Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Aprendizagem Conectada Atividades Escolares e Tarefa Semanal 4ª semana 3ºAno/EM História Mineração no Brasil Colonial A mineração no Brasil Colonial só se tornou um negócio efetivo nas primeiras décadas do século XVIII, produzindo um sistema econômico próprio no interior do Brasil. Durante os dois primeiros séculos da Colonização do Brasil, a atividade econômica estava relacionada principalmente com o modelo agropastoril, sobretudo ao sistema da plantation, desenvolvido no Nordeste, isto é, ao cultivo de grandes latifúndios monocultores, como o da cana de açúcar. A razão para isso vinha do fato de que, ao contrário dos espanhóis, que encontraram com maior facilidade outras fontes de riqueza, como metais preciosos, em suas Nome da Escola Nome do Estudante Ano/Ciclo CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Unidade 1 https://brasilescola.uol.com.br/historiab/colonizacao-brasil.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/acucar.htm Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ colônias americanas; no Brasil, a obtenção de lucros com pedras e metais precisos só ocorreu no século XVIII, via prospecção, no interior do território. Disponível em: <https://beduka.com/blog/materias/historia/mineracao-no-brasil-colonial/html>. Acesso em: 25 Abr. 2020. As condições para o desenvolvimento da mineração no Brasil foram dadas pelo processo de desbravamento do interior da colônia operado pelas denominadas Entradas e Bandeiras, que consistiam em expedições armadas que saíam da Capitania de São Paulo rumo ao sertão, com o objetivo de apresar índios, destruir quilombos e encontrar metais preciosos. No ano de 1696, uma dessas expedições conseguiu encontrar jazidas de ouro nas regiões montanhosas de Minas Gerais, onde teve início a ocupação do Vale do Ouro Preto. Nessa e em outras regiões de Minas (e depois em Goiás e no Mato Grosso), o ouro, inicialmente, era encontrado na forma de aluvião – um tipo sedimentado do metal solvido em depósitos de cascalho, argila e areia. Logo em seguida, começou-se a exploração de rochas localizadas nas encostas das montanhas, empregando-se a técnica conhecida como grupiara. Grandes sistemas de prospecção foram construídos, desde escavações das encostas até canais de drenagem e ventilação. A exploração do ouro em Minas desencadeou uma grande onda migratória de portugueses e de pessoas de outras regiões da colônia no século XVII. Cerca de 30 a 50 mil aventureiros vieram em direção às minas à procura de enriquecimento. A densidade populacional aumentou sobremaneira nessa região e aumentaria ainda mais com a presença dos https://brasilescola.uol.com.br/historiab/entradas-bandeiras.htm Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ escravos que, encarregados do trabalho braçal, passaram a compor a base da sociedade mineradora, como aponta o historiador Boris Fausto: “Na base da sociedade estavam os escravos. O trabalho mais duro era da mineração, especialmente quando o ouro do leito dos rios escasseou e teve de ser buscado nas galerias subterrâneas. Doenças como a disenteria, a malária, as infecções pulmonares e as mortes por acidentes foram comuns. Há estimativas de que a vida útil de um escravo minerador não passava de sete a doze anos. Seguidas importações atenderam às necessidades da economia mineira, inclusive no sentido de substituir a mão de obra inutilizada.” 1 Além da formação de uma nova composição social, houve também um novo sistema de fiscalização, desenvolvido pela Coroa Portuguesa especialmente para a atividade mineradora. Esse sistema começava com a política de distribuição das terras, que eram repartidas em datas ou lotes para exploração. Cada arrendatário de um lote tinha o direito de explorar as jazidas de seu domínio, desde que respeitasse o Regimento dos Superintendentes, Guardas- Mores e Oficiais Deputados para as minas de Ouro, que foi elaborado em 1702. Esse regimento criou a Intendência das Minas, um tipo de governo especial vinculado diretamente a Lisboa. Disponível em:< https://beduka.com/blog/materias/historia/mineracao-no-brasil-colonial/>. Acesso em: 25 Abr. 2020. A primeira resolução da Intendência das Minas foi estipular a porcentagem do tributo da riqueza obtida em cada jazida. A primeira forma de tributo foi o quinto, isto é, 20% do que era produzido na prospecção deveria ser remetido à Coroa Portuguesa. Entretanto, esse sistema mostrou-se muito vulnerável e passível de fraudes, fato que obrigou a coroa a estipular outro sistema, o da finta, que consistia na remessa de 30 arrobas anuais de ouro para a Coroa. Houve ainda a criação das Casas de Fundição, cujo objetivo era transformar todo o ouro extraído em 1 As referências estão publicadas na aba das orientações. https://beduka.com/blog/materias/historia/mineracao-no-brasil-colonial/ Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ barras, na própria colônia, após ter sido retirada a quinta parte, que era remetida à Coroa. Só depois desse processo, os mineradores tinham o direito de negociar a parte que lhe restava. Mais adiante, a Coroa Portuguesa ainda associou aos tributos um sistema de capitação, que estipulava também porcentagens sobre as posses do minerador, como os seus escravos. Além disso, o governo português criou o sistema da derrama, uma espécie de cobrança retroativa dos quintos atrasados e de um imposto a mais sobre aqueles que eram cobrados. Essas medidas acabaram por resultar em alguns conflitos coloniais, como a Revolta de Vila Rica, em 1720, e a Guerra dos Emboabas. Na década de 1730, houve, ainda em Minas, a criação do Distrito Diamantino, que passou a ser dirigido pela Intendência dos Diamantes. O objetivo era estabelecer o controle sobre a administração da extração de diamantes, tal como já havia sido feito com o ouro. 2 Sugestão de vídeo para que você compreenda melhor esse período histórico do Brasil: Ciclo do Ouro – História do Brasil pelo Brasil. Episodio: 6. (Débora Aladim). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=V7QXlsZs1Po>. Acesso em: 25 Abr. 2020. Desafios – História 1. Analise as colunas abaixo referentes às fiscalizações das atividades mineradoras no Brasil Colônia. I - quinto a) quantia anual fixa de cerca de 30 arrobas. II - finta b) cobrança dos impostos em atraso ou de um imposto extraordinário. III - sistema de capitação c) taxa de 20% cobrada sobre o total minerado de ouro, prata e diamantes IV - derrama d) cobrança que incidia sobre cada um dos escravos que era propriedade do minerador Indique a opção que assinala corretamente a correlação entre as duas colunas, a da esquerda, que indica o nome dos impostos, e a da direita, que define cada um desses impostos. a) I-d; II-c III-b; IV-a. 2 As referências estão publicadas na aba das orientações. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolta-vila-rica.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/guerra-dos-emboabas.htm https://www.youtube.com/watch?v=V7QXlsZs1Po Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ b) I-d; II-a; III-b; IV-c. c) I-c; II-a; III-d; IV-b. d) I-b; II-a; III-d; IV-c. 2. Sobre a fiscalização realizada pela Coroa portuguesa na zona mineradora de sua colônia brasileira são feitas as seguintes afirmações: I - A partir do momento em que os portugueses souberam da descoberta do ouro em terras brasileiras, a necessidade de controle sobre a exploração das jazidas aumentou substancialmente. II - A pressão exercida pelos portuguesesjunto aos mineradores motivou uma série de conflitos entre os colonos e as autoridades metropolitanas. A escassez de metais e pedras foi sistematicamente respondida com o enrijecimento da fiscalização lusitana. III - Em 1702, a metrópole oficializou a criação da Intendência das Minas, órgão que deveria administrar as regiões auríferas, respondendo pelo policiamento, a cobrança de impostos e julgamento dos crimes ocorridos nessas localidades. Assinale a opção CORRETA: a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. d) se todas as afirmativas estiverem corretas. e) se nenhuma das afirmativas estiver correta. 3. Leia o trecho do documento abaixo: “[...] Senhor. Sendo como é a obrigação a primeira virtude, porque importa pouco zelar cada um o seu patrimônio, e descuidar-se da utilidade alheia quando lhe está recomendada, se nos faz preciso representar a Vossa Majestade a opressão universal dos moradores destas Minas involuta no arbítrio atual de se cobrarem os [impostos] de Vossa Majestade devidos, podendo ser pagos com alguma suavidade de outra forma sem diminuição do que por direito está Vossa Majestade recebendo, na consideração de que sejam lícitos os fins se devem abraçar os meios mais toleráveis...” (Representação do Senado da Câmara de Vila Rica/ ao Rei de Portugal, 26 de dezembro de 1742). Nesse trecho, os oficiais da Câmara de Vila Rica estão-se referindo à cobrança do: a) dízimo eclesiástico, imposto que incidia sobre os diamantes extraídos no Distrito Diamantino. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ b) foro enfitêutico, tributo cobrado proporcionalmente à extensão das sesmarias dos mineradores. c) quinto do ouro, imposto cobrado por meio da capitação, que taxava também outras atividades econômicas. d) subsídio voluntário, destinado a cobrir as despesas pessoais do Rei de Portugal. e) imposto que taxava os produtos importados da França. 4. (Fatec) Podemos dizer que a economia mineradora do século XVIII, no Brasil: Marque a opção correta: a) era escravocrata, rigidamente estratificada do ponto de vista social e tinha em seu topo uma classe proprietária bastante dependente do capital holandês. b) baseava-se na grande propriedade e na produção para exportação; estimulou o aparecimento das primeiras estradas de ferro e gerou a acumulação de capital posteriormente aplicado em indústrias. c) era voltada principalmente para as necessidades do mercado interno; utilizava o trabalho escravo e o livre; difundiu a pequena propriedade fundiária nas regiões interioranas do Brasil. d) estimulou o aparecimento de cidades e da classe média; estruturava-se na base do trabalho livre do colono imigrante e da pequena propriedade. e) era rigidamente controlada pelo estado; empregava o trabalho escravo, mas permitia também o aparecimento de pequenos proprietários e trabalhadores independentes; acabou favorecendo, indiretamente, a acumulação capitalista que deu origem à Revolução Industrial inglesa. 5. (Fuvest) Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil que: a) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a mineração. b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal. c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na independência do Brasil. d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração. e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil, e foi fator de diferenciação da sociedade. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Geografia Estado Nação, território e poder* As fronteiras definem a extensão geográfica da soberania do Estado. No espaço que delimitam, ou seja, no território nacional, o poder do Estado é soberano. E ele que estabelece as divisões internas, realiza os censos, organiza as informações sobre a população e as atividades econômicas e formula estratégias de desenvolvimento ou de proteção desse território. A noção de política de fronteira foi elaborada pelo Império Romano. O limes – uma linha demarcatória dos limites do Império – separava os romanos dos “bárbaros”. As célebres legiões romanas protegiam o império, guarnecendo os limes. Estar no interior do espaço demarcado pelo limes era fazer parte da civilização romana. Estar no exterior desse espaço equivalia a ser bárbaro, termo depreciativo que englobava em um único conjunto uma infinidade de povos. A noção contemporânea de fronteira política internacional, separando Estados soberanos, porém, surgiu no final da Idade Média, com os Estados territoriais. Durante a Idade Média, o poder político não estava unificado geograficamente, mas encontrava-se fragmentado em um mosaico de principados, condados, ducados e domínios eclesiásticos, cada um com as suas leis, tributos e regras. Cada uma das grandes linhagens aristocráticas possuía seu próprio exército. Alguns desses exércitos eram maiores que o do rei. O poder político nessa época não era territorial, mas pessoal. No auge do feudalismo europeu, as leis escritas foram substituídas pelas tradições locais, interpretadas pelo senhor de terras. Casamentos entre a nobreza, de linhagens diferentes unificavam domínios, reorganizando o poder político segundo as ligações familiares. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ A muralha de Adriano. Disponível em: <https://oseculoxx.blogspot.com/2012/08/a-muralha-de-adriano.html>. Acesso em 27 Abr. 2020.3 Estado Territorial O Estado territorial originou-se na Europa do Renascimento, quando o poder político foi unificado pelas monarquias e ganhou uma base geográfica definida passível de ser delimitada por fronteiras lineares. Nessa época foram criados exércitos regulares sob as ordens do rei e corpos estáveis de funcionários burocráticos, que, entre outras coisas organizavam a coleta dos impostos. Algumas cidades tornaram-se capitais permanentes, residência fixa do monarca e sede do aparelho administrativo. O Estado territorial correspondia à monarquia absolutista. Nele, o território era patrimônio do monarca, fonte de toda a soberania. Os súditos, ou seja, todos aqueles que viviam nos territórios unificados pela soberania do monarca, deviam-lhe obediência e lealdade. O poder total dos monarcas foi sintetizado na frase célebre atribuída ao rei da França, Luís XIV: “O Estado sou eu” Estado Nacional A Revolução Francesa de 1789 assinalou um momento chave da transformação do Estado territorial absolutista em Estado nacional. A revolta da burguesia contra o poder absoluto do monarca e contra os privilégios da nobreza explodiu em 20 de junho de 1789, quando seus 3 As referências estão publicadas na aba das orientações. https://oseculoxx.blogspot.com/2012/08/a-muralha-de-adriano.html%3e. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ representantes exigiram que o rei convocasse uma Assembleia Constituinte. Depois da Queda da Bastilha, a Assembleia Constituinte revogou os privilégios da nobreza e do clero, como servidão, dízimo, monopólio, isenções de impostos e tribunais especiais. Em 26 de agosto daquele ano, era divulgada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Esse documento estabelecia princípios e garantias fundamentais, como a liberdade, a segurança e a propriedade, e o direito à rebelião contra a tirania. A soberania era retirada das mãos do rei e transferida para o povo, ou seja, para os cidadãos. Pouco depois, o novo Estado encontrou sua moldura jurídica.A Constituição francesa de 1791 adotou a doutrina dos Três Poderes, de Montesquieu, estabelecendo separação entre os poderes básicos do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário. Em 1792, a Revolução derrubou a monarquia e proclamou a República. Uma convenção nacional eleita por sufrágio universal reunia os representantes do povo. Definia-se, assim, o formato do Estado nacional contemporâneo. O Estado-Nação, ou seja, uma comunidade de cidadãos organizada em Estado, foi uma criação europeia que se disseminou por todos os outros continentes. Nos Estados Unidos, a ideia de distinção entre a esfera pública (res publica) e a esfera privada se manifestou na Revolução Americana de 1776, já na América do Sul – à exceção do Brasil, marcado pelo peso do escravismo-, a noção de cidadania alimentou as guerras de independência. O luxuoso Palácio de Versalhes nos arredores de Paris, foi sede da monarquia francesa de 1682 a 1789, período em que abrigou a corte. Em 1837, foi transformado em museu. Disponível em: <https://br.france.fr/pt/onde- ir/artigo/palacio-versalhes-0>. Acesso em: 27 Abr. 2020. Para saber mais assista ao vídeo: Estado nação, território e fronteira. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Tr8Y59Vq8eo> > Acesso em: 28 Abr. 2020. https://br.france.fr/pt/onde-ir/artigo/palacio-versalhes-0 https://br.france.fr/pt/onde-ir/artigo/palacio-versalhes-0 https://www.youtube.com/watch?v=Tr8Y59Vq8eo Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Desafios – Geografia Após leitura do texto Estado nação, território e poder responda as questões abaixo: 1. Qual é a importância da delimitação de um território nacional por meio das fronteiras? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2. De que forma o Império Romano elaborou a noção política de fronteira? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3. Como se caracterizava o poder político durante a Idade Média? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4. O poder total dos monarcas foi sintetizado na frase célebre atribuída ao rei da França, Luís XIV: “O Estado sou eu”. Explique o que ele quis dizer. ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 5. Explique a diferença entre Estados Territoriais e Estados Nacionais. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Sociologia Direitos civis, políticos e sociais 4 Na década de 1960, em seu livro Cidadania, classe social e status, o sociólogo inglês T. H. Marshall analisou a relação entre cidadania e direitos no contexto da história. De acordo com esse autor, a questão da cidadania só começou a aparecer nos séculos XVII e XVIII, e ainda assim de forma sutil, por meio da formulação dos chamados direitos civis. Naquele momento, procurava-se garantir a liberdade religiosa e de pensamento, o direito de ir e vir, o direito à propriedade, a liberdade contratual, principalmente a de escolher o trabalho, e, finalmente, a justiça, que devia salvaguardar todos os direitos anteriores. Esses direitos passaram a ser o ideal das épocas seguintes e constaram em todas as legislações europeias a partir de então. Isso não significa que os direitos civis chegaram a todas as pessoas. O cidadão no pleno gozo de seus direitos era o indivíduo proprietário de bens e principalmente de terras, o que mostra como a cidadania era restrita. Os direitos políticos estão relacionados com a formação do Estado democrático representativo e envolvem os direitos eleitorais — a possibilidade de o cidadão eleger seus representantes e ser eleito para cargos políticos —, o direito de participar de associações políticas, como os partidos e os sindicatos, e o direito de protestar. Considerados desdobramentos dos direitos civis, os direitos políticos começaram a ser reivindicados por movimentos populares já no século XVIII, mas, na maioria dos países, só se efetivaram no século XX, quando o direito de voto foi estendido às mulheres. No século XX também chegou a vez de os direitos sociais serem postos em prática. As pessoas passaram a ter direito à educação básica, assistência à saúde, programas habitacionais, transporte coletivo, sistema previdenciário, programas de lazer, acesso ao sistema judiciário, etc. Os direitos civis, políticos e sociais estão assentados no princípio da igualdade, mas não podem ser considerados universais, pois são vistos de modo diferente em cada Estado e em cada época. Convém lembrar que há uma diversidade muito grande de sociedades, que se estruturam 4 As referências estão publicadas na aba das orientações. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ de modo diferente e nas quais os valores, os costumes e as regras sociais são distintos daqueles que predominam no Ocidente. No final do século XX e no início do século XXI, outros direitos relacionados a segmentos sociais específicos – por exemplo, consumidores, idosos, adolescentes, crianças, mulheres, minorias étnicas, homossexuais – consolidaram-se. Como ressalta o filósofo Renato Janine Ribeiro, recentemente surgiram direitos difusos, e os mais expressivos são os relativos ao meio ambiente, que beneficiam a todos. Há uma ironia nisso porque a garantia ao ar, à água e ao solo mais limpos protege até os próprios poluidores. Hoje se afirmam também os direitos dos animais ou da natureza em geral. De acordo com a tradição jurídica ocidental moderna, os direitos pertencem aos seres humanos. Assim, a preservação das matas e dos animais em via de extinção garante o direito dos humanos a um ambiente diversificado. Cidadania hoje Ser cidadão é ter a garantia de todos os direitos civis, políticos e sociais que asseguram a possibilidade de uma vida plena. Esses direitos não foram conferidos, mas exigidos, integrados e assumidos pelas leis, pelas autoridades e pela população em geral. A cidadania também não é dada, mas construída em um processo de organização, participação e intervenção social de indivíduos ou de grupos sociais. Só na constante vigilância dos atos cotidianos o cidadão pode apropriar-se desses direitos, fazendo-os valer de fato. Se não houver essa exigência, eles ficarão no papel. Para conhecer mais sobre os direitos civis, políticos e sociais assista ao vídeo no link abaixo: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=c3mjvCfwRxc>. Acesso em: 25 abr. 2020. Desafios – Sociologia 1. A charge publicada na Folha deSão Paulo aponta para a contradição entre realidade social e os direitos garantidos em lei, em especial no Brasil. https://www.youtube.com/watch?v=c3mjvCfwRxc Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Qual conjunto de direitos foi e continua sendo negado para milhares de brasileiros, principalmente nas grandes cidades, e são retratados especificamente nesta charge? a) direitos civis. b) direitos políticos. c) direitos sociais. d) direitos difusos. e) direitos do consumidor. 2. A foto abaixo de uma passeata de estudantes em São Paulo em 1966 mostra que as entidades estudantis estavam atuantes durante o Regime Militar no Brasil. Os direitos civis, políticos e sociais foram promulgados na Constituição de 1988 a partir de qual processo? a) Da bondade dos governantes em registrar estes direitos em Lei. b) Da caridade dos grandes empresários em solicitar tais direitos. c) Da luta de grupos e movimentos sociais exigindo tais direitos. d) Da benevolência dos militares em manter a garantia desses direitos. e) Do altruísmo dos políticos com a população mais necessitada. Folha de São Paulo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dbch071120 08.htm>. Acesso em: 27 Abr. 2020. Passeata de estudantes no centro de São Paulo, em setembro de 1966 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dbch07112008.htm https://www1.folha.uol.com.br/fsp/dbch07112008.htm Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Filosofia Epicuro 5 Fonte da imagem: Disponível em: <https://opontodentrocirculo.com/2015/11/27/epicuro-e-sua-atomistica-filosofia- do-prazer/> Acesso em: 24 Abr. 2020. Carta a Meneceu 6 – Sobre a Felicidade 7 O Estudo da Filosofia Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou, ou que já passou a hora de ser feliz. Desse modo, a filosofia é útil tanto ao jovem quanto ao velho: para quem está envelhecendo sentir-se rejuvenescer através da grata recordação das coisas que já se foram, e para o jovem poder envelhecer sem sentir medo das coisas que estão por vir; é necessário, portanto, cuidar das coisas que trazem a felicidade, já que, estando presente, tudo temos, e, sem ela, tudo fazemos para alcançá-la. Pratica e cultiva então aqueles ensinamentos que sempre te transmiti, na certeza de que eles constituem os elementos fundamentais para uma vida feliz. 5 As referências estão publicadas na aba das orientações. 6 As referências estão publicadas na aba das orientações. 7 Texto com algumas alterações. file:///C:/Users/asus/Downloads/%3chttps:/opontodentrocirculo.com/2015/11/27/epicuro-e-sua-atomistica-filosofia-do-prazer/ file:///C:/Users/asus/Downloads/%3chttps:/opontodentrocirculo.com/2015/11/27/epicuro-e-sua-atomistica-filosofia-do-prazer/ Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Os Deuses Em primeiro lugar, considerando a divindade como um ente imortal e bem aventurado, como sugere a percepção comum de divindade, não atribuas a ela nada que seja incompatível com a sua imortalidade, nem inadequado à sua bem aventurança; pensa a respeito dela tudo que for capaz de conservar-lhe felicidade e imortalidade. Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles; já a imagem que deles faz a maioria das pessoas, essa não existe: as pessoas não costumam preservar a noção que têm dos deuses. Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim quem atribui aos deuses os falsos juízos dessa maioria. Com efeito, os juízos do povo a respeito dos deuses não se baseiam em noções inatas, mas em opiniões falsas. Daí a crença de que eles causam os maiores malefícios aos maus e os maiores benefícios aos bons. Irmanados pelas suas próprias virtudes, eles só aceitam a convivência com seus semelhantes e consideram estranho tudo que seja diferente deles. A Morte Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo o bem e todo o mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações. A consciência clara de que a morte não significa nada para nós proporciona a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe tempo infinito e eliminando o desejo de imortalidade. Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver. É tolo, portanto quem diz ter medo da morte, não porque a chegada desta lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria espera: aquilo que não nos perturba quando presente não deveria afligir-nos enquanto está sendo esperado. Então, o mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos. A morte, portanto, não é nada, nem para os vivos, nem para os mortos, já que para aqueles ela não existe, ao passo que estes não estão mais aqui. E, no entanto, a maioria das pessoas ora foge da morte como se fosse o maior dos males, ora a deseja como descanso dos males da vida. O sábio, porém, nem desdenha viver, nem teme deixar de viver; viver não é um fardo e não viver não é um mal. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ Os Desejos e a Tranquilidade de Espírito Consideremos também que, dentre os desejos, há os que são naturais e os que são inúteis; dentre os naturais, há uns que são necessários e outros, apenas naturais; dentre os necessários, há alguns que são fundamentais para a felicidade, outros, para o bem-estar corporal, outros, ainda, para a própria vida. E o conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que esta é a finalidade da vida feliz: em razão desse fim praticamos todas as nossas ações, para nos afastarmos da dor e do medo. Uma vez que tenhamos atingido esse estado, toda a tempestade da alma se aplaca, e o ser vivo, não tendo que ir em busca de algo que lhe falta, nem procurar outra coisa a não ser o bem da alma e do corpo, estará satisfeito. De fato, só sentimos necessidade do prazer quando sofremos sua ausência; ao contrário, quando não sofremos, essa necessidade não se faz sentir. Desafios – Filosofia 1. Analise o trecho do texto abaixo e marque a opção correta. “Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito” (EPICURO). A afirmação de Epicuro está em qual sentido? a) ( ) que a filosofia proporciona a felicidade. b) ( ) que a filosofia não proporciona a felicidade. c) ( ) que a filosofia proporciona orgulho. d) ( ) que a filosofia proporciona riqueza. e) ( ) que a filosofia proporciona comoção. 2. Por que, de acordo com Epicuro, deve-se acostumar à ideia de que a morte para nós não é nada? Assinale a alternativa correta. Secretaria Adjunta de Gestão Educacional - SAGE http://www.aprendizagemconectada.mt.gov.br/ a) ( ) a morte não significa nada para nós, justamente porque, ele é um fenômeno que ocorre independente de nossa vontade. b) ( ) a morte significa muito para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a ideia da morte nos causa medo. c) ( ) a morte significa luto de tristeza para aos parentese amigos. d) ( ) a morte não significa nada para os outros, justamente porque, quando estão vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, é que não estamos mortos. e) ( ) a morte não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos. 3. Conforme Epicuro, por que devemos conhecer bem os nossos desejos? Assinale a opção correta. a) ( ) para fazer a coisa certa. b) ( ) parar escolher certo entre o bem o mal. c) ( ) para escolher ser feliz a todo custo. d) ( ) para não precisar escolher entre a saúde do corpo e a serenidade do espírito. e) ( ) para fazer escolhas e recusas para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito.
Compartilhar