das redes e comunidades) é o ponto basilar para o
cultivo dos laços.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As novas formas de participação e interação propiciadas pela cultura da convergência são
auxiliadas pelos processos de migração digital e evidenciadas pelas sociabilidades
desenvolvidas nas redes sociais e nas comunidades virtuais. De acordo com Werthein (2000),
nesse novo paradigma, a lógica de redes e as tecnologias digitais permitem modelar resultados
imprevisíveis da criatividade que emanam da interação complexa, desafio quase intransponível
no padrão tecnológico anterior.
Quando o assunto é o espaço de participação política, faz-se necessário refletir sobre como as
configurações das redes sociais permitem o surgimento da “ágora digital” na sociedade da
informação. É relevante observar como muitos autores pontuam que esse debate não é
monológico ou que não se chega a ele com uma única resposta, correta e inconteste ao final
da discussão. Ao contrário, as relações criadas nas redes sociais e nas comunidades virtuais,
como um todo, são complexas justamente porque estão instauradas em novas formas de
participação e interação. Formas que são frutos diretos do paradigma comunicacional baseado
e promovido pela cultura da convergência.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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EXPLORE+
Para saber mais sobre a cultura da convergência e os seus vínculos específicos com o
campo do jornalismo, visite o site do Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo,
da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Para analisar a relevância das redes sociais na construção de gosto, mobilidade ecomunidades virtuais, assista ao documentário Fyre Festival. A história, baseada em
fatos, apresenta a organização e a divulgação de um grande evento musical no Caribe
através das redes sociais. Mesmo contando com o apoio de celebridades e
influenciadores digitais, o evento foi um fiasco.
Para se manter atualizado acerca das discussões sobre a ciberdemocracia e a ágora
digital, assista à palestra Redes sociais e assimetrias da informação: rastreamento,
rastreabilidade e democracia na era da economia digital, da Ulepicc-Brasil, em parceria
com o Grupo de Estudo em Economia da Cultura, da Informação, do Conhecimento e de
Comunicação (GECICC) e do Programa de Pós-Graduação em Economia da
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
CONTEUDISTA
Anderson Lopes da Silva
 CURRÍCULO LATTES
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