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DISCURSO DO MÉTODO - René Descartes

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DISCURSO DO MÉTODO - RENÉ DESCARTES
Trata-se de uma obra de René Descartes, de tradução de Maria Ermantina Galvão, Revisão da tradução de Monica Stahel, publicada no Brasil pela Editora Martins Fontes, São Paulo, no ano de 2001.
Visando proporcionar uma melhor compreensão ao leitor, o Auto dividiu a obra em seis partes.
Na primeira, discorreu considerações sobre a ciência. Na segunda parte, apontou regras sobre o método por ele examinado. Na terceira, apresentou algumas regras da moral que foi extraída do método. Já na quarta parte, as razões pelas quais ele apresenta provas acerca da existência de Deus e da alma humana, que são fundamentais para a metafísica. Na quinta parte, analisou a explicação do movimento do coração e algumas outras dificuldades pertencentes à medicina e também entre a diferença da alma e dos animais. Na última parte, ele discorreu acerca das coisas que julga necessária para ir mais além na investigação da natureza do que já se foi e razões que fizeram ele escrever.
Primeira Parte
Inicia a obra apontando sobre o "bom senso", que é para ele, a coisa mais distribuída do mundo, ora que cada um pensa estar provido dele. 
A maioria das almas são capazes dos maiores vícios, assim como das maiores virtudes. Aqueles que só caminham muito lentamente, podem avançar muito mais, se sempre seguirem o caminho certo, do que aqueles que correm e se afastam.
Nesta primeira parte, ainda, o autor busca se comunicar com o leitor, acerca do propósito que o levou a escrever tal obra, durante o século XVII, que causaria tão grande impacto acerca do pensamento filosófico e científico da modernidade.
Além disso, nota-se que seu discurso é fundado na intenção de apresentar o método que o leva a conduzir sua razão em busca da verdade, daquilo que é de fato verdadeiro.
Ele entende que a idade permitiu sair da sujeição dos preceptores, deixando completamente o estudo das letras.
Nesta ótica, ele apreciava a eloqüência e era apaixonado pela poesia, ambas dons dos espíritos do que frutos do estudo.
Ademais, a razão é compreendida como a forma de se poder julgar de determinada forma, além de discernir entre aquilo que é verdadeiro e o falso. Desta forma, se tratando da única coisa que torna os homens humanos, há uma diferença para com os animais.
Aponta-se ainda ao fato de Descartes considerar que há uma faculdade do discernimento, que para ele, é a coisa mais bem distribuída em todo o mundo. Assim, a faculdade do discernimento é formada pelo "bom-senso".
O bom senso, segundo Descartes, é o sentimento humano d se acreditar em ter justa medida, nos atos, sem que se deseje mais ou menos do que já se possui, estando em condição de igualdade entre todos os homens. Esta análise de bom senso compreende ainda a justa medida, que é o fato de desejar aquilo que já se possui, sendo igual entre todos os homens, relatando os percursos de sua instrução pelas letras, matemática, ciência, além de considerar que em meio a busca pelo conhecimento seguro acerca do mundo, surgem as dúvidas e as confusões diante do reconhecimento da própria ignorância.
 Reiteradas vezes, o autor considera que esta faculdade de discernir é algo bem distribuído, fundado no bom senso.
Nesta ótica, segundo os caminhos que para o Autor levam ao céu, de acordo com a teologia, haveria um reconhecimento dos limites da razoabilidade. É preciso estar além da condição humana, recebendo ajuda divina, para assim, alcanças as verdades que conduz aquilo que se considera como divino.
Homens instruídos e ignorantes acabam desfrutando de uma mesma posição a partir da possibilidade de se conhecer estas verdades. Em contrapartida, as condições da erudição e do estudo não aproximam por si só o homem da verdade divina.
Diante destas considerações, percebe-se ainda que Descartes apontam para a eloqüência e também para a poesia, tratados como dons do espírito. Uma atribuição que exemplifica os homens ao pensamento organizado e inteligíveis.
Isso se desencadeia a partir da análise da retórica, bem como aqueles que tendo suas exposições rebuscadas pelos efeitos da fala, desfrutavam do dom da poesia, sem ao mesmo conhecer a denominada arte poética.
A erudição não fornece mais, segundo a ótica do Autor, a segurança para o discernimento daquilo que é verdadeiro ou falso, já que os homens de estudos possuem opiniões divergentes sobre todas as coisas do mundo.
Descartes apontam que não acredita com demasiada convicção em nada do que se incluem no exemplo e no hábito. Nas viagens de Descartes, observa-se o papel do costume e de diferenças nas crenças dos homens. Há uma adoção de postura considerada falsa com tudo aquilo que lhe pareça apenas provável, desvinculando-se dos pensamentos do que antecederam para encontrar em si mesmo, o caminho que se deve percorrer.
Aponta ainda Descartes, que a filosofia, que nos casos onde é cultivada pelos mais diversos espíritos que viveram desde vários séculos, e que, não obstante, nela não se encontra coisa alguma sobre a qual não se discuta, que não seja duvidosa, nem que tenha tanta presunção para esperar sair melhor que os outros. Ele considera diversas opiniões para poder entender sobre uma mesma matéria, todas sustentadas por pessoas doutas, sem que jamais possa haver mais que uma verdade.
Ainda que a idade permitisse Descartes sair de uma sujeição de seus preceptores, ele entendeu completamente o estudo das letras, resolvendo a não mais procurar outras ciências, além daquela que poderia encontrar dentro de si mesmo, ora que ele pode encontrar muito além da verdade nos raciocínios, que cada qual faz sobre os assuntos que lhe dizem respeito, e cujo desfecho deve ser punido.
Por fim, percebe-se que ele se limitou a considerar os costumes dos outros homens, ora que quase nada encontrou no sentido de ter segurança. O maior proveito que teve disso, tirava vendo várias coisas que pareciam ser extravagantes e ridículas.
Depois de ter empregado alguns anos de estudos no livro do mundo e procurando adquirir alguma experiência, Descartes tomou um dia de resolução de estudar além dele, e de empregar todas as foras do seu espírito, escolhendo os caminhos que deveria seguir.
Segunda Parte
Na segunda parte do livro, Descartes apontou regras sobre o método por ele examinado. 
Descartes afirma que nada dirá sobre a filosofia, exceto se, vendo que foi cultivada pelos mais excelentes espíritos que viveram desde há vários séculos, nela não se encontra coisa alguma sobre a qual não se discuta, que não seja duvidosa, e que considerando quantas opiniões diversas pode haver sobre uma mesma matéria, todas sustentadas por pessoas doutas, sem que jamais possa haver mai de uma que seja verdadeira, quase falso tudo o que era apenas verossímil.
Há que se ressaltar ainda, para um discurso do autor, fundado em argumentos que demonstram o caminho que utilizara para constituir o modo de discernimento entre o que há de verdadeiro e falso sob o seu julgamento.
O raciocínio ocorrido de forma simples, mas com bom senso, a respeito das coisas do mundo, encontra-se mais próximo da verdade do que a ciência contida em livros que reúnem opiniões em diversas pessoas.
Esta ideia é representada por meio da analogia, que também é considerada um recurso freqüente durante o discurso.
A noção de Descartes era apresentada a partir da ideia e que não existe tanta perfeição nas obras formadas de várias peças e feitas pelas mãos de diversos mestres, assim como ocorria naquelas que um só trabalho.
A capacidade do homem de entendimento, também denominado como juízo étal, como edifício projetado por diversos arquitetos, desde que a infância exerça influência sobre o discernimento. Para ele, no exercício do pensamento, concebe-se a possibilidade de existir desde a infância, valendo-se da razão para relacionar-se com o mundo, caracterizando como tal propriedade do espírito.
Nos alicerces do edifício, ensinamentos os que foram transmitidos desde o nascimento devem ser levados em conta. Deste entendimento decorre o fato de que muitas vezes não se analisa as opiniões que estão na basedo entendimento, além de se compreender se realmente elas são verdadeiras ou não.
No que tange o trabalho que se realiza ao buscar o método, Descartes entende que o seu objetivo foi além de procurar reformar os próprios pensamentos, construindo num terreno que é todo seu.
Desta maneira, se tem a obra que o agradou muito, que para ele é o seu modelo, devendo ser levada à fundamentação das opiniões no terreno próprio, cabendo as ideias necessárias contribuírem para que o discernimento que lhe fosse atribuído e verificado, não baseado apenas no acatamento tácito das proposições fornecidas por outrem.
Descartes, neste segundo livro, que busca um método para se chegar ao conhecimento de todas as coisas de que o espírito fosse capaz.
Os preceitos do método admitem menos leis do que a própria lógica. Por outro lado, estas poucas leis devem ser invariavelmente acatadas.
As leis ou também denominados preceitos, são divididos de acordo com uma classificação, conforme discorrido nos parágrafos seguintes.
Primeiro preceito: Aceitar algo como verdadeiro somente quando estiver claro ao espírito, ao exame da razão, e evitar o juízo precipitado. Além disso, cabe acatar como verdadeiro, algo de que não possa duvidar.
Segundo preceito: Diante da dificuldade de um problema, deve-se dividi-lo em partes possíveis, analisar. Simplificação da analise e atomismo.
Terceiro preceito: Conduzir a investigação dos elementos mais simples, acessíveis aos conhecimentos até os mais compostos. Admite-se que há ordem entre elementos que não se precedem – Aqui temos o exemplo do que pode ser conhecido através da doutrina do reducionismo: explicar fenômenos de um nível, por exemplo, idéias complexas, num outro nível, idéias simples.
Quarto preceito: Estabelecer relações metódicas completas, tendo em vista a não omissão e relatos de pesquisa. Este preceito torna explícita a fundamentação existente nos anteriores: usará a razão o melhor que se pode, compreendendo o impacto desta consideração a partir da definição de racionalismo filosófico.
Terceira parte
Na terceira parte, apresentou Descartes algumas regras da moral que foi extraída do método.
Obedecer as leis e os costumes do país, para Descartes era conservando com constância a religião na qual Deus o deu a graça de ser instruído desde sua infância.
Nesta ótica, no lanorioso empreendimento de reformar o edifício do próprio juízo, retirando dos alicerces opiniões e crenças não justificadas pela razão,o autor assume a necessidade de uma postura provisória na formação do julgamento. 
Assim, no mesmo aspecto que ele reforma a casa, por outro lado é preciso algum lugar para seacomodar. Ele estabelece uma moral provisória que consiste nas seguintes máximas:
A primeira máxima é de Obedecer leis e costumes do pais, mantendo-se na religião em que fora instruído, estando de acordo com a opinião moderadas dos mais sensatos enquanto da prosseguimento a análise das próprias opiniões. Assim, é útil orientar-se pelas opiniões daqueles com os quais teriade viver. 
A segunda máxima consiste na ideia de que ser firme e decidido nas ações. Ele cita o exemplo de um viajante perdido na floresta, que deve evitar ficar de um lado para outro sob a pena de andando em círculos. Este não chegará a lugar algum. Ademais, andando em linha reta há mais possibilidades de chegar a algum lugar. Ser firme e decidido nas ações, implica na atitude de escolher um caminho e segui-lo até o fim, quando não esta em nosso poder o distinguir as opiniões mais verdadeiras, devendo seguir as mais prováveis.
A terceira máxima considera que não temos poder completo sobre algo a não ser ospensamentos, portanto é mais interessante desejar coisas que o entendimento próprio concebe como possíveis. Assim, antes modificar os meus desejos do que a ordem do mundo.
Já a quarta máxima consiste em bem julgar para bem agir, julgando melhor, age melhor. Portanto, seguir o método e não perder de vista as oportunidades de encontrar opiniões que lhe pareçam mais verdadeiras.
Diante disso, na reforma do edifício da razão, representada pela analogia de remover terra movediça e areia para encontrar rocha e argila, o autor estabeleceu a distinção entre o conhecimento do que é verdadeiro e uma crença, indicando que ao buscar a opinião dos mais sensatos deve-se orientar pelo ato e não pelo que dizem.
Quarta Parte
Na quarta parte, será compreendido que as razões pelas quais ele apresenta provas acerca da existência de Deus e da alma humana, que são fundamentais para a metafísica.
Neste cenário, considera-se que de modo geral, o que uma proposição requer para ser verdadeira e certa, pois já que ele acaba de encontrar uma que sabia ser tal, pensou também que deveria saber em que consiste essa certeza.
Portanto, tendo notado que pensa e logo existe, nada há que garantir que diga a verdade, exceto que veja muito claramente que para pensar é preciso existir, julgando que podia tomar por regra geral as coisas que concebem muito claramente, distintamente, ante a sua verdade, havendo, porém, somente algumas dificuldades em distinguir bem quais são as que concebem-se distintamente.
Ademais, nesta seção, há mais uma vez o reforço do princípio que norteia o método empreendido por Descartes para discernir entre o que é falso e verdadeiro. Rejeitar como falso tudo aquilo em que pudesse supor a menor dúvida, com o intuito de ver se, depois disso, não restaria algo que fosse completamente incontestável.
Neste momento, ele cita o caso do advogado e do recurso, onde a razão para discernir coisas do mundo, tendo em vista que na percepção sensorial nos tramites informacionais enganosas sobre o mundo.
A partir desta consideração, Descartes apresente discurso a máxima, pelo qual ficou em evidência, desenvolvendo-se mais detalhes com intermédio da própria meditação, ou do mantra denominado como "penso, logo existo".
Mesmo ele considerando que pode enganar-se quanto às impressões oriundas de sentidos, ou pensamentos que tenho enquanto acordado, (sem que possa distinguir daqueles que tenha enquanto dorme) tudo que possui é ilusão, e necessariamente é preciso que haja alguém para ser iludido.
Descartes introduziu o conceito de substância, que é aquele que compreende então que eu era uma substancia cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de lugar algum, nem depende de qualquer coisa material.
Estes conceitos, desenvolvidos com maiores detalhes nas meditações, oferecem à alma uma qualidade distinta do corpo, sendo que esta consiste em pensar, enquanto o corpo tem como propriedade ocupar lugar no espaço, no mundo material. 
O desenvolvimento desta idéia encontra-se na terceira meditação.
Nesta seção do Discurso, trata-se do limite do conhecimento, já que é uma condição dos seres serem imperfeitos. Nos pensamentos, não são totalmente verdadeiros, porque não há seres perfeitos. O único ser perfeito é Deus.
Na quinta parte, Descartes utiliza o método para estabelecer uma descrição dos corpos inanimados, até os homens. Imaginava que os homens firmados por Deus, inicialmente não possuíam alma, tendo apenas um fogo sem luz dando vida à matéria. 
Assim, isso reafirmava a ideia de que a Alma é distinta do corpo e que animais não têm alma. Descartes apresenta o mecanismo que rege o funcionamento corporal, como numa maquina, com válvulas e cavidades por onde circulam os
Espíritos animais, ventos sutis que partem do coração ao cérebro, nervos, músculos, gerando os movimentos. A necessidade de recorrer à entidades como espíritos animais poderia ser atribuída a explicação dos movimentos reflexos observados pelo filósofo: cabeça decepada ainda se movimenta, comenta.
Há que se pontuar que o dizer do autor, parte da razão e não de sua imaginação ou sentidos.
Embora se vê o sol muito claramente, nem por isso deve-se julgar que ele seja apenas do tamanho que os vêem.
Quinta parte
Nesta parte, sempre permaneceu no Autor, a ideia firma na resolução que tomara de não suportar nenhum outro princípio, exceto aquele de que acabou de servir para demonstrara existência de Deus e da alma, e de que não aceitar como verdadeira nenhuma das coisas que não parecesse mais clara e mais certa do que as demonstrações anteriores feitas pelos geômetras.
O autor se vale do método para estabelecer uma descrição dos corpos inanimados, até os homens. Imaginava que os homens engendrados por Deus, inicialmente não possuíam alma, tendo apenas um fogo sem luz dando vida à matéria. 
Percebe-se que esta consideração levantada pelo Autor, no que tange a análise da alma se mostra distinta do próprio corpo, onde os animais não possuem alma.
A descrição do funcionamento do coração e das artérias, bem como do movimento do sangue, deve ser considerados.
Descartes apresenta um mecanismo que contribui no funcionamento denominado como corporal, ou da máquina, com válvulas e cavidades por onde, em tese, deveriam circular os espíritos dos animais.
Assim, há uma necessidade de recorrer as denominadas entidades como espíritos animais, que podem ser também, atribuídas, para a explicação dada aos movimentos reflexos.
Para o filósofo, a cabeça decepada ainda se movimenta. Se a função da alma é somente pensar e não movimentar o corpo, não há porque a necessidade de explicar como tal movimento reflexo ocorre, ora que os espíritos animais são suficientes, dentro dos argumentos pautados no plano cartesiano.
O homem é autômato, quanto a sua constituição física, onde a diferença da criação divina lhe garante uma estrutura de bens mais organizadas do que os autômatos que enfeitam apenas os jardins, nos palácios, conforme se visualizava no período vivido por Descartes.
Visando ainda, ilustrar esta referida aplicação de raciocínio sobre o que é a natureza humana, o filósofoco adorou o exercício onde foi construído com um autômato com forma e aspecto de macaco.
Este não tem como distingui-lo dos animais propriamente dito.
Por outro lado, tendo em vista o autômato construído, suscita a semelhança de um homem e que imitasse as nações.
Descartes aponta para duas maneiras de identificar a natureza. Assim, não se usariam as palavras, que poderiam combinar sons, gritariam, usariam palavras restritas que não seriam capazes de fazer os arranjos na comunicação dos pensamentos.
O homem pode dar sentido na fala, enquanto o autômato não possui uma linguagem recursiva.
A distinção de um homem de animais, não possui razão, ora que o mais perfeito dos animais, não podem sequer ser comparado a um homem tido como louco, mas que podem produzir sentido em suas falas, enquanto animais possuem tal propriedade limitada à função orgânica, visto a ausência da alma.
Há que se falar ainda, na descrição da alma racional, que mostra que ela não pode de modo algum, serem tiradas do poder da matéria, como as outras coisas que falará, mas que deve ser expressamente criada.
Além disso, não basta estar alojada no corpo humano, como um piloto em seu navio, a não ser, talvez, para mover seus membros, mas que precisa estar ligada e unida a ele, para ter, além disso, sentimentos e apetites semelhantes, constituindo um verdadeiro homem.
Descartes confessa ter se prolongado mais no ponto que menciona ser mais importante.
Sexta Parte
A sexta parte é uma das mais profundas da obra de Descartes. Ele discorreu acerca das coisas que julga necessária para ir mais além à investigação da natureza do que já se foi e razões que fizeram ele escrever.
Ademais, tece ainda as recomendações sobre o uso de suas palavras e faz um resumo do caminho que percorreu até o método. 
Se não bastasse, Descartes aponta como o que seguiu a partir de então na busca de produção desconhecimento sobre o mundo. 
No primeiro momento, buscou encontrar as causas dos eventos das coisas que existem, chegando à Deus como principio de tudo que é e pode ser. 
Posteriormente, o Autor trouxe elementos que apontam ter buscado elucidar os efeitos de tais causalidades, tratando da terra,dos astros, do céu, como entidades mais fáceis de obter conhecimento.
Por meio do método que o conduziria às coisas mais complexas, o Autor tratou sobre os corpos que existem sobre a terra, os animais, o homem.
Diante destas considerações, percebe-se que o empreendimento bem sucedido se obteve no campo da física. 
Para Descartes, há uma indicação que tais conhecimentos estão desenvolvidos na obras e lhe parecia favorável a defesa de que é possível obter conhecimento útil a vida. Em lugar da filosofia especulativa, constituindo assim uma filosofia prática, conhecendo as forças que atuam no mundo para então se tornar senhores e possuidores da natureza.
Nesta ótica, percebe-se que o autor não quer falar dos progressos que tenha esperança de fazer futuramente nas ciências, nem fazer ao público qualquer promessa que não tenha a certeza de cumprir, mas dizer apenas o que resolver não empregar o tempo que resta de vida em nada mais salvo procurar adquirir algum conhecimento da natureza, que seja tal que dele se possam tirar regras mais seguras até mesmo para a medicina.

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