Buscar

Luta da Classe operaria resenha

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE DE ENSINO DE MINAS GERAIS
							
CÉLIA COSTA LACERDA
CLEIDIANE FERREIRA RODRIGUES
HELLEN BARBOSA PEREIRA
JOSIANE GONÇALVES TRINDADE
ROZIENE F. RAMOS SILVA
RUAN RINALDO GOMES
A LUTA DA CLASSE OPERÁRIA ITALIANA NAS DÉCADAS DE 
1960 E 1970
BELO HORIZONTE
2018
CÉLIA COSTA LACERDA
CLEIDIANE FERREIRA RODRIGUES
HELLEN BARBOSA PEREIRA
JOSIANE GONÇALVES TRINDADE
ROZIENE F. RAMOS SILVA
RUAN RINALDO GOMES
A LUTA DA CLASSE OPERÁRIA ITALIANA NAS DÉCADAS DE 
1960 E 1970
Pesquisa bibliográfica sobre os fatos que levaram a produção do filme “A classe operária vai ao paraíso”, apresentada à disciplina Fundamentos da Administração da Faculdade de Ensino de Minas Gerais em forma de seminário.
Orientadora: Adriana Rocha Couto
BELO HORIZONTE
2018
A LUTA DA CLASSE OPERÁRIA ITALIANA NAS DÉCADAS DE 1960 E 1970
Entre as décadas de 60 e 70, ocorreram grandes movimentos políticos e econômicos em busca de melhores condições de trabalho. Nesse período nos deparamos com a intervenção sindicalista, operários fabris insatisfeitos, partidos comunistas centro-esquerda como o PCI (Partido Comunista Italiano) e o DC (Partido Democracia Cristã, maior partido desde 1948) e também com o governo com posicionamento de direita (capitalista). 
Os partidos comunistas naquela época (na maioria, compostos por estudantes de classe média, que em suma não trabalhavam formalmente) tinham como objetivo conseguir abrir os olhos dos operários sobre as condições que os mesmos estavam sendo sujeitos, no intuito de haver uma revolução. Os sindicalistas buscavam intermediar negociações entre operário-patrão, visando o bem de ambas as partes. E o governo tinha como o único intuito se tornar ainda mais capitalista, sendo assim ficou do lado patronal (burguesia), pois sabia que era daquele lado que se encontrava o dinheiro.
No final da década de 60, estes estudantes partidários foram as portas das fábricas chamar a população para luta. Usavam como forte argumento a produtividade x salário, onde a cada dia a produtividade deles aumentava e em contrapartida o salário deles continuava igual. Os estudantes que estavam fortemente engajados em seus objetivos, faziam por ressaltar todos os dias nas portas das fábricas como a situação dos operários era deplorável.
Com relação ao modelo de produção adotado pelas grandes indústrias, podemos falar que elas usavam a linha de montagem e que a jornada de trabalho era de 8 horas diárias, todos os dias da semana. Adotaram também um sistema chamado metas de produção, sendo que com o avanço dos recursos tecnológicos, o índice de produtividade do trabalho deveria aumentar, todavia o aumento salarial não estava por acompanhar o aumento de produção. 
Dentro dessas organizações encontrávamos um ambiente muito hostil, tendo em vista que a produtividade de um operário era medida equiparando-a a força de trabalho de um funcionário padrão (chamado naquela época de funcionário-massa). Esse funcionário-padrão era aquele que conseguia fazer aquele simples trabalho; que estava no coração da empresa; que reduzia movimentos considerados desnecessários para que ocasiona-se um aumento da produção. Em outras palavras, o funcionário-massa (considerado pelos companheiros de serviço como puxa-saco do patrão) era aquele que fazia dos objetivos da empresa, os seus próprios.
Com o passar dos tempos e com investidas cada vez maiores contra as indústrias, os esquerdistas acabaram por conseguir infiltrar colegas nas grandes organizações. Os mesmos tinham como principal função atribuída pelos partidários, disseminar discórdia entre operário-patrão, e dar uma outra visão dos acontecimentos para aqueles operários (que naquele momento já estavam tendo uma visão mais ampla de tudo que acontecia ao seu redor).
Com o aumento em larga escala da produção e não aumento salarial, e com as condições precárias de trabalho onde pessoas acabavam por perder membros (por causa de etapas de produção que foram queimadas para aumentar a produtividade) e do descaso dos patrões com essas pessoas os operários se revoltaram.
Cansados de tantas injustiças, de descaso com a população pobre (população essa que é a base e maioria da sociedade, e que sem ela nada funciona) e por chegar à conclusão de que a classe operária só se tornaria forte se desconstruísse o modelo de funcionário-massa, a classe operária vai as greves. E é nesse exato momento que ocorre a intervenção do sindicato como agente intermediador de negociação, e também ocorre a luta sindicato x PCI e DC por terem objetivos distintos.
E o funcionário-massa? Qual foi a sua posição quanto as greves? Bem. Mesmo sendo ele o funcionário padrão e sabendo que por sua culpa os colegas tiverem que aumentar a produção, lá no íntimo de si, ele tinha consciência de que estava sendo explorado, manipulado e que estava se tornando um ser alienado. Eles também tinham questionamento sobre o que por exemplo eles tanto produziam, pois como cada um executava apenas uma tarefa, eles nunca viam qual era o produto final, só sabiam o que os patrões deixavam que soubessem.
Com essa disputa sindicatos x partidários a classe operária se parte ao meio. E foi no período de grandes confrontos dos grevistas contra a polícia que os operários perceberam que os objetivos dos partidos comunistas não eram única e exclusivamente voltado para as condições de trabalho dos funcionários fabris, mas sim que houvesse uma quebra generalizada do governo capitalista, e isso fez com que alguns operários mudassem de lado novamente (pois estavam preocupados apenas com os seus empregos e com lutas voltadas para a melhoria de vida deles próprios).
Sobre o controle das negociações, os sindicalistas conseguiram redução da jornada de trabalho, aumento salarial, readmissão de funcionários demitidos naquela época de confronto, entre alguns outros benefícios. Daí surge nosso questionamento. É nesse momento que a classe operária vai ao paraíso? Pode ser que para alguns operários os acontecimentos passados e as consequências benéficas que surgiram para eles, seja considerado sim o paraíso. Todavia sabemos que nem todos concordavam com essa definição, pois na verdade a linha de montagem continuava a mesma, as tarefas repetitivas tinham sido mantidas, a incerteza sobre o que se produzia ainda pairava sobre o ar.
Após essas greves, novos movimentos surgiam, e a ação do estado (cada vez mais capitalista) no decorrer da década de 1970 foi de criar terror na população. Ocorreram diversos atentados considerados terroristas, onde diversas pessoas ficaram feridas ou foram mortas. Vários estudantes vieram a falecer em confronto direto com policiais. Alguns movimentos comunistas começaram a partilhar desse sentimento de violência, e o clímax desse estado de terror se deu em 16 de março de 1978, onde Aldo Moro (líder do PCI) foi raptado por um outro grupo e assassinado depois de ser mantido 55 dias em cativeiro (sem que surgisse nenhuma sensibilidade a qualquer negociação por parte do governo.)
Ocorreu um último momento de lutas da classe operária que vale a pena ser ressaltado, ele se deu no outono de 1980 dentro da FIAT. Houve uma demissão em massa de mais de 14 mil funcionários, e posteriormente uma contratação de 23 mil. Por conta dessa demissão os operários decidiram por fazer greves, e em 14 de outubro desse mesmo ano os diretores e os empregados intermediários fizeram uma manifestação em protesto à greve. Foi nesse momento que aconteceu o primeiro movimento contrário a luta da classe operária. Os grevistas foram tão pressionados que fizeram um acordo com a diretoria da empresa FIAT, com obvias desvantagens para os trabalhadores. E foi nesse momento desde 1969 que o controle das negociações saíram da mão da classe operária e voltaram para as mãos dos patrões. E foi assim que o fracasso daquela greve levou consequências para o restante da Itália.
O filme “A classe operária vai ao paraíso” tem como objetivo nos mostrar como eram as condições de trabalho na Itália nas décadas de 60 e 70, e como se deu as lutas de classe naquelaépoca. Também se assemelha muito com outra obra já analisada pelo grupo que aqui escreve, chamada “tempos modernos de Charles Chaplin”. Onde as fábricas adotaram o modelo de produção Taylorista-Fordista, onde cada operário desempenha apenas uma função, ou seja, o indivíduo ficava o dia inteiro fazendo movimentos repetitivos, o que ocasionava fadiga, cansaço e até mesmo alienação.
REFERÊNCIAS
A CLASSE operária vai ao paraíso. Direção: Elio Petri. Roteiro: Elio Petri e Ugo Pirro. Produção: Euro International Films. Interpretes: Gian Maria Volonte, Mariangela Melato, Salvo Randone, Mietta Albertini. Itália, 1971. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=mlZV3G_C8jg>. Acesso em: 01 Maio 2018. 
NORONHA, Eduardo G. Ciclo de greves, transição política e estabilização: Brasil, 1978-2007. São Paulo: Lua Nova, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ln/n76/n76a05>. Acesso em: 09 Maio 2018.
OLIVEIRA, Carlos Roberto de. A greve nos serviços essenciais no Brasil e na Itália. São Paulo: Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2138/tde-02102012-164015/en.php>. Acesso em: 01 Maio 2018.
ROCHA, Maria Cecília Lessa da. Assalto ao céu: Operaísmo e gênese do conceito de trabalho imaterial. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, p. 33-60, abr. 2013. Disponível em: <http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1112605_2013_cap_3.pdf>. Acesso em: 14 Maio 2018.

Continue navegando